MG: Termina sem acordo segunda rodada de negociações com Sincoparam/MG

Depois de uma reunião de mais de três horas, a oferta do sindicato patronal para o reajuste salarial de apenas 8,5% foi recusada pelo Sinfarmig. O índice proposto é bem abaixo da inflação acumulada no período, de 11,07%. A representante do sindicato, Junia Lellis, disse que a entidade vai lutar para ter, no mínimo, o reajuste equiparado ao INPC.

 

“Só quero (queremos) saber do que pode dar certo, não temos tempo a perder”. Aquela conhecida letra de uma música dos Titãs norteou a atuação do Sinfarmig na segunda rodada de negociações dos profissionais que atuam em farmácias, drogarias e distribuidoras, na tarde dessa segunda (11). Depois de quase três horas de argumentações da diretoria do Sinfarmig, os representantes do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Minas Gerais- Sincofarma/MG anunciaram uma oferta de reajuste de apenas 8,5%. O índice abaixo da inflação acumulada no período de 1º de março de 2015 até 28 de fevereiro de 2016, de 11,07%, foi imediatamente recusado pelos farmacêuticos. “Nós representamos milhares de profissionais no Estado e não aceitaremos propostas como esta que não condizem com a responsabilidade de um farmacêutico. A categoria espera um ano por este momento de poder sentar à mesa, negociar e ver as suas reivindicações transformadas em conquistas” argumentou a diretora Júnia Lelis.

A entidade patronal manteve o discurso da crise para justificar a proposta apresentada que não repõe nem as perdas inflacionárias do período e pediu que os farmacêuticos fossem compreensivos. O Sincofarma/MG insistiu na tese de que trabalha pela manutenção dos empregos e que não há como avançar em relação ao aumento real. A diretoria do Sinfarmig contestou mostrando os dados do faturamento do comércio varejista e o recente reajuste dos medicamentos acima da inflação.

Júnia Lelis insistiu na cláusula da obrigatoriedade da conta-salário para os farmacêuticos, que foi uma das mais solicitadas nas assembléias da categoria. Mas o Sincofarma/MG novamente negou o pedido dizendo que a prática poderia engessar a forma de pagamento aos trabalhadores e inviabilizar algumas contratações. O Assessor Jurídico do Sinfarmig, Luciano Marcos, lembrou que a conta-salário não gera custo para o empregador e é uma segurança para o empregado. Além disso, é respaldada pela Portaria MTE n. 3281/84. O Advogado sugeriu ao sindicato patronal que encontre uma alternativa e apresente na próxima reunião de modo a atender essa solicitação.

Sem acordo a entidade patronal solicitou um prazo para estudar nova contraproposta para as reivindicações. Júnia Lélis terminou a reunião enfatizando que o Sinfarmig nunca fechou uma convenção no comércio varejista abaixo do INPC e essa não será a primeira vez. A diretoria aguarda também, uma resposta para outros pontos da pauta como ganho real de 5%, adicional de 10% para o RT, hora extra de 200% aos domingos e feriados e adicional de insalubridade de 20% sobre o salário-base.

Uma nova reunião ficou agendada para o dia 20 de abril, às 10h30, na sede da Federação do Comércio à Rua Curitiba, 561/5º andar, Centro de BH. A negociação coletiva é aberta à categoria e a diretoria do Sinfarmig acredita que a participação dos farmacêuticos pode ser decisiva nesse momento da campanha salarial

Fonte: Sinfarmig