Ato lança campanha “O Brasil precisa do SUS” e entrega carta à parlamentares

Num ato histórico, o movimento social e popular apresentou suas demandas em defesa do fortalecimento do SUS para responder à pandemia e melhorar a vida do povo brasileiro. O financiamento adequado com a revogação da Emenda Constitucional 95 e o direito à vacinação contra Covid-19 para todas e todos os brasileiros foram o centro dos documentos entregues pela campanha O Brasil precisa do SUS ao Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e ao representante do Senado Federal, Werveton Rocha, entre outros senadores, na tarde desta terça-feira, 15 de dezembro.

Esses foram dois de diversos pontos importantes do lançamento da campanha O Brasil precisa do SUS, liderada pela Frente pela Vida. A campanha reúne mais de 100 entidades e pretende mobilizar a sociedade para a defesa do SUS e alertando sobre os riscos que ele está correndo.

Com a presença de mais de 100 entidades da sociedade civil, parlamentares, ex-ministros da saúde e personalidades, foi destacada a importância do Sistema Único de Saúde na resposta à pandemia de Covid-19, sua função na redução das desigualdades e a necessidade de maiores investimentos na área para 2021. A necessidade de um planejamento para a vacinação de toda a população brasileira permeou as falas, reafirmando a importância de se conseguir todas as vacinas comprovadamente eficazes e seguras para abranger a maior parte da população o quanto antes. Além dos presentes no ato, diversos artistas e personalidades já aderiram a campanha com manifestações em vídeo ressaltando a importância do SUS para o país.

A presidente da Abrasco, Gulnar Azevedo, abriu o evento lendo a Carta ao Povo Brasileiro, elaborada pelos integrantes da campanha e destacou a importância do SUS para a vacinação: “Sem o SUS não teremos vacinas para todos. Nesse momento em que mais precisamos do SUS, ele vem sendo desfinanciado”. Durante o ato, o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, entregou a petição para garantir orçamento do SUS em 2021 ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, e ao representante do Senado, senador Weverton Rocha. Na entrega, Maia ressaltou a importância do diálogo e apontou a prioridade de políticas para tender aos brasileiros que ficaram sem renda durante a pandemia.

Conquista do povo brasileiro e descaso do atual governo

“O SUS nasceu da sociedade civil, não do Estado”, destacou o teólogo Leonardo Boff ressaltando a importância do Movimento pela Reforma Sanitária e sua importância nessa construção que foi conquistada na Constituinte. A importância da capilarização do Sistema, atendendo todas as regiões do país, sendo uma lei que o povo sente ser cumprida, como apontou o governador Flavio Dino: “O SUS se diferencia pois une direito escrito e realizado. Ele chegou na casa das pessoas, na realidade concreta do povo”. Wellingthon Dias, governador do Estado do Piauí, também participou do ato de lançamento.

As críticas ao governo federal também foram feitas em diversos níveis, especialmente no tocante à falta de uma coordenação nacional nas respostas à pandemia de Covid-19, que afeta no momento o planejamento para a vacinação da população. O jornalista Juca Kfouri foi duro ao falar sobre o presidente da República e apontou: “Se não fosse o SUS essa pandemia ainda teria causado e estaria causando mais estragos que já causa pela irresponsabilidade das maiores autoridades do país”.

Vacinação para todas e todos deve ser o objetivo

A importância da vacina com um planejamento claro e transparente foi destacada pela maioria dos participantes, que também mostraram preocupação com a postura do Ministério da Saúde diante da questão. A definição de grupos prioritários para receberem a imunização primeiro e a necessidade de se utilizar todas as vacinas comprovadamente seguras e eficazes foram os dois pontos mais destacados nas falas. O item do plano de vacinação apresentado pelo Ministério da Saúde que obriga cada cidadão a assinar um termo se responsabilizando por possíveis consequências das vacinas foi bastante criticado por confundir e gerar insegurança na população, além de ser ilegal.

E se o SUS foi consolidado na Constituinte de 1988, o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro destacou necessidade similar dos parlamentares atualmente para mantê-lo forte: “O SUS foi construído e tem sido preservado na luta e precisa da nossa luta para sair fortalecido. É fundamental que o Congresso Nacional ouça, sinta o eco e reverbere a esperança do movimento Frente pela Vida, na defesa do SUS e da vida”.

Assista a íntegra do lançamento da campanha O Brasil precisa do SUS na TV Abrasco: