Sinfarce reúne mais de 400 pessoas em dia de paralisação

O Sindicato dos Farmacêuticos do Ceará realizou nesta terça-feira, 27, uma das maiores mobilizações da categoria farmacêutica no país. O ato fechou a avenida Antônio Sales, uma das de maior circulação de Fortaleza.

Mais de 400 pessoas, a esmagadora maioria de farmacêuticos, mas com o apoio de estudantes e usuários participaram de uma paralisação para denunciar a ofensiva do Sincofarma (sindicato patronal) contra os direitos da categoria previstas nas Convenções Coletivas de Trabalho. 

Segundo a presidenta do Sinfarce e diretora regional Nordeste da Fenafar, Lavínia Magalhães, o sindicato saiu às ruas para mostrar à população que as farmácias não respeitam os farmacêuticos. “Elas exploram o nosso trabalho, retiram nossos direitos e, consequentemente, também não respeitam os pacientes que procuram um serviço qualificado nas farmácias. O que acontece é que esse profissional saiu em greve para mostrar o desrespeito do Sincofarma com nossa categoria”, disse.

Ela explica que as negociações com o Sincofarma Ceará começaram em outubro de 2017, mas sem muito avanço. “De janeiro até agora foram feitas outras conversas e rodadas de negociação. Entretanto, a mesa que está compondo o Sincofarma está propondo uma retirada brutal de direitos. Temos uma convenção muito bem elaborada que, além dos pontos de ajustes financeiros, conseguimos incluir cláusulas sociais e de valorização do profissional dentro do estabelecimento farmacêutico. Agora, o Sincofarma quer eliminar várias dessas conquistas. Querem tornar facultativa a gratificação por titulação no valor de 15%, retirar a licença maternidade de seis meses, retirar a folga do dia do farmacêutico, aumentar o desconto do vale-alimentação, dar um reajuste insignificante, implementar uma cláusula para desobrigar o pagamento de horas-extras para o trabalho em dias de feriado, ou seja, querem de destroçar a nossa convenção”, alerta.

Na avaliação da liderança farmacêutica, o setor patronal está utilizando o argumento da Reforma Trabalhista para mexer em diversas cláusulas, “mas a grande verdade é que a maioria das cláusulas propostas pelas empresas visa um lucro ainda maior. Eles estão abrindo uma farmácia em cada esquina, criando uma concorrência absurda e que quem sai prejudicado é o próprio farmacêutico, que é o alvo principal de ataques para reduzir gastos e aumentar o lucro das empresas. Cabe ressaltar que a gente já esclareceu na mesa de negociação que ao contrário do que eles estão fazendo, este deveria ser um momento de maior valorização do profissional farmacêutico. Com a introdução dos serviços farmacêuticos, previstos pela lei 13.021, a prescrição farmacêutica, clínicas farmacêuticas, este é o momento de valorizar esse profissional para atrair mais usuários que buscam a prestação da Assistência Farmacêutica e, assim, transformar efetivamente a farmácia num estabelecimento de saúde”, afirma Lavínia.

Da redação