Bolsonaro deverá revogar política de ajuste real do salário mínimo

Mansueto Almeida, atual Secretário do Tesouro de Michel Temer e que será mantido por Bolsonaro,  ignora os benefícios da política salarial construída nos últimos anos pelo governo e o movimento sindical e considera que o salário recebido por 50 milhões de brasileiros é “caro demais”.

 

 

O salário mínimo deve sofrer um duro golpe do governo Jair Bolsonaro, como indicou o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, que admitiu acabar com a sua atual política de valorização. Os bolsonaristas consideram o piso de R$ 954,00 alto demais, e já buscam meios de sacrificar ainda mais o povo em nome do ajuste fiscal.

“Se ele continuar crescendo, a gente tem que ver como financiar isso”, justificou, em entrevista ao Estadão. Atualmente cerca de 50 milhões de brasileiros recebem um salário mínimo por mês.

A lei, em vigor desde 2007, prevê que o salário mínimo seja reajustado conforme a inflação somada ao crescimento PIB de dois anos antes. Estudos mostram que, caso ela não existisse, o salário mínimo atual seria de R$540,00.

Na opinião do economista de Bolsonaro, a política de valorização tem aumentado a renda média do Brasil, o que é errado. “Quem tem produtividade maior precisa ganhar melhor, até como forma de reter trabalhadores”, defendeu.

Almeida ignora que, aliado a outros projetos de desenvolvimento, o ajuste do salário mínimo, da forma como foi instituído por Lula, contribuiu para tirar mais de 36 milhões de pessoas da pobreza, gerou renda e fez a economia crescer De 2002 a 2010, o aumento real do salário mínimo atingiu a marca de 53,67%, chegando a 76,54%, em 2015.

Da redação com agências