A diretoria do Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais (Sinfarmig) participou nesta quarta-feira, 22 de junho, de audiência pública na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALEMG) que abordou a Assistência Farmacêutica no Estado.
Ao lado de representantes do Fórum de Patologias e Deficiências que questionaram a deficiência do Estado em fornecer vários medicamentos, a diretora Júnia Lélis defendeu que é preciso pensar a Assistência farmacêutica para além da aquisição e distribuição de medicamentos. Ela ressaltou, ainda, que a nova política de Assistência Farmacêutica do Estado deve ser uma prática de garantia da qualificação do acesso, da prescrição e da estruturação física das unidades de atendimento aos usuários.
A integrante do Conselho Estadual de Saúde, Lourdes Machado, que representa também o Conselho Regional de Psicologia alertou para os riscos do excesso de medicalização no Brasil. Na opinião dela o país vive um processo patologizante, em que tudo é considerado doença. Ela exemplificou isso citando uma pesquisa feita pelo Sinfarmig, que aponta Bonfim embora uma das menores cidades de Minas como uma das que mais consome Clonazepam. Para Lourdes Machado, devido a aproximação cada vez maior entre a medicina e a indústria farmacêutica, está havendo uma inversão com a criação do medicamento antes da definição do transtorno para ele.
Sobre a falta de medicamentos denunciada, o Superintendente de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), Homero Souza Filho, explicou que a situação está em franca melhoria tanto que a redução de medicamentos indisponíveis foi de mais de um terço em relação ao governo anterior. “Fizemos uma força-tarefa realizar as licitações e atualmente fornecemos 450 medicamentos e ampliamos de 140 para 340 aqueles da cesta de remédios básicos”.
Homero Filho relatou que o governo anterior terceirizou a logística provocando atrasos na entrega dos medicamentos vencidos. “Esse problema levou a uma ampliação do processo de judicialização, com consequências danosas para todo o sistema e o cidadão”, esclareceu. De acordo com ele, o contrato de R$ 20 milhões com a empresa foi rompido e a situação está sendo regularizada. Segundo Homero, o governo optou por descentralizar a compra de muitos medicamentos, disponibilizando as licitações para os municípios. Os gestores entendiam que grandes compras reduziam o preço dos produtos, entretanto muitos fornecedores desistiam de vender os medicamentos. “Com licitações menores a possibilidade de faltar remédios é menor”.
No dia 13 de junho, o Sinfarmig recebeu o Fórum Mineiro de Patologias e Deficiências e já conseguiu intermediar uma agenda com o Superintendente de Assistência Farmacêutica, Homero Filho, que está marcada para a próxima semana.
Fonte: Sinfarmig