Fenafar faz reunião com Rede Pague Menos para discutir interesses nacionais da categoria

A Fenafar esteve reunida nesta segunda-feira, 18/09, com a direção da rede Pague Menos para discutir a possibilidde de abrir um diálogo nacional com a rede sobre temas de interesse da categoria e buscar um acordo nacional.

A existência de grandes redes nacionais é uma marca características do mercado varejista no Brasil e no mundo. Na área de medicamentos não seria diferente. Isso traz novos desafios para a negociação de acordos coletivos de trabalho, que extrapolam o município e o estado. De olho nisso, a Fenafar, em sintonia com essa mudança e perseguindo sempre as melhores condições de trabalho para a categoria farmacêutico iniciou um processo direto de diálogo com a direção de redes de farmácias nacionais, em conjunto com os sindicatos, para discutir temas fundamentais para a valorização do trabalho farmacêutico e visando uma melhor prestação de serviços para a população.

A rede escolhida para iniciar esse diálogo foi a Pague Menos, e a primeira reunião ocorreu nesta segunda-feira, 18/09, em Fortaleza. Participaram da reunião com o representante da diretoria administrativa financeira da Rede Pague Menos, Ubiranilson Alvez, o presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos, a segunda vice-presidente da Fenafar, Veridiana Ribeiro, a diretora regional nordeste da Fenafar, Lavínia Magalhães, a presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Rio Grande do Norte, Jacira Elvira Prestes, a diretora de Organização Sindical, Débora Melecchi e o assessor jurídico da Fenafar, Leocir Costa.

“A Fenafar vem jogando um papel nacional em vários espaços, no Congresso Nacional, na saúde pública e, agora, na atividade que era centrada principalmente nos sindicatos, de negociar com o setor privado, particularmente com o comércio varejista. A Fenafar entende que é seu papel negociar com os grandes agentes econômicos – que atuam em todo o Brasil – , para representar os interesses da categoria farmacêutica diante destes agentes, no caso as grandes redes”, destaca o presidente da Federação.

Ele explica que a Fenafar selecionou três grandes redes para iniciar um diálogo nacional com o intuito de encontrar pontos que possam atender os interesses da categoria farmacêutica e resultar numa possível negociação nacional. “Com a Pague Menos nós apresentamos dois pontos: um sobre a questão dos plantões. Queremos discutir como evitar que os plantões representam uma ampliação da carga horária dos farmacêuticos e, também, não levem ao fechamento de postos de trabalho. Ou seja, encontrar uma solução para que a questão do trabalho aos finais de semana e feriados possam, ao mesmo tempo, atender as necessidades da assistência farmacêutica e da valorização do trabalho, e que seja economicamente sustentável”.

O outro tema debatido na reunião foi, a partir do advento da Lei 13.021 a questão da prestação de serviços farmacêuticos. A Fenafar buscou neste diálogo com a Rede Pague Menos estabelecer parâmetros de acordo para permitir que tanto a população, quanto o farmacêutico e a atividade econômica saiam ganhando no desenho da prestação destes serviços.

Na avaliação de Ronald, a Fenafar foi muito bem recebida pela direção da Pague Menos, “que acenou com a possibilidade de nós construirmos um espaço de diálogo. Esses temas serão levados para a direção da empresa que ficou de nos dar um retorno sobre a construção de mecanismos para a gente tratar dessa negociação. Foi bastante positiva essa nossa visita há uma das maiores operadoras do varejo farmacêutico no Brasil”.

Para a diretora regional Nordeste, Lavínia Magalhães, a reunião com a Pague Menos “foi um passo importantíssimo para a Fenafar abrir portas junto às grandes empresas para atender aos anseios da base farmacêutica, de acordo com o que tem sido discutido em nossos conselhos de representantes e reuniões de diretora”. Na sua avaliação, abrir possibilidades de negociações em nível nacional, pode trazer benefícios para esses profissionais e para suas vidas pessoais, discutindo a questão da jornada e aplicação da assistência farmacêutica plena segundo a lei 13021, especificações de funções e dos serviços farmacêuticos”.

Para Veridiana Ribeiro, vice-presidente da federação, a reunião foi muito proveitosa. “Para o profissional farmacêutico fechar esse acordo em nível nacional vai ser fantástico, não temos dúvidas que só teremos a lucrar com isso, em conhecimento, valorização”, avalia.

“Foi um grande passo da Fenafar na luta pela proteção ao trabalho farmacêutico, que nesse momento foca-se nas farmácias privadas, onde a maior parte da categoria atua”, salientou Débora Melecchi.

A presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Rio Grande do Norte considera que esse é um “momento de grande vitória da Federação que é conseguir uma negociação nacional com a Pague Menos para tratar de aspectos mais problemáticos da nossa profissão que é a jornada de trabalho. Creio que teremos bons frutos daqui para frente, porque o resultado das negociações pode atender aos interesses da categoria e abre-se o canal para que a gente possa tratar diretamente com a empresa outros tipos de questionamentos, das reformas que estão aí, mas que se tivermos um canal de diálogo, entendimento, negociação com as empresas isso pode ser um passo importante para garantir a manutenção de direitos da categoria”.

O advogado Leocir Costa também avaliou muito positivamente a reunião. “Reuniumos com uma parte importante do setor econômico das grandes redes e demonstramos uma postura firme da Fenafar na defesa dos interesses da categoria, na defesa da sua história, no compromisso que a Fenafar tem neste momento atual, de se colocar efetivamente como um agente de defesa dos interesses dos trabalhadores, num momento de crise das instituições da República. O que fica é essa possibilidade da abertura de um diálogo que mais a frente pode resultar em ganhos para os trabalhadores, e sem ferir a autonomia das entidades sindicais de base e dos sindicatos na negociação. A Fenafar pontuou uma questão bem conflituosa, que é a questão da jornada, dos plantões, iniciando um debate que é a possibilidade de isso ser replicado para outros setores e redes em busca da garantia dos direitos da categoria”.

Da redação