Ministro homologa Resolução do CNS sobre Assistência Farmacêutica em hospitais

Nesta quarta-feira, 21, o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, homologou a Resolução 565 do Conselho Nacional de Saúde, que trata sobre a garantia da prestação de Assistência Farmacêutica em Hospitais.

 

 

A Resolução, aprovada em 10 de novembro de 2017, aponta que é necessário:

1) Reafirmar que todo estabelecimento de saúde que presta assistência hospitalar, também realiza a assistência e atenção farmacêutica aos pacientes internados e, portanto, independente do porte deve seguir as normativas vigentes referentes a tal atividade

Para o presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos e atual presidente do Conselho Nacional de Saúde, Ronald Ferreira dos Santos, a homologação representa uma “vitória da Assistência Farmacêutica, da saúde pública, é um forte reconhecimento da autoridade técnica do profissional farmacêutico na gestão e na assistência à saúde em todos os níveis de atenção”.

Com a assinatura do Ministro, a Resolução ganha força normativa e pode passar a ser aplicada em todos os estabelecimentos hospitalares, representando uma importância conquista para a população e para a categoria farmacêutica.

Leia a íntegra da Resolução aqui.

Da redação
Publicado em 22/02/2018

MP 873/19 mira nos sindicatos, mas acerta na Constituição

Impor um pagamento mensal por boleto enviado à casa de cada sindicalizado torna inviável a sobrevivência de qualquer sindicato. Leia o artigo do advogado especializado em Direito Civil e Relações do Trabalho Wilmar Alvino da Silva Jr.

 

 

No dia 1º de março, Jair Bolsonaro usou sua caneta (seria Bic?) para assinar a Medida Provisória 873 e, quem sabe, assassinar todos os sindicatos do Brasil ao impor “nova” forma de cobrança de contribuições, taxas e mensalidades associativas: boleto na casa do sindicalizado. A MP de Bolsonaro diz ter mirado a contribuição sindical (que já tinha sido alvo da Reforma Trabalhista), mas, de forma irresponsável, passou longe e acertou apenas a Constituição Federal.

Primeiro, vamos ao caráter (ou a falta de) da MP 873. Uma medida provisória precisa ser, por natureza, urgente e relevante no momento de sua assinatura. Posto isso, pergunto: qual a urgência e relevância do assunto contribuição e mensalidade sindical neste momento? Resposta óbvia: nenhuma!

O único ator dessa discussão que vê tal assunto como urgente e relevante é o governo e sua pressa em atropelar qualquer um que se mostre como obstáculo para passar com o trator sua nefasta reforma da Previdência. E é nos sindicatos (tenha você, leitor, suas críticas ou não a eles) que se encontra a grande pedra no sapato de Bolsonaro, Guedes e companhia. Foram esses que lideraram milhões de brasileiros numa greve geral que não se via desde 1917 no Brasil e que vinha sendo novamente construída desde a apresentação do projeto de reforma. Não podemos, portanto, falar da MP sem relacioná-la a este importante fato.

Há uma infinidade de normas e tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário e que são violados diretamente pela MP 873

Vamos, então, ao caráter constitucional do texto. No centro dessa discussão está o artigo 8º da Constituição, que versa, entre tantos outros assuntos, sobre a liberdade sindical (já tão atacada pelos empresários), e agora claramente violada pela MP. A medida provisória, da forma como foi feita, é apenas uma intervenção direta — e, ressalte-se, inconstitucional — do Estado nas entidades, ou seja, qualquer cidadão republicano e bem intencionado não precisa de esforço para ver a absurda violação da nossa Carta Maior causada pela MP.

Se não bastasse isso, há ainda uma infinidade de normas e tratados internacionais (e o Brasil é signatário de todos estes documentos) violados diretamente pela MP. Tratados de instituições sérias e sólidas como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) que não podemos simplesmente ignorar e atropelar, ou estaremos condenados moral e comercialmente pelo mundo todo.

Aqui cabe ressaltar, ainda, o entendimento já manifestado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Ministério Público do Trabalho, por meio da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical (Conalis), de que, com essa MP, estamos rasgando nossa carta constitucional, a Consolidação das Leis do Trabalho (ou o pouco que resta dela após a reforma trabalhista) e os tratados e acordos internacionais aos quais me referi antes. Parecer da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da OAB Federal publicado em 7 de março recomenda ingresso imediato de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). Duas ADI já foram impetradas no STF — uma, da Confederação de Carreiras Típicas de Estado; outra, de instituições do ensino superior.

A fragilidade jurídica da MP 873, que muito se assemelha à “tuitada” de um adolescente eufórico (e inconsequente) e em nada lembra um ato de chefe de Estado, já se revela também em duas decisões judiciais liminares da 2ª e da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Nessas decisões, os juízes Mauro Luis Rocha Lopes e Fábio Teneblat determinam que os pagamentos aos sindicatos sigam normalmente, com desconto em folha de pagamento, tal qual consignado no artigo 8º da Constituição Federal e determinado autonomamente pela vontade dos sindicalizados (vontade na qual não cabe a colher do Estado, segundo a Carta Magna).

Voltando à nossa Constituição, até os mais crédulos na boa intenção do governo ao assinar a MP não podem negar que impor um pagamento mensal por boleto enviado à casa de cada sindicalizado torna inviável a sobrevivência de qualquer sindicato. Primeiro, há o custo. Com cerca de R$ 9 por boleto e 14 milhões de sindicalizados, a canetada de Bolsonaro colocaria R$ 126 milhões mensais dos trabalhadores de bandeja nas mãos (ou melhor, nos bolsos) dos banqueiros. Isso sem contar no tempo, pessoal e material necessários para se fazer chegar todo mês um boleto para cada um dos sócios dos sindicatos. Mais custos de postagem. Situação completamente insustentável!

Para quem vê nos sindicatos os grandes inimigos do Brasil (mesmo estando claro que não são), a MP 873 é um deleite. Mas, se insistirmos nessa sandice e ignorarmos a nossa Constituição, para qual futuro estaremos caminhando? Afinal, vivemos ou não vivemos num Estado Democrático de Direito, em que acima de tudo está nossa Constituição? Se insistirmos na loucura e caos de se governar por MP irrelevantes e pouco urgentes, cabe perguntar: quem será o próximo a servir de “laranja” para rasgar mais um artigo da nossa Carta Maior?

Fonte: Diap

CNS recomenda aos gestores do SUS que prorroguem consulta pública sobre dados de pacientes

O Conselho Nacional de Saúde (CNS), durante 302ª Reunião Ordinária do órgão colegiado, recomendou que a Comissão Intergestora Tripartite (CIT), composta por gestores de saúde dos municípios, estados e União, prorrogue a atual consulta pública sobre tratamento de dados pessoais de pacientes até 30 de março de 2018.

 

 

A recomendação foi aprovada pelo CNS hoje (21/02).

