O processo de educação e pesquisa sempre provoca mudanças


A Educação Farmacêutica em Favor da Vida foi o tema da quarta mesa do 10º Congresso da Fenafar. Os palestrantes convidados são Silvana Nair Leite – Coordenadora da ENFar e Diretora de Educação da Fenafar, Ester Dalla Costa do Departamento de Saúde Coletiva, do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UEL e Beatriz de Oliveira Azevedo da Executiva Nacional dos Estudantes de Farmácia. A mediação foi feita pelo Presidente do Sindicato dos Farmacêuticos no Estado da Bahia. Magno Teixeira.

Iniciando sua fala, a Coordenadora da ENFar, Silvana Nair Leite informou sobre a realização de uma pesquisa realizado em 2020 no período inicial da Pandemia de Covid-10. O objetivo naquele momento foi incentivar os participantes a refletir sobre os assuntos que estavam sendo pesquisados. Os dados do “Diagnóstico da Educação farmacêutica em tempo de Covid-19 no Brasil” foram sendo publicados no site da ENFar ao longo do ano de 2020.

Segundo Silvana, os processos de pesquisa não são úteis apenas pelos seus resultados, eles são indutores de mudança, pois provocam a avaliação dos itens que estão sendo questionado gerando ações dos participantes“. O processo de pesquisa sempre provoca uma mudança”

Neste momento a pesquisa está em fase avaliação, buscando identificar qual era a situação antes da pandemia e o que aconteceu de lá prá cá, avaliando a educação farmacêutica dentro do contexto no qual está inserida.

De acordo com a Coordenador da ENfar, tudo que for dito sobre educação farmacêutica no Brasil deve levar em consideração que existem atualmente em todo o pais mais de 800 cursos de farmácia. São cursos isolados, funcionado em instituições de pequeno porte e que não possuem sustentabilidade financeira.

“Estamos aqui discutindo ciência farmacêutica em favor da vida e eu pergunto, que tipo de formação científica nós podemos oferecer para estes estudantes, nessas condições. A qualidade dos cursos é muito questionável”.

Silvana lembra que é do Estado brasileiro, a autoridade para dizer qual instituição tem a capacidade de formar profissionais. E o Estado falha nessa obrigação de garanti par a sociedade que o profissional realmente tenha as qualificações necessárias.

O que caracteriza uma profissão é a capacidade diferenciada, clara e concreta de um determinado profissional em relação as demais pessoas. “Se acessando o google, é possível obter as mesmas informações que se obtém sem precisar de diplomar em farmácia perde-se a características de uma profissão regulamentada”, disse.

“O risco que temos hoje é deixarmos de ter uma profissão regulamentada”

A diretora da Fenafar lembra que “uma conquista, nas duas últimas décadas, na questão da educação farmacêutica, e que é resultado da forte atuação nas nossas instituições e entidades é a necessidade da formação experiencial, a formação em realidade.

É na experiência prática que se aprende “A questão da empatia, da responsabilidade com as pessoas”. A experiências em locais onde se desenvolvem as atividades profissionais é uma característica da formação no Brasil e essa característica é resultado da atuação das nossas entidades”.