Escola Nacional dos Farmacêuticos completa 20 anos

Nestas duas décadas, a Escola realizou dezenas de atividades mobilizando a categoria para discutir iniciativas para alcançar maior valorização profissional e propondo e avaliando políticas públicas da área de Assistência Farmacêutica, Saúde Pública e defesa dos direitos da categoria. Conheça um pouco da trajetória da Escola.

A Escola Nacional dos Farmacêuticos foi fundada em 1998, após o 2º Congresso da Federação Nacional dos Farmacêuticos. Já naquele tempo, a diretoria da Fenafar avaliava que seria importante ter um espaço para promover a intersecção entre os debates sindicais que eram promovidos pela Federação e pelos Sindicatos, e os debater de caráter técnico-profissional, que despertavam grande interesse na categoria.

Rilke Novato Públio, atual diretor de Relações Institucionais da Fenafar, acompanhou todo esse processo de perto como vice-presidente da Federação. “Havia um consenso na Diretoria da Fenafar sobre a necessidade de alinharmos ambos interesses, ou seja, para a Fenafar e para os farmacêuticos seria um grande avanço se fossem realizadas atividades  contextualizadas político-tecnicamente, possibilitando debates e questionamentos mais aprofundados politicamente, para além da visão meramente técnica.

Havia também, lembra Rilke, “um outro objetivo que era possibilitar e criar uma cultura de formação e qualificação sindical aos diretores da entidade e dos sindicatos filiados. Havia clara compreensão de que a maioria dos diretores vinham de uma formação técnica e que era preciso fortalecer as entidades, neste sentido”.

Assim, a Fenafar decidiu por constituir esse espaço através da criação de uma escola, que teria uma diretoria eleita com mandato definido, estatuto próprio, enfim, alinhada aos propósitos que a originou mas com total independência e habilitada legalmente a participar de editais públicos que atendam aos seus objetivos estatutários, notadamente na área de capacitação dos profissionais.

Esse processo resultou na constituição da Escola, cujos objetivos expressos são:

  • – Incentivar o estudo, pesquisa, aperfeiçoamento, aprimoramento técnico e científico e formação profissional;
  • – Promover e organizar cursos, seminários, simpósios, congressos, ciclos de debates, palestras e afins, de interesse dos estudantes e profissionais de farmácia;
  • – Colaborar com estudos e soluções de problemas que permeiem a categoria de farmacêuticos;
  • – Colaborar com a conscientização e conhecimento dos profissionais de saúde sobre o conjunto dos projetos políticos, econômicos, sociais e culturais existentes.

Após sua criação, em 2001 ocorreu a eleição da primeira diretoria da Escola, que já assumiu com a tarefa de ajudar “nos debates e atividades das conferências municipais e estaduais que precederam a 1ª Conferência Nacional de Assistência Farmacêutica e de Política de medicamentos, que aconteceu em 2003”, lembra Rilke.

É depois disso que, a partir de 2006, a Escola já mais estruturada passa a promover os Simpósios Nacionais de Assistência Farmacêutica. Para isso, Célia Chaves, presidente da Fenafar neste período, e atual tesoureira da entidade, lembra que a ideia de promover o 1º Simpósio Nacional de Assistência Farmacêutica paralelamente ao 5º Congresso da Fenafar se deu para tentar aproximar, como sempre foi o objetivo da Fenafar, “as discussões técnicas da profissão e o debate político, em particular em torno da questão da Assistência Farmacêutica, que fazia pouco tempo tinha se transformado em Política Pública. “No 5º Congresso da Fenafar, quando eu assumi a presidência da entidade, realizamos o 1ºSimpósio. E no 7º Congresso já estávamos realizando o 5º!. Então nesse período realizamos 5 simpósios, que tinham como objetivo justamente discutir de forma mais ampla a questão da Assistência Farmacêutica, não só do ponto de vista técnico, mas sobre as políticas de saúde”.

Rilke ressalta que esses simpósios “possibilitaram debates e discussões técnicas alinhadas ao papel social do farmacêutico, ampliando as discussões com os profissionais e estudantes para a realidade em que a profissão farmacêutica se encontra, no Brasil e no Mundo, trazendo uma discussão mais contextualizada das relações de trabalho, do papel do farmacêutico enquanto profissional de saúde a serviço de quem, enfim, qualificando sobremaneira os debates e atraindo uma parcela importante da categoria que via o Congresso da Fenafar com atividade apenas voltada ao debate sindical. A partir deste primeiro simpósio em 2006, a Escola passa a ocupar importante espaço no cenário nacional para a profissão farmacêutica”, avalia.

Para Célia Chaves, é fundamental destacar que além dos simpósios a Escola iniciou um processo, que vem se desenrolando até hoje e é muito importante, “que é a realização dos encontros dos Farmacêuticos no controle social, iniciativa que fez com que a gente pudesse discutir junto à categoria que já tinha uma participação como conselheiros de saúde nas suas áreas (municípios, estados) nossa política para o fortalecimento desses espaços. E, também, dialogar com os colegas que ainda não tinham essa aproximação com o controle social e tentar despertar esse interesse. E vemos que isso trouxe resultado. Esses encontros deram origem a uma série de outras atividades, como os seminários que prepararam nossa participação na 14ª e 15ª Conferência Nacional de Saúde, e agora estamos realizando as atividades preparatórias para a nossa intervenção na 16ª Conferência Nacional de Saúde. Então, um série de iniciativas que colocaram a escola em outro patamar, inclusive hoje em parceria com o Conselho Nacional de Saúde e com a Fiocruz que tem permitido uma maior participação da categoria nesse processo e inclusive um maior reconhecimento da população do papel do farmacêutico na Assistência Farmacêutica.

Veja abaixo, a linha do tempo da Escola Nacional dos Farmacêuticos e um pouco do foi realizado pela Escola. 

Acompanhe nas próximas matérias sobre os 20 anos da Escola, o processo de avaliação dos 10 anos da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, uma análise sobre se os objetivos da escola foram alcançados e quais os principais desafios para a Escola Nacional dos Farmacêuticos para o próximo período.

Da redação