Sindifars participa de audiência no TRT para negociar com GHC

Nesta quinta-feira (16/8), o Sindifars compareceu à audiência, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), para negociação com Grupo Hospitalar Conceição (GHC). No TRT, esse processo de negociação segue em aberto para discussão entre a direção do grupo e os sindicatos.

Em 2017, esse debate no TRT, sobre o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), foi transferido para a mesa de negociação interna do GHC.
No segundo semestre de 2017 foi assinado ACT, com vigência até março/19, incluindo vale alimentação e o compromisso da direção do GHC de retomar as negociações sobre as férias-prêmio e a licença capacitação, ainda em dezembro/17. Mas não teve consenso entre direção do GHC e sindicatos pelo fato do referido empregador se manter com a pauta para flexibilizar direitos, tendo por base a reforma trabalhista.

Nesta audiência do dia 16 de agosto, os representantes do GHC disseram que a posição deles é reajuste zero para o vale alimentação e fora de cogitação o retorno da licença-prêmio e licença capacitação.

Após as manifestações dos sindicatos, reafirmamos o desrespeito do GHC para com os trabalhadores; reafirmamos a reivindicação para a isonomia do valor do vale alimentação com HCPA e a retomada das demais reivindicações, bem como que dia 28 de agosto, no pátio do Hospital Conceição, ocorrerá assembleia, e está na pauta a apreciação de paralisações e greve.

Foi agendada nova audiência no TRT em 23/8. Contamos com ativa participação dos colegas farmacêuticos que atuam no GHC.

Fonte: Sindifars

Pleno do CES-PE aprova Política Estadual de Assistência Farmacêutica

Após cinco anos de debates e discussões, a Política Estadual de Assistência Farmacêutica em Pernambuco foi aprovada pelo Pleno do Conselho Estadual de Saúde (CES-PE), em reunião realizada no dia 08/08. Sinfarpe participou da elaboração da política.

 

 

A minuta foi elaborada pelo Grupo de Trabalho (GT) de Farmácia, do qual o Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de Pernambuco faz parte, representado pela presidente Veridiana Ribeiro. Obedecendo os trâmites legais, segue agora para a sanção do governador do Estado. A aprovação é um marco para a classe farmacêutica pernambucana e uma conquista especial para a população usuária.

“Embora a política aprovada ainda não seja a ideal, consideramos um avanço enorme para os farmacêuticos, levando-se em conta a atual conjuntura política e social que o país atravessa. É uma conquista que deve ser muito comemorada, tanto pelo fato do tempo em que vinha sendo discutida, como pela importância que será para o usuário, o principal beneficiado da sua implantação”, salientou Veridiana. Com a aprovação, a Assistência Farmacêutica deixa de ser uma questão de governo e de gestão. Passa a ser política de estado. Após sancionada, a população vai ter uma melhor garantia de acesso ao medicamento e a assistência farmacêutica, mas com uso racional de medicamento, que é outra bandeira defendida pelo GT de Farmácia.

O GT vai acompanhar a implantação da Política de Assistência Farmacêutica, visto que se trata de um tema importante e caro para os profissionais da área no Estado. Para tanto, o Grupo fez um acordo com o Controle Social. As discussões e debates sobre o assunto vêm desde a época em que o farmacêutico Hermias Veloso integrava o Grupo. Elas foram retomadas com a entrada do Sinfarpe no processo.

Fonte: Sinfarpe

SP: Farmacêuticos se mantêm contrários à proposta do Sincofarma

No último dia 10, sexta-feira, farmacêuticas e farmacêuticos compareceram a sede do Sinfar-SP, em dia marcado para mobilização da categoria. Os profissionais reunidos reiteraram seu posicionamento contrário à proposta do Sincofarma de reajuste salarial de 2%, abaixo da inflação.

 

 

O Sindicato Patronal já foi notificado que os profissionais não aceitaram a proposta e o SINFAR-SP segue com a pauta de reivindicações aprovadas em assembleias no início do ano.

” É Inaceitável que uma proposta de reajuste seja abaixo  da inflação. O SINFAR-SP prevê que além do aumento real, que é baseado nos lucros que o setor das drogarias e farmácias possuem, o índice de base seja o ICV/DIEESE, que leva em consideração outros itens essenciais de consumo. Também retirar assistência jurídica na homologação é deixar o farmacêutico sem suporte para rescisão contratual, podendo ficar sem receber o que é seu direito. Manteremos nosso posicionamento”, disse Glicério Maia, presidente do Sindicato.

