Fenafar e Sinfar-SP defendem FURP em audiência na Alesp

Na última quinta-feira, 24/10, o auditório Franco Montoro da Assembleia Legislativa de São Paulo ficou lotado para defender a Fundação para o Remédio Popular (FURP). A audiência pública que reuniu especialistas, sindicatos e parlamentares, contou com a participação da diretora da Regional Sudeste da Fenafar, Ana Claudia Silva Navarro, também diretora do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de São Paulo. 

Também estiveram presentes na audiência a diretora de Relações Internacionais da Fenafar e diretora do Sinfar, Gilda Almeida, além dos diretores do sinfar Deodato Rodrigues, Bruno Fernandes, Fabio Garcia e Hugo de Oliveira. Maria José Martins de Souza, funcionária da FURP há 26 anos e ex-diretora do Sinfar.

A audiência marcou, também, o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da FURP e da Fundação Oncocentro, que será coordenado pela deputada Beth Sahão.

A deputada Beth Sahão, afirmou que “o fato de ter um auditório cheio de pessoas entusiasmadas e com esperança de que o governo do Estado não leve a cabo a destruição da Furp e do Oncocentro já justifica o lançamento desse grupo. Frentes Parlamentares são um importante instrumento de luta, de resistência, de apresentação de propostas, enfim, de ações efetivas que possam buscar objetivos no segmento”, explicou.

A farmacêutica Ana Claudia Navarro, que representou a Fenafar e o Sinfar-SP na audiência, avalia que a iniciativa foi de extrema importância. Ela destaca que o apoio de parlamentares e da Alesp à luta contra a extinção da FURP é essencial, e conta que os parlamentares ficaram sabendo do interesse do governador João Dória em privatizar ou fechar o laboratório através de entrevista que ele concedeu à rádio Bandeirantes.

A participação de funcionários da FURP, especialistas em saúde pública, da coordenadora do curso de Farmácia da Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade de São Paulo, Dra. Primavera, e representantes dos trabalhadores e da categoria farmacêutica foram fundamentais para apresentar aos deputados da Assembleia o que representa a FURP para a Saúde Pública não apenas do Estado de São Paulo, mas para todo o Brasil.

Ana Claudia, que atua como farmacêutica em posto de saúde, exemplifica que muitos dos medicamentos dispensados no SUS são produzidos na FURP. “O DIU que a gente coloca nas mulheres nos postos de saúde é produzido pela FURP, a penicilina que ficou em falta no país. Vai ser uma perda para a Saúde Pública, estamos falando de vidas”, exemplifica.

Em sua participação na audiência, a representante da Fenafar e do Sinfar destacou a importância da FURP – maior laboratório público da América Latina, para a saúde pública. “É na FURP que se produz, com exclusividade, inúmeros medicamentos para doenças negligenciadas e, que se forem interrompidos, não haverá interesse econômico para os laboratórios privados produzirem. Se parar a produção muitos pacientes ficarão desassistidos, não há tempo hábil para substituir essa produção em larga escala no país”, alerta.

Ana Cláudia destacou que ao longo do ano de 2018, nos seminários preparatórios para a 16ª CNS — organizados pela Fenafar e pela Escola Nacional dos Farmacêuticos — e que culminaram no 8º Seminário Nacional de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica, inúmeras propostas e resoluções apontaram para o fortalecimento dos laboratórios públicos para defender a soberania brasileira na produção de medicamentos.

A deputada Beth Sahão também foi enfática ao destacar que a Saúde não é um negócio. “É sempre bom lembrar que saúde não é mercadoria, é bem-estar para a população, e isso precisa ser tratado com dignidade”, concluiu.

O senador Major Olímpio (PSL) também compareceu ao lançamento da Frente e esclareceu o porquê defende a continuação dos trabalhos pela Fundação Para o Remédio Popular. “Precisamos abrir os olhos sobre o que pode acontecer por conta da ganância e especulação empresarial. É preciso saber quais laboratórios de remédios estão verdadeiramente interessados em que o Estado de São Paulo deixe de produzir medicamentos.”

Da redação
Publicado em 29/10/2019