Sem dinheiro, o SUS morre

O Brasil precisa encontrar novas fontes de financiamento da saúde e investir na produção de remédios, dizem especialistas ouvidos pela revista Carta Capital. Leia aqui reportagem veículada no site da Revista.

O financiamento do Sistema Único de Saúde, criado pela Constituição em 1988 para garantir atendimento público e universal aos brasileiros, está em xeque. A ascensão social das últimas décadas ampliou o mercado consumidor deremédios. A mudança demográfica elevou o envelhecimento da população. E uma modificação no perfil epidemiológico impulsiona o registro cada vez mais frequente de males comuns em países desenvolvidos como tipos variados de câncer e o diabetes. Esses três fatores pressionam o custo do sistema e provocam um déficit na conta da indústria farmacêutica nacional sem precedentes.

Os gastos no setor têm sido crescentes, o que piora o quadro no momento em que o País registra uma brutal queda de arrecadação em decorrência da crise econômica. O principal temor dos debatedores reunidos no seminário Os Desafios da Saúde no Brasil do Século XXI é que o aperto fiscal leve União, estados e municípios a reduzirem os aportes na área. O debate, mais um evento da série “Diálogos Capitais”, aconteceu em São Paulo na segunda-feira 30. Criado em 1988, o SUS é um dos maiores sistemas públicos em operação no mundo, mas para assegurar a sua universalidade é essencial garantir uma fonte segura de financiamento. Em 1990, o então presidente Fernando Collor eliminou o artigo que regulamentava a origem dos recursos. Em 1997, Fernando Henrique Cardoso criou aCPMF, mas, em 2007, o PSDB, na oposição, articulou a extinção do imposto. A CPMF garantia um terço do orçamento do Ministério da Saúde e hoje representaria uma arrecadação de 63 bilhões de reais.

“O gasto público em saúde no Brasil está em 4,7% do PIB, enquanto nos sistemas isolados na Europa está em 8%. O SUS tem ficado mais caro por causa do novo perfil de doenças do País, do aumento da expectativa de vida e da obesidade. Só 25% da população tem acesso a seguro”, descreveu Hêider Aurélio Pinto, secretário de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde.

“O SUS nunca esteve tão ameaçado, jamais foi tão grande a diferença entre o que ele teria de oferecer e o que ele oferece. Os custos são mais altos, o financiamento é o mesmo”, destacou Antônio Britto, presidente da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa. Por causa das demissões provocadas pela crise econômica neste ano, mais de 500 mil brasileiros deixaram de ter seguro de saúde até outubro, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar.

O gasto em saúde per capita soma 525 dólares no Brasil, abaixo dos 721 dólares gastos na Argentina, dos mil dólares desembolsados no Uruguai e dos 4 mil dólares do Canadá. “Se queremos cumprir o que a Constituição estabelece, teremos o desafio de obter mais recursos e melhorar a gestão dos recursos”, disse Pinto. O orçamento do ministério, em 2015, chegava a 100 bilhões de reais, mas 13 bilhões de reais acabaram contingenciados pelo ajuste fiscal. Na proposta para o próximo ano, o orçamento da pasta estima um déficit de 9,2 bilhões de reais.


Para José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde e diretor-executivo do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde, sem o SUS, o Brasil viveria uma barbárie social. “A questão do financiamento é primordial e traz na essência a necessidade de se discutir o Estado, uma reforma fiscal, pois para atender à utopia proposta na Constituição é preciso chegar ao padrão inglês em que 85% do gasto em saúde é público.” No Brasil, apesar de um quarto da população ser atendido pelo sistema privado, o segmento responde por metade dos gastos em saúde. “O que queremos do SUS? Há muitos projetos no Congresso que querem minar o sistema, como aquele do deputado Eduardo Cunha”, ressaltou o ex-ministro.

Temporão listou caminhos para assegurar o financiamento à saúde pública. Apenas 15% da população brasileira fuma, mas, segundo ele, os impostos sobre os cigarros são muito inferiores aos cobrados em outros países do mundo. Bebidas destiladas e cerveja também oneram o sistema de saúde, mas têm tributos abaixo da média internacional. Refrigerantes e sucos processados poderiam ter alíquotas de impostos mais altas que aquelas dos alimentos naturais. “Por ano, no Brasil, o trânsito faz 100 mil vítimas, então esse é outro ponto a ser analisado.”

