Conquista do voto feminino é comemorada com ampla agenda de luta

A conjuntura em 2017, desde os seus primeiros dias, sinaliza para um ano de ampla disputa política em defesa de um projeto de nação. Denominada como a primeira grande manifestação deste ano, o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, galvanizou diferentes forças em torno de um objetivo: barrar o projeto que objetiva acabar com direitos consagrados, dizer não às reformas da Previdência e Trabalhista e reafirmar o combate a violência contra a mulher.

 

Na última sexta-feira (24), as mulheres de todo o Brasil reafirmam sua mobilização para esse dia ao comemorar o Dia da Conquista do Voto Feminino, que em 2017 completa 85 anos. Foi nesta data, que as mulheres adquiriram o direito de votar, em nível nacional, no Brasil, a partir de 1932, com o Código Eleitoral Provisório, aprovado durante o governo de Getúlio Vargas.

Para a secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CTB, Ivânia Pereira, essa data tem uma simbologia de alta importância, especialmente, quando se trata da luta pela ampliação da presença da mulher nos espaços de poder e decisão.

Ela destaca que a data marca o reconhecimento da cidadania das mulheres. “Durante muito tempo fomos consideradas cidadãs de segunda categoria. Toda a luta do movimento sufragista colocou a participação das mulheres em outro patamar”, destacou a dirigente, que também compõe a direção nacional da União Brasileira de Mulheres (UBM).

Mais vale o que virá

Para Ivânia há muito o que comemorar, porém, ainda há muitos e grandes desafios a serem superados pelas mulheres. “A atual conjuntura que vive o Brasil, especialmente, pós-impeachment da primeira presidenta do Brasil [Dilma Rousseff], nos cobra ainda mais energia para enfrentar as forças conservadoras que não aceitaram o pequenos avanços e conquistas dos últimos 15 anos”.

E completou: “Precisamos avançar ainda mais nessas conquistas. Sobretudo no que se refere à ampliação da participação da mulher nos espaços de poder e de decisão. Mesmo comemorando 85 anos do voto, ainda sofremos com a sub-representação. Uma realidade que precisa mudar, pois somos a maioria nos colégios eleitorais e a minoria nos espaços de poder”, lembrou.

8 de Março

De acordo com informações das entidades que compõem a organização do 8 de Março, a grande marcha das mulheres urbanas e rurais pelo Brasil reafirmará sua luta contra a violência e pela emaciação, mas também somará força aos demais movimentos sociais e sindical contra o desmonte da Previdência Social e a reforma Trabalhista.

Em entrevista, Maria das Neves, diretora da UJS Feminista, destacou que “ainda estaremos no clima do carnaval e a irreverência e o protagonismo feminino devem contagiar a UJS e tomar as ruas. Iremos organizar vários blocos de carnaval, com baterias feministas, fantasias e confetes”, afirmou.

A jovem feminista ainda sinalizou que “em 2014 a UJS reafirma a centralidade da luta das mulheres para nossa organização e convoca o conjunto da sua militância para realizar no dia 8 de março, de norte a sul do Brasil, o lançamento oficial do 17° Congresso da entidade intitulado ‘Amar e mudar as coisas’. Convocamos todas as jovens mulheres brasileiras a ingressarem nas fileiras da UJS. Temos o desafio de filiar meio milhão de jovens na UJS. E que metade seja composta por mulheres!”.

Fonte: CTB