Diretora da Fenafar defende um novo projeto de desenvolvimento nacional na 11ª Jornada Brasil Inteligente da CNTU

Elaine Cristina Pereira, primeira secretária da Fenafar, discursou em defesa do fortalecimento da soberania e de um novo projeto de desenvolvimento nacional, e criticou o desmonte do SUS e a recente Reforma Trabalhista, durante o encerramento da 11ª Jornada Brasil Inteligente da CNTU, na sexta-feira (18), em São Paulo.

A jornada é a primeira atividade coordenada pela farmacêutica e diretora da Fenafar, Gilda Almeida, presidente em exercício da CNTU. Também estavam presentes no evento os representantes da Federação Nacional dos Engenheiros, Federação Interestadual dos Odontologistas, Federação Nacional dos Farmacêuticos, Federação Interestadual dos Nutricionistas e Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo.

Confira o discurso na íntegra abaixo:

Queria saudar a todos e todas presentes nesta 11ª Jornada Brasil Inteligente que, num momento delicado da conjuntura política nacional se coloca o desafio de discutir os caminhos para gerar “emprego e desenvolvimento rumo ao Brasil 2022”.

Nós da Federação Nacional dos Farmacêuticos temos reafirmado em nossos últimos congressos que o Brasil precisa de um novo projeto nacional de desenvolvimento que esteja fortemente centrado no fortalecimento da indústria nacional, na soberania no estabelecimento das relações internacionais para preservar os interesses do país, na integração da América Latina e dos países Sul-Sul. Esse projeto de desenvolvimento deve ser estruturado visando reduzir as desigualdades econômicas e sociais. Para isso, é indispensável gerar empregos de qualidade, promovendo distribuição de renda.

O Estado tem papel central neste projeto. A garantia da oferta de serviços básicos para a sociedade é condição para reduzir desigualdades e trazer dignidade para a vida das pessoas, o que é fundamental para o acesso ao mercado de trabalho.

Para isso, consideramos que a tarefa imediata de todos e todas é combater este golpe que tem retalhado a nossa Constituição, e acabado com direitos sociais e trabalhistas fundamentais. Os setores que tomaram o Brasil desde 2016 impuseram ao país um imoral congelamento de investimentos públicos por 25 anos. O Sistema Único de Saúde, uma das principais políticas públicas do nosso país, está seriamente ameaçado por este congelamento e por outras iniciativas que, como ressaltou no início do dia Ciro Gomes, apostam na falsa ideia de que o mercado resolver todas as demandas da sociedade. Mas nós sabemos bem o que é relegar ao setor privado o atendimento médico, a atenção básica – que está passando por uma perigosa revisão neste momento que devemos estar bem atentos –, o acesso ao medicamento.

Para a Fenafar, a saúde não está a venda e o medicamento não é uma mercadoria, pelo contrário, são direitos básicos e essenciais, porque sem uma vida saudável, digna e de qualidade não podemos enfrentar os desafios para construir uma nação.

Não poderia deixar de mencionar, nossa indignação, como sindicalistas, à aprovação desta Reforma Trabalhista que levou as relações de trabalho do país de volta à década de 30, ou seja, antes da aprovação da CLT. Essa elite predatória e reacionária que desmontou os direitos dos trabalhadores também atacou a organização sindical, porque eles sabem essa política indecente só pode vingar se os sindicatos estiverem enfraquecidos e desestruturados, aliás, atacaram até a Justiça do Trabalho, para tentar impedir que os trabalhadores e trabalhadoras tentem resistir a esta precarização.

Mas eles estão enganados se acham que vão nos calar, nos demobilizar. Os trabalhadores vão se insurjir e mobilizar para lutar pelos seus direitos. Não somos um povo submisso.

Nossa responsabilidade, como lideranças é muito grande. Temos o compromisso de defender os direitos dos trabalhadores de hoje, e o dever de impedir que as novos gerações se deparem com um país sem oportunidades.

Neste momento nossa principal bandeira é reestabelecer a democracia no país, combater essa agenda neoliberal de desmontes e construir uma ampla unidade no país em torno de uma agenda de desenvolvimento para o país.

As Jornadas da CNTU têm sido um espaço fundamental de reflexão para que sigamos cada vez mais fortes neste caminho rumo a um Brasil inteligente.

Da redação