O contexto atual de desaceleração da economia, menor arrecadação tributária e o aperto fiscal tornam a questão de financiamento ainda mais importante. “Poderemos ter, em 2016, a redução de alguns serviços de prefeituras e governos estaduais e isso abre uma brecha para a deslegitimação do setor público, assim como aconteceu na década de 1980. Precisamos começar a discutir o que queremos da saúde pública e como vamos financiá-la”, afirmou o secretário.

Além do financiamento, a universalização depende da formação de um número maior de médicos e de uma melhor distribuição dos profissionais pelo País. “O Brasil tem poucos médicos e mal distribuídos entre as regiões e nos estados”, afirmou o secretário. Segundo o último levantamento do ministério, existem 1,8 médico por mil brasileiros. O número é inferior àquele de países europeus e de vizinhos sul-americanos. Na Argentina, a proporção é de 3,2. Em Portugal e na Espanha, 4. Em Cuba, 6,8. São Paulo e Rio de Janeiro possuem médias próximas àquelas de países desenvolvidos: 2,49 e 3,4 médicos por mil habitantes, respectivamente. Pará e Maranhão, por sua vez, registram números preocupantes: de 0,77 e 0,58. “Apenas 30% do estado de São Paulo apresenta taxa mais elevada que a média nacional.”

Segundo o secretário, em dez anos, foram abertos 146 mil postos de trabalho para médicos, mas, nesse período, as universidades brasileiras formaram apenas 64% da demanda. Para aumentar essa taxa, o ministério mira a ampliação de vagas em universidades públicas e privadas. O plano do ministério é abrir 11,5 mil novas vagas de graduação até 2017 e outras 20 mil de residência até 2018. A meta da pasta é sair dos atuais 374 mil médicos para 600 mil, em 2026. Essa expansão seria o suficiente para igualar o Brasil a países que têm um sistema público de saúde de referência, entre eles o Reino Unido, que possui 2,7 médicos por mil habitantes.

Para o governo, o Programa Mais Médicos trouxe bons resultados. A iniciativa atende 72,8% dos municípios e todos os 34 distritos indígenas, vários deles localizados em áreas pobres e de difícil acesso. Nas cidades atendidas pela ação, houve um amento de 33% nas consultas na atenção básica. Isso significou uma redução de 4% nas internações, um índice 8,9% superior ao de outros municípios que não participam do programa. Por causa da abrangência do Mais Médicos, em dois anos houve um crescimento de 4,5 vezes na cobertura de atenção básica. Nesse ritmo, estima-se que 75% da população brasileira seja coberta no próximo ano.

Sexto maior mercado de saúde no mundo, o Brasil tem outro desafio: ampliar a inovação na indústria e aumentar sua musculatura para atender à crescente demanda. Ao lado das empresas que atuam no segmento eletroeletrônico, os laboratórios farmacêuticos nacionais detêm um dos maiores déficits industriais. A inclusão de novos consumidores de medicamentos a partir da ascensão social das classes C e D, o envelhecimento da população e a ampliação do diagnóstico de doenças de “Primeiro Mundo” tendem a aumentar a demanda por remédios e piorar o desempenho da balança comercial da área, caso não se trace um plano de investimentos em inovação e desenvolvimento dos laboratórios.

“A questão é como fortalecer a inovação e criar um ambiente que favoreça esses investimentos”, destacou Pedro Palmeira, chefe do Departamento da Área Farmacêutica do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Dos dez medicamentos mais vendidos no mundo, sete resultam da manipulação da biotecnologia, um segmento que tem ganhado espaço. “Hoje nos encontramos em um momento no qual existem empresas capazes de dialogar sobre inovação radical e outras que estão aptas a fazê-la.”

Um exemplo é o laboratório Cristália. Os especialistas em pesquisa científica da empresa desenvolveram o carbonato de lodenafila, princípio ativo do Helleva, colocado no mercado após sete anos de pesquisas. Trata-se do primeiro fármaco de origem sintética desenvolvido integralmente no Brasil, da concepção da molécula aos estudos clínicos. É a quarta molécula original criada no mundo para o tratamento da disfunção erétil. O fármaco foi patenteado nos Estados Unidos, Europa e Hong Kong. Em 2015, o Helleva começou a ser exportado para o México. Ogari de Castro Pacheco, fundador do Cristália, informa: “Temos 84 patentes e 168 em análise. O Brasil tem a chance de não perder o bonde da história, podemos fazer diferente”.

