Dia do Farmacêutico – Programação em todo o Brasil

Sindicatos da categoria estão em festa. Por todo o Brasil as entidades homenageiam o Dia do Farmacêutico com diversas atividades. Confira! 

Acre

Muitas aividades para os farmacêuticos no Acre. 
Dia 19/01 (terça-feira), a partir das 9h haverá, no Núcleo do MS de Rio Branco, capacitação para tratar da transmissão e controle da epidemia do mosquito Aedes Aegypti. Informações também sobre microcefalia.
Dia 20/01 Em Rio Branco, a partir de 9h, haverá Blitz Educativa no espaço do senadinho. 
Cruzeiro do Sul – palestra “Perspectivas da profissão farmacêutica”.
Dia 23/01 (sábado) – um animado churrasco encerrará as comemorações. Mais informações e detalhes com o SinfarAC (68) 8406-3918

Goiás

O SINFARGO vai comemorar com um animado churrasco no sábado, dia 30. Farmacêuticos sindicalizados adimplentes podem retirar gratuitamente o convite (com direito a acompanhante) na sede do SINFARGO. A festa será no Sindsaúde.
30/01 sábado
Local: Clube do Sindsaúde 
Rua 26, 411 – Santo Antônio, Goiânia – GO)
Horário: das 10 às 17 horas
Clique aqui e veja o convite. 


Maranhão

No dia do Farmacêutico o SINFARMA lançará a campanha pela Convenção Coletiva de Trabalho dos Farmacêuticos Hospitalares. Segundo a Convenção Coletiva, assinada pelo sindicato, os farmacêuticos ganham o dia 20 de janeiro como folga. Caso não seja abonada a folga, os profissionais recebem 100% extra pelo dia. Saiba mais aqui


Minas Gerais

Farmacêuticos mineiros tiveram uma comemoração tripla, no sábado (16). O Sinfarmig ofereceu aos sindicalizados um coquetel dançante para marcar o Dia do Farmacêutico, os 35 anos da entidade e a posse da nova diretoria eleita para a gestão 2016/2018. Saiba mais em breve como foi o evento. 

 

Paraíba

O Sindicato dos Farmacêuticos do Estado da Paraíba – SIFEP  comemora com dois eventos. No dia 27/01 (quarta-feira) em Campina Grande, acontecerá a palestra “Farmácia Clínica em visão Empreendedora”, no auditório do SENAC, apresentada pela farmacêutica Hariad Morais, da UFPB. No dia 30/01 (sábado) o SIFEP realiza o FARMAFOLIA 2016, ano II. Será na ASIP em João Pessoa. Mais informações: http://sifep.org.br/ . 


Paraná

O Sindifar/PR promove um jantar comemorativo em Curitiba na sexta-feira (29/01). Será no restaurante Madalosso, Salão Firenzi, no bairro Santa Felicidade. 
Data: 29/01 (sexta-feira)
Horário: a partir das 19h
Local: Restaurante Madalosso – Av. Manoel Ribas, 5875 – Santa Felicidade, Curitiba/PR
Valor: R$ 55,00 por pessoa. Crianças de 0 a 4 anos não pagam. De 5 a 10 anos pagam meia.
Veja aqui o convite.


Rio Grande do Sul

O Sindifars celebra o dia do farmacêutico em pleno Fórum Social Mundial Temático (de 19 a 23/02). Será com a atividade promovida pela Fenafar: “Informação é o melhor remédio”, debate sobre a democratização da mídia, com as participações da vereadora Jussara Cony e do jornalista Leandro Fortes. Clique aqui e saiba mais


Sergipe

Com o apoio do Sindifarma, nos dias 20, 21 e 22/01 haverá um simpósio (SIMFAR) na Universidade Federal de Sergipe (UFS) realizado pelo departamento de Farmácia e pelo Centro Acadêmico Alexander Flemming. Será paralelo à 3ª Edição do Encontro de Farmácia do Centro-Sul de Sergipe. Estão programadas palestras, debates, minicursos e apresentações de trabalhos científicos. 