Reivindicação protocalada pelo SINFAR-SP

REAJUSTE 4,21 % + AUMENTO REAL DE 5%
LICENÇA MATERNIDADE DE 180 DIAS / PATERNIDADE 20 DIAS
VALE REFEIÇÃO DIÁRIO
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS
HORAS EXTRAS – DOMINGOS E FERIADOS
REMUNERAÇÃO PROCEDIMENTOS FARMACÊUTICOS
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

O que o Sincofarma propôs

2% de reajuste ( abaixo do índice da inflação) *
RETIRAR ASSISTÊNCIA NA HOMOLOGAÇÃO
PERÌODO DE EXPERIÊNCIA DE 60 PARA 90 DIAS

O que o Sincofarma Negou

LICENÇA MATERNIDADE DE 180 DIAS / 20 DIAS
VALE REFEIÇÃO DIÁRIO
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS
HORAS EXTRAS – DOMINGOS E FERIADOS
REMUNERAÇÃO PROCEDIMENTOS FARMACÊUTICOS
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

Fonte: Sinfar-SP

Sinfarce realizou em Fortaleza I Workshop Cearense de Análises Clínicas

O Sindicato dos Farmacêuticos do Ceará, em parceria com a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas – regional Ceará, realizou, dias 21 e 22 de julho, o I Workshop Cearense de Análises Clínicas – Desafios e Inovações, novos temas em destaque. O evento reuniu farmacêuticos, empresários e estudantes de Farmácia.

 

 

Na solenidade de abertura do evento a Presidente do SINFARCE, Lavínia Magalhaes, ressaltou a importância do debate científico em torno de temas que, segundo ela, são de extrema relevância para o desenvolvimento da profissão. Agradeceu as empresas parceiras – Álvaro, Vyttra Diagnósticos e Greiner Bio One -, fundamentais para a realização do workshop. Também destacou a importante e inédita parceria com a SBAC: “Estamos construindo juntos um novo momento para a categoria farmacêutica. Isso muito nos alegra. “

O evento contou com adesão de quase cem pessoas. O Enfermeiro Samer Sorato, Assistente Técnico na Empresa Greiner Bio-One, no primeiro dia do Workshop, falou sobre as principais mudanças na análise do Pré-Analítico e a Flexibilização do Jejum. A palestra, apresentada pela primeira vez em Fortaleza, fez importantes considerações sobre o jejum para exames laboratoriais e seus interferentes na análise laboratorial.

Na tarde do sábado a aula foi com a Dra. Cláudia Meira, representante da empresa Álvaro, que detalhou o processo de acreditação para laboratórios, junto aos órgãos reguladores. Empresários e interessados puderam esclarecer dúvidas sobre o complexo processo. À tarde, o evento contou com a palestra da Biomédica Daiana Godoi Gumiero, que trouxe o tema: Interferência da Biotina nos ensaios laboratoriais. A Biotina é uma vitamina essencial que muitos desconhecem e pode interferir nos resultados, caso não seja considerada na análise.

No segundo dia de programação,a primeira exposição foi realizada pelo médico Thiago Sato. “Fármaco-economia na escolha de teste laboratoriais”, mostrou os avanços nessa área de estudo, quais ferramentas podem ser utilizadas e como essas escolhas podem impactar no custo e na qualidade do laboratório.

Segundo o médico, a fármaco-economia oferece um olhar mais global de todos os processos, desde o diagnóstico até o tratamento, podendo gerar redução de custos que afeta positivamente a vida das pessoas. Ainda, de acordo com o médico, sua utilização pode ocorrer em toda cadeia de saúde. “Um país em que os convênios querem pagar menos e o governo não consegue aumentar o reembolso do SUS, precisamos ir atrás de soluções melhores e a fármaco-economia faz isso de forma técnica e analítica”, destacou o médico.

Em seguida, a exposição do “case” de sucesso do Presidente da Vyttra Diagnósticos, Stênio Nordau, sobre “Gente e Gestão”, deu dicas de como melhorar sua performance no trabalho. Para ele é necessário trabalhar com prazer, promover um bom clima na sua empresa e fazer o certo. Questionamentos acerca do tema, fora respondidos com atenção e clareza pelo palestrante.

Encerrando a manhã, Geovana Mendes explanou acerca do “Processo Pré-Analítico: orientações e interferências na coleta”. A enfermeira relatou todo processo de coleta, os riscos, como o profissional pode melhorar seu desempenho e quais as novidades do mercado. De acordo com Geovana, 70% dos erros estão na fase pré-analítica e 80% das discussões médicas são tomadas com bases em testes laboratoriais. “A qualidade do laboratório tem alto impacto sobre o paciente.