Fonte: Carta Capital online
Publicado em 12/01/2016

ARTIGO: Capital Internacional e suas consequências para a Assistência a Saúde

O domínio de investimentos das esferas internacionais na saúde inviabilizará o acesso aos serviços por parte dos usuários de planos coletivos de saúde e do SUS. Artigo de Eliane Cruz* e Francisco Monteiro Neto**

A entrada desse capital internacional apropria-se da capacidade instalada alavancando rapidamente os lucros em saúde, em cima dos usuários do SUS e beneficiários de planos coletivos de saúde.

Alguns exemplos do que tem acontecido em nosso país foi noticiado no jornal Valor Econômico, no dia 27 de novembro deste ano, anunciando que a empresa americana UnitedHealth, já proprietária da Amil, adquiriu o Hospital Samaritano, em São Paulo. No mesmo rumo identificamos o Hospital da Bahia, em Salvador, o Santa Joana e o Memorial São José, em Recife e o Hospital Santo Helena, em Brasília. Esses hospitais atendem planos coletivos de saúde e que agora estão monopolizados por grupos de investidores internacionais. Além da forte entrada por meio de consultorias e assessoramento, treinamento de profissionais em regras de negócios de saúde e não em saúde pública, atuando no setor público e privado por meio de empresas como a BRASSCOM, KPMG, entre outras.

Nesse processo de disputa do capital internacional, empresas como o Grupo Carlyle (acionista da Qualicorp), UnitedHealth, Rede DASA ( Diagnósticos América /SA), iniciam ações de identificação das potencialidades de determinado estabelecimento que prestam serviços de saúde ( hospitais e diagnósticos por imagem) e após esse mapeamento geral compram o equipamento com tudo que ele oferece.

Quando realizam a compra, não fazem alarde, nem barulho, mantendo inclusive, durante alguns anos, boa parte dos profissionais e donos. A maioria de usuários que utilizam os serviços nem percebe que o serviço foi vendido. Isso é apenas o começo do processo para que, aos poucos, os grupos de investidores se instalem, encareçam os serviços dolarizando as tabelas e cartelizando as portas de entrada.

A liberação da participação do capital internacional na saúde a partir da aprovação da Lei 13.097/2015 começa a ser um grande problema, se a regulamentação não for sensível a defesa do patrimônio nacional diante do cenário de apropriação das redes de saúde, em andamento, e da baixa proteção aos planos com maior volume de atendimento. Visualizamos a falta de iniciativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS em identificar, monitorar e fiscalizar as redes hospitalares parceiras dos investidores internacionais, punindo os planos coletivos de saúde e deixando beneficiários desses planos sem a devida proteção do Estado, ou seja, sem cumprir sua missão.

Não vemos consequências positivas em todo o processo. Há não ser que haja avanço nos mecanismos que vão regular a participação do capital estrangeiro e gerar os incentivos necessários para que os maiores beneficiários sejam a população brasileira e a organização do setor saúde, e não os capitais especulativos.

Sem o devido controle da ANS e dos instrumentos de controle social do SUS, como o Conselho Nacional de Saúde-CNS, os grupos internacionais vão absorver parte substancial dos prestadores de serviços de saúde locais monopolizando toda a rede de saúde. Não resta dúvida de que sem a adequada participação social neste contexto o resultado será a aniquilação dos serviços suplementares ao SUS e o aviltamento dos preços de planos coletivos de saúde.

*Eliane Cruz
Mestre em Direitos Humanos e Cidadania- UnB. Doutoranda em Bioética- UnB.

*Francisco Monteiro Neto
Economista e Advogado, Especialista em Economia da Saúde, Administração Hospitalar e Ciências Contábeis.

Frente Brasil Popular e CTB convocam ato nacional em defesa da previdência; confira agenda de lutas

Após reunião no sábado (21), a Frente Brasil Popular (FBP) lançou uma agenda de mobilização nacional contra o golpe que começa em 31 de maio com o dia nacional em defesa da Previdência Social. A ação foi inicialmente convocada pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e acolhida pela FBP – será o ato que abrirá a temporada de lutas e resistência popular, na terça-feira da semana que vem.

