Com solenidade representativa, Fenafar faz a abertura de seu 7º Congresso

Com uma mesa representativa composta por entidades do movimento farmacêutico, do movimento sindical, e de personalidades do Estado de Santa Catarina deu-se a abertura do 7º Congresso da Fenafar, do 5º Simpósio Nacional de Assistência Farmacêutica e do 3º Encontro Nacional dos Farmacêuticos no Controle Social da Saúde, na noite desta quinta-feira, 09 de agosto.


 

por Renata Mielli, de Florianópolis 

Presentes no evento delegações dos Sindicatos de Farmacêuticos do Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Além destas delegações, enviaram representação os sindicatos do Rio de Janeiro, Goiás, Roraima e Rio Grande do Norte e associações dos Farmacêuticos de Alagoas.

 

Entre os convidados para a abertura estiveram presentes o Conselho Federal de Farmácia, representado por seu presidente Walter da Silva Jorge João, Nivaldo Santana da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Norberto Rech, gerente geral de medicamentos da Anvisa, representando também o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, Fernanda Mazzini, presidenta do Sindicato dos Farmacêuticos de Santa Catarina, Hortência Tierling, presidenta do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina, a deputada estadual Angela Albino representando a Assembleia Legislativa, Jamil Assereuy Filho, pró-reitor de pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina, Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente da CNTU – Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados, Ademir Valério Silva, presidente da Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais – Anfarmag e Eric de Castro Tobaruela, coordenador de comunicação da Enefar – Executiva Nacional dos Estudantes de Farmácia.

 

Ao fazerem sua saudação, os convidados ressaltaram o importante papel que a Fenafar têm cumprido no cenário político, lutando em defesa do SUS e defendendo a valorização da profissão farmacêutica.

 

“O Conselho Federal de Farmácia vê a Fenafar como uma entidade altamente consolidada, comprometida com o SUS e com os profissionais de Saúde, e nós estamos aqui para demonstrar esse reconhecimento”, ressaltou Walter Jorge João, presidente do CFF. Ele ressaltou que “a profissão farmacêutica tem pressa, por isso, precisamos da união de nossas entidades para alcançarmos conquistas para a nossa profissão”.

 

O presidente da CNTU lembrou as importantes contribuições que a Fenafar tem dado aos debates da Confederação e a construção dos seminários que culmiram na plataforma por Um Brasil Inteligente. “É um orgulho para nós ter a Fenafar no nosso quadro de filiadas”, afirmou Murilo.

O representante da Enefar destacou a necessidade de se aprofundarem, cada vez mais, os laços entre o movimento sindical e o movimento estudantil. Quebrando o protocolo, iniciou sua saudação perguntando quantos dos presentes tinham participado do movimento estudantil quando estavam na universidade. A maioria da plateia levantou a mão mostrando, como constatou em seguida Eric de Castro, “a importância do movimento estudantil de farámcia para a construção da profissão farmacêutica e na luta pela defesa da saúde”.

 

“Eu represento os colegas que acreditam no fabrico do medicamento pelo processo magistral, eu acredito que nós estamos construindo uma farmácia de fato, aonde o profissional sai satisfeito pro ter desenvolvido o seu trabalho de forma mais humana. Não tenho dúvida que o farmacêutico é imprescindível e que ele é o profissional de saúde mais disponível para a população. Por isso, espero dar a minha contribuição para que a sociedade reconheça o conteúdo do trabalho que nós desenvolvemos”, disse Ademir Valério, presidente da Anfarmag.

 

A deputada Angela Albino fez referência a presença majoritária de mulheres na mesa de abertura, saudando a luta das mulheres em defesa da Saúde e da profissão farmacêutica. O diretor da Anvisa, também representando o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também ressaltou a presença feminina “essas mulheres estão nesta mesa porque contribuiram para a construção de um pensamento avançado sobre a saúde no Brasil”. Norberto Rech, que já presidiu a Fenafar, lembrou que os congressos da federação “não é só para a escolha de uma nova diretoria, mas um espaço para a articulação e elaboração de políticas para a nossa profissão. É no ambiente democrático da Fenafar que se construíram muitas das políticas de Assistência Farmacêutica em curso no nosso país”.

 

As duas anfitriãs do evento, Hortência Terling e Fernanda Mazzini destacaram a importância da realização do congresso da Fenafar em Santa Catarina e salientaram a necessidade de união dos sindicatos e de todas as entidades farmacêuticas na luta pela redução da jornada de trabalho e pelo piso salarial nacional.

 

A presidenta da Escola Nacional dos Farmacêuticos, Silvana Nair Leite, ressaltou a iniciativa em se realizar conjuntamente o Simpósio Nacional de Assistência Farmacêutica, o Encontro Nacional dos Farmacêuticos no Controle Social da Saúde e o Congresso da Fenafar. “Esses eventos conjuntos vem se constituindo num importante espaço de debate e elaboração de políticas”, afirmou. Ela chamou a atenção para a necessidade de “fazermos valer nossa participação no controle social para termos uma intervenção concreta na construção, execução e avaliação das políticas de saúde e é isso que estes eventos têm construído”, avaliou.

 

Encerrando a abertura do evento, a presidenta da Fenafar, Célia Chaves, disse que o tema deste 7º Congresso reflete a atuação dos farmacêuticos, que sempre lutaram para que “o Brasil construísse um sistema de saúde pública de qualidade”. Por isso, “o debate do papel do farmacêutico e a luta para que a sociedade nos reconheça como profissional de saúde estão indissociavelmente ligados a toda e qualquer iniciativa para valorizar o nosso trabalho”, afirmou.

Leia na íntegra o discurso da presidenta da Fenafar, Célia Chaves, na abertura do 7º Congresso.

Célia falou da crise econômica internacional e da necessidade de o governo adotar medidas ousadas para evitar que o país seja contaminado com a crise. “Estamos cientes de que, num mundo marcado por uma profunda crise econômica, é tarefa de primeira grandeza para o movimento sindical colocar no foco de todo debate político, econômico e social a centralidade do trabalho como fator preponderante para impulsionar o crescimento, dinamizar a economia e reduzir as desigualdades ou, pelo menos, evitar seu aprofundamento”.

 

A presidenta da Fenafar reafirmou o compromisso da entidade com a luta pela redução da jornada de trabalho, pela aprovação do piso salarial nacional e com a campanha para que a farmácia seja efetivamente transformada em um estabelecimento de saúde e, neste sentido, lamentou o retorno dos medicamentos isentos de prescrição para as gôndolas “o que impacta negativamente na luta para que a população faça um uso racional dos medicamentos”.

Ao final, desejou a todos um proveitoso congresso e também sublinhou que “é momento de definirmos estratégias de ações coletivas para alcançarmos essas conquistas. Precisamos de unidade entre sindicatos, federação, conselhos, estudantes, enfim, de todos os farmacêuticos para levarmos adiante estas lutas e colocá-las em outro patamar”.