Venda de medicamentos em máquinas “pagou, levou” ameaça a saúde pública 

A Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) manifesta seu repúdio à instalação de máquinas de venda de medicamentos em condomínios residenciais, conforme veiculado pelas mídias sociais e denunciado pelo Sindicato dos Farmacêuticos do Ceará. A prática, além de absurda, é uma afronta direta à saúde pública e à profissão farmacêutica, colocando em grave risco a vida da população brasileira. 

A instalação desses equipamentos, no modelo “pagou, levou”, desrespeita a legislação vigente, que proíbe a comercialização de medicamentos sem a presença e orientação de um farmacêutico. A ausência de acompanhamento profissional na dispensação de medicamentos expõe os consumidores a riscos como interações medicamentosas perigosas, automedicação irresponsável, erros de uso e efeitos adversos graves – situações que podem, inclusive, levar ao óbito. 

Esse tipo de iniciativa vai na contramão do cuidado necessário para o uso racional de medicamentos, desprezando completamente a importância da assistência farmacêutica. O farmacêutico desempenha um papel essencial na orientação, no cuidado e na atenção à saúde dos pacientes, garantindo a segurança e a eficácia no uso de medicamentos. 

Não bastassem as constantes movimentações no Congresso Nacional para tentar permitir a venda de medicamentos em supermercados, agora a categoria enfrenta mais esse ataque à profissão e à saúde pública. A banalização da venda de medicamentos em máquinas automáticas demonstra o desprezo de algumas empresas pela segurança da população, priorizando o lucro em detrimento da vida. 

A Fenafar destaca a importância de uma atuação imediata das autoridades competentes para coibir essa prática ilegal e irresponsável. É inaceitável que iniciativas como essas sigam em curso, colocando a saúde dos brasileiros em risco. 

A Federação reforça seu compromisso com a valorização da profissão farmacêutica, a segurança da população e o fortalecimento da assistência farmacêutica como política de saúde pública. A mobilização contra a desregulamentação e a vigilância em defesa da saúde continuarão sendo prioridades da entidade.