Abertura do Congresso do Conasems vira ato em defesa do SUS

A defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) marcou nesta quarta-feira (01) a abertura do XXXII Congresso Nacional das Secretarias Municipais de Saúde, em Fortaleza. Protestos contra a presença do ministro da Saúde, Ricardo Barros, e cobranças a respeito de suas últimas declarações deram o tom do evento, que discute melhorias na política pública de saúde.

O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Santos, demonstrou preocupação quanto à ameaças aos direitos adquiridos na Constituição de 1988. Segundo ele, a simples declaração de uma possível revisão no tamanho dó SUS já liga um alerta naqueles que prezam pela saúde pública. “A saúde pública universal é uma grande conquista do povo brasileiro. Não podemos aceitar nenhum retrocesso no SUS. Muito pelo contrário. Temos de fortalecê-lo. Não vamos dar nenhum passo para trás”, garantiu.

A Fenafar levou um documento de contribuição ao Congresso do Conasems, que tem como base as resoluções da 15ª Conferência Nacional de Saúde. O documento destaca que “precisamos aprimorar e fortalecer a gestão compartilhada [do SUS] nas regiões, considerando as especificidades regionais, com ampla responsabilidade dos entes federativos, oferecendo aos cidadãos o cuidado integral e de qualidade. Isso é estratégico para a gestão do SUS”. Em seu documento a Fenafar reitera a importância de se realizar a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde.

Antes da abertura do evento, Barros esteve na reunião do Pleno do CNS e disse ter sido mal interpretado sobre suas declarações. O ministro negou que tenha sugerido diminuir o tamanho do SUS e também que para o Brasil seria melhor que mais gente tivesse planos de saúde. “Quem leu a matéria viu que em momento algum eu falei aquilo. Na verdade, nós temos de adequar a capacidade do Estado em manter e ampliar os direitos de todos”, afirmou, sob protestos e gritos de “golpista”.

No tragédia entre a sala que se realizava a reunião do Pleno do CNS e o auditório master do evento, Barros foi hostilizado por mais manifestantes. Na solenidade de abertura, toda fez que se cumprimentava o ministro em público, parte dos participantes gritava palavras de ordem. Ao finalizar sua exposição, Ronald afirmou: “Não existe SUS sem democracia. E não existe democracia sem SUS”.

Fonte: Da redação com SUSConecta