Como os estudantes e a categoria farmacêutica vem lutando pelo Uso Racional de Medicamentos

Nacionalmente existe a Campanha 5 de Maio: Pelo Uso Racional de Medicamentos “em que os/as estudantes de farmácia vão à luta pela saúde. É uma oportunidade de demonstrar à população a importância do profissional farmacêutico na promoção do uso correto de medicamentos e aprender a ser um profissional socialmente comprometido.”

 

 

“A campanha além de orientar diretamente a população quanto ao uso correto de medicamentos tem como objetivos reforçar a importância do profissional farmacêutico, defender a farmácia como estabelecimento de saúde e não como mercado, promover o contato dos estudantes com a população e orientá-la quanto a seus direitos no SUS. A campanha foi criada em 1999, pelos estudantes organizados na Executiva Nacional de Estudantes de Farmácia (ENEFAR) e desde lá vem sendo realizada anualmente em diversas cidades do Brasil.”

O Brasil conta ainda com o Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos (CNPURM) criado em 2007 e redefinido por meio da Portaria nº 834, de 14 de maio de 2013. Possui caráter consultivo e tem por finalidade orientar e propor ações, estratégias e atividades para a promoção do URM no âmbito da Política Nacional de Promoção da Saúde, em consonância com as políticas nacionais de Medicamentos e de Assistência Farmacêutica visando ampliar e qualificar o acesso a medicamentos que atendam aos critérios de qualidade, segurança e eficácia.

Em nosso estado, desde 2014 foi estabelecida por lei a Semana do Uso Racional de Medicamentos a ser realizada, anualmente, no período de 5 a 11 de maio e passando a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Estado do Rio Grande do Sul. De autoria do deputado estadual Valdeci Oliveira (PT), a Lei 14.627/14 foi construída com a participação do Sindifars e do CRF-RS, e tem como finalidade a conscientização da população gaúcha, dos profissionais de saúde e das empresas de propaganda sobre o uso racional do medicamento e os riscos da automedicação. Nesta semana devem ser desenvolvidas ações para conscientizar sobre o uso racional de medicamentos e incentivar estudos e experiências inovadoras na área.

Sindifars na Semana do Uso Racional de Medicamentos em plena pandemia da Covid-19

Os medicamentos desempenham um importante papel na vida das pessoas, pois podem salvar vidas ou ao menos mitigar seus sofrimentos. Entretanto, todo medicamento também pode trazer de leves desconfortos a reações mais graves e nocivas e eventualmente levar a óbito.

Para equalizar esta situação é indispensável que o medicamento seja utilizado de forma racional.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, há uso racional de medicamentos quando o paciente recebe medicamento para sua condição clínica em dose adequada à sua necessidade individual, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade.

A racionalidade do uso é ainda mais indispensável para os pacientes acometidos da Covid-19 pela inexistência até o momento de medicamento comprovadamente eficaz e pelo fato de que alguns em experimentação apresentam elevada toxicidade e eventual letalidade.

Neste sentido, deve-se considerar a condição clínica do paciente, se ela exige e/ou permite o uso de algum medicamento, se positivo qual ou quais o(s) medicamento(s) seriam os mais apropriado(s), em cada caso, entre as possibilidades terapêuticas disponíveis, e finalmente em que dose e por que período poderiam ser utilizados.

Esta é uma decisão muitas vezes difícil dos profissionais de saúde, prescritores e dispensadores, que tem a responsabilidade de salvar vidas, mas que precisam fazê-lo baseados nas melhores evidências científicas disponíveis, considerando os benefícios que podem ser alcançados sem descuidar dos riscos que a escolha terapêutica poderá causar, em cada um dos pacientes.

Portanto, no caso da Covid-19, consideramos irresponsável a utilização indiscriminada de medicamentos sem comprovação de eficácia para o tratamento, muito menos como profilático, bem como iludir a população de que existe tratamento disponível quando não existe evidências científicas neste sentido.

O Sindifars vem acompanhando os trabalhos clínicos que vêm sendo realizados, bem como as notícias que têm sido difundidas, algumas das quais, sem fundamento técnico ou científico que têm gerado uma verdadeira corrida às farmácias em busca dos mais variados tipos de produtos, desde vitaminas até produtos controlados.

Neste momento é de fundamental importância o papel do farmacêutico como profissional de saúde para orientar a população sobre o uso racional desses e outros medicamentos e, desta forma, contribuir para enfrentarmos esta pandemia protegendo a saúde da população.

Fonte: Sindfars