Santa Catarina 

Na quinta-feira (21), o SindFar promove um bate-papo que tratará das “Perspectivas da Profissão farmacêutica para 2016”. Entre os convidados: Paulo Roberto Boff, Conselheiro Federal por SC, e Ronaldo Ferreira dos Santos, presidente da Fenafar e do CNS. Será no Hotel Plaza, às 14h30. Inscrições gratuitas: www.sindfar.org.br.



Fonte: Sindicatos estaduais *.

*Até a publicação desta notícia, só recebemos informações dos sindicatos citados. Caso seu estado não esteja contemplado na lista, entre em contato na sede para mais informações. Acesse: https://fenafar.org.br/fenafar/sindicatos 

 

Farmácia Estabelecimento de Saúde: pauta da Fenafar é destaque na imprensa

Luta histórica da Fenafar foi destacada na reportagem publicada no MetroJornal no Dia do Farmacêutico. O presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos, ressaltou que com a nova lei, a autoridade técnica do profissional fica mais explicita. “E por consequência, irá ampliar sua qualificação e o valor de seu trabalho”, acrescentou.

A professora e diretora Célia Chaves, que também foi ouvida pela reportagem, lembrou que o o farmacêutico não é só um técnico, mas profissional com habilidades gerenciais.

Leia a publicação e compartilhe sua opinião!

Sobre o jornal
O MetroJornal é distribuido nacionalmente. É publicado na capital paulista, Santos, Campinas, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília e em Vitória/ES.

 


Da redação, com informações do MetroJornal

Maranhão: Sinfarma assina convenção coletiva

O Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Maranhão, Sinfarma, e o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Maranhão assinaram na tarde desta quinta-feira (07) a Convenção Coletiva de Trabalho 2013/2016 que atualiza as os direitos e as condições de trabalho para os farmacêuticos maranhenses.
 
 
Na oportunidade, estiveram presentes os diretores do Sinfarma, Carlos Toledo (foto) e Luciano Mamede, que após 22 longas e trabalhosas reuniões concluíram a elaboração e a revisão do documento final. Veja aqui.
A atual gestão do Sinfarma iniciou a luta pelos direitos dos farmacêuticos resolvendo inicialmente a pendência do dissídio coletivo em 2014 e atualizando as perdas salariais e direitos trabalhistas com a assinatura do documento referente a 2013/2016.
 
A nova Convenção Coletiva poderá nortear a discussão e lutas por novos ganhos trabalhistas em convenções futuras. O Sinfarma ressalta que “é fundamental o apoio e participação dos farmacêuticos nas assembleias, filiando-se e apoiando o Sindicato, entidade que luta pelos direitos dos trabalhadores farmacêuticos e precisa do apoio de todos”. 


Fonte: Sinfarma 

Sinfarmig comemora 35 anos com nova diretoria e festa para os farmacêuticos

No sábado (16), farmacêuticos mineiros estarão em festa e sobram motivos para celebrar. O Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais faz 35 anos e empossa sua nova diretoria, eleita para a gestão 2016/2018.
O Sinfarmig convida a todos para um coquetel dançante que marcará também o Dia do Farmacêutico. Os convites devem ser retirados na sede do sindicato.

São mais de três décadas de muito trabalho, lutas e superação na defesa da categoria no estado de Minas Gerais. Conheça um pouco do histórico do Sinfarmig neste link.


Dia do Farmacêutico
Quando: 16/01 (sábado)
Horário: 20h
Retire o convite na sede: Rua Tamoios 462, sl 1205, 12o andar
Centro – BH

 

Da redação

CNS promoverá diversas atividades no Fórum Social das Resistências

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) vai participar do Fórum Social das Resistências (FSR) 2022, entre os dias 26 e 30 de abril, em Porto Alegre (RS). A 329ª Reunião Ordinária integra a programação do evento, assim como Ato de Mobilização para a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental (CNSM), rodas de conversas temáticas, assembleias de convergências e apresentação de filme sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).

