PE: Audiência de Mediação com Sincofarma não chega a consenso

A audiência de mediação, realizada na manhã desta quarta-feira, 28, na Procuradoria Regional do Trabalho de Pernambuco, sobre a CCT dos farmacêuticos que atuam no setor de farmácias e drogarias, não avançou. Não houve consenso entre o Sinfarpe e os representantes do patronato, que insistiram na flexibilização da jornada de trabalho, negada pelo sindicato dos trabalhadores. “Não vamos abrir mão das 30 horas”, enfatizou a presidente Veridiana Ribeiro.

 

Para justificar a flexibilização, os representantes do Sincofarma e Fecomércio, respectivamente, Ozeas Gomes e José Almeida, alegaram que não tinham farmacêuticos suficientes para atender a demanda e que a jornada de 44 horas, para um salário de R$ 2.700,00, era justa e iria contribuir para a saúde dos farmacêuticos, evitando que eles acumulassem mais de um emprego. Neste ponto, o sindicato foi incisivo e disse que a intenção deles é de fato adequar a carga horária de acordo com o funcionamento dos estabelecimentos, de modo a reduzir as contratações.

A presidente do Sinfarpe lembrou que os salários em Pernambuco estão entre os piores da federação e o patronato mais uma vez citou a Paraíba e outros estados vizinhos como comparativo. O Sinfarpe mostrou os salários pagos em Minas Gerais, o Distrito Federal e Goiás como resposta. Os representantes dos patrões pediram então que o Sinfarpe apresentasse uma proposta de salário adequada para as 44 horas, o que não foi aceito por Veridiana. “O sindicato jamais aceitaria uma carga horária dessas”, comentou. O patronato pediu ao Sinfarpe que apresentasse uma proposta razoável de salário para as horas defendidas pelas empresas. Veridiana propôs um salário de R$ 3.500,00 para uma jornada de 40, mas adiantou que tal proposta teria que ser levada antes para a categoria decidir se aceitaria ou não.

Já que não houve consenso, o Sinfarpe propôs que as discussões atuais fossem deixadas para o próximo ano, e que para 2016 fosse aplicado o reajuste salarial de acordo com o índice inflacionário, o qual deverá incidir também sobre o Vale Transporte e Vale Alimentação, para todos os profissionais, independente da carga horária e faixa salarial. A proposta pegou o patronato de surpresa, visto que não havia sido apresentada ainda, mas o advogado da Fecomércio adiantou que neste momento em que o país está passando, será difícil oferecer este aumento.

Participaram da audiência, o procurador do Trabalho Rogério Sitônio Wanderley, a presidente do Sinfarpe, Veridiana Ribeiro, e o advogado da entidade sindical, Josenildo Araújo. Representando o Sincofarma, Ozeas Gomes da Silva e a advogada Márcia Maria Albuquerque da Silva. O advogado José Almeida participou da audiência representando a Fecomércio. Presente ainda, o farmacêutico Leonardo Barros, acompanhando o Sinfarpe.

Fonte: Sinfarpe