Dieese divulga estudo sobre negociações salariais em 2015

O DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, através do Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS-DIEESE), divulgou os resultados do estudo anual sobre o desempenho das negociações e dos reajustes salariais realizadas em 2015.

 

estudo traz dados por setor da economia, por segmento e também pela região do país. Fica claro como a crise política e econômica está afetando os trabalhadores e mostra que, neste cenário, os sindicatos precisam se munir de informações detalhadas e reunir muita unidade e força política para enfrentar o processo de negociação salarial que está em curso.

Foram analisados os reajustes de 708 unidades de negociação da indústria, comércio e serviços em quase todo o território nacional. Os dados revelam que cerca de 52% dos reajustes salariais apresentaram ganhos, ficando acima da inflação medida pelo INPC1, 30% foram em valor equivalente à variação do índice e 18% ficaram abaixo. O aumento real médio em 2015 foi de 0,23%.

O documento chama a atenção para a fato de que “o desempenho das negociações salariais não foi o mesmo ao longo de 2015. À medida que o ano avançava, menos categorias logravam conquistar ganhos reais. De janeiro a junho, a queda na proporção dos reajustes acima da variação do INPC foi contrabalançada pelo aumento na proporção tanto dos reajustes iguais à variação do índice, como na dos reajustes abaixo. A partir de julho, os reajustes abaixo da inflação deixam de subir e passam gradualmente a perder peso relativo para os reajustes iguais à inflação (salvo no mês de agosto, quando os reajustes acima da inflação são os mais frequentes). Em novembro, o quadro muda novamente: a proporção dos reajustes abaixo da inflação torna a subir, atingido o patamar de 35%, os reajustes iguais à inflação, que já vinham subindo, salvo em agosto, atingem a sua maior marca no ano (57%) e os reajustes acima da inflação atingem o seu nível mais baixo: 8%. Em dezembro, os reajustes abaixo da inflação sobem mais um pouco (43% das negociações). Os reajustes acima da inflação sobem também (29%) e os reajustes em valor igual à variação do INPC caem, atingindo a mesma proporção dos ganhos reais (29%). No entanto, os dados de dezembro precisam ser vistos com reserva devido ao baixo número de reajustes coletados até a elaboração do balanço.

Acesse a íntegra do estudo do Dieese.

Da redação com Dieese.