 

“Com o pacote de maldades já anunciado pelo governo biônico e ilegítimo de Temer e as ameaças desses 180 dias não nos resta outra alternativa senão lutar contra qualquer retrocesso”, avisa Adilson Araújo, ao convocar os trabalhadores e trabalhadoras para mobilização geral.

Para o Sérgio Pardal Freudenthal, advogado especialista em direito previdenciário, o governo provisório que se instalou não apenas ameaça com novas reformas na Previdência Social, como também, de uma canetada só, desmontou o sistema previdenciário brasileiro. “Se não houver alguma resistência, depois será muito difícil reestruturar o Seguro Social”, diz Freudenthal.

“O pior de tudo”, afirma, “é que, com a desculpa de redução dos ministérios, distribuíram a Previdência Social de forma reacionária e vil, igualzinho à ditadura militar de 1964. O INSS, autarquia importante e histórica para os trabalhadores brasileiros, foi entregue a um tal de Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, e o resto da Previdência (inclusive retirando o Social do termo) foi para o Ministério da Fazenda”, explica.

Lula

O ex-presidente Lula compareceu à reunião e ajudou a levantar o ânimo dos presentes dizendo que acredita na reversão do quadro no Senado federal. Ele reforçou a importância de se ganhar as ruas e encaminhar um consenso das duas frentes: Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo. “Contem comigo, estou à disposição para a luta da Frente Brasil popular”, disse.

O secretário de políticas sociais, Rogério Nunes, destacou que a CTB em conjunto com as outras organizações que compõem o movimento consolidaram uma agenda popular de manifestações e mobilizações pelo país. Abaixo, os detalhes da agenda:

– 31 de maio – Dia Nacional em Defesa da Previdência Pública com manifestações em frente às agências do INSS em todo o Brasil.

– Dias 8 e 9 de junho – Luta no Campo: ocupação de órgãos do estado por trabalhadores e trabalhadoras rurais, em protesto pela extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em defesa da aposentadoria rural, da agricultura familiar e da política agrária.

– Dia 10 de junho: Jornada Nacional de Paralisações e Protestos

Fonte: CTB

Comissão aprova exigência para farmácias populares exporem lista de medicamentos

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei que obriga as farmácias e drogarias que participam do Farmácia Popular a exibir a relação de medicamentos contemplados no programa e seus valores nas suas dependências. O PL 37/2015 é de autoria do deputado Sérgio Vidigal (PDT-ES).

O Farmácia Popular é um programa do governo federal que facilita o acesso aos medicamentos para as doenças mais comuns, como diabetes e hipertensão, com uma redução de até 90% do valor de mercado. Os remédios são subsidiados pelo governo, que possui uma rede própria de farmácias populares e parceria com farmácias e drogarias da rede privada, chamada “Aqui tem Farmácia Popular”.

O parecer do relator, deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), foi favorável à proposta, com emenda que determina a publicação “em local de ampla visibilidade”. “Muitos usuários de medicamentos desconhecem quais produtos são subsidiados pelo Poder Público no âmbito do programa”, justificou o deputado, segundo a Agência Câmara.

A proposta será analisada em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e, caso seja aprovada, não precisa passar pelo Plenário da Câmara dos Deputados.

Fonte: EBC

Cuidar de quem Cuida: Pelo direito à vida, à saúde, ao trabalho e à organização sindical

A Federação Nacional dos Farmacêuticos – Fenafar, e seus sindicatos filiados lançam a campanha Cuidar de quem Cuida: Pelo direito à Vida, à Saúde, ao Trabalho e à organização sindical. Iniciativa tem o objetivo de envolver farmacêuticos e farmacêuticas das diversas áreas de atuação profissional, professores e estudantes numa reflexão sobre a urgência em se valorizar a solidariedade, a generosidade e o cuidado coletivo com a vida e com nossos direitos. Leia manifesto abaixo:

Cuidar de quem Cuida!

Uma campanha pelo direito à Vida, à Saúde, ao Trabalho e à Organização Sindical

Somos uma comunidade de quase 7 bilhões de cidadãos em todo o mundo. No Brasil, já superamos a marca dos 200 milhões de pessoas. Nossa sociedade está cada vez mais complexa, as relações econômicas, políticas, sociais e culturais se modificam de forma acelerada em razão do desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação.