A consulta pública acontece no portal do Ministério da Saúde e trata sobre uma proposta de resolução acerca da proteção e do tratamento de dados pessoais de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A minuta de resolução proposta pela CIT estabelece os procedimentos para acesso à informação e cessão de bases de dados contendo informações pessoais custodiadas pelo SUS.

O CNS avaliou ser necessário ampliar a discussão com a sociedade sobre o tema. Por esse motivo, recomenda que a CIT prorrogue o prazo para que seja possível receber mais contribuições. Atualmente a consulta pública estabelece apenas 15 dias para contribuição da sociedade após a publicação da mesma no portal do ministério. A reunião da CIT acontece até quinta (22/02).

Participe da Consulta Pública

Leia a Recomendação do CNS

Fonte: SUSConecta
Publicado em 22/02/2018

Mulheres lutam contra a violência na política na América Latina

Na América Latina, as mulheres ocupam 27,3% dos cargos locais como membros do conselho ou vereadores, um aumento de 6,5% nos últimos 10 anos.

 

 

Como ativista dos direitos das mulheres indígenas no sul do México, Elisa Zepeda Lagunas experimentou o tipo de violência que calaria as pessoas. Ela foi arrastada para a praça da cidade e quase cortada até a morte com uma machete, sua casa foi incendiada e seu irmão foi morto.

“Fomos emboscados… para impedir o movimento que eu liderava”, explica Zepeda Lagunas, de 34 anos. “Eles me disseram: ‘isso é o que acontece quando você se envolve em assuntos que não lhe competem.’ …Me torturaram e fizeram coisas que ainda tenho dificuldade em falar.”

Em números

Um estudo de 2016 sobre sexismo, assédio e violência contra mulheres no parlamento de 39 países em cinco regiões e 42 parlamentos concluiu:

. 81,8% das mulheres sofreram violência psicológica;

. 46,7% temeram por sua segurança e a de sua família;

. 44,4% receberam ameaças de morte, estupro, espancamento ou sequestro;

. 25,5% sofreram violência física.

Zepeda Lagunas, no entanto, não parou com o seu ativismo. Ela perseverou e buscou um cargo público, sendo eleita como a primeira prefeita do município de Eloxochitlán de Flores Magón, no Distrito de Teotitlán do Estado mexicano de Oaxaca, em 2016. Em julho de 2018, foi eleita para o Congresso do Estado de Oaxaca.

“Apesar de todos os riscos, me candidatei porque é uma ótima oportunidade para elevar minha voz a um nível maior, como legisladora, e temos muito trabalho a fazer”, diz ela. “É essencial que eu ocupe esses espaços e conseguir abri-los para outras pessoas. ”

Atualmente, na América Latina, as mulheres ocupam 27,3% dos cargos locais como membros do conselho ou vereadores, um aumento de 6,5% nos últimos 10 anos.

Mas a jornada não tem sido fácil para as mulheres na América Latina, onde o assédio, as ameaças e até a morte fazem desta uma escolha de carreira arriscada.

Inclusive na inovadora Bolívia, onde as mulheres representam 53,1% do parlamento – a terceira maior porcentagem a nivel mundial – e 44,1% dos vereadores locais (em 2014).

Bolívia

“A nossa foi uma batalha conduzida nas ruas, nas prisões, com golpes… Custou muito sangue e muitas mortes”, explica Leonida Zurita, que iniciou sua carreira política como ativista sindicalista antes de se tornar a primeira mulher em liderar a Assembléia Regional em Cochabamba em 2015. Em 2017, ela foi nomeada Presidente da Associação de Mulheres Representantes de Departamentos do Estado Plurinacional da Bolívia (AMADBOL), criada com apoio técnico e financeiro da ONU Mulheres.

Zurita diz que a representação melhorou muito para as mulheres, graças à legislação e a uma nova Constituição, mas o assédio e a violência política permanecem desenfreados.

O assassinato em 2012 da vereadora boliviana local Juana Quispe – que apresentou queixas de assédio e estava defendendo uma lei para proteger as mulheres políticas da violência – e o assassinato do vereador local Daguimar Rivera Ortiz, alguns meses depois, alimentou as demandas por uma lei para combater a violência contra as mulheres em política.

A lei marco da Bolívia contra o assédio e a violência política contra as mulheres (Lei 243) foi aprovada em 2012, tornando-se a primeira – e ainda a única – lei autônoma do seu tipo no mundo. A ONU Mulheres forneceu assistência técnica e financeira para esta legislação, que prevê sentenças de prisão de dois a cinco anos para quem pressiona, persegue, assedia ou ameaça uma mulher que exerce funções públicas, e até oito anos de prisão por cometer agressão física, psicológica ou sexual.

Mas as reformas legais da Bolívia “não mudaram os sistemas patriarcais ou a cultura do machismo da noite para o dia e a reação contra as mulheres na política foi rápida e generalizada”, explica Katia Uriona, ex-presidente do Tribunal Eleitoral do Estado Plurinacional da Bolívia. Uma parceira de longa data da ONU Mulheres, ela participou de uma Reunião do Grupo de Especialistas sobre Terminar com a Violência contra as Mulheres na Política coorganizada pela ONU Mulheres em março de 2018.

Um estudo recente da Rede de Coordenação das Mulheres da Bolívia (Coordinadora de la Mujer), beneficiária do Fundo das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero, revelou que entre 65% e 70% das mulheres parlamentares tem sido vítimas de assédio e violência política.

“O triste é que essas formas de assédio político e violência são absolutamente naturalizadas na política e fazem parte da cultura política, tanto dos partidos políticos como do próprio sistema democrático”, afirma a Diretora Executiva da Coordenadora da Mulher, Mónica Novillo.

Em 2017, a ONU Mulheres prestou assistência ao Supremo Tribunal Eleitoral da Bolívia, para criar um Observatório para a Paridade Democrática contra o Assédio e a Violência Política. Ele monitora a paridade de gênero e sua dimensão intercultural e os direitos políticos das mulheres. Também rastreia e conscientiza sobre a participação política das mulheres, incluindo o problema da violência, e gera dados.

Como parte dos esforços contínuos, uma lei sobre a paridade nos partidos políticos bolivianos – com uma seção sobre violência contra as mulheres na política – foi apresentada à Assembléia Legislativa em junho de 2018 e aprovada em 1º de setembro último.

Brasil

No Brasil, as mulheres políticas enfrentam riscos semelhantes, e mulheres afro-descendentes e indígenas têm sido duplamente alvejadas. Em março de 2018, o assassinato de Marielle Franco, vereadora da cidade do Rio de Janeiro de 38 anos e uma conhecida defensora afrodescendente dos direitos humanos, conquistou manchetes globais e despertou muita comoção e indignação.

A ONU Mulheres tem trabalhado em conjunto com parceiros apoiando os esforços de sensibilização para aumentar a conscientização sobre essa violência, inclusive durante o processo de impeachment contra a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, destacando várias situações de violência política dirigida contra ela durante 2015 e 2016.

