Defesa do SUS: Abertura da 16ª Conferência Nacional de Saúde reúne milhares de pessoas em Brasília

A cerimônia de abertura da 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8), realizada neste domingo (4/08), reuniu milhares de pessoas no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília. Entre o público, estavam profissionais de saúde, gestores(as), usuários(as), pesquisadores(as), além de diversos ativistas do Sistema Único de Saúde (SUS). Todos e todas em defesa da maior política social do mundo.

Ao abrir oficialmente o evento, o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, convocou a plenária para um debate onde a escuta seja exercida e as diferenças políticas sejam respeitadas. “Nós construímos esta conferência de forma unitária. A representação que hoje está aqui na mesa contribuiu de forma decisiva para este evento. Por isso, temos que celebrar juntos todas as diferenças que existem entre nós. Essa é a verdadeira democracia que pregamos”, afirmou.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também esteve presente na mesa de abertura e desejou ao público um evento proveitoso, que seja capaz de tornar o sistema de saúde brasileiro cada vez mais íntegro, equânime e solidário. “Estamos aqui para desejar que esta conferência seja um marco histórico e que façam um bom debate”.

O presidente da Fenafar e Coordenador adjunto da 16ª Conferência, Ronald Ferreira dos Santos, pontuou que a construção do SUS, desde sua concepção na 8ª Conferência, em 1986, é reconhecida mundialmente. “No Cazaquistão, onde mais de 190 países discutiam os 40 anos de Alma-Ata em 2018, todos os cinco continentes colocaram como referência de processo civilizatório o SUS brasileiro. Portanto, o que discutimos aqui é o nosso processo civilizatório”, discursou.

Ele reitorou em sua intervenção que “todo poder emana do povo”. Segundo ele Ronald, “o que estamos discutindo aqui é o nosso processo civilizatório. Precisamos colocar a igualdade e a liberdade no centro das atenções. Os gestores precisam entender o tamanho da responsabilidade dessa conferência. Não vamos aceitar o desmonte das políticas públicas, vamos alimentar nossos corações com solidariedade, amor e nossas capacidades de luta”.

A representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) no Brasil, Socorro Gross, destacou que o tema desta edição, “Democracia e Saúde” “Além de ser um dos maiores, mais complexos e mais invejados sistemas públicos de saúde do mundo, o SUS tem raízes em valores e princípios intrinsecamente ligados ao que representa a democracia: a proteção dos direitos humanos fundamentais”.

Gross disse ainda que o SUS não é apenas uma conquista para o Brasil, mas para todas as Américas. “O SUS é a concretização do direito da população brasileira a ter uma vida melhor, mais justa, mais digna, mais feliz”, afirmou, reiterando que ele é resultado de um importante processo democrático, que reconhece que todas e todos podem realizar o seu direito ao mais alto padrão possível de saúde, como preconiza a OMS.

Willames Freire, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), afirmou que o SUS é o maior sistema de inclusão social do mundo. “Nosso compromisso é com um sistema de saúde equânime, que atenda todos os brasileiros de forma integral. Nós fazemos saúde pública com paixão, determinação, ousadia e perspicácia, mas, acima de tudo, com batalha, luta e perseverança”.

Por sua vez, Alberto Beltrame, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), afirmou que a 16ª Conferência é uma “verdadeira consagração da democracia, da participação popular, do controle social e da formulação das políticas públicas de saúde do país”. Para ele, o direito à saúde e o direito à vida são absolutos e não podem ser relativizados.

Titular da Subcomissão Permanente da Saúde na Câmara dos Deputados, a parlamentar Carmem Zanotto (Cidadania – SC) desejou que a 16ª Conferência resgate os princípios do SUS e reiterou a necessidade de mais recursos financeiros para fazer frente às demandas cotidianas do sistema de saúde.

Fenafar na 16ª CNS

Lideranças farmacêuticas de todo o Brasil (diretores da Fenafar, sindicatos filiados e diretores da Escola Nacional dos Farmacêuticos) compõem a delegação da 16ª CNS. Além de delegados e delegadas eleitos em conferências estaduais, os farmacêuticos participam como observadores e contribuem para enriquecer as discussões da Conferência com propostas debatidas ao longo dos Encontro de Farmacêuticos preparatórios para a 8ª+8. São contribuições voltadas para a defesa do Sistema Único de Saúde, para o fortalecimento da Política de Assistência Farmacêutica no Brasil e para a defesa da soberania na área de Ciência e Tecnologia.

Sobre a 16ª Conferência

A 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8) é organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e realizada pelo Ministério da Saúde (MS). Considerada o maior espaço de participação social do Brasil, o evento reúne mais de cinco mil pessoas de todo o país para propor melhorias ao Sistema Único de Saúde (SUS), sendo um resgate à 8ª Conferência, realizada em 1986, responsável por definir as bases para construção do SUS na Constituição de 1988. O relatório final do evento vai gerar subsídios para a elaboração do Plano Plurianual 2020- 2023 e do Plano Nacional de Saúde.

Fonte: Da redação com SUSConecta
Publicado em 05/08/2019