Para encerrar o I Workshop Cearense de Análises Clínicas – Desafios e Inovações, a professora Especialista em Hematologia e Hemoterapia, Fanca Guerreiro Azin, proferiu aula sobre a “Importância do Hemograma no Diagnóstico Clínico”. Os presentes puderam perceber a necessidade de analisar com mais precisão e como o trabalho do profissional é imprescindível nesse momento. “Essas técnicas são renovadas e atualizadas constantemente. É necessário que todos os profissionais desse segmento estudem cada vez mais, pois nosso trabalho é ajudar o médico a chegar no diagnóstico do paciente. Isso é muito importante!”, ressaltou a professora.

Após os dois dias de estudo e aprofundamento, os presentes participaram de um sorteio com brindes oferecidos pelas empresas parceiras e de coquetel.

Para a farmacêutica Julieta Gonçalves, o Workshop foi oportunidade especial para adquirir novos conhecimentos e reencontrar amigos e parceiros de trabalho. “Esse evento proporcionou muitas novidades. Torço bastante para que as entidades que representam a categoria aqui no Estado, continuem agrupando os profissionais e esclareçam nossas dúvidas, pois, às vezes, no dia a dia não temos tempo. Foram dias produtivos!” ressaltou a participante.

De acordo com a Presidente do Sinfarce, Lavinia Magalhães, esse foi o primeiro evento técnico realizado pela entidade, “sempre pensamos em eventos voltados ao trabalho e normas trabalhistas, e, dessa vez, resolvemos ampliar o conhecimento com essa nova área, após essa parceria. Esperamos poder repetir em breve”

Fonte: Sinfarce

Escola Nacional dos Farmacêuticos, CNS e Fiocruz organizam encontros para discutir Assistência Farmacêutica

Para promover a discussão do eixo de Assistência Farmacêutica e Ciência e Tecnologia da 16ª Conferência Nacional de Saúde, a Escola Nacional dos Farmacêuticos, o Conselho Nacional de Saúde e a Fiocruz organizarão 10 Encontros Regionais Preparatórios entre os meses de agosto e novembro de 2018, e o 8ª Simpósio Nacional de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica (SNCTAF) em dezembro de 2018. 

 

 

No âmbito do CNS, a Comissões de Assistência Farmacêutica e Ciência e Tecnologia e Atenção a Saúde de Pessoas com Patologias integrará a organização dos eventos.

A convocação da 16ª Conferência Nacional de Saúde foi aprovada na 300ª Reunião Ordinária do CNS, pela resolução nº 568/2017. A 16ª Conferência, 8ª + 8, terá como tema central Democracia e saúde: saúde como direito e consolidação e financiamento do SUS e será realizada em 2019.

Além das atividades setoriais no eixo da Assistência Farmacêutica e Ciência e Tecnologia, o CNS deliberou a realização, em 2018, de atividades que deverão ser realizadas de forma articulada com as questões transversais de equidade, saúde de pessoas com patologias, ciclos de vida, promoção, proteção e práticas integrativas, alimentação e nutrição e educação permanente, vinculadas à 16ª CNS, distribuídas pelos seguintes eixos: Saúde das Pessoas com Deficiência; Saúde Bucal; Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora; Saúde Mental; Saúde da População Negra; Recursos Humanos e Relações de Trabalho; e Orçamento e Financiamento.

Os encontros regionais terão como público alvo pessoas que atuam no controle social do SUS como conselheiros de saúde (local, municipal, estadual, nacional), movimentos sociais, gestores, usuários e militantes da saúde.

A primeira etapa dos Encontros Regionais Preparatórios para o 8º Simpósio será realizada nas seguintes datas e unidades da Fiocruz:

Manaus: 23 e 24/08/2018

Local: Fiocruz Amazonas – Instituto Leônidas e Maria Deane – ILMD
Rua Terezina, 476 – Adrianápolis – Manaus/AM 

Curitiba: 30 e 31/08/2018

Local: Fiocruz Paraná – Instituto Carlos Chagas – ICC 
Rua Professor Algacyr Munhoz Mader, nº 3.775, Cidade Industrial – Curitiba/AM

Salvador: 13 e 14/09/2018

Local: Fiocruz Bahia – Instituto Gonçalo Moniz – IGM
Rua Waldemar Falcão, nº 121, Candeal – Salvador/BA

Recife: 20 e 21/09/2018

Local: Fiocruz Pernambuco – Instituto Aggeu Magalhães – IAM
Avenida Professor Moraes Rego, Cidade Universitária – Recife/PE

