MG: Sincofarma ignora reivindicações de farmacêuticos e propõe pauta semelhante a regime de escravidão

Os farmacêuticos que ainda não acreditavam numa piora das condições e nas relações de trabalho após a Reforma Trabalhista precisam saber o quanto o cenário ainda promete retroceder. Pelo menos foi o que ficou claro na primeira reunião de negociação coletiva dos farmacêuticos de farmácias, drogarias e distribuidoras que foi realizada dia 17/04, na sede da Fecomércio.

 

 

O deboche e o desrespeito do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Minas Gerais- Sincofarma/MG deixaram óbvias as intenções dos patrões, que ignoraram a pauta de reivindicações aprovada pelo Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais – Sinfarmig e apresentaram uma lista de horrores em substituição. A proposta patronal foi considerada pelo departamento jurídico do Sinfarmig como o maior retrocesso já visto na história das mesas de negociação do Sindicato.

Isso porque os patrões fizeram uma “nova” proposta absurda de Convenção Coletiva de Trabalho – CCT piorando e excluindo conquistas já consagradas. As maiores aberrações foram sentidas nas cláusulas referentes ao pagamento de férias (que passaria a ser dividida em até 12 vezes), na Lei do aviso prévio (que favoreceria somente ao empregador), no repouso semanal (que o farmacêutico passaria a trabalhar todos os domingos do mês), no adicional noturno, na implantação do trabalho intermitente (situação em que o empregado ficaria sempre a disposição do empregador, mas só receberia os dias ou horas trabalhadas e caso se recusasse o regime poderia sofrer sanções), além da mudança na jornada de trabalho para 12×36, entre outras.

O Sinfarmig resolveu disponibilizar a série de propostas do sindicato patronal para que cada farmacêutico possa apreciar detalhadamente o conteúdo. Lembrando que hoje este apanhado tem status de proposta, mas pode se tornar realidade com o fim do Sinfarmig, quando cada profissional terá sozinho que impedir o avanço da fúria do empregador. “A proposta não só é perversa porque aproveita o respaldo da Reforma Trabalhista para ampliar o arrocho ao farmacêutico, mas também é desrespeitosa porque desqualifica e menospreza o papel do profissional na atenção farmacêutica”, Junia Lélis.

O Sincofarma já vinha sinalizando o ataque aos farmacêuticos nos últimos anos, contudo, o ponto culminante foi entregar esta proposta já no início das negociações deste ano. Os profissionais poderão conferir na íntegra o que a entidade patronal oferece aos farmacêuticos de farmácias, drogarias e distribuidoras. Basta enviar e-mail para sinfarmig@sinfarmig.org.br solicitando o recebimento da proposta patronal.

O Sinfarmig apela a todos os farmacêuticos para que se sensibilizem e se unam em favor da negociação coletiva visando à permanência dos direitos conquistados e a garantia de avanços. A experiência de mais de 35 anos de trabalho mostra que somente juntos podemos mudar qualquer quadro em nosso favor. A hora é de sindicalizar, rever a posição sobre a contribuição sindical e fortalecer a entidade!

Fonte:Sinfarmig