Greve geral pára produção, serviços e mobiliza 40 milhões de trabalhadores do Brasil

A categoria farmacêutica marcou presença na greve. Em muitas cidades houve paralisação e presença de representantes da categoria nos atos políticos. 

 

Cem anos após a primeira greve geral do país, em 1917, os trabalhadores e trabalhadoras realizaram uma paralisação histórica contra as Reformas da Previdência, Trabalhista, contra a terceirização e ataque aos direitos conquistados. As capitais e principais cidades do país, bem cedo, já mostravam a vitória da Geve Geral: ruas vazias, pouquíssimos carros circulando, transporte público paralisado. Os trabalhadores pararam e mostraram que haverá uma grande luta para impedir a aprovação destas reformas.

Um levantamento das centrais sindicais aponta que 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras deixaram de trabalhar nesta sexta-feira (28). O dado é uma estimativa realizada a partir da relação dos sindicatos e categorias que aderiram ao movimento em todo o país.

De norte a sul, nas capitais e nas cidades do interior, houve grande adesão à greve. Em algumas cidades, categorias realizaram piquetes, movimentos populares fecharam estradas e houve algumas manifestações e atos políticos ao longo do dia. Mas como frisaram as lideranças das centrais, o foco da greve geral não foi a realização de atos, mas parar o trabalho.

Farmacêuticos na luta pelos direitos

A categoria farmacêutica marcou presença na greve. Em muitas cidades houve paralisação e presença de representantes da categoria nos atos políticos.

Repressão

Infelizmente, a repressão policial aos manifestantes foi brutal. Rio de Janeiro, Santos, Goiânia e São Paulo tiveram a ação da Polícia Militar deixou vários feridos. Em Goiânia, o estudante universitário Mateus Ferreira sofreu um golpe violento de cassetete na testa e encontra-se na UTI em estado grave.

Mídia

Os meios de comunicação privados ignoraram a Greve Geral. Nos dias que antecederam a paralisação dos trabalhadores, a grande maioria das emissoras de televisão, rádios, revistas e jornais não abordaram a preparação da greve. No dia da greve, a rádios e TVs trataram o tema na editoria de transportes, ou seja, como a greve prejudica os trabalhadores. Mas em nenhum momento falou quais categorias aderiram ao movimento grevista e muito menos quais os motivos políticos para a greve.

Apesar da tentativa de invisibilização do movimento, a greve geral teve ampla repercurssão na mídia internacional e preocupa o governo federal, que nos bastidores avalia como importante o impacto da greve na tramitação dos projetos.

O movimento sindical permanecerá em alerto e mobilizado para enfrentar as reformas. A Fenafar se junta a este movimento.