Belo Horizonte: 27 e 28/09/2018

Local: Fiocruz  Minas Gerais – Instituto René Rachou – IRR
Avenida Augusto de Lima, nº 1.715, Barro Preto – Belo Horizonte/MG

As pré-inscrições estão disponíveis neste link: 

http://redeconselhosdosus.net/preinscricao/ficha.php?processo=1

Em um contexto de retrocessos das políticas sociais, a realização da conferência se faz ainda mais necessário como uma grande ação em defesa do SUS e da democracia.  Entendendo a relevância da temática da Ciência e Tecnologia e da Assistência Farmacêutica no SUS, esses eventos promoverão a discussão e a construção de propostas a serem levadas para a 16º Conferência Nacional de Saúde, qualificando o debate no controle social.

Programação

1ª dia do Encontro

09h00 às 09h30: Abertura

09h30 às 11h00: Panorama atual da assistência farmacêutica e ciência e tecnologia no Brasil – por que discutir esses temas no controle social?

11h30 às 12h00: Apresentação sobre a dinâmica dos grupos de trabalho

12h00 às 13h30: Almoço

13h30 às 17h00: Grupos de trabalho

2º dia do Encontro

09h00 às 10h00: Apresentação das propostas construídas nos grupos de trabalho

10h00 às 11h30: Debate sobre os trabalhos dos grupos

11h30 às 12h30: Encaminhamentos e encerramento do Encontro

Da redação, com informações da Escola Nacional dos Farmacêuticos

Política Nacional de Vigilância em Saúde: Construção coletiva em defesa da vida

A Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS) é uma construção coletiva em defesa da vida. Esta é a afirmação dos palestrantes durante o lançamento da PNVS na Câmara dos Deputados, em Brasília, realizado nesta terça-feira (07/08).

Construída com a colaboração de gestores, trabalhadores, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e da sociedade civil, a política articula ações com ênfase na promoção, proteção e prevenção de doenças e agravos e deverá nortear as ações do SUS pelos próximos anos.

O documento foi construído a partir das diretrizes aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (CNVS), realizada de 27 de fevereiro a 2 de março de 2018, que discutiu as propostas das conferências municipais, regionais, estaduais e livres. A construção coletiva reuniu aproximadamente 40 mil pessoas, ao longo de todo o processo de debates no país, nos últimos dois anos.

Somente nas etapas livres foram mais de três mil brasileiros e brasileiras participando, entre eles pessoas em situação de rua, das populações expostas aos agrotóxicos, das populações do campo, floresta e águas, do povo ROM (ciganos), dos trabalhadores rurais sem-terra e das pessoas atingidas pela hanseníase, que apresentaram propostas específicas para cada segmento.

“Levamos um amplo debate para a sociedade, sobre um tema que ainda era distante da realidade de cada um. Mostramos para as pessoas que a vigilância tem a ver com os problemas do cotidiano e que é fundamental a participação de todos”, afirma o coordenador da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (CNVS), Fernando Pigatto, ao destacar a diversidade de público nas 24 conferências livres. “Assim, colocamos em primeiro lugar a vida, contra as políticas de morte que estão querendo implementar”, completa Pigatto.

“A política pública, estabelecida a partir do movimento social e da participação da sociedade, hoje é uma política nacional afirmativa e sistematizada, que representa um importante arsenal de elementos e afirmações para os sistemas de saúde locais”, afirma o secretário de saúde adjunto do Distrito Federal, Marcos Quito.

Fonte: SUSConecta

Saúde e acesso ao medicamento como direito, uma luta do profissional farmacêutico

“Mais Saúde para o Brasil! Saúde ferramenta de trabalho do farmacêutico. SUS – impulsionador de desenvolvimento e soberania para o Brasil avançar!”  foi o tema da mesa de debate da manhã desta sexta-feira (2) do 9º Congresso da Fenafar. 

Neste painel, o presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos e o pesquisador do Departamento de Políticas de Medicamentos e Assistência Farmacêutica da Escola Nacional de Saúde Pública, o médico Jorge Bermudez falaram sobre a centralidade da Saúde na luta por um Brasil mais desenvolvido e também para o fortalecimento da valorização do trabalho farmacêutico.

Ronald Ferreira, presidente da Fenafar

O presidente da Fenafar iniciou sua intervenção falando que as diferentes formas de organização da sociedade são determinadas pelo modo de produção, que é a combinação entre as relações de produção existentes e as forças produtivas “Essa relação é o que ao longo da humanidade tem determinado o funcionamento dos processos. Compreender isso é fundamental para pensar a atividade da Saúde”.