Em parceria com a sociedade civil e prefeituras locais, a ONU Mulheres tem atuado para tornar a violência contra as mulheres na política mais visível antes e durante os processos eleitorais, e para promover a participação política das mulheres. Como parte da iniciativa Brasil 50-50 para alcançar a paridade de gênero na política, a iniciativa de jornalismo de dados denominada “Gênero e Número” está aumentando a visibilidade das mulheres negras, indígenas e LBTI gravemente sub-representado nas arenas políticas e discutido a violência política contra as mulheres.

“É necessário trazer os direitos das mulheres para o centro do debate público nas eleições”, diz Nadine Gasman, Representante da ONU Mulheres no Brasil. “A ONU Mulheres desenvolveu plataformas para que os/as candidatos/as brasileiros/as se posicionem e se comprometam com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, com um foco na igualdade de gênero. Sabemos que não podemos alcançar o desenvolvimento sustentável sem a participação igualitária de homens e mulheres na política ”.

Honduras

Em Honduras, a vereadora de San Pedro Sula, Fátima Mena Baide, enfrentou repetidas ameaças e agressões. Aos 28 anos, com um filho de um ano, fundou um partido político, concorreu e foi eleita para o Parlamento em 2014.

Quando ela concorreu à prefeitura em 2017, recebeu uma série de mensagens de texto e através das mídias sociais de perfis falsos, dizendo a ela para cuidar de seu filho no lugar de se candidatar, ou ameaçando a sua segurança pessoal e de seu filho. Ela foi atacada fisicamente: um congressista concorrendo à reeleição a puxou pelos cabelos e ela foi impedida de fazer campanha em certos distritos porque havia uma ordem para matá-la.

“O que mantém as mulheres firmes é saber que o que elas estão vivendo é violência política contra elas, porque elas são mulheres”, diz Mena Baide, quem também discursou na Reunião do Grupo de Especialistas organizada pela ONU, em março. “A polícia nem sempre está consciente de que isso representa violência política. [Eles] nem conhecem o termo.

Mena Baide denunciou às autoridades, mas a polícia nunca apresentou um relatório/inquérito. Relatar os incidentes dentro de seu próprio partido também se mostrou inútil. Ela diz que apenas grupos de mulheres e a comunidade internacional mostraram seu apoio tangível.

México

“Se ‘proteção’ significa tirar a mulher do emprego, então quem ganha?”, pergunta María del Carmen Alanis Figueroa, uma professora visitante na Harvard Law School, e que foi a primeira mulher presidente do Tribunal Eleitoral do México.

Na Reunião do Grupo de Especialistas, em março, ela detalhou os esforços do México para proteger as mulheres políticas na ausência de uma lei específica.

“Devemos aplicar sansão sobre o perpetrador, o partido. A proteção das mulheres na política não significa afastá-las da política. Precisamos fazer algo diferente – isso é reparação”, ela disse.

Em 2014, um passo adiante foi dado quando o México aprovou um Protocolo judicial federal para tratar a violência política baseada em gênero contra a mulher (e o atualizou em 2017), tendo como principal autoridade o Tribunal Eleitoral. A ONU Mulheres México também contribuiu para o desenvolvimento de um Protocolo modelo para abordar a violência política contra as mulheres com base no gênero alinhada com o protocolo federal, para o estado de Oaxaca, que estimulou outros protocolos estaduais no país.

“O protocolo é como uma declaração política reconhecendo que há um problema e há instituições dispostas a agir…” diz a especialista em política e gênero Mónica Maccise Duayhe, Chefe da Unidade de Igualdade de Gênero e Não Discriminação do Instituto Nacional Eleitoral do México. “Pelo menos nos permite coordenar e temos um instrumento homogêneo. Mas o protocolo não é suficiente. Precisamos de mecanismos adicionais para suprir as lacunas ”.

Apesar de ter mais de 4.000 candidatas para os vários níveis de governo nas recentes eleições de julho de 2018, Maccise Duayhe aponta que apenas 38 casos de violência política com base no género foram reportados a nível nacional, dos quais apenas três resultaram em medidas de proteção. Ela acredita que mais mulheres denunciariam tal violência se houvesse uma lei, ou sanções mais vigorosas em funcionamento.

“Mas você não pode confiar apenas na mudança legislativa, ou em um mecanismo ou protocolo”, diz ela. “Precisamos de melhor coordenação institucional. Nós precisamos treinar juízes. É um processo.”

Maccise Duayhe, que também liderou o Programa de Igualdade de Gênero para a Suprema Corte do México, ajudou a conseguir o compromisso de nove partidos políticos mexicanos para se juntarem à campanha HeForShe da ONU Mulheres antes das últimas eleições. Eles se comprometeram a promover os direitos das mulheres em suas plataformas, garantir a paridade em suas diretivas e combater a violência política baseada no gênero.

A ONU Mulheres México trabalhou para fortalecer as capacidades de governos, organizações da sociedade civil e mulheres políticas, por meio de fóruns de treinamento regional e sua participação em espaços como o Observatório para a Participação Política das Mulheres e o Grupo de Trabalho sobre Violência Política contra Mulheres.

De volta a Oaxaca, Zepeda Lagunas está entre as 23 mulheres (vis-à-vis 19 homens) que agora compõem a maioria do Congresso do Estado de Oaxaca.

As eleições de julho do último ano tiveram um número recorde de mulheres eleitas em todo o México, incluindo 48,2% da câmara baixa do Congresso federal e 49,2% do Senado – a terceira e quarta maior taxa global.

“Queremos iniciar uma escola de treinamento para o empoderamento político das mulheres nos 41 municípios do meu distrito”, diz Zepeda Lagunas. “Nós também queremos tipificar a violência contra as mulheres na política, porque as sentenças não estão sendo executadas nos poucos julgamentos que foram iniciados…

Aos poucos, estamos seguindo em frente, e sinto que tem valido a pena.”

Fonte: Brasil de Fato

Fechar Farmácia Popular é medida equivocada, diz ex-ministro da Saúde

Apesar de reconhecer que todo governo deve avaliar as políticas públicas para reformulação e aperfeiçoamento, o ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que o fechamento das 517 farmácias no Programa Farmácia Popular é uma estratégia equivocada.

Para Chioro, há um alinhamento ideológico entre o ministério da Saúde e a equipe econômica que, sob discurso da necessidade de economizar recursos, desmonta as políticas públicas exitosas como a Farmácia Popular.

Criado em 2004, o programa Farmácia Popular sofreu mudanças entre junho e agosto de 2017. Neste período, foram fechadas mais de 500 unidades do programa, presente em 410 municípios, que distribuíam 112 medicamentos com desconto ou gratuitamente à população brasileira, como remédios para hipertensão, diabetes, asma, Parkinson, glaucoma, rinite, osteoporose e transtornos mentais.