O avanço da ciência, o aprimoramento dos medicamentos e as novas fronteiras da medicina proporcionaram o aumento da expectativa de vida. No entanto, as desigualdades condenam um enorme contingente de pessoas a não terem acesso a direitos básicos que lhe garantam uma vida digna (moradia, alimentação, saúde, educação).

Neste cenário, a sociedade não é a soma de indivíduos que caminham isolados. Valores humanos de solidariedade e generosidade precisam ser fortalecidos para construir coletivos que impulsionem ações voltadas ao bem-estar social e aos direitos coletivos. A organização das pessoas em torno de iniciativas comuns é indispensável na estruturação de uma sociedade mais justa, em que a vida e a dignidade estejam no objetivo de todos. Como na música de João Gilberto: “é impossível ser feliz sozinho”.

Os farmacêuticos e farmacêuticas são profissionais que possuem no centro do seu fazer profissional o cuidado. Independentemente da sua área de atuação — na produção de fármacos e indústria de insumos, na vigilância em saúde, na indústria alimentícia, de cosméticos, no saneamento, na prestação de Assistência Farmacêutica na Unidade Básica de Saúde, no Hospital, nas análises clínicas.

Somos farmacêuticos e farmacêuticas que temos como horizonte da nossa atuação Cuidar das Pessoas.

Mas participamos de uma comunidade maior: a comunidade dos trabalhadores da saúde. Como membros deste grupo, lutamos pelo direito à vida digna, o que significa, portanto, lutar pelo direito à Saúde. No Brasil, esse direito se materializa na luta em defesa do Sistema Único de Saúde, em defesa de uma política pública de Seguridade Social, que definida na Constituição de 1988 é uma conquista porque garantiu o acesso de todos aos serviços básicos de saúde.

Somos farmacêuticos e farmacêuticas, profissionais de saúde, que temos como horizonte da nossa atuação Cuidar para que as pessoas tenham direito à saúde, pública e gratuita, de qualidade, para todos.

Como profissionais, somos uma categoria de trabalhadores. E, como trabalhadores, lutamos ao lado de outros trabalhadores para termos um trabalho digno, para que nossos direitos trabalhistas sejam reconhecidos, valorizados e respeitados. Para que esta luta tenha êxito, precisamos Cuidar de quem Cuida dos nossos direitos: o Sindicato.

O Sindicato é o espaço de encontro dos profissionais farmacêuticos, dos trabalhadores, para lutar por salário digno, pelas reivindicações específicas da nossa categoria para que avancemos na nossa valorização profissional. Como trabalhadores, precisamos participar das assembleias, das lutas, e das decisões do sindicato. Precisamos contribuir financeiramente para que o sindicato possa nos representar e defender. Somos trabalhadores e precisamos Cuidar dos Sindicatos.

A entidade sindical tem que impedir o desmonte das relações de trabalho, combater as propostas de precarização, defender direitos como 13º, Férias, Piso Salarial, sistema justo de plantões, defender o direito à aposentadoria e tantos outros direitos que estão ameaçados pelas políticas em curso no país.

O sindicato precisa Cuidar dos Trabalhadores.

O nosso círculo de cuidado se fecha. Temos que cuidar uns dos outros para cuidar de todos. Temos que refletir sobre quem ganha com o fim da Justiça do Trabalho, do Ministério do Trabalho, com o esfacelamento dos Sindicatos, com a precarização do trabalho, o fim da Saúde Pública.

São aqueles que querem dominar o mundo nos segmentando como indivíduos isolados, acabando com os coletivos e destruindo os valores humanos de solidariedade e generosidade. São os que querem transformar até a vida em mercadoria, são os senhores da morte e da guerra.

E, se eles tiverem sucesso, serão destruídas as duas principais conquistas que a sociedade brasileira construiu ao longo dos últimos anos: a LIBERDADE e a DEMOCRACIA.

É para enfrentar essas ameaças que a Fenafar lança a campanha Cuidar de Quem Cuida!, para resgatar os valores humanitários, para fortalecer a luta pelo direito à vida, a saúde, ao trabalho e à organização sindical.