Os conflitos entre o capital e o trabalho definem os avanços e ou retrocessos vividos em cada quadra história e se refletem nas regras sociais. “No Brasil, em 1988, conseguimos construir uma Constituição social-democrata, que alterou o que havia até então, que era a legitimação da ideia de que a saúde era uma atividade econômica, uma mercadoria. Foi na Constituição de 88 que mudamos essa lógica e inscrevemos a saúde como direito”, diz Ronald. 

Na sua avaliação, essa “foi a única reforma estruturante que nós conquistamos de fato no modo de produção da vida no Brasil. Não fizemos a reforma política, agrária, urbana, dos meios de comunicação – não fizemos nenhuma das reformas estruturantes mesmo do ponto de vista do capitalismo. A única que nós construímos foi justamente a da Saúde. Essa reforma permitiu nós tirarmos a saúde da condição de mercadoria e colocá-la como direito – ao menos no nosso contrato social estabelecido pela Constituição. Foi assim que nós conseguimos estruturar nossas relações de produção, a força produtiva do nosso trabalho para garantir que a saúde se consolidasse como direito”.

Ronald ressalta que as lutas desenvolvidas pela Fenafar nos últimos anos tinham ao mesmo temo o objetivo de valorizar a profissão do farmacêutico e fortalecer o direito à Saúde, numa compreensão integrada da luta geral com a luta específica. “O avanço da presença do farmacêutico nos serviços públicos, na atenção básica, na gestão municipal, se deu por um conjunto de processos que foram fundamentais para que a nossa categoria pudesse ocupar esses espaços. Isso se deveu à luta da nossa categoria para que a saúde fosse de fato um direito, colocou a discussão do direito ao acesso ao medicamento, à assistência farmacêutica de qualidade”.

O presidente da Fenafar chama a atenção, contudo, que mesmo depois de alçado a direito, “sempre houve um conflito entre os interesses que tentamos conciliar entre o trabalho e o direito à saúde do povo, com os interesses do capital e dos agentes do mercado que atuam na área da saúde”. Por isso, ele considera que sempre é preciso perguntar: “Nessa relação de produção, que interesses nos vamos defender?”. Principalmente num cenário, descrito brevemente por ele, de “ofensiva brutal contra o trabalho e os direitos, em que as conquistas obtidas pela categoria podem retroceder 30 anos! Vamos voltar a ouvir de alguns setores que nosso trabalho está em desuso, que o trabalho farmacêutico não é mais necessário, como ouvimos na década de 80 da Senadora Marluce Pinto”, alerta.

Ele lembra que a construção da Política Nacional de Assistência Farmacêutica nasceu desse debate da Fenafar. Aliás, recorda, os dirigentes da Federação naquele período foram os principais protagonistas da Conferência Nacional de Assistência Farmacêutica e Medicamentos que resultou, posteriormente na PNAF. Por isso, Ronald aponta que a categoria precisa estar atenta e compreender que a luta pelo direito à Saúde, em defesa do SUS é indissociável da luta pela valorização da profissão farmacêutica”. 

8ª + 8 = 16ª Conferência Nacional de Saúde – Democracia e Saúde

Ronald Ferreira dos Santos, que preside o Conselho Nacional de Saúde, reitera que “a construção da resistência contra os retrocessos, inclusive para ter ousadia de lutar por avanços, passa pelo resgate da importante experiência da 8ª Conferência Nacional de Saúde, que tinha inclusive como palavras de ordem central a Democracia e a Saúde. E esse tem que ser o nosso desafio para o próximo período, construirmos a 8ª + 8, a nossa 16ª Conferência Nacional de Saúde, em julho de 2019, para enfrentar aqueles que querem alterar nossa contratação da saúde como direito, para recolocar no centro da luta política a democracia e o direito à saúde.

No final, Ronald anunciou a parceria entre a Escola Nacional dos Farmacêuticos, a Fiocruz e o Conselho Nacional da Saúde realizarão uma série de etapas do 8º Simpósio Nacional de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica para preparar a intervenção de toda a categoria farmacêutica para a 16ª CNS.

Jorge Bermudez

Jorge Bermudez focou sua apresentação na questão do acesso ao medicamento como fator de tensão entre o mercado e o direito à saúde, na luta pela soberania dos países tanto no aspecto da produção industrial de medicamentos, como para a adoção de políticas públicos de acesso.

