Pesquisa Datafolha mostra que 88% das brasileiras e brasileiros são contra a extinção do SUS

Publicada no jornal Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (27), uma pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), mostra que 88% das brasileiras e brasileiros defendem a manutenção do Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Constituição Federal, em 1988.

 

 

A pesquisa que ouviu 2.087 pessoas, com 16 anos ou mais,  em todas as 27 unidades da federação, em maio deste ano, mostra ainda que o projeto de “planos populares” de saúde, têm menos popularidade até mesmo do que tem o presidente golpista Michel Temer. Apenas a 1% dos entrevistados acham uma boa ideia.

“Apesar da necessidade de avanços, o SUS é um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo e a única forma de acesso à saúde para ampla maioria da população brasileira”, afirma Elgiane Lago, dirigente licenciada da Secretaria de Saúde da CTB.

Acompanhe a pesquisa completa aqui.

Para Lago, o SUS precisa ser aprimorado com mais verbas para a saúde. “A proposta de criação de planos de saúde para pobres visa fortalecer o mercado da saúde para empresários ganharem ainda mais dinheiro com a desgraça alheia”.

Apesar de 55% avaliarem a saúde pública como ruim ou péssima, a sindicalista licenciada acredita que mais investimentos podem trazer melhorias diminuindo as filas de espera. Justamente a maior reclamação registrada na pesquisa, item reclamado por 54% das pessoas.

O Datafolha constatou também que 97% procuraram algum tipo de atendimento pelo SUS nos últimos dois anos. “Natural que seja assim com mais de 14 milhões de desempregados que ficam sem o plano de saúde de suas empresas”, diz Lago. Isso mostra que “o povo quer mudanças para melhor e deseja o fim do retrocesso, por isso defendem a manutenção do SUS”.

O tempo de espera para algum tipo de atendimento aumentou sob o governo golpista mostram os dados. Em 2014, 30% aguardavam na fila, em 2015, 29%, já em 2018, 39% (dez pontos percentuais a mais do que três anos atrás) esperam por atendimento médico.

Dentre os 39% que estão na fila de espera, 45% estão há mais de seis meses (em 2014 eram 29%), atualmente 29% esperam atendimento há mais de um ano. O Datafolha mostra ainda que superadas as dificuldades de acesso, 39% avaliam o atendimento do SUS como excelente ou bom, outros 38% como  regular e 22% como ruim ou péssimo.

Lago afirma ainda que os atendimentos de alta complexidade como os exigidos em casos de câncer, Aids e vários tipos de procedimentos que exigem maiores gastos são feitos pela saúde pública. Por isso, “a nossa luta em defesa do SUS precisar ir para as ruas e ganhar essa massa que tem na saúde pública a sua única forma de preservar atendimento para si e para a sua família”.

Fonte: CTB
Publicado em 28/06/2018