CNTU realiza sua 17ª Jornada: 2022: Brasil mudando de pele

No último dia 16/12, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) realizou sua 17ª Jornada. O evento reuniu lideranças das várias categorias filiadas, entre as quais da Fenafar, realizou debates sobre os desafios para o Brasil, empossou novos integrantes do seu Conselho Consultivo e homenageou os profissionais do ano. O farmacêutico Geraldo Lucchese foi o homenageado desta edição.

 

 

Na abertura do evento, Murilo Pinheiro, presidente da entidade, destacou o caráter democrático do evento e sua seriedade na discussão de questões de real importância para todos os brasileiros e o mundo. “Neste momento de segunda onda da pandemia, temos que ter o equilíbrio, a compreensão que juntos podemos sair desses problemas talvez muito mais fortalecidos”, frisou, ressaltando ainda os ataques às entidades sindicais e sociedade civil organizada por parte do governo. “Nossa luta continua, nosso espaço continua. Vamos batalhar para, cada vez mais, representar a sociedade. Venham juntos! Vamos fazer da nossa CNTU a confederação que todos queremos. Boa sorte a um dia fantástico que teremos”, concluiu.

Integraram a mesa de abertura o diretor da entidade e coordenador do evento, Allen Habert, os presidentes das federações Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), Ronald Ferreira dos Santos; e Interestadual dos Odontologistas (FIO), José Carrijo Brom; além do vice-presidente para Assuntos Institucionais do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo (Sindecon-SP), Waldir Pereira Gomes.

Bicentenário da Independência

A Jornada contou com um debate sobre o pré-lançamento do Bicentenário da Independência e da Semana de Arte Moderna de 2022. Coordenador da atividade e diretor da CNTU, Allen Habert lembrou ao início que neste 16 de dezembro a entidade, que eúne federações, 60 sindicatos de profissionais de nível universitário e 1.650 conselheiros consultivos completou 14 anos.

“Brasil mudando de pele é uma provocação para reconstruir a Independência do Brasil e concluí-la junto a essa equipe muito especial, para que, com suas luzes, possamos atravessar esse deserto desta terra em transe que estamos passando”, frisou ele. Nessa direção, destacou que é missão da CNTU buscar, junto às “melhores inteligências coletivas do País”, entregar um Brasil “melhor do que a nossa geração recebeu. É disso que se trata quando se pensa no Bicentenário da Independência”.

Um dos graves problemas a serem superados nesse sentido é a desigualdade social, como apontou Habert e ratificou o embaixador e diplomata Celso Amorim, que lembrou o recorte de gênero e classe predominante. Para ele, a Independência é “um processo, uma construção”. E é fundamental o autorreconhecimento dos brasileiros, além de retomar as lições de 1922 – ano da Semana de Arte Moderna – e ter visão de futuro.

“Espero que iniciativas como essas nos animem a fazer de 2022 um ano de comemoração, senão de recuperação total, pelo menos de belos projetos, como, aliás, aconteceu em 1922”, pontuou Amorim.

Homenagem a personalidades profissionais encerra jornada da CNTU

Realizada nesta quarta-feira (16/12), a 17a. Jornada da CNTU se encerrou em grande estilo, com a entrega do Prêmio Personalidade Profissional da confederação aos destaques do ano nas áreas contempladas pela entidade e também na categoria Interesse público.

Nesta 10a. edição da homenagem, foram agraciados: Marcel Domingos Solimeo (em Economia), Marcelo Knörich Zuffo (Engenharia), Geraldo Lucchese (Farmácia), Moacir Tavares Martins Filho (Odontologia) e Ailton Alves Lacerda Krenak (Interesse público) – conheça a trajetória de cada um clicando aqui.

O farmacêutico e bioquímico Geraldo Lucchese foi o agraciado com a homenagem neste ano. Graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1976, tem especialização em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública(Ensp)/Fiocruz em 1979, em Administração em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)/São Paulo em 1981 e em Direito Sanitário pela Ensp/Fiocruz/Direb em 2009. É ainda mestre e doutor em Saúde Pública pela Ensp/Fundação Oswaldo Cruz, respectivamente em 1991 e 2001.

Atualmente está aposentado como consultor legislativo da Câmara dos Deputados. Tem experiência na área de saúde coletiva, com ênfase em saúde pública, atuando principalmente nos seguintes temas: políticas de saúde, vigilância sanitária e serviços de saúde.

Liderança indígena, Ailton Krenak saudou o movimento plural representado pela confederação – que passa a integrar como conselheiro consultivo – e homenageou os profissionais da saúde, engenheiros e outros que atuam em prol do interesse coletivo e social em sua fala.

Ele observou que o governo atual tem afrontado a Constituição, a alta cidadania e a ciência. “É uma ofensa”, considerou, para todo esse conjunto, assim como para o povo indígena, que enfrenta consequências de desastres ambientais como a ruptura da barragem da Samarco, às margens do Rio Doce.

“A alta política do Estado ainda está doente e é genocida contra o povo indígena, racista e xenófoba. E aqui vi o engajamento social [contra isso], a preocupação com o SUS [Sistema Único de Saúde] e com as graves desigualdades”, salientou. Ao encerrar, expressou solidariedade “a todos aqueles que vão virar o ano em luto”, lembrando a perda de muitos “parentes e amigos” vítimas da pandemia de Covid-19.

Murilo Pinheiro, presidente da CNTU e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), destacou que o prêmio é um agradecimento à contribuição dada pelos indicados ao País. E convidou os laureados a integrarem o Conselho Consultivo da entidade para que “possamos mostrar cada vez mais nossa atuação nas questões relevantes do País  e estarmos presentes na sociedade brasileira”.

Assim, conclamou: “Vamos juntos lutar por um Brasil melhor, que tenha democracia, participação, buscar crescimento e desenvolvimento e, através disso, diminuir as desigualdades.”

Também participaram do encerramento os presidentes José Carrijo Brom (Federação Interestadual dos Odontologistas – FIO), Ronald Ferreira dos Santos (Federação Nacional dos Farmacêuticos – Fenafar) e Pedro Afonso Gomes (Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo – Sindecon/SP).