Ele afirmou que é “impossível absorver novas tecnologias e produtos novos sem aumento dos recursos principalmente num cenário de congelamento da EC 95”, por isso ele considera que é fundamental ampliar o debate pela revogação da Emenda “que impede de avançar, pior vamos retroceder”.

Bemudez falou sobre como a política comercial e industrial definida no âmbito de acordos internacionais e de organismos multilaterais como a Organização Mundial do Comércio impactam na soberania e na vida das pessoas. Ele fala como as patentes e a expectativa de patentes geram uma situação de monopólio que impede a competição e faz com que o laboratório produtor estabeleça o seu preço. E o que se vê são medicamentos com preços inacessíveis e exorbitantes sem que haja informações reais sobre o custo de produção destes produtos. Ou seja, não se conhece a diferença entre custo e preço e há uma situação privilegiada de monopólios que representam uma enorme exclusão, fruto da “cobiça sem limites da indústria farmacêutica de colocar preços elevados e de retirar produtos do mercado quando não tem mais interesse na sua comercialização”. 

Por isso é preciso repor a debate sobre o acesso ao medicamento como um direito. “Se a pessoa não tem acesso ao medicamento na hora certa para o seu uso, gera-se agravamento nas condições de saúde e mais gastos com internações por exemplo, ou a ampliação das demandas judiciais para garantir o acesso a medicamentos que não estão na lista do SUS, e que geralmente  são tratamentos de alto custo”.

Bermudez adicionou outro fator no debate para além da questão custo x preço, que é a assimetria de informação que há sobre os medicamentos. “O médico não sabe e nem quer saber o preço do medicamento, para o médico, depois que ele prescreveu, se encerra o processo. A partir daí é problema do consumidor e do sistema de saúde. E, além disso, a indústria oferece um tipo de informação sobre o medicamento para o médico, uma informação diferente para o dispensador e outra informação para o consumidor”,  que é o vetor mais frágil e hipossuficiente nessa relação.

Além disso, Bermudez recorda que “o médico é bombardeado pela propaganda da indústria e acaba prescrevendo a marca, sempre mais cara. E, o usuário não tem conhecimento para alterar o tratamento”.

Quem pode pagar pelos novos medicamentos?

No caso dos medicamentos de ponta e novas terapias os preços exorbitantes geram uma desigualdade profunda. O pesquisador da Fiocruz trouxe alguns exemplos para mostrar como a caixa-preta da indústria farmacêutica e o monopólio atuam de forma extorsiva e sem qualquer preocupação com o interesse público e com a saúde. “Quase todos os aprovados custam mais de 100 mil dólares o tratamento. Como o Xofigo, para câncer de próstata cuja tratamento fica por 69 mil dólares, ou o Luxturna para distrofia retiniana (cegueira), que fica por 425 mil dólares. Isso é inaceitável!”, afirmou Bermudez.

Segundo Bermudez, em 2014, o CEO da Bayer na Índia falou, referindo-se a um produto oncológico: “Não, nós não desenvolvemos esse produto para o mercado indiano. Nós desenvolvemos essa produto para os pacientes ocidentais que podem pagar. É um produto caro, porque é um produto oncológico”. A declaração causou forte reação e o governo indiano emitiu uma licença compulsória para a produção do medicamento genérico. O produto da Bayer saia por 5.500 dólares. O genérico indiano foi comercializado por 175 dólares por paciente por mês, tornando o produto mais acessível aos cidadãos indianos. 

“O compromisso das indústrias com o lucro é inaceitável do ponto de vista de acesso a medicamentos. No Brasil o único caso de licença compulsória de patentes foi o Efavirenz. Precisamos utilizar mais esses mecanismos para garantir o acesso de medicamentos aos cidadãos brasileiros”, alertou Jorge Bermudez.

Farmacêuticos e a efetivação do direito à Assistência Farmacêutica

Dalmare Anderson

Para fazer a mediação desses temas para o âmbito farmacêutico, o diretor da Fenafar, Dalmare Anderson, ressaltou o importante papel da Fenafar “de pensar para além da corporação e entender como nossa luta específica pode influenciar positivamente na luta pelo direito à saúde”.

Ele citou uma das principais conquistas da categoria que foi a aprovação da Lei 13.021. Até a aprovação dessa lei eu não via farmacêutico em lugar nenhum. Onde trabalha o farmacêutico? Mas desde a pouco tempo, e pelo trabalho da Fenafar, a gente consegue se olhar como uma categoria única, somos todos farmacêuticos, não importa qual nossa área de atuação. Isso já é um avanço impressionante”.