A justificativa dada pelo ministério da Saúde para o fechamento desses locais de distribuição é financeira com objetivo de melhorar a gestão. O governo argumenta que dos R$ 100 milhões de gastos por ano, R$ 80 milhões eram de custos administrativos para manter as unidades. E que, para suprir a demanda dessas unidades da Farmácia Popular, o ministério da Fazenda informou que estão em processo parcerias com farmácias privadas nesses locais para a distribuição dos medicamentos. Porém, o governo aguarda a manifestação do setor privado em aderir ao convênio. Lembrando que cerda de 18 cidades do Norte e Nordeste eram dependentes desses locais.

Todavia, alterar um programa bem-sucedido como o Farmácia Popular “se trata de uma estratégia equivocada”, informou Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em entrevista ao Portal Vermelho.

Chioro disse reconhecer que qualquer governo deve avaliar os gastos que são considerados elevados e analisar quais mecanismos podem abaixar os custos, mas não houve transparência, por parte do governo, no processo de fechamento. O Conselho Nacional de Saúde (CNS) já tinha se posicionado contra o fechamento das Farmácia Populares e informou ter sido excluído do debate sobre o encerramento das Farmácias Populares.

“A questão é a falta de transparência, o fato de não ter um debate no âmbito do Conselho Nacional de Saúde e com os atores que estão envolvidos diretamente na política de assistência farmacêutica. É preciso considerar que a Farmácia Popular tem mais de 10 anos e uma avaliação muito positiva ao cumprir o papel ao qual sempre se destinou, que não é o de substituir a assistência farmacêutica prestada pelo Sistema único de Saúde (SUS), mas de garantir que usuários da saúde suplementar possam ter a garantia de acesso a assistência farmacêutica, como é o caso de pessoas que não têm a mínima capacidade de aquisição de medicamentos mas que contam com cobertura de planos coletivos oferecidos por seus empregadores”, explicou Chioro.

O professor destacou que, com o fechamento, há grandes chances desses usuários não conseguirem os medicamentos no SUS ou de não conseguirem garantir o tratamento adequado.

“Esses dois cenários são muito ruins porque, de maneira geral, aumenta a pressão de demanda nas unidades básicas e nos serviços especializados, gerando consultas desnecessárias para obter algo que esses usuários já tinham [com a Farmácia Popular]”, disse o ex-ministro.

Estudos do próprio governo corroborado por pesquisas efetuadas por especialistas já apontam que houve queda nas internações hospitalares nos casos de hipertensão e crises asmáticas após a implementação do programa. Dessa forma, o efeito reverso deve acontecer depois do fechamento: aumento de internações e também o aumento do número de consultas para conseguir a medicação adequada.

“O elenco de medicamentos que eram ofertados pela farmácia popular não foi escolhido aleatoriamente. Foi selecionado por critérios epidemiológicos, ou seja, atendia ao conjunto de necessidade dos problemas de saúde mais frequentes [da população] e, parte significativa era constituida de medicamentos essenciais e de uso continuo, permanente, e que tem um peso significativo no orçamento doméstico”, disse.

Cerca de 80% dos brasileiros beneficiados pelo programa recebem até dois salários mínimos.

“Por exemplo, um zelador ou um operário da construção civil de baixa renda, que têm um plano de saúde coletivo, ficam completamente desassistidos do ponto de vista do acesso a medicamentos, a não ser que essa pessoa vá novamente para o SUS. É uma relação paradoxal porque ela tem a assistência médica no plano de saúde e ela procura a UBS do seu bairro para ter acesso ao medicamento e, muitas vezes, é obrigada a passar por mais uma consulta ou por um atendimento de enfermagem. Isto é, o programa Farmácia Popular no Brasil tinha rompido exatamente com essa estratégia e tinha ampliado o acesso de milhões de brasileiros que passaram a contar com esse ponto de distribuição de medicamento”.

Por fim, o professor destacou que o programa Farmácia Popular é extremamente significativo e bem avaliado.

“Nós não estamos falando de uma política que acaba fazendo água, que não tinha credibilidade ou que não tinha um papel importante, nós estamos falando de algo muito consistente. E com a desculpa de que é preciso melhorar a gestão dos recursos financeiros se desmonta o programa ao invés de se aperfeiçoa-lo”, argumentou o ex-ministro.

Cenário

Questionado sobre como interpreta o fechamento das Farmácias Populares diante do cenário de cortes na área da saúde – como o teto dos gastos que limitam os investimentos públicos durante 20 anos – Chioro avaliou:

“Nós temos pela primeira vez uma situação inédita na história do SUS que tem 30 anos. A mais alta autoridade do SUS, que é o ministro da Saúde, adota o mesmo discurso da equipe econômica: de que o problema da saúde são os gastos, a má gestão e não a falta de recursos financeiros. Ao longo do governo Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula e Dilma, nós sempre tivemos um ‘tensionamento’ importante entre os gestores da saúde e os gestores da área econômica. Os setores da saúde denunciando, com maior ou menor intensidade e de maneira mais clara ou não, que o problema da saúde era falta de recursos. O que nós temos agora é um alinhamento ideológico e prático entre o ministro da Saúde, Ricardo Barros, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. E isso representa uma concepção de governo muito clara e deletéria para a saúde”, analisou o ex-ministro da Saúde.

“Então, o uso de um discurso e de um objetivo que é economizar recursos e melhorar a gestão de maneira artificial, na verdade, esconde a desmontagem das políticas públicas exitosas, como é o caso do Farmácia Popular que foi implementado como política de Estado, privilegiando-se agora a entrega de recursos para setores empresariais escolhidos de maneira seletiva e não de maneira republicana, porque ninguém sabe como serão reconfiguradas essas políticas daqui pra frente”, finalizou Chioro em entrevista ao Vermelho.

Fechamento investigado pelo TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga irregularidades no fechamento dessas unidades da Farmácia Popular. O TCU questiona se a decisão de fechamento das Farmácias Populares está devidamente fundamentada em estudos técnicos que comprovem ser esta a melhor solução do ponto de vista orçamentário e também da saúde pública.

Os custos dos convênios com as farmácias privadas também está sendo monitorado pelo órgão, já que os valores pagos são muito superiores ao gasto pela rede básica de saúde. Na média feita pela instituição, a diferença chegou a 824%.

Fonte: Vermelho
Publicado em 20/02/2018

Campanha da Fraternidade 2019 critica PEC da Previdência e desmonte do SUS

Campanha da Fraternidade 2019 traz como tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” .CNBB pretende estimular a participação social dos católicos na defesa das políticas públicas.

 

 

As políticas públicas não apenas estão inseridas na temática da Campanha da Fraternidade 2019, como nortearam o discurso crítico à reforma da Previdência Social e à retirada de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), durante o lançamento nesta quarta-feira (6). A data marca o início da Quaresma – os 40 dias que antecedem a principal celebração do cristianismo: a Páscoa, ressurreição de Jesus Cristo, que é comemorada no domingo e praticada desde o século 4.