 

 

A primeira atividade do CNS será realizada no dia 26/04, às 17h, na Marcha de Abertura do FSR. No dia 27/04, a partir das 9h, começará a 329ª Reunião Ordinária do colegiado, com duração de dois dias. 

No dia 28/04, a partir das 15h, o CNS participará das Assembleias de Convergências da Saúde e às 18h30 promoverá um ato simbólico pelo Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho.

Ainda no dia 28/04, a partir das 19h, será a exibição do documentário “Se Não Fosse o SUS”, produzido e dirigido pelo cineasta Guilherme Castro que retrata a relevância e o protagonismo do sistema no enfrentamento da pandemia.

Rodas de Conversa

Pandemia, Desigualdades e Deficiência; Vigilância em Saúde e o Uso de Agrotóxicos no Brasil, A Vez e a Voz das Populações em Situação de Vulnerabilidade, Mortalidade Materna e Práticas Integrativas em Saúde (Pics) como Práticas de Resistência estão entre as temáticas das rodas de conversa que acontecerão no dia 29/04.

No mesmo dia, o CNS promoverá uma atividade em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) sobre boas práticas na disseminação de conhecimento e enfrentamento da pandemia pelo Controle Social. A programação completa de atividades do CNS no Fórum será divulgada em breve. 

Fórum Social das Resistências 2022

O Fórum Social das Resistências é um evento inserido dentro dos processos do Fórum Social Mundial (FSM). A ideia é criar um espaço de articulação, divulgação e ampliação de todas as formas de resistências criadas pelos movimentos culturais, ambientais, políticos e sociais no Brasil e na América Latina.

Um dos principais objetivos do FSR é identificar pontos de consensos, prioridades coletivas e a construção de uma Agenda Comum de Lutas para o próximo período. As propostas construídas serão apresentadas no FSM 2022, que será realizado no mês de maio na Cidade do México.

Inscrições

Para participar do FSR 2022 é necessário se inscrever pela plataforma online, até o dia 25/04. O valor da taxa é R$ 20 e deve ser paga via PIX, chave e-mail: [email protected]. Para os movimentos e organizações sociais que desejarem inscrever suas atividades a taxa é de R$ 100. A partir de 26/04/2022 as inscrições serão realizadas somente no credenciamento.

Para participar presencialmente, será obrigatório apresentar comprovante de vacinação emitido por órgão do Sistema Único de Saúde (SUS) para os inscritos nacionais e de órgão similar estrangeiro para pessoas de outros países. Mais informações: https://www.forumsocialdasresistencias.org.br/

ACOMPANHE A TRANSMISSÃO DA 329ª REUNIÃO ORDINÁRIA 

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES DO CNS NO FÓRUM 

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO FSR

Fonte: SUSConecta. Foto: Fórum Social das Resistências, em janeiro de 2020.

CNS reúne especialistas para debater indicação de medicamentos e incorporação de tecnologias ao SUS

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) vai realizar nesta terça (3/05), das 14h às 17h, o Seminário Nacional “Contribuições do CNS a regulamentação da Lei 14.313/2022”, lei que detalha os procedimentos administrativos necessários para indicação de medicamentos e incorporação de novas tecnologias ao Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com a lei, que alterou a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Lei Orgânica da Saúde), a indicação de uso diferente de medicamentos vale se for recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), mesmo que sem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O encontro on-line, que tem como tema “O cenário do acesso ao uso racional de medicamentos de uso off-label”, vai reunir professores e especialistas da área. Entre eles, Meiruza Sousa Freitas, da Anvisa, Priscila Torres, da Biored Brasil, Vania Santos, diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologia e Inovação em Saúde (DGITIS/MS) e Matheus Falcão, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Com moderação de integrantes da Comissão Intersetorial de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica (CICTAF /CNS).

