SC: Em nota conjunta, SindFar e CRF reiteram apoio aos municipários em greve na capital

Nesta segunda (13 de fevereiro), as duas mais importantes organizações da categoria farmacêutica do Estado reiteraram seu apoio à luta dos trabalhadores municipais de Florianópolis contra as medidas de arrocho adotadas pelo prefeito Gean Loureiro. Além do SindFar/SC, que já divulgou nota sobre o assunto, o Conselho Rergional de Farmácia de Santa Catarina (CRF/SC) também fortalece a luta dos servidores municipais. Cerca de 50 trabalhadores do município são farmacêuticos. “Suas remunerações muitas vezes são menores que o piso estabelecido, e são justamente as gratificações e demais benefícios que contribuem para tal equiparação”, esclarecem as organizações, em nota.

 

O manifesto também procura questionar as versões do fato repercutidas na imprensa local. “As informações ‘oficiais’ vêm sendo corroboradas pela imprensa, tornando-se quase inquestionáveis por grande parte dos cidadãos (…) A extinção do PCCS, que a Prefeitura prefere nomear como ‘suspensão’, não afeta apenas os servidores, mas tem impactos diretos na população”, diz o documento, produzido após reunião entre farmacêuticos que atuam no serviço municipal e representantes das organizações no dia 07 de fevereiro (foto).

pacote que, entre outras medidas, suspendeu diversos direitos garantidos pelo Plano de Cargos e Salários dos servidores foi encaminhado pelo prefeito apenas dez dias após assumir a prefeitura e aprovado pela Câmara Municipal mesmo após intensa manifestação dos trabalhadores. Entre os grevistas, a decepção é generalizada. “Votei no Gean e jamais esperava que ele fosse desconsiderar a expertise dos servidores que prestam serviços essenciais à população”, afirma um farmacêutico que há mais de uma década atua junto ao município de Florianópolis.

Leia na íntegra o manifesto conjunto do CRF/SC e SindFar/SC.

MANIFESTAÇÃO DE APOIO AOS SERVIDORES FARMACÊUTICOS DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS

A Prefeitura de Florianópolis vem divulgando que o Pacote Floripa Responsável, dito como o “pacote de cortes públicos”, não afetará a saúde da população nem os direitos dos trabalhadores do município. As informações “oficiais” vêm sendo corroboradas pela imprensa, tornando-se quase inquestionáveis por grande parte dos cidadãos. Mas a participação massiva dos trabalhadores do município e a resistência cotidiana dos municipários têm mostrado qual é a verdadeira face do pacote do prefeito Gean Loureiro.

O pacote prevê a extinção do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), além de gratificações, licenças e outros benefícios que são direitos dos trabalhadores. No caso dos farmacêuticos, suas remunerações muitas vezes são menores que o piso estabelecido, e são justamente as gratificações e demais benefícios que contribuem para tal equiparação. A extinção do PCCS, que a Prefeitura prefere nomear como “suspensão”, não afeta apenas os servidores, mas tem impactos diretos na população.

As medidas comprometem o exercício da Assistência Farmacêutica do município, a qual é referência nacional quanto à qualidade e efetividade. Também comprometem a nossa luta histórica conjunta com diversas entidades para o aumento do número de farmacêuticos no SUS. O descaso com o trabalho dos profissionais de saúde precariza o atendimento, os serviços prestados à população e o acesso a exames e medicamentos.

A saúde da população não pode correr mais riscos nem sofrer mais restrições orçamentárias. Reduzir os custos em saúde pode agravar os problemas financeiros do município. Em um ambiente de crise, as pessoas precisam ainda mais de saúde pública, afinal, sem saúde, não podem trabalhar para melhorar a economia.

Estamos unidos na resistência e na luta pela manutenção dos direitos dos trabalhadores e por uma saúde pública de qualidade. Declaramos nosso apoio aos funcionários municipais de Florianópolis em greve e nos colocamos à disposição dos profissionais farmacêuticos para esclarecimentos e articulações.

Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina
Sindicato dos Farmacêuticos