Por rentabilidade, farmacêuticas demitem e trocam seus funcionários

A indústria farmacêutica observou aumento de faturamento e de unidades vendidas no ano passado, mas, pela primeira vez desde 2011, o número de pessoas empregadas no setor caiu.

 

O último trimestre foi o pior, com perda de 1.500 trabalhadores. O resultado do ano foi negativo em 107.

O saldo aconteceu por ajustes de pessoal nas divisões de vendas e no administrativo das empresas, segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma (sindicato do segmento).

Na área de produção, houve um movimento de troca de trabalhadores com salários mais altos por novos contratados com remuneração mais baixa, afirma ele.

“Outras áreas da economia perderam bons profissionais. Tem sobra de gente qualificada na rua. A indústria farmacêutica substituiu trabalhadores com altos salários por outros, que estariam desempregados.”

As companhias venderam 4% a mais de remédios no ano passado, e 11% em receita total, mas têm enfrentado queda na rentabilidade por causa de aumentos de matéria-prima e de custos de produção, diz Mussolini.

“Quando as empresas passam por isso, fazem cortes. No passado, eles não aconteciam em pessoal porque não conseguiam repor gente do mesmo nível. Agora, elas conseguem fazer isso.”

Um eventual aquecimento do mercado de trabalho não deve influenciar as contratações do setor, mas seria favorável para as vendas, afirma.

Fonte: Folha de S.Paulo