Para a coordenadora da CICTAF, Débora Melecchi, o encontro vai contribuir com informações e análises sobre a regulamentação e implementação da nova Lei. “Pode parecer um avanço enorme, especialmente no âmbito das doenças negligenciadas Mas, para isso, partimos do princípio: 1º, o respeito a ciência e as competências dos órgãos e diferentes instâncias; 2º, da necessidade do fortalecimento da Anvisa, da Conitec, que perpassa pela definição de regramentos de fluxos internos e inter instituições. Estas são algumas premissas básicas, porque ao longo dos anos, de fatos relatados, dar materialidade a essa prática parece que não foi algo fácil. Daí a necessidade desta atividade para que o CNS se posicione sobre a temática”, explicou Débora.

CICTAF

A comissão tem o objetivo de articular o SUS com as instituições responsáveis pela formação de cientistas, com as agências governamentais responsáveis pelo financiamento da pesquisa, com o setor produtivo de tecnologias e insumos para a saúde e com os representantes da sociedade civil. O intuito é formular diretrizes e princípios que atendam à Política Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde e à Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Com isso, a ideia é que o controle social possa ajudar a aprimorar a distribuição e dispensação de medicamentos, visando garantir segurança, eficácia, uso racional e qualidade dos medicamentos para acesso da população.

Transmissão CNS

Youtube, Facebook 

ASCOM CNS

Foto:  Marcio James/Prefeitura de Manaus

Ronald Santos: lógica da saúde como direito é ignorada por Bolsonaro

A data dedicada ao Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, é momento de reflexão e de mobilização daqueles que lutam, o ano todo, pelo direito à saúde pública, gratuita e universal, princípios norteadores do SUS que, no entanto, têm sido aniquilados pelo governo de Jair Bolsonaro. 

 

 

O presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos fala sobre os impactos da Emenda Constitucional 95, do teto de gastos, na saúde pública; a política de destruição nacional de Bolsonaro e a forma trágica como conduziu a pandemia; os gargalos existentes para o avanço do SUS e a sua visão de como enfrentar a grave situação atual.

“Como em outra áreas, no SUS o governo Bolsonaro foi um governo de destruição nacional, um governo de negação dos princípios constitucionais que conformam o Sistema de Saúde Nacional”, disse Ronald. E acrescentou: “A lógica da saúde como direito, inaugurada com a Constituição de 1988, passou a ser solenemente ignorada, e voltamos à situação pré-Constituição, na qual a saúde era tratada como uma mercadoria”.

Confira a íntegra da entrevista concedida à jornalista Priscila Lobregatte.

Impactos da PEC da Morte

“Primeiro é importante nesse 7 de abril de 2022, Dia Mundial da Saúde e dia da realização da Conferencia da Classe Trabalhadora no Brasil, atualizarmos a clássica conclamação “trabalhadores de todo mundo uni-vos”, para ir além: ‘trabalhadores de todo mundo cuidai-vos uns aos outros’.

Tínhamos razão quando batizamos a proposta de Emenda Constitucional 95 de PEC da Morte.  Preanunciamos em um conjunto de manifestações públicas, inclusive com marchas, seminários, eventos técnicos de toda ordem e artigos acadêmicos; com diversas medidas junto ao STF sobre a sua inconstitucionalidade, em particular no que diz respeito ao princípio da vedação ao retrocesso social. A 16ª Conferência Nacional de Saúde, que ocorreu entre 2018 e 2019, e mobilizou milhões de brasileiros em mais 4.800 municípios, apontou com mais de 95% de aprovação que o principal agente patogênico da vida nacional era a EC 95 que, a partir de 2019 e 2020, teve o reforço do ‘verme’ e do vírus, que juntos produziram a maior tragédia de nossa história”.

Política criminosa na saúde

“A liquidação do Mais Médicos, 13 milhões de usuários a menos no Farmácia Popular, Esvaziamento da Anvisa, Desintegração da Estratégia da Saúde da Família, abandono do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Programa Nacional de Imunização com os menores índices de cobertura da sua história, Política Nacional de Saúde Mental destruída, entre outros indicadores, podem nos dar a dimensão das consequências para a saúde dos efeitos da EC 95. Mas nada é mais impactante do que as mais de 400 mil mortes evitáveis da pandemia, associadas à equivocadas e genocidas políticas econômica e sociais implementadas nesse último período.

