CNTU realiza 13ª Jornada Brasil 2022 e divulga carta em defesa da democracia

Na última sexta-feira, 30 de dezembro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados realizou em São Paulo a 13ª Jornada Brasil 2022. O evento reuniu engenheiros, farmacêuticos, odontólogos, nutricionistas, economistas e sindicalistas de outras áreas para debater os desafios para o Brasil.

Nesta edição, diante da conjuntura política atual e do resultado das eleições, o centro das preocupações apresentadas estava relacinado à defesa da democracia. O presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos, participou do evento, e falou que neste tempo que estamos vivendo, é preciso resgatar o conceito da vida. “Pela natureza como a vida se produz, que a apropriação da produção é coletiva e a riqueza privada, com níveis de concentração assustadoras, com 10 pessoas acumulando a riqueza de milhões de pessoas. Justamente nestes momentos é que surgem as teorias de que há os que devem sobreviver os que não devem sobreviver. Surgi a ideia dos ilimináveis e extermináveis”, afirma Ronald, para quem, por tudo isso, a defesa da vida passa a ser um tema central.

A partir deste pensamento, Ronald ressalta que no Brasil a defesa da vida passa, necessariamente, pela defesa do Sistema Único de Saúde. Ronald também falou da criação da democracia participava e do papel do Conselho Nacional de Saúde na defesa do SUS e contra o avanço dos interesses econômicos que objetivam acabar com a saúde como direito.

O presidente da Fenafar também afirma que é preciso interrelacionar o debate do direito à saúde ao cultural, ao político, à discussão da defesa da democracia, que está em perigo pelo rompimento institucional no país. “O que está em jogo, o que ganhou a disputa no imaginário popular, é o símbolo da morte. Por isso o debate que reúne as forças sociais e políticas não é só saúde, é a defesa da vida, que precisa reunir força política para defender a vida. Aumenta a mortalidade infantil, a mortalidade materna, a ameaça das endemias, é a defesa da vida que precisa entrar na nossa reflexão”, alerta Ronald.

Leia, abaixo, a Carta aprovada na 13ª Jornada Brasil 2022.

Carta da CNTU – Democracia abre as asas sobre nós: desafios e caminhos

Cá estamos. Sindicalistas, profissionais universitários, trabalhadores, conselheiros consultivos, amigos da inquebrantável CNTU. Reunidos na 13ª Jornada Brasil 2022.
Cá estivemos em agosto último e aprovamos uma carta importante expressando o nosso posicionamento nas e para depois das eleições de 2018.Cá estamos passadas as eleições para reafirmar a carta anterior e focar a democracia nesse novo momento do Brasil.

Democracia abre as asas sobre nós. Os desafios da ave democracia são a criação de caminhos que reinventa, que desenvolva possibilidades que temos. A revolução ética da democracia,da liberdade,da igualdade e da fraternidade.De uma sociedade livre,dinâmica e solidária,com igualdade de direitos,liberdades e oportunidades.Onde seja reconhecido o valor e força da nossa diversidade e pluralidade superando por inteiro todas as formas de discriminação,violência e autoritarismo.

Cá estamos. Sindicalistas, profissionais universitários , trabalhadores, conselheiros consultivos, amigos da incansável CNTU. Para afirmar sentidos históricos e atuais dos profissionais universitários em defesa dos trabalhadores e da sociedade, em prol dos direitos trabalhistas, sociais e civis. A CNTU nas asas das categorias ecoa , no seu unir , resistir e construir , sempre além das eventuais diferenças,sua determinação e vocação para desenvolver um sindicalismo para todos.Ligado às melhores heranças de nosso processo civilizatório, cultural e de unidade.

A Nação talvez não faça mais sentido para alguns que vivem em bolhas acima dos países, mirando dos territórios apenas as riquezas e não o seu desenvolvimento social e cultural. Para nós, trabalhadores universitários, trabalhadores em geral e povo brasileiro , o Brasil faz sentido. É o nosso jeito de ganhar a vida, comer e amar.
Precisamos de mobilidade e vias para ligar os caminhos, transportar mercadorias, possibilitar as gentes de ir e vir, povoar os desertos, dar-lhes vida, mansas ou agitadas Muitas cidades se fizeram em torno das ferrovias e suas estações. Instrumento de democracia e de desenvolvimento, por isso não pode ser qualquer ferrovia, de qualquer jeito. A ferrovia como símbolo deve ir aonde o povo está. As metrópoles devem construir sua mobilidade apoiada nos sistemas metroferroviários.

A Ciência, a Tecnologia e a Inovação possibilitam o impensável e deve diminuir a canseira do homem. Não podemos abrir mão do sofisticado conhecimento, da pesquisa, do desenvolvimento técnico, fonte de poder das nações. Desenvolvimento só faz sentido se for para o povo melhorar de vida, ganhar mais fácil a vida, comer melhor e amar melhor.

Soberania é povo soberano.Sem desenvolvimento,o outro nome da paz, não há Nação soberana e livre.Seis pessoas não podem ter o equivalente aos 50% mais pobres.Desigualdade é 5% mais ricos possuírem o que 95% ganham.No processo do Bicentenário da Independência fazer ecoar um 2º grito de soberania nacional.

Soberania é também saber se colocar no lugar do outro, evitar ao máximo a guerra. O povo quer paz para ganhar a sua vida, comer e amar. Não nos interessa matar. Viver é viver e deixar viver.

Os direitos humanos devem ser permanentemente defendidos, ampliados, renovados de modo a tentar chegar mais perto de uma democracia de raiz. Democracia com o povo para o povo, povo com letra minúscula, povinho, o zé povinho, a base, a sustentação da democracia.

Cá estamos. Para que a democracia abra as asas sobre nós.Tendo consciência crítica e sermos construtores de mudanças. A saúde pública é a escola da generosidade, da solidariedade, da compaixão. A produção da grande saúde pública não é só técnica, não é só razão instrumental, é sobretudo produção de humanismo, humanismo dos profissionais, humanismo dos doentes, humanismo da sociedade.

O humanismo não está pronto. É uma cultura em construção.O sentido da cultura humanística, a cultura de paz, é a construção de uma civilização artística, técnica, sem armas e sem escravidão.

É na comunicação amplamente distribuída, radicalmente democrática, que talvez se encontra a possibilidade de decifrarmos o enigma da paz.

Em todas essas frentes de ação hoje debatidas aqui, infraestrutura, soberania, direitos humanos, saúde, cultura e comunicação, busca-se fazer emergir uma nação de gente singular, qualificada, crítica, altiva, criativa e solidária, capaz de enfrentar e dar sentidos aos gigantes desafios que a contemporaneidade nos coloca.Incluir todos na cidadania dignificada da convivência democrática.Crescer e se desenvolver com emprego e trabalho de qualidade.Nos padrões de existência material e espiritual para que o ser humano possa realizar o que só ele pode:
dedicar-se à plasmação criativa do mundo,às artes,à intercomunicação profunda,à espiritualidade.

Cá estamos.Como modernistas do século 21 animar a realização do Bicentenário da Independência e a Semana de Arte Moderna de 2022. Conquistar com novas tintas da justiça social o nosso Abaporu.Reinventar o Brasil. Brasil 2022 – O País que Queremos.
E precisamos.


São Paulo, 30 de novembro de 2018.
Carta da CNTU – Democracia, abre as asas sobre nós: desafios e caminhos
13ª Jornada Brasil 2022 – O País que Queremos
14ª Plenária do Conselho das 1.000 cabeças

Da redação