Lançamos o convite: Venha com a gente, vamos Cuidar de Quem Cuida!

Leia abaixo o manifesto de nossa campanha ou clique aqui para baixá-lo em seu computador.

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Toma posse a nova diretoria do Sindifar-PR para o triênio 2019/2022

A noite de 3 de abril, foi marcada pela posse da nova diretoria e do novo conselho fiscal do Sindifar-PR (Sindicato dos Farmacêuticos no Estado do Paraná), eleitos para o triênio 2019/2022. O evento aconteceu na sede do sindicato, em Curitiba.

 

 

O presidente empossado foi o Farmacêutico Fábio Santana. A eleição ocorreu no dia 15 de março e contou a participação dos Farmacêuticos e das Farmacêuticas associados ao Sindifar-PR.

Participaram da cerimônia de posse a diretora Lia Mello de Almeida, neste ato também representando o presidente da Fenafar (Federação Nacional dos Farmacêuticos), Ronald dos Santos, os diretores Marcio Antoniassi, Marcos Antonio Rech, Nilson Hideki Nishida, as diretoras Nádia Maria Celuppi Ribeiro e Sandra Iara Sterza, a assessora jurídica do sindicato, Andrea Trevisan, a presidente da Comissão Eleitoral, Soraya Barrionuevo Franzener, e a presidente do CRF-PR (Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná), Mirian Ramos Fiorentin.

Palavras do presidente

“Fico feliz e honrado em ser presidente do Sindifar-PR. Sei dos desafios que a nossa gestão vai enfrentar, mas estou confiante na capacidade dos diretores e Farmacêuticos que, desde já, mostraram-se dispostos a lutar em prol da categoria. Como sempre falamos, juntos somos mais fortes e realmente é no que acredito. O sindicato é feito por pessoas que amam a sua profissão e buscam, todos os dias, respeito e valorização, e é para isso que vou lutar”, ressaltou Fábio em seu discurso de posse.

Na ocasião, como gesto simbólico, a ex-presidente Lia Mello de Almeida entregou ao novo presidente a bandeira do Sindifar-PR.

“O gesto significa a transição de uma gestão para outra. É como se eu entregasse ao novo presidente toda a história do sindicato, para que ele possa acrescentar novas conquistas”, explicou Lia.

A ex-presidente do sindicato ainda aproveitou a oportunidade para agradecer a todas as pessoas que acompanharam a sua gestão.

“Agradeço a todos os diretores, à equipe do sindicato e os Farmacêuticos que sempre me acolheram com muito carinho e comprometimento. Todas as vezes em que eu pensei em desistir, foram eles que não deixaram, que me fizeram acreditar que vale a pena lutar. Hoje me despeço da presidência do Sindifar-PR com a certeza de que conquistamos muito e de que novas vitórias virão. Transmitir a presidência para o Fábio significa valorizar as novas lideranças, ato necessário para o crescimento da entidade ”, acrescentou.

O presidente do Sindifar-PR, Fábio Santana, e a presidente do CRF-PR, Mirian Ramos Fiorentin

A presidente do CRF-PR desejou sucesso à nova diretoria do sindicato e se colocou à disposição para a continuidade das parcerias e trabalhos em conjunto para valorizar a profissão farmacêutica.

“(A mudança) é um processo de oxigenação importante e necessário para o crescimento do Sindifar-PR. São pessoas com os mesmos propósitos mas com ideias diferentes, preparadas e cheias de vontade de contribuir com o desenvolvimento do sindicato. Espero muitos frutos positivos para a classe farmacêutica do Paraná dessa nova gestão”, destacou Mirian.

Para conhecer a nova diretoria e os planos da nova gestão, clique aqui.

Fonte: Sindifar-PR

Sindifars realiza ações em defesa da categoria

No último dia 4/4, o Sindicato dos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul (Sindifars) participou de audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) com a Fundação Getúlio Vargas e realizou asembelia no Grupo Hospitalar Conceição para discutir temas relativos a pagamento de salários e negociação coletiva.

 

 

Na autidência do TRT, o sindicato foi informado que o Estado repassará em dia as rubricas financeiras. Assim, ficou agendada nova audiência para maio, com o objetivo de tratar as formas de pagamento dos salários, no caso de atraso dos pagamentos.