Considerando que cerca de 2/3 do orçamento do Ministério da Saúde são transferências para estados, Distrito Federal e municípios, a EC 95 tem impactado negativamente também a capacidade de financiamento do SUS por essas esferas governamentais, que se viram, durante a pandemia, em alguns momentos, confrontadas por posturas negacionistas da ciência e dos valores republicanos da gestão tripartite do SUS”.

Governo de destruição nacional

“Como em outras áreas, no SUS o governo Bolsonaro foi um governo de destruição nacional, um governo de negação dos princípios constitucionais que conformam o Sistema de Saúde Nacional, mesmo com dificuldades, com a DRU e as privatizações do governo FHC, a frustração no governo Dilma do movimento Saúde+10, que pretendia enfrentar o crônico subfinaniamento do SUS, e outros desafios não superados, especialmente relacionados ao trabalho em saúde e ao acesso especializado. Estávamos assistindo, até 2016, aos poucos, importantes avanços: Samu, Farmácia Popular, Brasil Sorridente, Estratégia da Saúde da Família, a criação da Anvisa, a Política Nacional de Saúde Mental, Mais Médicos, e vários outros avanços. Tudo, absolutamente tudo, vem sendo desconstruído.

A lógica da saúde como direito, inaugurada com a Constituição de 1988, passou a ser solenemente ignorada, e voltamos à situação pré-Constituição, na qual a saúde era tratada como uma mercadoria, uma lógica que impõe a incompatibilidade entre os interesses do negócio com os interesses da vida, e que os números da pandemia tragicamente demonstraram as consequências”.

Gargalos para avançar no SUS

“Boa parte do que fazer, nós já sabemos, inclusive colocamos na Constituição Federal e nas Leis Orgânicas do SUS. O que necessitamos é de força política, social e cultural para enfrentar as forças que desde a promulgação da nossa Constituição se negam a respeitar e implementar esse nosso contrato social, forças ‘quatrocentonas’. Precisamos fazer com que a expressão “Saúde direito de todos e dever do Estado” ganhe significado, sentido e apoio pela maioria do povo brasileiro.

Os princípios e diretrizes gerencias e assistenciais do SUS não precisam ser reinventados; precisam de lastro político para serem implementados, pois em nenhum outro momento da história a ciência e a tecnologia nos forneceram tantos instrumentos e meios para confrontar os determinantes das condições de saúde do povo. O exemplo da velocidade do desenvolvimento da vacina para a Covid é a evidência mais retumbante. No entanto, os valores civilizatórios que originaram a lógica da saúde como direito precisam ser resgatados, vivemos tempos que esses valores são sumariamente pisoteados, e sem eles sequer conseguiremos enxergar os gargalos e obstáculos”.

Fortalecimento do caráter público e universal do SUS

“A proposta que temos discutido com os quadros e a militância do PCdoB passa pelo fortalecimento e a revitalização do caráter público e universal do SUS, com garantia de acesso integral e de qualidade a todo cidadão e cidadã brasileira, destacando de imediato e de forma urgente, a ampliação do financiamento por parte do governo federal, com o estabelecimento de um piso emergencial que acrescente pelo menos R$ 35 bilhões ao orçamento atual. Esta iniciativa, em conjunto com estados e municípios, deve procurar a ampliação e qualificação da atenção primária à saúde (Estratégia da Saúde da Família), da vigilância em saúde e da assistência farmacêutica, bem como a cobertura descentralizada da atenção especializada e a recuperação dos leitos dos hospitais universitários, públicos e conveniados, valorizando a força de trabalho do SUS e os instrumentos de gestão do SUS como os consórcios públicos e a gestão participativa. Para tanto é fundamental implementar uma outra regra fiscal que associe a responsabilidade fiscal e a social”.