Sob o tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pretende estimular a participação dos católicos na defesa das políticas públicas. O texto-base da campanha descreve, entre outros tópicos, sobre o ciclo e etapas de uma política pública e faz a distinção entre as políticas de governo e as políticas de Estado, bem como apresenta os canais de participação social, como os conselhos previstos na Constituição Federal de 1988.

Durante o lançamento, o médico cardiologista e instituidor do observatório de saúde do Distrito Federal, Geniberto Paiva Campos, questionou os impactos negativos da reforma da Previdência proposto pelo governo Michel Temer e o atual de Jair Bolsonaro. Ele indagou se não seria um “retorno ao século 19, a retirada dos direitos”.

Vânia Lúcia Ferreira Leite, representante do Conselho Nacional de Saúde, criticou o sucateamento do SUS, agravado pela Emenda Constitucional 95, que instituiu o teto de gastos, por comprometer o financiamento do sistema. Na mesma linha, Gilberto Vieira dos Santos, secretário-adjunto do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), falou sobre as demandas de políticas públicas para os povos indígenas.

Embora o cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da CNBB tenha afirmado que não há um posicionamento oficial da entidade sobre a reforma da Previdência, ele acredita que não se deve penalizar as camadas menos favorecidas da sociedade. “Nesse momento, na elaboração de uma proposta é necessário considerar esses trabalhadores. O povo mais pobre e sofrido que necessita ser assistido e não sacrificado ainda mais”, disse.

Com relação à proposta do governo Bolsonaro em favor da posse de armas, o cardeal disse que a igreja já ressaltou em outras ocasiões que “a construção da paz seja feita por meio da justiça social”.

Também reafirmou a defesa do respeito à vida, à terra e à cultura dos povos indígenas, ao ser questionado sobre o posicionamento da instituição com relação aos indígenas. “Não é porque temos situações novas que vamos deixar de anunciar aquilo que tem sido critério orientador da conferência episcopal”, disse à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, fez referência ao clamor que a Constituição faz à sociedade para ser fraterna e sem preconceitos em respeito à pessoa humana. “Esta edição da campanha toca em uma dimensão da fraternidade que fala aos gestores públicos, serviços públicos que são postos à nossa disposição”, disse, ao lembrar as políticas públicas para imigrantes e ao enfrentamento às várias formas de corrupção, e crimes como a violência doméstica e o rompimento de barragens, como o da Vale em Brumadinho (MG).

O Papa Francisco, na mensagem publicada no site O São Paulo, chama a atenção para valores de solidariedade, ética e o interesse público acima do privado. “Políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados, que não se deixem intimidar pelos grandes poderes financeiros e mediáticos, sendo competentes e pacientes face a problemas complexos, sendo abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático, conjugando a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação”, destaca o trecho da mensagem.

Confira abaixo a íntegra da mensagem do Papa Francisco:

Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Com o início da Quaresma, somos convidados a preparar-nos, através das práticas penitenciais do jejum, da esmola e da oração, para a celebração da vitória do Senhor Jesus sobre o pecado e a morte. Para inspirar, iluminar e integrar tais práticas como componentes de um caminho pessoal e comunitário em direção à Páscoa de Cristo, a Campanha da Fraternidade propõe aos cristãos brasileiros o horizonte das “políticas públicas”.

Muito embora aquilo que se entende por política pública seja primordialmente uma responsabilidade do Estado cuja finalidade é garantir o bem comum dos cidadãos, todas as pessoas e instituições devem se sentir protagonistas das iniciativas e ações que promovam «o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição» (Gaudium et spes, 74).

Cientes disso, os cristãos – inspirados pelo lema desta Campanha da Fraternidade «Serás libertado pelo direito e pela justiça» (Is 1,28) e seguindo o exemplo do divino Mestre que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28) – devem buscar uma participação mais ativa na sociedade como forma concreta de amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura fraterna baseada no direito e na justiça. De fato, como lembra o Documento de Aparecida, «são os leigos de nosso continente, conscientes de sua chamada à santidade em virtude de sua vocação batismal, os que têm de atuar à maneira de um fermento na massa para construir uma cidade temporal que esteja de acordo com o projeto de Deus» (n. 505).

De modo especial, àqueles que se dedicam formalmente à política – à que os Pontífices, a partir de Pio XII, se referiram como uma «nobre forma de caridade» (cf. Papa Francisco, Mensagem ao Congresso organizado pela CAL-CELAM, 1/XII/2017) – requer-se que vivam «com paixão o seu serviço aos povos, vibrando com as fibras íntimas do seu etos e da sua cultura, solidários com os seus sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados, que não se deixem intimidar pelos grandes poderes financeiros e mediáticos, sendo competentes e pacientes face a problemas complexos, sendo abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático, conjugando a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação» (ibid.).

Refletindo e rezando as políticas públicas com a graça do Espírito Santo, faço votos, queridos irmãos e irmãs, que o caminho quaresmal deste ano, à luz das propostas da Campanha da Fraternidade, ajude todos os cristãos a terem os olhos e o coração abertos para que possam ver nos irmãos mais necessitados a “carne de Cristo” que espera «ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós» (Bula Misericórdia vultus, 15). Assim a força renovadora e transformadora da Ressurreição poderá alcançar a todos fazendo do Brasil uma nação mais fraterna e justa. E para lhes confirmar nesses propósitos, confiados na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, de coração envio a todos e cada um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.

Vaticano, 11 de fevereiro de 2019.
[Franciscus PP.]

Fonte: Brasil de Fato

Sinfarmig publica nota sobre o crime em Brumadinho: Somos todos atingidos

Mais uma vez, a triste história se repete. A desenfreada ganância por lucro a qualquer custo gera a negligência e como meros espectadores, assistimos a este filme de horror, cujo final nunca é feliz, ao contrário,  tragédias e mais tragédias criminosas vão se alternando aqui e acolá.Um sentimento de dor mistura-se à revolta e impotência.

 

 

Sim, este filme só irá parar de ser encenado quando, de fato, a elite que manda neste País, por bem ou na “marra”, entender que a ganância de uns pouquíssimos não pode sobrepor o direito à vida de centenas de milhões de pessoas.

Chega de subserviência! Sob o manto da alegação de que emprega milhares e gera receitas ao Estado, as mineradoras deste País, sobretudo a malfadada Vale, negligenciam responsabilidades em segurança e promove crimes como o de Mariana e agora de Brumadinho.

Até quando? Perguntamos neste momento… Mas, até quando nossa pergunta traduzirá em ação concreta?

O Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais – Sinfarmig cerra fileira com todos que estão orando por Brumadinho e não poderia deixar de prestar solidariedade ao povo mineiro.   É hora de transformar a revolta em ação concreta participando das ações, em parcerias com diversas entidades e movimentos sociais em defesa de medidas efetivas pela garantia da vida. É também à hora de exigirmos o pagamento das devidas indenizações as vítimas de Mariana e agora de Brumadinho.

