Fenafar manifesta pesar pela perda de José Alberto Hermógenes

A Federação Nacional dos Farmacêuticos – Fenafar lamenta a morte de um dos mais importantes ativistas em defesa da Saúde Pública e do Sistema Único de Saúde em nosso país. Vítima de complicações da Covid-19, José Alberto Hermógenes de Souza faleceu no último dia em 22 de agosto, aos 76 anos.

 

 

Hermógenes foi um dos principais expoentes do debate público realizado desde a década de 70 em torno dos debates da Reforma Sanitária do Brasil, que deram impulso e origem à própria criação do SUS. Tornou-se uma referência pela sua dedicação na luta pelo direito à saúde associado à construção de um novo rumo pro Brasil. Suas ações foram decisivas para a categoria farmacêutica ocupar um lugar de grande importância na estrutura da saúde do nosso país nas últimas três décadas.

Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, atuou no movimento estudantil e depois de formado exerceu diversas funções no setor público de saúde, na gestão e no atendimento à população. Na década de 1970, Hermógenes foi diretor do Centro de Treinamento da Secretaria de Saúde da Bahia, assumindo o cargo de Secretário de maio de 1978 a março de 1979, no governo de Roberto Santos. Ocupou funções importantes no Ministério da Saúde na década de 80 e foi um dos principais articuladores da 7ª Conferência Nacional de Saúde e na organização da 8ª Conferência Nacional de Saúde. Posteriormente coordenou a Comissão de Reforma Sanitária, em intenso diálogo com Sérgio Arouca, Arlindo Fábio e Hesio Cordeiro, entre outros e, juntos, construíram a redação do capítulo da Seguridade Social, que marca a criação do SUS.

Após o governo Sarney, voltou para Bahia, compondo o Conselho Regional de Medicina da Bahia e tendo assumido a presidência da Bahiafarma – empresa de medicamentos do governo da Bahia.

Na década de 1990 volta a assumir função no Ministério da Saúde, como secretário executivo da pasta na gestão do ministro Jamil Haddad, na qual Hermógenes se destacou criando as condições para a política dos medicamentos genéricos, que se seria implantada pela lei 9.787, de 1999. Retornou ao Ministério em 2002, quando assumiu a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Onde comandou ao lado de uma equipe de profissionais o desenvolvimento de políticas como a Política Nacional de Assistência Farmacêutica e outros programas com foco do acesso e uso racional do medicamento.

A Fenafar em nome dos farmacêuticos e farmacêuticas do país presta sua homenagem a este homem que dedicou sua vida à construção de um sistema único de saúde para todos e todas.