Saúde e desenvolvimento soberano do país

“No contexto da pandemia, ficou evidenciado, ainda, o papel estratégico das políticas de saúde no desenvolvimento soberano do país, colocando de pronto a necessidade de investimentos imediatos em ciência, tecnologia e inovação, especialmente nas universidades, nos laboratórios e nas indústrias públicas e privadas nacionais produtoras de insumos para a saúde, especialmente Ingredientes Farmacêuticos Ativos (IFA), equipamentos e materiais para deflagrar a substituição das importações de insumos por produção nacional, e uma assistência à saúde de qualidade, poupando divisas e expandindo a capacidade resolutiva do SUS, iniciando assim a reconstituição do Complexo Econômico Industrial da Saúde (CEIS). O relatório da Subcomissão Especial de Desenvolvimento do CEIS da Câmara dos Deputados, presidida pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e relatado pelo deputado Alexandre Padilha (PT-SP), após ouvir os mais diferentes setores, iluminaram os caminhos a serem percorridos, muitos dos quais faremos questão de reafirmar”.

Atenção às populações mais vulneráveis

“Com o aprofundamento das desigualdades e da pobreza nos períodos de crise econômica, social e sanitária que vivemos no país, tornou-se urgente garantir especial atenção às populações mais vulneráveis, seja devido às questões de gênero, raça, geração, patologias, deficiências, seja pelas questões econômicas ou territoriais/ambientais, incluindo-as em todas as políticas públicas, como direito ao trabalho, creche, educação, cultura, transporte e saúde.

O papel constitucional de proteção, prevenção e promoção da Saúde atribuído ao SUS deve ser garantido com um destacado papel para a implementação da Política Nacional de Vigilância em Saúde, cuja importância ficou demonstrada com as pandemias de Aids e de Covid-19”.

por Priscila Lobregatte

Tudo pronto para lançar a Conferência Livre de Saúde

Começa nesta quinta-feira (7/4) mobilização nacional para defender o SUS, pensar sua transformação e torná-lo “100% público”. Liderado por entidades que defendem a Saúde Coletiva, processo articula movimentos, gestores da saúde e políticos.

 

 

Cresce a animação dos organizadores com o primeiro ato de lançamento da Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde, em um evento, no próximo dia 7, às 17hs, em Brasília. Avançou muito na última semana a mobilização de entidades em todo o país, tanto em torno do ato presencial, programado para acontecer na Câmara dos Deputados, quanto do evento virtual concomitante. Uma reunião de organização no fim da semana passada, informou que um link será disponibilizado no dia anterior, 6/4 aos interessados em participar virtualmente da manifestação.

A conferência, conforme acreditam seus apoiadores e entusiastas, pode impulsionar a refundação do histórico movimento da Reforma Sanitária, que proporcionou a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, trata-se de apoiar-se nos princípios daquela luta, mas formular uma nova agenda, capaz de responder às realidades que emergiram, na Saúde, ao longo de quatro décadas. O espírito inovador que preside a atual mobilização transparece no título de um dos seus documentos de base: “Fortalecer o SUS, em Defesa da Democracia e da Vida”.

O lançamento da conferência, esta semana, será transmitida ao vivo por um pool de emissoras, puxado pelas as TVs Abrasco, Cebes e Rede Unida. Prevê-se a entrega do Manifesto da Frente pela Vida à Câmara dos Deputados. “O evento será híbrido, com um grupo na Câmara e outro no Zoom”, explica o diretor do Instituto de Saúde Coletiva da UFF e um dos coordenadores da Frente Pela Vida, Túlio Batista Franco.

Entre os participantes presenciais, conta ele, haverá diversos grupos: “um de parlamentares, outro de ex-ministros dos governos democráticos-populares, de gestores da saúde, de partidos políticos, de entidades da saúde coletiva e movimentos sociais, de entidades de ciência e tecnologia, etc”. Às falas, serão intercalados vídeos de personalidades. E sobretudo, será entregue à Câmara um manifesto, diz ele. “O manifesto conterá as diretrizes para uma política de saúde, SUS 100% público”.

