Discurso de abertura da presidente da Fenafar, Célia Chaves, no 7º Congresso

Discurso de abertura da presidente da Fenafar, Célia Chaves, no 7º Congresso

Senhoras e Senhores delegados e convidados. Ao convocarmos este 7º Congresso da Federação Nacional dos Farmacêuticos, definimos que o tema central dos debates que seriam realizados previamente, nos Estados, e também agora na etapa nacional seria “Valorizar o Trabalho do Farmacêutico contribui para a Saúde e o Desenvolvimento do Brasil”.

 


 

Para nós, que sempre lutamos para que o Brasil construísse um sistema de saúde pública de qualidade, o debate do papel do farmacêutico e a luta para que a sociedade nos reconheça como profissional de saúde estão indissociavelmente ligados a toda e qualquer iniciativa para valorizar o nosso trabalho.

 

Estamos cientes de que, num mundo marcado por uma profunda crise econômica, é tarefa de primeira grandeza para o movimento sindical colocar no foco de todo debate político, econômico e social a centralidade do trabalho como fator preponderante para impulsionar o crescimento, dinamizar a economia e reduzir as desigualdades ou, pelo menos, evitar seu aprofundamento.

 

Nos momentos de crise, os grandes conglomerados econômicos e os países mais ricos fazem de tudo para reduzir seus prejuízos. E como na natureza nada se cria, tudo se transforma, eles promovem seus pacotes de maldades para transformar as suas dívidas privadas em dívidas públicas, para transferir suas perdas para os trabalhadores, iniciando um círculo viciado que gera mais crise e maior desigualdade.

 

O Brasil, que desde 2003 vive uma nova etapa política – com forças sociais comprometidas com o desenvolvimento, com a soberania nacional e a geração de emprego e renda para a população – precisa ser ousado para impedir que esta crise contamine nossa economia.

 

Ousado para fazer grandes investimentos na indústria nacional, para prover de recursos os serviços públicos essenciais como a Saúde e a Educação e ter olhos cravados no futuro para garantir que nossa nação cresça em sintonia com a modernidade.

 

Nós, farmacêuticos, nos sentimos partícipes deste processo de mudanças que vive o nosso país. A Fenafar contribuiu amplamente com as discussões sobre os rumos que o Brasil precisaria trilhar para ter um novo projeto nacional de desenvolvimento, que rompesse com as amarras neoliberais dos anos 90.

 

Parte de nossas lutas mais emblemáticas tem relação com este debate. Posso citar, aqui, a luta contra a Lei de Patentes nos anos 90 e mais recentemente nossa luta contra o dispositivo das patentes pipeline. A luta em defesa do SUS e contra uma visão privatista da saúde e, nesse contexto, podemos situar a nossa campanha em defesa da farmácia como estabelecimento de saúde, que tem como um de seus eixos deixar de ver o medicamento como mera mercadoria ou a farmácia como uma loja de conveniência.

 

Nesta gestão da Fenafar, que se iniciou em agosto de 2009, tivemos a histórica eleição de uma mulher para presidir a nossa República e pudemos comemorar algumas iniciativas importantes do governo no campo da saúde e da assistência farmacêutica. Mas, também, lamentamos alguns retrocessos, como o retorno dos medicamentos isentos de prescrição às gôndolas, o que impacta negativamente na luta para que a população faça uso racional do medicamento.

 

Intensificamos nossas campanhas pela redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais e pela aprovação de um piso salarial nacional para a nossa categoria. Essas são lutas fundamentais para termos maior valorização profissional.

 

Nós depositamos muitas expectativas nos debates que estão em curso em nosso Congresso. Compreendemos que é momento de definirmos estratégias de ações coletivas para alcançarmos essas conquistas. Precisamos de unidade entre sindicatos, federação, conselhos, estudantes, enfim, de todos os farmacêuticos para levarmos adiante estas lutas e colocá-las em outro patamar.

 

Desejamos um proveitoso congresso a todos!