Sindicatos repudiam reportagem sobre genéricos veiculada pela Rede Globo

A reportagem sobre a segurança dos medicamentos genéricos veiculada pelo programa dominical da Rede Globo, Fantástico, causou repúdio de toda a categoria farmacêutica. Além dos posicionamentos públicos da Fenafar (leia aqui) e da Anvisa (leia aqui), três sindicatos também divulgaram nota para esclarecer a população.

 

O Sindicatos dos Farmacêuticos de Minas Gerais ressaltou os interesses da indústria farmacêutica internacional em descredenciar junto à sociedade os medicamentos genéricos para aumentar a sua lucratividade diante da ampliação das vendas dos medicamentos de marca. Além disso ressaltou na nota: “A matéria veiculada no Programa Fantástico não adotou critérios jornalísticos ultrapassando seu propósito de informar e adotando o objetivo de recuperar e aumentar os lucros com medicamentos de marca desqualificando os medicamentos genéricos. Trata-se de um conteúdo informativo de pouca qualidade já que gera dúvidas na população, reduzindo o crédito das pessoas em relação à eficácia dos medicamentos trazendo assim um clima de instabilidade e insegurança à saúde pública. Na opinião do Sinfarmig a referida matéria que certamente foi alvo de grande audiência acabou prestando um desserviço à saúde pública do país”. (leia a íntegra da nota do Sinfarmig aqui). 

 

O Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás também se manifestou, lamentando a parcialidade da emissora e o fato de ela não ter consultado as entidades farmacêuticas sobre o tema. O Sinfargo destacou o importância da assistência farmacêutica e o papel do profissional farmacêutico na orientação para que o paciente faça o uso racional do medicamento. “É lamentável o fato da emissora de TV, Rede Globo, não ter possibilitado a manifestação das entidades farmacêuticas para exposição de seu posicionamento sobre o assunto. Na reportagem, que tem como foco a eficácia dos medicamentos genéricos, foram omitidas informações essenciais acerca do trabalho farmacêutico, indo na contramão do papel fundamental que este profissional de saúde desempenha na sociedade”. (leia a íntegra da nota do Sinfargo aqui

 

O Sindicato dos Farmacêuticos de Pernambuco também repudiou o fato de nenhum farmacêutico ter sido ouvido pela reportagem. “a reportagem ainda desconsiderou a opinião dos verdadeiros responsáveis pela produção dos medicamentos: os profissionais farmacêuticos. Apenas médicos foram ouvidos como especialistas para ‘esclarecer’ à população os perigos que os resultados obtidos podem causar aos usuários”. O Sinfarpe alertou, ainda, para os efeitos nocivos que a reportagem já está promovendo, com a população buscando os medicamentos de marca. “O pior é que a matéria do Fantástico, sem informações técnicas sobre os genéricos, começa a surtir o efeito no cotidiano. Já no dia seguinte à reportagem, pacientes chegaram às farmácias em busca dos medicamentos de referência. É ou não é esquisito? Quem ganha com isso? Lógico que são as empresas responsáveis pela produção das ‘marcas’, as quais têm acirrado fervorosas campanhas contra os genéricos. Parece mesmo um complô para acabar com esses medicamentos e prejudicar a população”. (Leia aqui na íntegra a nota do Sinfarpe)

 

Da redação