A lei 13.021 é resultado de uma luta de mais de 20 anos, que se iniciou em 1984, quando a Fenafar se mobilizou para enfrentar o projeto de lei da senadora Marluce Pinto, que acabava com a obrigatoriedade da presença do farmacêutico nas farmácias e estabelecimentos de saúde. 

Essa lei só existe porque a Fenafar protagonizou a luta pela sua aprovação desde sempre, ressaltou Dalmare. “Essa legislação reafirmou a co-responsabilização do dono da farmácia, que a responsabilidade técnica do farmacêtuico não pode ser desautorizada, a obrigatoriedade da presença do profissional farmacêutico nos hospitais públicos nas 24 horas de funcionamento, dentre tantos outras questões que permitiram, inclusive, que hoje estejamos assistindo ao surgimento da clínica farmacêutica nas farmácias, por exemplo. A gente só consegue fazer isso, porque nossa profissão arregaçou as mangas para discutir uma nova visão de Assistência Farmacêutica, porque colocamos no centro da política o debate sobre o acesso ao medicamento, porque não adianta cuidar clinicamente do que não é acessível. Se o usuário não tem acesso ao medicamento eu não tenha como realizar a clínica”.

Então, para Dalmare a discussão do acesso como direito é fundamental, e neste contexto uma das principais perdas, um dos principais retrocessos para o direito à saúde e para o acesso ao medicamento foi o fim do programa farmácia popular sede própria. “A extinção dessa política pública é um grande retrocesso”, lamenta.

por Renata Mielli, do Espírito Santo

Sinfarpe celebra 52 anos!

Terceiro sindicato mais antigo do estado de Pernambuco, o Sinfarpe foi fundado em julho de 1966, num período conturbado da história do Brasil. Atravessou crises e enfrentou desafios que lhe renderam um histórico de lutas e conquistas, pautadas na necessidade de defender os direitos e interesses coletivos ou individuais do profissional farmacêutico no Estado.

 

 

A presidente do Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de Pernambuco, Veridiana Ribeiro, no seu segundo mandato, parabenizou aos atuais e ex-diretores da entidade e aos filiados, que sempre confiaram na instituição como representante na luta pelos direitos da categoria, e reconhece o esforço de todos para que mais um aniversário fosse possível. Mas também lamentou a atual situação provocada pela Reforma Trabalhista e ao baixo índice de sindicalização, que fragiliza e até mesmo compromete a atividade do sindicato.

“Chegamos aos 52 anos! A hora é de comemorar e lamentar ao mesmo tempo. Comemorar, porque ao longo dessas mais de cinco décadas lutando pela valorização da profissão farmacêutica no Estado, obtivemos muitas vitórias, a exemplo da carga horária de 30 horas e a conquista de um dos melhores pisos salariais do país. Lamentar, porque infelizmente estamos vivenciando o declínio de um sindicato combativo, afetado pela reforma trabalhista, com o fim da obrigatoriedade do Imposto Sindical, e pela falta de sensibilidade de grande parte da categoria, que se aproveitando das novas regras, deixou de contribuir. O Sinfarpe, porém, insiste e resiste! Mas, nossas condições não são tão positivas quanto nossa vontade de lutar. Se continuarmos, seremos ainda mais fortes no combate aos desmandos do patronato. Se não, fecharemos as portas com a consciência tranquila de que fizemos nosso papel enquanto entidade de classe. Lutamos quando foi preciso e enfrentamos todos os obstáculos para defender os direitos dos profissionais. Parabéns ao Sinfarpe e a todos que contribuíram para sua bela história!”

O Sinfarpe se consolidou como entidade comprometida com os profissionais e a sociedade. Participou ativamente de importantes lutas

 nacionais, a exemplo da Criação do Sistema Único de Saúde. Tem marcado presença constante nas conferências nacional e estaduais de saúde. Se engajou na luta para a aprovação da Lei 13.021/2014, que definiu farmácia como unidade voltada à assistência farmacêutica e à saúde, a qual passou a exigir a presença de farmacêuticos nesses estabelecimentos em horário integral. Sempre teve assento no Conselho Estadual de Saúde, defendendo a saúde pública de qualidade em toda sua plenitude. Jamais se intimidou diante do patronato para lutar pelos trabalhadores, tanto do setor público como o privado. Não teve medo de encarar o empresariado em 2016 e levar a CCT de Farmácias e Drogarias para dissídio, obtendo uma grande conquista salarial para a categoria. Foi base fundamental para os farmacêuticos da Big Ben, quando a rede encerrou suas atividades no Estado, no início deste ano (2018). Enfim, agiu com destemor em todas as causas que defendeu até hoje.


