Sinfaerj e trabalhadores da Saúde na luta em defesa do SUS no Rio.

O Sindicato dos Farmacêuticos do Rio de Janeiro, com apoio da Federação Nacional dos Farmacêuticos foi uma das entidades protagonistas do movimento que denunciou e buscou caminhos para enfrentar a grave crise da saúde pública na capital do Rio de Janeiro.

Nas últimas semanas, uma importante mobilização da sociedade carioca, em particular dos trabalhadores e trabalhadoras do SUS no Rio de Janeiro contra as políticas de desmonte da saúde promovidas pelo prefeito Marcelo Crivella agitou a cidade. Manifestações, paralisação dos trabalhadores e um intenso processo de discussão mostrou a importância dos sindicatos e da existência de um movimento social forte na luta em defesa dos direitos sociais e trabalhistas.

Leia Também: Farmacêuticos e profissionais de saúde fazem greve no Rio

O vice-presidente do Sinfaerj, Leonardo  explica que essa crise teve um forte impacto na categoria farmacêutica. “Muitos colegas ficaram sem salário e alguns sem perspectiva de melhora na saúde. Alguns colegas começaram a entrar em contato comigo falando da situação que se desenhava e então nós integramos o grupo de todos os sindicatos e participamos intensamente da mobilização, como nunca nenhum Farmacêuticos tinha visto. A classe estava desacreditada no Sindicato mas a nova gestão abraçou a causa e o resultado disso foi o sucesso no tribunal e Farmacêuticos se associando ao sindicato por acreditar na nova gestão”.

Isso porque por decisão da Justiça do Trabalho o prefeito Crivella foi obrigado a “pagar os salários atrasados de outubro, novembro, primeira parcela do 13º e benefícios na Justiça praticamente encerrando no dia 19/12. Mas ainda existem pessoas que faltam receber 13º e ou benefícios. E, caso a segunda parcela do 13º não seja paga a categoria retorna a greve no próximo dia de trabalho, pois o acordo previu retorno ao trabalho 24h depois dos recebimentos alvo do processo”.

Apesar da vitória parcial, reconhecida em nota assinada pelo conjunto dos sindicatos e organizações que estão à frente da mobilização em defesa da Saúde no Rio, na sexta-feira, dia 20, “os trabalhadores foram surpreendidos com informações sobre a prefeitura do Rio de Janeiro estar retirando algumas Organizações Sociais que estavam responsáveis pela gestão das unidades de saúde. Com isso, ocorreu uma demissão em massa, sem contar que a maioria dos profissionais não farão parte da Rio Saúde pois já vem uma redução de número de profissionais e os que fizerem vão provavelmente ter seus salários reduzidos”, lamenta Leonardo, que alerta sobre a necessidade de ainda ter maiores informações sobre esse processo.

Leonardo avalia que o processo de negociação com a prefeitura tem sido muito difícil. E todo esse cenário é desgastante para a população e para os trabalhadores.

No entanto, essa crise mostrou a importância da organização sindical. E, em particular no caso do Sinfaerj, foi fundamental para reconquistar a confiança da categoria no sindicato. “Sem dúvida nenhuma, a imagem ruim que se tinha do Sinfaerj passado ficou para trás. São inúmeros depoimentos públicos de apoio ao novo jeito de tratar a categoria, além dessa luta ter impulsionado o sindicato, nos colocou bastante animados para lutar ainda mais para resolver as questões da categoria.

Abaixo, a nota publicada pelos sindicatos do Rio de Janeiro.

Tivemos uma importante Vitória em defesa do Sistema Único de Saúde.

O Rio de Janeiro mostra uma importante lição: todos precisamos do SUS! Sem ele, sofremos.

Nós,  população e trabalhadores, juntos, fizemos a diferença.

Mas há outras lições: participar de sindicatos pode fazer a diferença entre o calote e a obtenção de direitos.

Sindicatos têm sido bastante atacados, nos últimos anos. Esse movimento, no entanto, provou que termos sindicatos envolvidos com suas bases, com atuação e apoio jurídico, é uma necessidade.

Hoje, os sindicatos são fortes se as pessoas se sindicalizam. A filiação é, praticamente, a única fonte de recursos para sustentar os sindicatos. Há despesas! Contratar advogados, dar suporte à categoria, manter o funcionamento regular.

Busque seu Sindicato. Filie-se! Mesmo que não concorde com a atual gestão, ao se filiar você poderá participar das eleições e mudar. É, se concordar, tornará o Sindicato mais forte.

Não tem Sindicato? Busque seus companheiros de trabalho, organizem coletivos. É um importante passo.

Parabéns pela luta:

SINFAERJ – Farmacêuticos 
SINERJ – Nutricionistas
SINDENF RJ – Enfermeiros
SINMED RJ – Médicos 
SATEMRJ – Técnicos de Enfermagem
SASERJ – Assistentes Sociais
SINFITO – Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais
Coletivo de Agentes Comunitários de Saúde do RJ
Associação de Musicoterapeutas do RJ
Coletivo de Saúde Bucal
Coletivo de trabalhadores dos Serviços de Residências Terapêuticas 
Coletivo de trabalhadores administrativos das OSs
CUT – Central Única dos Trabalhadores
CSP Conlutas
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

Apoios:

SINTSAUDE RJ
SINDIPETRO

Da redação