É preciso lembrar também da necessidade urgente da implementação de ações governamentais em defesa do fortalecimento de uma política pública ambiental com fiscalização efetiva, com pessoal e equipamentos suficiente para impedir a destruição do meio ambiente tal qual vem acontecendo em nosso País.

O momento ainda nos lembra que, nestes momentos de desespero é sempre o nosso Sistema Único de Saúde – SUS, mesmo fragilizado com as políticas de desmonte é quem socorre com medicamentos e vacinas, providencia leitos de internação, cuida da saúde física e mental e orienta quanto às análises e ao cuidado com a água de uso humano e alimentos para as vítimas destas tragédias.

#forçaBrumadinho  #somostodosbrumadinho

Foto: Reprodução Mídia NINJA
Fonte: Sinarmig

Adilson Araújo: PEC 300 está baseada em ódio de classe

Os ataques contra os direitos trabalhistas continuam firmes pelo idealistas e apoiadores do golpe de 2016. No dia 9 de janeiro, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300/2016 teve movimentação com a divulgação de parecer favorável do deputado federal Luiz Fernando Faria (PP-MG) deu parecer favorável (acesse aqui). No site da Câmara dos Deputados, o parecer ainda consta como pendente de análise.

 

 

Ataques aos trabalhadores e trapalhadas iniciais do novo governo

De autoria do deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300/2016 altera o artigo 7º, que traz 34 leis trabalhistas, e prevê, entre outras medidas, a redução do aviso prévio de 90 para 30 dias, acabando com a proporcionalidade por tempo de serviço, a ampliação da jornada de trabalho diária de oito para 10 horas, sem ultrapassar as 44 horas semanais, sendo “facultada a compensação de horários e a alteração da jornada, mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho”.

“Na justificativa para aprovar esta proposta” diz o presidente da CTB, Adílson Araújo, ao afirmar que mais uma vez os direitos trabalhistas, garantidos na Constituição de 1988, estão sendo vilipendiados. “Essa PEC elimina direitos e sacrifica ainda mais o trabalhador e a trabalhadora.  Ela [a PEC] está baseada no ódio de classe. Não é possível que uma PEC possa ser baseada na retórica e na hipocrisia de que direitos e melhor qualidade de vida brequem o desenvolvimento. De que desenvolvimento eles estão falando?”, questionou Adilson.

O dirigente lembra, ao citar estudo do Dieese, que se a jornada de trabalho fosse reduzida das atuais 44 horas semanais para 40 horas, 3 milhões de postos de trabalho poderiam ser abertos.

Justiça do Trabalho

A PEC 300 também pretende dificultar ainda mais o acesso do empregado à Justiça do Trabalho. De acordo com o texto, o prazo prescricional para se ingressar com uma ação, que hoje é de dois anos para os trabalhadores urbanos e rurais após a extinção do contrato de trabalho, passaria para apenas três meses.

“É de uma ousadia que a reforma trabalhista proposta pelo governo Temer não teve. Todos os direitos que são suprimidos ou revistos pela PEC 300 visam a, pura e simplesmente, o massacre de alguns direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores”, afirma o advogado trabalhista Ricardo Quintas, em entrevista à TVT, quando do envio da PEC ao Congresso.

Fonte: CTB

Mais Médicos: Por onde andam os médicos cubanos?

Miguel Rafael Acea Baró havia chegado fazia poucos meses de Cienfuegos, Cuba, para trabalhar no posto de saúde do Tucão, em Vilar dos Teles, na Baixada Fluminense, quando sentiu na pele, pela primeira vez, o preconceito. “Fui à casa de um paciente idoso e ele falou para mim que não queria ser atendido. Disse que eu era muito jovem. ‘Mas eu tenho 50 anos!’, respondi. Ele disse que não, que eu era cubano…”, lembra.

Dias depois, a filha do paciente correu ao posto de saúde onde Miguel trabalhava. O pai estava passando mal. “Eu fiz o que tinha que fazer como médico: atendi ele. E isso mudou aquela imagem. Depois de um dia, ele fala para a filha: ‘Vamos fazer um bolo para o médico, porque ele é ótimo’. Isso marcou minha vida”, sorri o esguio e agitado senhor, com o estetoscópio sempre pendurado no pescoço. Miguel continuou tratando o paciente por quase um ano, até a sua morte. “Entendi que o principal é a comunicação entre médico e paciente. Ele ouvia falar muito mal dos cubanos, mas não conhecia nenhum”, conclui.

Já faz mais de quatro anos desde que, em agosto de 2013, os primeiros doctores cubanos começaram a chegar ao Brasil para trabalhar no programa Mais Médicos – criado para ampliar o acesso à saúde básica no país. Os 8,5 mil médicos intercambistas vindos do país caribenho têm mais em comum do que o português carregado de sotaque. Vítimas de um duro preconceito, eles conseguiram, por meio do trabalho e dos laços profundos criados com colegas e pacientes, atestar o sucesso do plano, reconhecido nacional e internacionalmente.

O Mais Médicos foi criado pela Medida Provisória nº 621, de 8 de julho de 2013, pela então presidente Dilma Rousseff (PT). Além do recrutamento de profissionais bolsistas para regiões carentes – eles são contratados dentro de um modelo de formação em serviço, e não de vínculo de trabalho –, o programa previa também a reformulação e a expansão dos cursos de medicina no Brasil. De fato, até 2016, o último dado disponível pelo Ministério da Educação, foram criadas quase 10 mil novas vagas em cursos de medicina, mais de 70% delas em instituições privadas. Porém, a remodelagem, que tornaria o programa mais prático e voltado para a atenção básica de saúde, foi alvo de duras críticas de associações médicas e nunca se concretizou.

Em novembro passado, a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo afirmou que o governo federal iria impedir a criação de novos cursos de medicina no país durante cinco anos. Embora a medida nunca tenha sido oficialmente confirmada, a Associação Médica Brasileira (AMB) afirmou à Pública que “um decreto impedindo a abertura de novas escolas” será publicado após a conclusão de um edital de 2017 aberto. O Ministério da Educação afirma apenas “que há estudo sobre a possibilidade de decreto sobre o assunto”.

Para a AMB, os novos cursos não resolveriam problema algum. “O país tem mais de 300 cursos, quando não teria condições de ter nem 100. Muitos não têm a estrutura ideal e qualidade dos alunos que se formam é muito ruim”, critica seu diretor José Luiz Bonamigo Filho.

As vagas do Mais Médicos são oferecidas por meio de edital preferencialmente para médicos brasileiros. Mas as que não são preenchidas podem ser ocupadas por estrangeiros. No caso dos cubanos, eles são contratados por meio de uma parceria entre o governo federal e o de Cuba, intermediada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

Atualmente, o salário de um médico do programa é de R$ 11.520. Além do valor, ele recebe um auxílio para moradia e alimentação oferecido pelas prefeituras de R$ 2.500.

A contratação dos cubanos se dá de forma diferente. O governo federal paga o mesmo salário dos brasileiros diretamente ao governo de Cuba – para quem os médicos, por contrato, doam em torno de 70% dos vencimentos, restando entre R$ 3 e R$ 4 mil. Além desse valor, o subsídio municipal é recebido integralmente.

