O Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfargo) e cerca de 40 farmacêuticos e farmacêuticas demitidos da rede Santa Marta, realizaram, nessa sexta-feira (17), uma manifestação contra a falta de pagamento das verbas rescisórias. Sob muito protesto e barulho os profissionais reivindicaram seus direitos trabalhistas.
As demissões em massa começaram no início do mês de março e até o momento nenhum farmacêutico recebeu seu acerto e a documentação da rescisão de contrato de trabalho.
Além de não a pagar as verbas rescisórias, a rede também não tem recolhido o FGTS há mais de 10 meses e o salário referente ao mês de fevereiro que foi trabalhado ainda não foi pago.
A farmacêutica Cristianny Neves trabalhou 30 anos na empresa e conta que está indignada com o descaso. “Fomos dispensados e não nos informaram mais nada. Trabalhamos e merecemos receber os nossos direitos, não estamos pedindo nada além disso. É uma humilhação a gente precisar fazer manifestação para cobrar algo que é nosso”, desabafa a profissional.
O presidente do Sinfargo, Fábio Basílio, afirma que a luta vai continuar até que a empresa pague o que é devido farmacêuticos. “Não vamos aceitar que os trabalhadores saiam prejudicados, outras manifestações vão acontecer até que a empresa cumpra com a sua obrigação”, ressalta Basílio, que também preside a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar)
A rede Santa Marta divulgou que entrou com um novo pedido de recuperação judicial. Em nota, a empresa afirmou que garantiria o cumprimento dos direitos trabalhistas, porém a rede tem realizado demissão em massa e ignorado os ex-funcionários.
Na nota divulgada à imprensa, a rede disponibilizou um telefone para que os ex-funcionários possam tirar suas dúvidas quanto às rescisões, porém ninguém atende. “Chama até cair”, afirma Cristianny.
Cerca de 350 trabalhadores já foram desligados e 18 lojas fechadas em Goiânia e Distrito Federal. Essa é a segunda vez que a empresa entra com pedido de recuperação judicial.
Basílio orienta que nenhum farmacêutico assine qualquer documento sem consultar o Sinfargo. “É um momento muito crítico e os profissionais precisam ficar atentos. Temos uma assessoria jurídica pronta para esclarecer qualquer questionamento legal”, alerta o presidente.
Marinalva Sampaio – Jornalista Sinfargo