Abertura do 8º congresso reflete representatividade da fenafar

A solenidade de abertura do 8º Congresso da Fenafar foi uma marca da representatividade e do respeito político que a entidade acumulou nestes 40 anos de existência. A atuação em defesa da categoria, a luta incessante em defesa da saúde público, que se desdobra da defesa do Sistema Único de Saúde, e a luta em defesa da soberania nacional e da democracia tornaram a Fenafar uma referência de todo o movimento farmacêutico e sindical no Brasil.

 


 

por Renata Mielli, de Cuibá

 

No salão lotado, com a presença de representantes de 24 estados, as entidades anfitriãs dos eventos (Federação Nacional dos Farmacêuticos, Escola Nacional dos Farmacêuticos, Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Mato Grosso e o Conselho Regional de Farmácia do Mato Grosso receberam para o ato o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Universitários regulamentados, Murilo Celso de Campos Pinheiro, Esdras Daniel dos Santos Pereira, representando a Secretaria da Gestão Participativa do ministério da Saúde, Marco Aurélio Pereira, representando o Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, Margarethe Gomes Chaves, representando o Secretário de Saúde do Estado de Mato Grosso e vice-presidente do do CONAS Centro-Oeste, Altamiro José dos Santos representando o Conselho Federal de Farmácia, José Ribeiro, consultor da Organização Internacional do Trabalho – OIT, Ademir Valério da Silva, da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Luciano Soares, representando a Associação Brasileira do Ensino Farmacêutico (ABEF), Nara Teixeira, presidente da CTB de Mato Grosso, João Luis Dourado, presidente da CUT-MT, Cristiane de Oliveira Rodrigues – Coordenadoria de Assistência Farmacêutica de Cuiabá.

 

Todos os presentes fizeram breves saudações destacando o papel fundamental da Fenafar para avanços obtidos recentemente pela categoria como a aprovação da Lei 13.021, a atuação decisiva para aprovação de outros projetos fundamentais para a categoria como o PLS 4135/2012, que torna obrigatória a presença do farmacêutico SUS.

 

O presidente do Conselho Regional de Farmácia/MT e Diretor Regional Centro-Oeste da Fenafar, Alexandre Henrique Magalhães, saudou a presença de todos os participantes “que estão discutindo conjuntura, os desafios da profissão, a defesa da saúde e da Assistência Farmacêutica, contribuindo para fortalecer as lutas da nossa categoria, para que o medicamento deixe de ser tratado como mercadoria, ele tem que ser tratado como um insumo de saúde e com o farmacêutico na frente deste processo para que no seu trabalho o ele possa cuidar bem das pessoas”. Ele destacou que “pela primeira vez aqui no Mato Grosso temos um evento com tamanha representatividade”.

 

Wille Calazans, presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Mato Grosso, falou da importância de “estarmos reunidos aqui entre farmacêuticos” para debater e reforçar a unidade da categoria para lutar em defesa da profissão, e destacou o papel da Fenafar. “A luta pela aprovação da Lei 13.021 foi muito grande e a Fenafar esteve com todos nós. E foi através da nossa união que conseguimos e hoje podemos dizer que temos uma farmácia como estabelecimento de Saúde”.

 

Formulação de políticas públicas

 

A presidente da Escola Nacional dos Farmacêuticos, Silvana Nair Leite, sublinhou que a solenidade de abertura do 8º Congresso da Fenafar, do 7º Simpósio Nacional de Assistência Farmacêutica e do 5º Encontro dos Farmacêuticos no Controle Social “mostra a representatividade do nosso evento e como temos construido nossas ações coletivamente”.

 

Ao destacar a missão da Escola, Silvana falou da importância de se “construir essa ideia, de termos essa instituição que se preocupa com a qualificação do farmacêutico não só técnicamente, mas para contribuir com a formulação de políticas públicas”. Neste processo, os vários seminários e outras atividades desenvolvidas deram vida a este projeto, “contribuindo para a construção e avaliação de uma política fundamental para a nossa categoria, que é a Política Nacional de Assistência Farmacêutica”, e destacou a realização das oficinas de avaliação da PNAF que contou com a participação expressiva de farmacêuticos e de outros atores sociais em 2014, e agora, em 2015, a realização de 19 encontros estaduais de farmacêuticos preparatórios para a 15ª Conferência Nacional de Saúde, “onde os farmacêuticos participaram efetivamente para preparar a sua intervenção na Conferência”.

 

Atuação em prol da categoria

 

Ronald Ferreira dos Santos, presidente da Fenafar, fez a fala de encerramento da solenidade. Ao cumprimentar cada um dos membros da mesa, Ronald foi resgatando a atuação mais recente da Fenafar, no controle social, na luta contra a entrada do capital estrangeiro na saúde, no movimento Saúde + 10, a sua participação no debate da educação farmacêutica, a maior integração da Fenafar na agenda do trabalho decente, a defesa do profissional liberal.

 

O presidente da Fenafar também trouxe aos delegados uma informação importante para a categoria. Depois de tramitar por três legislaturas, o projeto de lei que reduz a jornada de trabalho do farmacêutico para 30 horas semanais, foi arquivado definitivamente no Senado Federal em março. “Mas hoje, no mesmo dia da abertura do nosso Congresso, tivemos uma notícia muito importante para a luta por melhores condições de trabalho para a nossa categoria e para a nossa valorização profissional. Hoje, 6 de agosto, a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) reapresentou nosso projeto no Senado, e agora ele tramita como PL 513/2015”.

 

Honra, verdade e coragem para defender a democracia

 

Refletindo um pouco do que foi o debate ao longo do primeiro dia do Congresso, o presidente da Fenafar fez uma breve reflexão sobre “a nossa responsabilidade neste momento que estamos vivendo hoje no Brasil e no mundo. A humanidade enterrou há 70 anos o projeto de uma força política que se alimenta do preconceito, da lei da força e não da força da lei”, afirmou se referindo ao fascismo de Hitler. Mas, alertou, “esse pensamento, essa ideologia, ressurge hoje de forma assustadora. Por isso, esse cuidar bem das pessoas, presente no slogan do nosso Congresso, por isso resgatar a solidariedade, a centralidade do trabalho, temas que estão no centro dos debates do nosso 8º Congresso”.

 

Ronald dos Santos finalizou referindo-se ao presidente boliviano, Evo Morales. “Um índio que se baseia em três valores que me inspiram – ser honrado, não mentir e não ser frouxo. Os três princípios da tribo Aimará. É disso que precisamos para enfrentar a turbulência que estamos atravessando. Não podemos fazer concessão à intolerância, ao ódio e ao preconceito. Temos que sair daqui com essa mensagem, voltar para nossos estados e ir para as ruas para enfrentar essa luta! E nosso encontro nas ruas é no próximo dia 20 de agosto!”.

 

Publicado em 07/08/2015