Reunião da Direção da CTB debate importância da política e do movimento sindical

Reunida em São Paulo, a direção nacional da CTB debate conjuntura, a luta em defesa dos direitos trabalhistas e da organização sindical. Entre os palestrantes convidados, a professora de Direito Econômico do Mackenzie, Lea Medeiros, afirmou:”Quem não participa ou entende a política é governado por quem entende”.

A professora foi palestrante da primeira mesa da 18ª Reunião da Direção Nacional da CTB. Ela criticou a atuação de parte do Judiciário, que se pauta por interesses políticos. Para ela, “juiz não fala fora dos autos, não dá entrevistas” e não atua de forma partidária.

A reunião foi aberta por Adilson Araújo, presidente da CTB. “Vivemos a mais grave crise do sistema capitalista, por isso, é fundamental estarmos reunidos para debater e apontar saídas para o enfrentamento à essa crise”, disse.

Ele citou a recente greve dos professores da rede particular de ensino de Minas Gerais como exemplo de luta. “Foi uma greve vitoriosa porque venceu a reforma trabalhista”. Para Araújo, “a classe trabalhadora precisa resistir a todo custo contra o desmonte do Estado e dos direitos”.

Lea mencionou a Constituição Federal, promulgada em 1988, como o guia para a resistência. O artigo 3º, menciona ela, determina “erradicar a pobreza e não apenas amenizar”. E, para ela, o direito não pode ser um obstáculo à felicidade humana”.

O desembargador do Tribunal Regional do Trabalho – 4ª Região, em Porto Alegre, Marcelo José Ferlin D’Ambroso,  dissecou todos os malefícios da reforma trabalhista de Michel Temer.

Para D’Ambroso, a “reforma trabalhista é inteiramente inconstitucional” porque identifica o direito como mecanismo de forçar a aceitação de leis impostas contra os interesses da classe trabalhadora.

Um dos mecanismos identificados por ele é o de atacar o movimento sindical, para impedir a resistência aos desmandos do projeto neoliberal em curso com o golpe de Estado de 2016. Uma das medidas é o fim do imposto sindical. “Não há liberdade sindical sem contribuição sindical”, diz.

De acordo com o desembargador, “os sindicatos são as principais referências das trabalhadoras e dos trabalhadores para preservar a democracia e o Estado Democrático de Direito”. Portanto, “os sindicatos não podem sofrer ingerência do Estado”.

Para ele, a operação Lava Jato prejudica o país porque paralisou contratos da Petrobras e com isso colaborou com a quebradeira de empresas. “Em dois anos (de governo Temer) estamos num colapso institucional”. Ele vê esperança, no entanto, nas eleições deste ano. “Precisamos de candidaturas fortes de representantes da classe trabalhadora para ver se barramos essa ofensiva neoliberal”.

Para saber mais, acesse o portal da CTB.

Da redação com CTB