Atos no Dia Mundial da Saúde destacaram a bandeira Mais Direitos, Menos Depressão

Na última sexta-feira, 07 de abril, ativistas se manifestaram em todo o país para chamar a atenção de como a perda de direitos sociais e trabalhistas pode levar ao adoecimento e à depressão, tema do Dia Mundial da Saúde, comemorado em todo 7 de abril. A Fenafar marcou presença nas atividades.

Em Brasília, os integrantes do Conselho Nacional de Saúde se concentraram na Rodoviária do Plano Piloto de Brasília, para lançar a campanha em diálogo com a sociedade. “Se o trabalhador não está bem no emprego, se o salário não dá para ele cumprir com as obrigações, ele fica preocupado, fica triste, e pode acabar sofrendo uma depressão”, observou, na rodoviária, Clayton Bento, 50 anos, fiscal de tráfego de uma empresa de ônibus.

O que Clayton diz é, justamente, a mensagem central da campanha do Conselho Nacional de Saúde: a de que o estado de saúde de uma pessoa é resultado de um conjunto de determinantes sociais como emprego, salário, aposentadoria, lazer e outros direitos.

Segundo estimativa da OMS, cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão. No Brasil, o mal atinge 11,5 milhões de pessoas (5,8% da população). O país tem o segundo maior índice no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, onde 5,9% dos americanos têm a doença.

A ação do CNS na Rodoviária de Brasília foi marcada também pelo ato de relançamento da Frente em Defesa do SUS (ABRASUS), que reúne conselhos de Saúde, entidades representativas, movimentos sociais, parlamentares e a sociedade civil organizada.

Leia o documento ABRASUS.

A frente tem como principal mensagem a de que o Estado deve cumprir com sua obrigação constitucional de investir no SUS para, dessa forma, garantir à população o direito de acesso universal aos serviços de saúde de que ela necessita. Serviços de qualidade, com equidade, integralidade e em tempo adequado, levando em consideração questões culturais, de raça/cor/etnia, orientação sexual, identidade de gênero e geração.

A frente também pretende reforçar, por meio das medidas políticas e judiciais cabíveis, duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI-5633 e ADI-5658) que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF).

Essas ações questionam a constitucionalidade de dispositivos da Emenda Constitucional 95/2016, que congela os gastos da União por 20 anos e, assim, agrava o histórico quadro de subfinanciamento do SUS e atinge também outras importantes políticas públicas.

Durante o ato na Rodoviária, conselheiros nacionais de saúde e funcionários do CNS distribuíram abraços a motoristas e passageiros. Eles também conversaram com as pessoas sobre a necessidade de mobilização popular contra os retrocessos que estão acontecendo na Saúde, na Previdência, nas leis trabalhistas, na Educação e em outras áreas vitais.

“O abraço que estamos dando nas pessoas é para mostrar a elas que esse retrocesso atinge todos nós. Que a perda do emprego, do salário e da dignidade pode provocar depressão. Então devemos estar unidos para pressionarmos a classe política pela garantia dos direitos que duramente conquistamos na Constituição”, afirmou Ronald Santos, presidente do CNS.

Pelo Brasil

 

Em São Paulo, os diretores do Sindicato dos Farmacêuticos, Dr Deodato Rodrigues Alves, diretor de assuntos jurídicos e Ana Claudia Silva Navarro,

 diretora de questões da mulher farmacêutica, se concentraram na Praça Ramos, onde as entidades de saúde se reuniram para lancçar a campanha.

Em Salvador, as entidades se concentraram na Praça da Piedade. Várias entidades do movimento sindical e de juventude e do movimento popular marcaram presença. A diretora de mulheres da Fenafar, Soraya Amorim falou sobre os desmontes das políticas e como isso vai aumentar os casos dá depressão. Ela falou, também, do  fechamento da farmácia popular e citou a campanha da OMS e as ações do CNS em relação ao tema. “A depressão acomete muito mais as mulheres por serem mais vulneráveis a todos os tipos de violência. Por isso temos que nos mobilizar para participar da Conferência de Saúde das Mulheres, temos que defender o SUS, pois as mulheres são as maiores usuárias desse sistema”, disse Soraya no ato.

Na capital de Santa Catarina, Florianópolis, as entidades também foram às ruas para dialogar com a população.O SindFar/SC participou da ação para mostrar a importância de previnir a doença e lutar contra as reformas que adoecem a população trabalhadora, como a reforma previdenciária e o desmonte do SUS. A ação ocorreu no Terminal Central (Ticen) de Florianópolis.

Da redação com informações do CNS