“Independente de reunião ocorrida em 3/4, está agendada, ainda em abril, mediação do Tribunal Regional do Trabalho para acordo coletivo de trabalho com o Hospital Tramandaí”, relatou a presidente do Sindifars, Debora Melecchi, presente na audiência.

No mesmo dia 04, o Sindifars, juntamente com outros sindicatos da área da saúde, realizou uma assembleia no Grupo Hospitalar Conceição (GHC) para tratar do acordo coletivo de trabalho sobre banco de horas e banco de remanejo.

A ocasião serviu para os sindicatos debater e ouvir as categorias sobre as dificuldades e as propostas para essas pautas na mesa de negociação. Nessa semana, está prevista reunião de negociação dos sindicatos com a gestão. Até o dia 25/4, os sindicatos chamarão uma plenária ampliada para devolutiva da negociação com gestão do GHC.

Da redação com informações do Sindifars

Sinfar-SP percorre 11 cidades e fortalece campanha salarial 2019

Fortalecer a participação dos farmacêuticos foi o bojetivo do SINFAR-SP, que já percorreu 11 cidades do Estado de São Paulo realizando as assembleias da Campanha Salarial 2019 para os farmacêuticos do comércio. Até agora o encontro já aconteceu em São Paulo, Sorocaba, Guarulhos, Ribeirão Preto, Santos, Fernandópolis, Araçatuba, Presidente Prudente, Araraquara, Piracicaba e Mogi das Cruzes. 

Para Glicério Maia, presidente do SINFAR-SP, a campanha desse ano possui um caráter especial. “Os  farmacêuticos são uma das poucas categorias que  ainda mantêm suas negociações coletivas,reajustes baseados na inflação e acordos legais baseados na Convenção Coletiva de Trabalho dentro do cenário trabalhista atual, Por isso, a necessidade de construir esse espaço de forma mais ampla possível”,avalia. 

No caso da área do comércio, a que mais emprega farmacêuticos atualmente, as condições de trabalho são temas recorrentes levantados pelos profissionais em suas reivindicações. Nas assembleias já realizadas nessa Campanha,  a insatisfação dos farmacêuticos com a jornada de trabalho prática, em especial a jornada 6×1 foi amplamente discutida. “Um debate muito rico tem sido feito sobre este assunto. Explicamos que embora a legislação defina a atividade de comércio varejista e atacadista de medicamentos como essencial (Lei 7783/89 e classificação esta que garante o trabalho nos domingos e feriados sem autorização na Norma Coletiva)  é preciso que a Convenção garanta, através de negociação, a folga extra quando o trabalho aconteça nestas ocasiões”, explicou Fábio Angelini, advogado do SINFAR-SP.

A secretaria geral do sindicato, Renata Gonçalves, também disse que muitos farmacêuticos relataram a incidência de oferta de emprego com remunerações abaixo do piso salarial. Gonçalves explica que os relatos apresentados mostram que apesar de toda documentação (registro em CTPS, formulários para assunção de responsabilidade técnica) constar a remuneração mínima (piso salarial) o salário recebido muitas vezes é inferior. “A nossa convenção coletiva prevê que além da remuneração do piso salarial, todo salário deve ser pago através de depósito em conta corrente. Esta é uma garantia que preserva o trabalhador de fraudes na . É importante lembrar que o pagamento via depósito está na Convenção Coletiva de tem força de lei”, enfatiza.

O advogado do SINFAR-SP explica que no caso desse tipo de fraude, a entidade irá acionar empresas nas localidades exigindo a comprovação do pagamento salarial via depósito bancário. “E, em caso de constatação de remuneração inferior ao piso, medidas judiciais serão adotadas”, disse.

A Reforma da Previdência também tem sido assunto constante nas assembleias. Antecipando eventuais dúvidas o SINFAR-SP elaborou um material sobre o tema e pretende convocar um amplo debate com a categoria.

A importância de participar das assembleias

Muitos farmacêuticos estão participando pela primeira vez em assembleias  e perceberam a importância do Sindicato para a construção de uma ampla negociação coletiva que garanta a manutenção de seus direitos e  melhores condições de trabalho. Dessa forma, as contribuições sindicais, que podem manter a entidade atuante e fortalecida, foram bastante debatidas.