“Os médicos brasileiros não querem ir para o Amazonas. Quando vão, eles querem receber muito. Se a pessoa ganha R$ 40 mil em São Paulo, para que vai para a Amazônia ganhar R$ 11 mil?”, questiona André Santana, advogado que representa médicos cubanos na Justiça.

Supremo revalidou programa e ministro foi a Cuba

Imediatamente após a sua criação, o Mais Médicos tornou-se alvo de críticas. Quando os primeiros cubanos começaram a desembarcar no Brasil, em 27 de agosto de 2013, foram recebidos em aeroportos por grupos revoltados de profissionais e organizações médicas brasileiros com xingamentos e vaias.

Mesmo antes disso, eles já tinham se organizado para tentar boicotar o programa. No dia 23 de agosto de 2013, foi protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5035, proposta pela AMB, pedindo a extinção do programa. Entre os motivos apresentados, estão a “qualidade duvidosa” dos profissionais intercambistas e a falta de domínio do idioma nacional.

Foi apenas em 30 de outubro do ano passado que o STF finalmente votou a ação no plenário. O ministro relator Marco Aurélio Mello defendeu que a dispensa de revalidação do diploma e o pagamento diferenciado aos médicos cubanos ferem a Constituição. Já Alexandre de Moraes observou que, como os médicos são bolsistas e supervisionados por instituições de ensino, a não revalidação do diploma é aceitável dentro da legislação brasileira. Sobre os salários diferenciados, o ministro tampouco interpretou uma inconstitucionalidade. “Os médicos que se inscreveram sabiam das condições da bolsa”, resumiu. Por seis votos a dois, a ação foi rejeitada pelo tribunal – apenas a ministra Rosa Weber seguiu o relator.

Apesar do acirramento político em torno do tema, o sucesso do programa, que atende cerca de 63 milhões de brasileiros, é muito difícil de ser contestado. Com aprovação de 94% dos usuários, de acordo com uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e recomendado por um estudo da ONU, o presidente Michel Temer sancionou, em setembro de 2016, a lei que prorroga por outros três anos o Mais Médicos – uma reivindicação dos municípios que tinha sido originalmente encaminhada ao Congresso por Dilma um mês antes de ser afastada do cargo.

Embora durante o governo interino de Michel Temer (MDB) o ministro da Saúde, Ricardo Barros, tenha chegado a afirmar que o Mais Médicos seria provisório, em janeiro deste ano o encarregado da pasta fez uma visita de dois dias a Cuba, num sinal de continuidade da cooperação entre os países. A viagem passou longe dos noticiários.

O orçamento destinado ao programa foi de R$ 2,5 bilhões em 2014 para R$ 3,3 bilhões em 2018. Em setembro passado, Barros anunciou um aumento de 9% das bolsas médicas e declarou que pretendia substituir a participação de cubanos por brasileiros gradualmente. De fato, o número decresceu, de 11.429 para 8.553. Mesmo assim, os cubanos continuam sendo a principal força do programa. Do total de 17.071, há 5.247 brasileiros e 3.271 de outras nacionalidades, segundo o Ministério da Saúde.

Questionado sobre a chancela dada por Temer e pelo STF, José Luiz Bonamigo Filho, diretor da AMB, atribui a continuidade do programa à pressão das prefeituras. “Eles fizeram muita força e foram atendidos. Foram o principal motor dessa renovação”, afirma. Em substituição ao Mais Médicos, que teria sido “lançado como um tapa-buracos”, Bonamigo Filho pede “segurança jurídica nos contratos”. “Se os municípios não têm saúde financeira para oferecer carreira, que os estados e eventualmente a União permitam que eles comecem, assim como no Judiciário e em outras carreiras, numa cidade pequena e possam progredir”, concluiu.

A extensão do Mais Médicos por Temer permitiu que alguns cubanos continuassem no país e que novos fossem contratados. “Eu não senti diferenças. Vi o Temer manter o programa, e até melhorar. Em outubro reinauguramos essa unidade reformada, agora está muito mais confortável”, opina Mayeisy Mildestein Murguia que está no Brasil desde 2013.

Mais atenção básica, mais consultas e menos internações

O foco do Mais Médicos é a atenção básica à saúde em áreas com carência de profissionais. Os 18.240 médicos acompanham pacientes em mais de 4 mil municípios e 34 distritos sanitários especiais indígenas, seja nas chamadas Unidades Básicas de Saúde, os postos de saúde, ou em suas casas, no caso de pacientes com dificuldade de locomoção. Se houver necessidade, eles serão encaminhados para exames, ou médicos especialistas, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).

Num estudo que compara indicadores de saúde de municípios muito pobres e remotos que aderiram ao programa com os que não se inscreveram, entre 2012 e 2015, a pesquisadora Leonor Pacheco, da Universidade de Brasília, descobriu que a cobertura da atenção básica aumentou de 77,9% para 86,3% e as hospitalizações evitáveis diminuíram de 44,9% para 41,2%.

O Tribunal de Contas da União (TCU) também concluiu, em uma auditoria, que os municípios que receberam o Mais Médicos tiveram um aumento de 33% na média mensal de consultas, enquanto as demais cidades viram uma expansão de apenas 14%.

“Um grande diferencial é que antes do Mais Médicos não havia médico com regularidade, nem tempo integral, sobretudo nos municípios de pequeno porte, que são a maioria. Somente o salário não atrai nem fixa o profissional. Já nas capitais e zonas metropolitanas, foram alocados médicos nas periferias, onde também era difícil fixar médicos”, explica a pesquisadora do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília.

Quando chega à casa de Dalila Alves da Silva, em Vila Rosali, no município São João de Meriti, Baixada Fluminense, numa manhã de outubro, Marlen Cruz Otazo é recebida com sorrisos pela paciente e sua filha. Mesmo com grande dificuldade motora, a idosa faz questão de se levantar quando a médica entra em seu quarto. Ela segura suas mãos e, com pesar no rosto, diz: “Fiquei sabendo do seu pai. Sinto muito, viu? Mas aqui você também tem uma família”. As duas dão um longo abraço, e a médica ainda está secando as lágrimas quando dá início à consulta. Seu pai morrera quatro dias antes, em Villa Clara, Cuba.

Durante a consulta, a médica mediu a pressão, auscultou os pulmões, fez exames de toque no abdômen e conversou bastante com a paciente, que é hipertensa e diabética. Ela anotou alguns detalhes em seu caderno e explicou que vai pedir para um fisioterapeuta começar a fazer sessões para melhorar sua mobilidade.

“Existe uma diferença muito grande entre os médicos cubanos e os brasileiros. É como se eles fossem mais carinhosos, mas não só isso. Eles olham no olho, prestam atenção, criam relações, enquanto os outros médicos já chegam pensando na hora de ir embora”, exemplifica um agente de saúde do Rio de Janeiro que pediu para não ser identificado.

