Fenafar cobra investigação de professora que desligou orientandos por questões políticas

A Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) encaminhou nesta sexta-feira, 4 de novembro, ofício ao Reitor da Universidade Federal do Amapá, (Unifap) Professor Doutor Júlio César Sá de Oliveira manifestando a preocupação em relação a fato ocorrido naquela instituição onde, uma professora informou por meio de mensagem eletrônica o desligamento de seus orientandos pelo fato de eles serem “esquerdistas”. A matéria com o título: “Docente bolsonarista da Unifap recusa alunos lulistas”, foi veiculada no sítio UOL.

No ofício ao reitor, a Fenafar afirma que a professora prestou um desserviço ao País, de modo inaceitável. “Causou-nos grande preocupação e até mesmo sentimento de revolta ao tomarmos conhecimento da matéria onde a Professora Sheylla Susan de Almeida faz declarações absurdas sobre desligamento de seus orientandos.” diz o ofício.

Segundo a matéria do UOL, a professora direcionou a seguinte mensagem a dois alunos: “Procurem outro professor para orientar vocês. Amanhã entregarei a carta de desistência da orientação de vocês. Não quero esquerdistas no laboratório. Portanto, sigam a vida de vocês, e que Deus os abençoe”, escreveu. 

A docente pediu ainda que sua posição fosse compartilhada com outros estudantes que fossem petistas. “Se tiver mais algum esquerdista, que faça o favor de pedir desligamento. Ou estão comigo ou contra mim.”

No ofício a Fenafar exige que o fato seja investigado e que medidas sejam tomadas: “Tomamos conhecimento do pedido de desculpas da referida professora. Esperamos que seja verdadeiro. Porém, essa atitude não pode impedir o andamento de uma investigação aprofundada do fato para tomada das providências cabíveis, pelos órgãos competentes, em respeito aos alunos, à educação e à democracia brasileira.” 

A Federação destaca ainda um outro trecho da referida matéria do UOL onde a professora coloca-se negando a importância da vacina, compartilhando uma postagem na qual diz que as máscaras, lockdown e vacinação “não resolveram”. 

“Soa muitíssimo estranho quando uma pesquisadora se manifesta publicamente contra a vacina da Covid, pois são em institutos como Butantan, Fiocruz, UFMG entre outros, onde pesquisadores farmacêuticos e farmacêuticas estão desenvolvendo novas vacinas anticovid para salvar vidas neste País.”

Por fim, o ofício da Federação, assinado pelo presidente, Fábio Basílio, solicita à Reitoria, que acompanhe o caso através dos canais e não permita que situações semelhantes voltem a acontecer. 

“Não permita que condutas movidas por preferências políticas partidárias pessoais e eivadas de desinformação, sem embasamento científico, sejam defendidas por pesquisadoras/professoras de uma instituição de ensino e pesquisa. Definitivamente, não se trata de uma opinião ou preferência pessoal. Trata-se de ensino e pesquisa, custeados com dinheiro público.” conclui o ofício.

Josemar Sehnem – Fenafar
Foto reproduzida do UOL