Atenção para as próximas Assembleias – Fique atento nas datas e participe

Agradecimentos

O SINFAR-SP agradece nesta  primeira rodada de assembleias personalidades importantes que estão contribuindo para o fortalecimento da categoria: Rosilene Martins, delegada regional Presidente Prudente CRF-SP,  Marco Aurélio Poe, delegado regional Araçatuba CRF-SP, Reges Barreto, coordenador curso de farmácia Fundação educacional de Fernandópolis (FEF), Roseli Simões Barreto, delegada regional de Santos – CRF-SP,  Jonas Moraes, delegado regional de Guarulhos e delegada adjunta Tatiana da Silva Francelino.

Um agradecimento especial para a diretoria do CRF-SP, em especial o seu presidente Marcos Machado, por ceder espaços para as assembleias do SINFAR-SP.

Fonte: Sinfar-SP

Vídeo mostra riqueza de debates do 8º Simpósio de Assistência Farmacêutica

Em dezembro de 2018, a Escola Nacional dos Farmacêuticos, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, Conselho Nacional de Saúde e Organização Pan-americana de Saúde reazilou o 8º Simpósio Nacional de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica. O evento, que contou com dez etapas preparatórias por todo o país, reuniu em todo o seu processo mais de 600 pessoas.

A iniciativa, que já está na sua oitava edição, tem como objetivo reunir a categoria farmacêutica que atuam nas mais diversas áreas, gestores de saúde e usuários para discutir políticas voltadas para a Assistência Farmacêutica. O evento, que teve seu encerramento na Fiocruz nos dias 10 e 11 de dezembro de 2018, aprovou a Carta do Rio de Janeiro, documento que sintetiza as discusões e deliberações do evento e que será subsídio para as discussões de propostas que serão apresentadas na 16ª Conferência Nacional de Saúde.

Assista abaixo o video do Simpósio.

 

SC: Fechado o acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Itajaí

O SindFar fechou, nesta segunda-feira (22) o acordo coletivo com o Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Itajaí. O novo piso salarial para os farmacêuticos que atuam nas cidades abrangidas pelo acordo passará a ser de R$ 3.900,00 (três mil e novecentos reais).

 

 

O valor corresponde ao percentual do INPC de 3.94%, mais ganho real de 1,46%. O auxilio creche sofrerá reajuste de 3,94% e o Farmacêutico que ganha acima do piso terá a reposição de 3.94%.

Agora inicia o processo de homologação da convenção junto à Delegacia Regional do Trabalho, o que deve demorar de 15 a 20 dias. Os reajustes serão retroativos ao mês de março de 2019.

Os municípios abrangidos por esta convenção coletiva são os seguintes: Itajaí, Ilhota, Itapema, Penha, Balneário Piçarras, Luís Alves, Navegantes, Balneário Camboriú, Camboriú, Porto Belo, Canelinha, Tijucas, Nova Trento, Brusque, Guabiruba, São João Batista e Major Gercino.

Negociações com as demais áreas ainda não foram concluídas.

A proposta apresentada pelos representantes dos Sindicatos do Comercio Varejista, durante a primeira reunião de negociação realizada na Fecomércio no dia 21 de fevereiro, não agradou os representantes dos Farmacêuticos. Prevê apenas o reajuste pelo INPC (3,94%) pago em duas parcelas. A direção do SindFar já encaminhou contraproposta para análise dos representantes patronais e aguarda um posicionamento.

Os representantes da Federação das Indústrias descartaram a equiparação salarial proposta pelos farmacêuticos na primeira rodada de negociações. Diante dessa negativa o SindFar propôs além do reajuste do piso pelo INPC de 3.94%, o acréscimo de 5% de ganho real. Essa proposta ainda está sob análise patronal. Outra redada de negociação deve acontecer em breve, ainda sem data marcada.

O Sindicato dos Laboratórios de Análises Clínicas ainda está realizando suas assembleias e analisando o documento enviado pelo SindFar.

A Federação dos Hospitais ainda está realizando suas assembleias regionais. A negociação com o SindFar deve iniciar após esse processo.

As assembleias patronais do Sindicato das Empresas de Transporte e Cargas devem ocorrer somente no mês de abril.

Os representantes das distribuidoras ainda não se manifestaram formalmente quanto a proposta enviada pelo Sindfar/SC.

Fonte: SindFar-SC