Frente ampla é urgente para impedir retrocessos, diz presidente da Fenafar

Na tarde desta quinta-feira (01) a reunião do Conselho de Representantes da Fenafar fez uma discussão sobre a situação política nacional, que contou com a presença do presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos, do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, do vice-presidente da Fenafar, Fábio Basílio e da segunda vice-presidente Veridiana Ribeiro.

Os debatedores fizeram uma breve retrospectiva do processo que levou ao afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff e do papel decisivo da mídia, que instalou no país um governo que tem como objetivo implantar de forma ainda mais aprofundada que nos anos 90, uma política neoliberal.

“Ganhamos a eleição, mas perdemos o governo. A bandeira anticorrupção que sempre foi da esquerda, foi tomada de nós. E agora a esquerda está sendo demonizada novamente. Até 2018 esse governo ilegítimo deve atacar todos os direitos sociais conquistados na Constituição de 88”, avalia Adilson Araújo.

Na agenda prioritária dos golpistas estão as privatizações de setores estratégicos da economia, o ataque aos direitos trabalhistas (ampliação da jornada de trabalho, terceirização de todos os setores, reforma da previdência, colocar o negociado acima do legislado) e sociais (Saúde, Educação, Moradia).

Para Adilson, a esquerda errou ao subestimar a classe dominante. A convivência harmônica com o capital atingiu seu limite. “Nós não preparamos o nosso povo e não debatemos as saídas e alternativas, então nós perdemos tudo. Nós precisamos acordar para a dimensão do papel dessa mídia e da desinformação”.

Ronald dos Santos defendeu que é necessário debater a viabilidade da construção de uma Frente Ampla. “Dia 29 foi o principal presente para aqueles setores que vivem em cima do sofrimento do povo brasileiro”, afirmou se referindo a aprovação da PEC 55 que congela os investimentos públicos por 20 anos.

Para Veridiana os movimentos social e sindical desempenharam importante papel nos avanços sociais dos governos Lula/Dilma, e agora com o desmonte desses avanços, os movimentos precisam se unir ainda mais no acirramento da luta.

 

Fabio também destacou o papel da mídia no golpe. Para ele, a esquerda errou quando assumiu o governo e não enfrentou o monopólio dos meios de comunicação.

O poder de ataque da mídia golpista e a necessidade da construção de uma Frente Ampla também estavam presentes nas falas dos conselheiros durante o debate.

Gilda Almeida comentou como os avanços do governo Lula/Dilma foram desconstruídos no imaginário popular pelo monopólio da comunicação. Exemplo disso foi a construção narrativa da Operação Lava Jato, endeusada pela população que se diz contra a corrupção, mas destruiu as empresas brasileiras.

Adilson afirma que a resistência dos movimentos sociais não pode ser baseada no projeto para as eleições de 2018, e sim na defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito. “Não existem respostas fáceis, o tempo político mudou. Precisamos de mais momentos como esse (se referindo a reunião do Conselho). Precisamos de unidade, sem disputar protagonismo. Todos os setores estão sendo duramente atacados, é desanimador, mas precisamos seguir unidos”, conclui.

Da redação