PE: Assembleia rejeita proposta do Sindhospe e decide por mediação

Os farmacêuticos do setor hospitalar não aceitaram a contraproposta dos 8% de reajuste mantido pelo Sindicato dos Hospitais de Pernambuco (Sindhospe) e decidiram, por unanimidade, levar as negociações para mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT-PE) para mediação. A decisão foi tomada em assembleia realizada pelo Sinfarpe, na noite da terça-feira, 02, no auditório do Conselho Regional de Farmácia (CRF). O resultado se estende aos biomédicos que atuam no segmento, já que a reunião foi em parceria com a entidade sindical que representa a categoria no Estado, o Sinbio-PE.

 

A presidente do Sinfarpe, Veridiana Ribeiro, esclareceu que o patronato sequer levou em consideração a mudança do texto na pauta, sugerida pela assessora jurídica do Sindhospe, Solange Bezerra, na última mesa de negociação. “O empresariado descartou todas as cláusulas da convenção e insistiu no reajuste bem abaixo do índice inflacionário para o ano, que já beira os 10%. Chegaram aos 8%, mas não acataram cláusulas como auxílio-creche, incentivo por titularidade, mudança na redação da cláusula que trata dos regime de plantões 12 X 60, dentre outras. Deixamos claro para o patronato que não aceitaríamos um aumento abaixo do INPC, e que, caso esse percentual não fosse ampliado, partiríamos para a mediação e posteriormente para o dissídio, se a primeira não chegasse a um denominador comum. O que não vamos admitir é que os farmacêuticos e biomédicos, além de trabalharem em condições precárias, tenham uma perda salarial tão significativa”, enfatizou.

A mesma opinião foi compartilhada pela presidente do Sinbio-PE, Letícia Lima, e o diretor de Negociações da entidade, Carlos Laranjeira. O apoio dos farmacêuticos foi total e a categoria garantiu que vai se mobilizar contra a decisão do patronato. A assembleia contou com um número expressivo de profissionais, que participaram ativamente dos debates.

Segundo o assessor jurídico do Sinfarpe, José Leniro da Silva, o próximo passo agora é marcar a audiência no MPT-PE solicitando a mediação. Nessa fase, um mediador tentará fazer com que os sindicatos envolvidos na negociação, no caso o Sinfarpe, Sinbio-PE e Sindhospe, cheguem a um consenso sobre a pauta de reivindicações, que vai pontuar mais cláusulas do interesse das duas categorias. Em caso de negativa por parte dos donos dos hospitais, o processo de negociação seguirá para dissídio, o que poderá se arrastar por um longo tempo, levando-se em conta que se trata de uma ação judicial com todos os trâmites legais, sem esquecer a morosidade da Justiça e as interposições a serem feitas pelas partes envolvidas.
A diretora do Sinfarpe, Maria José, também esteve presente na reunião, acompanhando Veridiana Ribeiro, Rodrigo Sales e o assessor jurídico, José Leniro. A presidente e a vice do Conselho Regional de Farmácia (CRF-PE), respectivamente, Gisêlda Castro Lemos de Freitas e Joyce Nunes dos Santos, participaram da assembleia e deram total apoio à decisão da categoria e aos encaminhamentos do Sinfarpe juntamente como o Sinbio-PE. “Agora, é partir pra luta!”, finalizou Veridiana.A decisão de ir para o dissídio, porém, será tomada em assembleia a ser realizada logo após a audiência de mediação, uma vez que esta pode definir o caso. “Mas, seja qual for o resultado, convocaremos a categoria para repassar o que foi acertado e a partir daí, decidirmos os próximos passos”, ponderou o diretor do Sinfarpe, Rodrigo Sales. Para tanto, a diretoria do sindicato pediu a mobilização dos farmacêuticos e a presença deles em frente ao MPT no dia da audiência de mediação, ainda a ser agendada pela assessoria jurídica do sindicato.

Fonte: Sinfarpe