Da redação com Sinfarpe
E, embora tenha aumentado seu número de filiados, a situação financeira do sindicato não permite sua continuidade por muito tempo. Apesar de ter sido aprovado em assembleia, no mês de dezembro de 2017, o recolhimento da Contribuição Sindical em 2018 não aconteceu como se esperava. Empresas se negaram a recolher. Profissionais não se esforçaram em pagar. E para piorar, a inadimplência com as anuidades disparou. A entidade sobrevive atualmente do fundo de reservas que seria usado para a compra da sede. Sonho deixado de lado e que será sepultado junto com a entidade, caso o cenário permaneça. “Se não houver uma mobilização da categoria, não teremos mais aniversários para celebrar. Talvez este seja o último. E se for, queremos agradecer a todos que nos confiaram a missão de estar à frente do Sinfarpe para defendê-los. Encerraremos as atividades agradecendo aos que se engajaram na luta conosco e aos bravos companheiros que atuaram como diretores nestes 52 anos. Lamentaremos profundamente deixar o trabalhador desprotegido, e acima de tudo, nos entristeceremos com a vitória de uma reforma trabalhista que veio para retirar direitos do trabalhador e afundar suas entidades representativas. Se todos fizerem sua parte, celebraremos os 53. Por enquanto, cabe-nos dizer, valeu pelos 52 anos, Sinfarpe!”, conclui Veridiana.

Sincofarma não comparece ao Ministério do Trabalho e farmacêuticos ficam sem reajuste

Causou perplexidade aos farmacêuticos a ausência do Sindicato do Comércio Varejista de Minas Gerais – Sincofarma/MG na reunião de mediação agendada para esta quinta-feira, 19/07, às 14 horas, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE). 

O Sinfarmig compareceu a reunião, mas não foi possível resolver o impasse em função da falta dos patrões ao compromisso. O mediador da SRTE apresentou ao Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais – Sinfarmig uma correspondência eletrônica do Sincofarma requerendo prorrogação da mediação.

A expectativa do Sinfarmig ao solicitar a audiência era firmar o acordo para a celebração da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2018. Entretanto, os profissionais com data-base em 1º de março terão de esperar ainda mais para finalizar a campanha salarial já que os representantes da entidade patronal não compareceram à mediação. 

A diretora do Sinfarmig, Júnia Lelis, alerta a categoria para que permaneça forte apesar da atual conjuntura. Para ela, a Reforma Trabalhista tem como foco desequilibrar as relações, beneficiando apenas o empregador e impondo aos profissionais uma condição análoga à escravidão. Para garantir isso, usa a estratégia de esvaziar os sindicatos. 

Segundo ela, mais do que nunca o único caminho é fortalecer o Sinfarmig para garantir a manutenção dos direitos conquistados ao longo dos últimos anos. “Somente mobilizados os farmacêuticos alcançarão novas vitórias”, afirmou. Uma nova reunião foi redesignada pela SRTE para o dia 06/08/2018 às 8h30.

Fonte: Sinfarmig

Diálogo é ponto forte em mais um ACT fechado pelo SIFEP

O SIFEP – Sindicato dos Farmacêuticos do Estado da Paraíba, anunciou na segunda-feira (16) o fechamento de mais um ACT – Acordo Coletivo de Trabalho. O acordo visa regulamentar o trabalho dos farmacêuticos aos domingos e feriados, por meio de plantões.

 

 

Como sempre, o diálogo foi ponto forte nas conversações entre oo representantes do SIFEP e da ‘Farmácia Cruz das Armas Medicamentos Genéricos’.

“O fechamento de mais um Acordo Coletivo de Trabalho, sobre os plantões farmacêuticos, só mostra o nosso trabalho incansável pela categoria farmacêutica aqui na Paraíba. Esse foi mais um entre tantos que ainda virão”, destacou o vice-presidente do SIFEP, Sérgio Luís.

As bases do Acordo Coletivo fechado entre o SIFEP e a Farmácia Cruz das Armas Medicamentos Genéricos, seguem os seguintes patamares: o valor da hora trabalhada para o domingo é de R$ 35,00 (trinta e cinco reais) e para os feriados atinge o patamar de R$ 42,00 (quarenta e dois reais). Quando o plantão for inferior a 8 (oito) horas, o farmacêutico tem direito a um lanche de R$ 5,00 (cinco reais). Caso o plantão seja superior às 8 (oito) horas trabalhadas, o profissional tem direito a um almoço no valor de R$12,00 (doze reais).

Fonte: Sifep