Ronald Ferreira dos Santos: Saúde é direito de todos e dever do Estado

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, não poupa mais palavras quando se trata de abrir mão do Sistema Único de Saúde (SUS) do país. Em entrevista neste final de semana em evento nos Estados Unidos reclamou dos médicos que solicitam exames, que dão resultado normais. Barros disse ainda que “A integralidade não pode ser o ‘tudo do SUS para todos’. O presidente do Conselho Nacional de Saúde e da Federação Nacional dos Farmacêuticos, Ronald Ferreira dos Santos condenou as palavras do ministro.

“As declarações do ministro simbolizam uma visão gerencialista pré-constituição de 88 que entende a saúde como apenas o oferecimento de um produto quando, na verdade, nós contratamos na Constituição de 88 que saúde é um direito da população e não se resume a um oferecimento de procedimentos. Essa é a grande disputa hoje entre a saúde como direito e não como um produto que o mercado pode oferecer”, afirmou Ronald dos Santos (foto), presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Em outras palavras, o ministro defende a restrição do acesso da população ao SUS. Atendimento básico, acesso a procedimentos ambulatoriais e cirúrgicos e medicamentos disponíveis para todos são serviços que movem o serviço de saúde pública gratuito, universal e integral.

Manifesto divulgado na sexta-feira (7), dia mundial da saúde, denunciou que o governo brasileiro que deveria financiar os investimentos públicos em saúde tem se afastado da responsabilidade. A declaração de Barros confirma o teor do manifesto em defesa do SUS.

Entre as iniciativas do CNS foi relançada, também na última sexta, a Frente Nacional em defesa do SUS que tem por objetivo reafirmar os princípios do sistema universal, gratuito e integral.

“O Conselho tem tomado inúmeras iniciativas em torno de reafirmar o modelo de atenção à saúde entendida como um direito e não como um conjunto de pacotes e serviços oferecidos para a população. O tripé constituição da promoção, proteção e recuperação são partes indissociáveis do direito à saúde. Não é o oferecimento de uma cesta de produtos para a população”, concluiu Ronald.

Fonte: Vermelho
Publicado em 11/07/2017