Além de morarem, em geral, perto do local de trabalho e, portanto, serem mais integrados à comunidade, os doctores são especializados em medicina geral integral, voltada para a saúde da família.

Um estudo da Opas, órgão ligado à Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2016, sobre o programa Mais Médicos no município do Rio de Janeiro, identificou no compromisso dos cubanos um dos destaques de sua atuação.

“Nota-se um comportamento singular, de estar focado em sua tarefa sem que qualquer outro interesse ou objetivo o distraiam dessa atividade, considerada uma missão. […] As habilidades e competências dos médicos para a abordagem comunitária, dimensão essencial para o exercício da medicina de família e comunidade, contrasta com a prática de muitos profissionais brasileiros, que mantêm uma centralidade excessiva de sua prática na abordagem individual”, destaca o relatório.

A enfermeira Anne Iandra, da equipe de Miguel, também percebe isso. “A população aqui [no bairro Jardim da Alegria, em Vilar dos Teles] é muito carente. Quando tem alguém que se dedique um pouquinho mais, pra eles já é uma atenção. Muitas vezes, a gente chega na casa do paciente e não atende só ele, acaba fazendo abordagem de todo mundo. Aí senta, conversa. Se você chegar, só fizer o que tem que fazer e for embora, eles realmente vão ficar chateados. Se você der um pouquinho mais de atenção, já é excelente. E o doutor Miguel tem isso, ele conversa, tira dúvidas… Toma um cafezinho”, completa, rindo.

As pesquisas de Leonor Pacheco, da UnB, apontam na mesma direção. Uma avaliação em 32 municípios com 20% ou mais de índice de extrema pobreza mostra um programa muito apreciado tanto por pacientes quanto pela equipe do SUS local. “Um dos aspectos muito bem avaliados é dispor de médicos todos os dias, em horário integral. Nos 32 municípios, encontramos 44 médicos, a grande maioria cubanos. Pelo tipo de formação humanista que recebem na Escola de Medicina de Cuba, o modo como tratam os pacientes favorece o vínculo: o exame físico é muito completo, fazem muitas perguntas sobre o que comem, onde moram e com o que trabalham”, conta.

O estudo da Opas destaca que o trabalho internacional de médicos cubanos pode acontecer em quatro tipos de situação – catástrofes, desastres naturais, falta de pessoal médico e assistência a locais distantes ou remotos. A maioria dos cooperados no Brasil já está em sua segunda ou terceira missão no exterior.

“Muitas coisas me estimularam a sair de Cuba. Tinha ido à Venezuela e percebi a dificuldade do povo, porque em Cuba a saúde já é muito legal. Mas lá, não. Tinha muitas pessoas necessitadas. Por isso, resolvi vir para cá depois. E me sinto bem porque estou resolvendo os problemas de muitas pessoas”, resume Marvis Sotolongo Ramos, que trabalha na Clínica Maria Sebastiana, na Ilha do Governador, no Rio.

“O trabalho em equipe é o principal foco deste programa. Nós fazemos medicina comunitária e, para isso, precisamos confiar muito na nossa equipe, porque não somos daqui. Por isso, acho que o principal membro da equipe é o agente comunitário. Ele que liga o médico aos pacientes”, explica Yenisleidy Lorenzo, de 40 anos, médica em Gramacho, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

“Doenças que vemos com muita frequência aqui lá não tem, como tuberculose”, exemplifica a médica Yelenis Soto Longo, que trabalha no mesmo posto de saúde e mora com a doutora Marlen. “Outra coisa são as doenças de transmissão sexual. Lá também tem, mas é mais controlado.” Dengue, zika e chikungunya são outras das doenças mais recorrentes que os cubanos tiveram que incorporar ao seu repertório de tratamento.

Mas, quando ao citarem os principais problemas de saúde dos brasileiros, os médicos cubanos nem pestanejam: hipertensão e diabetes. Além dessas doenças crônicas, Yenisleidy destaca as psiquiátricas. “Os pacientes brasileiros têm muito transtorno de ansiedade, muita depressão. No meu país temos isso, não posso negar, mas aqui é em muito maior grau.”

Embora evitem falar do assunto, o convívio com os profissionais brasileiros foi mais uma dificuldade. “Os médicos brasileiros têm uma relação melhor conosco agora do que há três anos. Quando chegamos, era muito disperso, havia um pouco de desconfiança. Hoje, não. Conseguimos interagir mais”, garante Mayeisy. Outra reclamação é a lentidão na entrega dos exames laboratoriais. “Até exames simples, como hemograma, lipidograma, perfil renal, enzimático, podem demorar até 15 dias. Acho que isso acontece em todo o país, não é só aqui [em Duque de Caxias]”, opina Yenisleidy.

Fonte: Vermelho, Por Luísa Lucciola na Agência Pública
Publicado em 19/02/2018

Conheça as 17 medidas do novo governo para o Brasil

Em uma semana de gestão, o governo Jair Bolsonaro coleciona retrocessos, ataques a direitos, diminuição do salário, ataques as liberdades democráticas e muito bate cabeça de suas principais cabeças. Selecionamos 17 para começar:

 

 

1) Garfou 8 Reais do Salário Mínimo aprovado pelo Congresso;

2) Extinguiu Secretaria da Diversidade, Alfabetização e Inclusão do MEC, para reimplantar o preconceito e impedir o ensino crítico;

3) Proibiu a Funai de demarcar áreas indígenas, que agora será feita pelo Ministério do Agronegócio;

4) Anunciou liberação a posse de armas e disse que vai tornar esse “direito” vitalício;

5) Anunciou que vai impor a prisão de condenados em segunda instância, atropelando o STF;

6) Extinguiu os Ministérios do Trabalho, da Cultura, das Cidades, Esportes e Integração Racial;

7) Esvaziou a Comissão da Anistia, remetendo-a para o patético Ministério da Damares;

8) Liberou as chefias do Itamaraty para nomeações políticas, quebrando uma tradição secular da diplomacia profissional brasileira;

9) Anunciou que vai privatizar Eletrobras, apesar do veto do Congresso ao processo de capitalização da estatal;

10) Comprometeu-se com os EUA para atacar Venezuela, Cuba e Nicarágua;

11) Colocou a reforma contra os Aposentados no topo da agenda de governo;

12) Confirmou a transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, mostrando que é submisso a Trump e ofendendo a comunidade árabe;

13) Reprimiu seus próprios apoiadores na posse e censurou violentamente a cobertura da imprensa;

14) Anunciou demissão sumária de servidores que criticaram suas políticas em redes sociais privadas;

15) Extinguiu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), que orienta o combate à fome e o Bolsa Família;

16) Acabou com o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transportes e tirou do Senado a aprovação dos diretores do DNIT;

17) Fez um acordão com os partidos políticos que ele tanto criticou, para que o PSL apoie a reeleição de Rodrigo Maia e ganhe cargos na Câmara.

Fonte: CTB