Modelo de Atenção à Saúde e Integralidade são destaques de seminário sobre Vigilância em Saúde

Respeitar e reconhecer as singularidades e as especificidades de cada região do país é um dos pontos fundamentais para compreender os elementos que podem interferir na promoção de saúde dos brasileiros. Esta foi a análise que permeou os debates sobre o Modelo de Atenção à Saúde no Brasil e o papel da Vigilância em Saúde na Garantia da Integralidade, realizados nesta terça-feira, 18, durante o seminário promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), em São Paulo.

Para a professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Laura Camargo Macruz Feuerwerker, é preciso reconhecer as diferenças do coletivo para ampliar o entendimento de como diferentes grupos de pessoas apontam os processos de riscos e adoecimento. “A agenda de atenção básica fala que do Oiapoque ao Chuí as pessoas tem os mesmos problemas, isso limita a promoção à saúde com providencias basicamente relacionadas ao ambiente urbano, normalmente culpabilizando o indivíduo pelo fato dele não adotar um modelo saudável de vida”, avalia.

Para ela, pensar na integralidade também é importante para reduzir o distanciamento que politicas públicas e temas de saúde têm do cotidiano das pessoas. “O grau de desregulamentação do trabalho terá consequências brutais para o ponto de vista da precarização das vidas e condições de trabalho, por exemplo”.

O seminário é uma etapa preparatória para a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (CNVS), a ser realizada de 21 a 24 de novembro, em Brasília. A conferência discutirá, entre outras questões, quais estratégias podem gerar ações integradoras das vigilâncias e a integração da vigilância em saúde com a atenção básica.

“É preciso pensar na sua integralidade para que a vigilância seja um suporte importante para que as ações assistenciais tenham uma racionalidade melhor e possam alcançar a todos”, afirma o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Jarbas Barbosa da Silva Junior, ao destacar que as duas conferências promovidas pelo CNS em 2017, (Saúde da Mulher e Vigilância em Saúde) “serão dois momentos fundamentais para a gente reafirmar o SUS como direito e responsabilidade do Estado”.

Fonte: SUSConecta
Publicado em 20/07/2017