Nos próximos dias, haverá máxima divulgação dos materiais gráficos da Conferência, publicação de chamadas para o ato nas mídias de todas as entidades e contínua articulação das entidades para participarem do evento. Mas ele é apenas o pontapé inicial. Ao longo dos próximos meses, espera-se que o chamado da Frente pela Vida resulte em debates e mobilizações em todo o país. Serão convocadas autonomamente, por quem quer que deseje engajar-se na luta pela Saúde Pública. Estas atividades se estenderão até 5/8, data da Conferência Livre, Democrática e Popular. Um objetivo claro é formular uma agenda para o fortalecimento do SUS, a ser debatida no processo que levará até as eleições de outubro. Além disso, todo o processo será parte preparatória da Conferência Nacional de Saúde, já convocada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) para o ano de 2023”.

O CNS lançou a Conferência em outubro do ano passado assinalando que terá o tema Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia – amanhã vai ser outro dia. Será a 17ª conferência, que ocorre a cada quatro anos, e é considerada, de acordo como CNS “o maior evento de participação social no Brasil”. Espera-se que a Conferência Nacional Livre dê uma contribuição significativa. “Haverá conferências estaduais em todo o território nacional”, conta Túlio. “Nós vamos fazer lives, rodas e conversas, seminários, reuniões, nas quais nós vamos discutir as diretrizes para a construção da política de Saúde”.

Fonte: Outras Palavras

CNS pede revogação da lei que altera disciplina para o afastamento de empregada gestante

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) publicou nesta terça (29/03) recomendação em que pede que seja revogada a lei que altera as disciplinas para o afastamento de empregada gestante de suas atividades. O documento, de número 006, recomenda que o Congresso Nacional revogue a Lei 14.311/2022.

 

 

A recomendação ainda pede que o Congresso Nacional realize audiências públicas para debater o tema do adoecimento e óbitos das mulheres trabalhadoras, incluindo as gestantes, puérperas e lactantes por Covid-19, bem como seu impacto para a sociedade. Além disso, pede ainda que as entidades que compõem o Conselho Nacional de Saúde  judicializem Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a Lei nº 14.311/2022 ou que entrem como Amicus Curiae de ADIs já ajuizadas. Há ainda recomendação para que os conselhos estaduais e municipais de saúde debatam o tema do adoecimento e óbitos das mulheres trabalhadoras, incluindo as gestantes, puérperas e lactantes pela Covid-19.

Para a coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher (Cismu), Thereza de Lamare Franco Neto, a recomendação reafirma e garante um direito às gestantes.

“O pedido de revogação da Lei nº 14.311/22, por parte da CISmu, CISTT e CIRHRT, é para reafirmar e garantir o direito à saúde das gestantes, permitindo que elas possam trabalhar em casa enquanto estivermos na situação da pandemia decorrente da doença por coronavírus, tendo em vista a própria condição de gestante, que ficam mais propensas a infecções, situação essa reconhecida pelo Ministério da Saúde ao considerar gestante e puérpera como grupo de risco para o desenvolvimento de formas graves ou fatais da Covid-19, bem como as que podem afetar o bebê”, disse ela.

Segundo a coordenadora, a mortalidade materna atingiu alarmantes 92.682 casos em 2021, representando um aumento de 29,02% em comparação a 2020. “As atitudes anti-ciência e irresponsáveis do governo federal estão fazendo muito mal às mulheres, impactando de forma muito negativa na sua saúde e no seu bem estar”, afirmou.

Vanja  dos Santos, que também integra a Cismu, afirma que o objetivo da recomendação é para que haja uma maior proteção das mães e dos bebês, de acordo com critérios já estabelecidos pela Constituição Federal.

“Nossa intenção é proteger as mães e bebês seguindo a Constituição Federal , a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e outras indicações oficiais que tratam dessa garantia e que deveriam ter o Estado como fortalecedor desse direito. Infelizmente, nos deparamos com um governo que responde não aos direitos constituídos, mas ao capitalismo voraz que visa tão apenas o lucro em detrimento da vida”, disse.

Leia a íntegra da recomendação aqui.

Fonte: SUSConecta – Foto: Daniel Reche

MP 1.105: novo saque do FGTS e riscos durante a tramitação

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou ao Congresso Nacional 8 MP (medidas provisórias), que autorizaram de forma temporária ou permanente, movimentação das contas e mudanças nas regras do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

 

 

por Neuriberg Dias*

A MP 889/19, convertida na Lei 13.932/19, permitiu o saque de R$ 998 e criou a modalidade do saque-aniversário, pela qual o trabalhador pode fazer uso de parte do dinheiro anualmente, independentemente de eventos como demissão ou financiamento da casa própria. Além disso, promoveu mudanças no mandato para os conselheiros bem estabeleceu como requisitos técnicos par ocupar os cargos de gestão do FGTS.

A MP 946/20, publicada em virtude da pandemia, autorizou os trabalhadores com contas no FGTS a sacarem até R$ 1.045 (1 salário mínimo) entre 15 de junho e 31 de dezembro de 2020. A MP não foi aprovada em tempo hábil no Congresso Nacional e perdeu eficácia.

Agora enviou a MP 1.105/22, publicada no DOU do dia 18, que propõe mudanças temporárias nas regras de saque da conta vinculada do FGTS. Além das regras habituais de saque, fica permitido também até 15 de dezembro de 2022, o “saque extraordinário” — de até R$ 1.000 por trabalhador.

Na exposição de motivos desta última MP, o governo aponta que o saque extraordinário não afetará o funcionamento normal do Fundo: “O FGTS tem R$ 105 bilhões de patrimônio líquido e mais de R$ 29 bilhões em aplicações de liquidez e depósitos remunerados, segundo balanço provisório de novembro de 2021. Dessa forma, o saque extraordinário de valores das contas vinculadas de até R$ 1.000 não implicará em comprometimento financeiro do Fundo e não irá reduzir suas operações de apoio aos setores de habitação, saneamento e infraestrutura”.

Outro argumento apontado pelo Ministério da Economia na exposição de motivos, visa ajuda na economia após sinais de estabilização nos últimos trimestres bem como reduzir o endividamento das famílias.

As demais MP editadas que promoveram mudanças no FGTS, tiveram cunho administrativo, por força de mudanças introduzidas na última reforma ministerial, como a separação da pasta do Trabalho do Ministério da Economia e a recriação do MTP (Ministério do Trabalho e Previdência).

Tramitação no Congresso

No que tange a tramitação no Congresso Nacional, a MP 1.105 deve ser apreciada em até 120 dias (4 meses) e teve o prazo de apresentação de emendas aberto até a última terça-feira (22).

Foram apresentadas 34 emendas protocoladas pelos deputados e senadores.

Com o rito de tramitação simplificado ainda vigente, a MP aguarda designação de relator no plenário da Câmara dos Deputados para examinar as emendas apresentadas para posterior apresentação de parecer para discussão e votação.

Depois, a MP segue para apreciação no Senado Federal.

Tende não ser apreciada

Quanto à expectativa de votação, há tendência de a MP não ser apreciada como ocorreu com a MP 946 que somente previa o saque imediato, sem mudanças permanentes como ocorreu na MP 889 que foi modificada e transformada em lei.

No entanto, esse cenário deve ser ponderado de forma técnica e política. No aspecto técnico, as 34 emendas trazem mudanças temporárias, mas também permanentes e estruturais, assim como ocorreu com todas as medidas provisórias que promoveram mudanças no FGTS.

No político, o atual Congresso, em particular, a Câmara dos Deputados, tem priorizado a desregulamentação e a liberdade econômica ao promover mudanças na redução de monopólios ou reservas de mercado, como tem ocorrido com os bancos públicos, e mais especificamente, na Caixa Econômica Federal — ao permitir o fim da gestão dos recursos do FGTS pelo banco público e também pela portabilidade das contas para o setor privado como tem sido proposto em diversas emendas parlamentares.

(*) Analista político, consultor, com formação em administração. Diretor licenciado de documentação do Diap. Sócio-diretor da Contatos Assessoria Política.

Fonte: DIAP