Democracia Sempre: Para que o 8 de janeiro nunca mais se repita

Um ano se passou desde os tristes eventos de 8 de janeiro de 2023. Um dia que ficará marcado na memória brasileira como uma tentativa sombria de desestabilizar a democracia e nossas instituições democráticas.

A FENAFAR o Instituto Enfar e os Sindicatos filiados relembram com seriedade os atos de vandalismo e tentativas de golpe aos Três Poderes em Brasília. Como defensores da liberdade e do Estado Democrático de Direito, é crucial manter viva a memória desses eventos que desafiaram os pilares da nossa democracia.

Os ataques, as invasões e as destruições perpetradas por extremistas buscaram minar os alicerces da nossa nação. Reconhecemos a importância de não esquecer o que ocorreu, pois é através da memória que aprendemos, nos fortalecemos e asseguramos que tais atos não voltem a acontecer.

Reafirmamos nosso apoio às demais entidades que também lutam incansavelmente pela democracia. É fundamental unir esforços para preservar a estabilidade e a integridade das nossas instituições.

Ao recordar esse dia, renovamos nosso compromisso em estar ao lado daqueles que defendem um Brasil democrático. A democracia sempre será vitoriosa quando nos mantemos vigilantes e unidos em sua defesa.

Conselho de Representantes, discute questões da categoria e prepara os 50 anos da Fenafar

A Federação Nacional dos Farmacêuticos (FENAFAR) reuniu os representantes dos sindicatos filiados nos dias 28 e 29 de novembro em Brasília. A reunião do Conselho de Representantes abordou temas importantes para a categoria farmacêutica, debatendo questões fundamentais no contexto atual da saúde e do trabalho farmacêutico no Brasil.

Este encontro, que reuniu diretores dos sindicatos filiados à FENAFAR, foi marcado pela análise do cenário conjuntural, considerando os desafios econômicos, políticos e sociais do país. Questões como pejotização, terceirização, contratos autônomos e outros temas ligados ao trabalho farmacêutico foram destaque.

Além desses temas, a reunião abordou os resultados e encaminhamentos dos Grupos de Trabalho, que discute áreas específicas como negociação, organização, comunicação, mulheres, educação, entre outros. Um momento importante foi reservado para que cada sindicato compartilhasse demandas específicas das diferentes regiões do país.

50 anos da Fenafar

Houve também, um momento em que foram discutidos os preparativos para a comemoração dos 50 anos da Fenafar em outubro de 2024. Emprenhada em celebrar essa data histórica, a diretoria está dedicando esforços significativos na organização de uma série de eventos especiais ao longo de 2023. 

Foi apresentados uma proposta de cronograma detalhado para o aniversário da entidade no dia 25 de outubro do ano que vem. estão em preparação, uma identidade visual, eventos presenciais nos estados, uma pagina com a história e as conquistas da categoria, exposições, depoimentos e homenagens.

O cronograma das comemorações promete um ano repleto de e atividades celebrações e reflexões. As etapas iniciais, que incluem a definição de um Comitê Organizador e a criação de uma identidade visual já estão em andamento.  

A marca comemorativa será apresentada na próxima semana. 

Está previsto o lançamento de uma “landing page” específica para a Campanha dos 50 Anos, além de uma programação contemplando divulgação nas redes sociais, webinars, lives com temas relevantes para a categoria farmacêutica e vídeos com depoimentos dos farmacêuticos(as) e de membros históricos da Fenafar. 

Também estão programados eventos presenciais nos estados, juntamente com a participação em eventos farmacêuticos regionais e nacionais. O ponto alto das celebrações será em outubro de 2024, com um evento central de comemoração na Câmara dos Deputados, acompanhado por exposições, depoimentos e homenagens. 

A estratégia de comunicação abrange a presença nas redes sociais e a criação de um blog com atualizações periódicas sobre a história da Fenafar, suas lutas e conquistas além das atividades em desenvolvimento.  

Vamos informar os meios de comunicação e procurar estabelecer parcerias estratégicas com personalidades e instituições para reforçar o alcance e a relevância da campanha. 

“Estamos nos preparando para celebrar cinco décadas de lutas, avanços e representação da classe farmacêutica, queremos que seja um marco memorável e inspirador para todos os farmacêuticos e todas as farmacêuticas que fazem parte da brilhante trajetória da Fenafar, resumiu o presidente da Fenafar, Fábio Basílio. 

Este encontro dos representantes da categoria, demonstra a importância da união e do debate das questões centrais e reflete o comprometimento da FENAFAR em promover melhorias e avanços nas condições de trabalho dos farmacêuticos(as), evidenciando sua busca constante por aprimoramento e defesa dos interesses da classe.

Sindicato dos Farmacêuticos do Maranhão fecha Convenção Coletiva após quatro anos

Após meses de intensas negociações e esforços conjuntos da diretoria, o Sindicato dos Farmacêuticos do Maranhão (Sinfarma) assinou nesta terça (5) uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), trazendo avanços significativos para a categoria.

As discussões com o patronal tiveram início em agosto e foram concluídas somente agora em novembro, após várias reuniões tanto na sede do sindicato quanto mediadas pelo Ministério Público do Trabalho.

A presidente do Sinfarma, Vânia Almeida, expressou sua felicidade com a conquista alcançada, destacando que a última convenção assinada, ficou em vigor até o ano de 2019. Com a CCT assinada agora, (2023/2025) o piso passa de R$ 2.768,46 para R$ 3.566,07, o que representa um aumento de 28,45% em relação a 2019.

“Essa vitória demonstra o poder da união. Estamos em negociação com outros patronais do estado e esperamos em breve trazer mais boas notícias para os farmacêuticos do Maranhão”, afirmou Vânia Almeida, ressaltando o empenho e a contribuição de todos para o sucesso da negociação.

Gizelli Santos Lourenço, Delegada da Fenafar, expressou sua satisfação com o progresso alcançado pelo Sinfarma, reconhecendo o esforço para regularizar o sindicato, reabrir a sede e quitar dívidas, culminando na assinatura da CCT.

“Agradecemos especialmente à FENAFAR pelo apoio dado ao nosso sindicato em nome do presidente, Fábio Basílio”, acrescentou.

Por sua vez, o presidente da Fenafar, Fábio Basílio, parabenizou os diretores do Sindicato do Maranhão, destacando a importância da CCT assinada após um longo período sem esse documento que garante reajustes para a categoria.

Essa conquista representa não apenas um marco para os farmacêuticos do estado, mas também evidencia a determinação e a luta contínua em prol de melhores condições de trabalho e valorização da categoria em todo o país.

Lutar contra as práticas anti-sindicais! Denunciar para avançar nas conquistas!

O movimento sindical no Brasil tem uma história marcada por lutas em busca dos direitos trabalhistas e conquistas significativas. No entanto, apesar das garantias constitucionais, práticas anti-sindicais persistem e apresentam desafios à atuação efetiva dos sindicatos. A realidade revela um cenário desafiador, permeado por ações que visam minar a atuação sindical e limitar a liberdade dos trabalhadores.

Entre os desafios enfrentados pelos trabalhadores e líderes sindicais, estão casos de intimidação, ameaças e até mesmo agressões físicas como retaliação por suas atividades sindicais. Essas ações, muitas vezes, visam desencorajar a mobilização dos trabalhadores.

Também há relatos de demissões de funcionários que se envolvem em atividades sindicais com o objetivo de enfraquecer ou dissolver a organização sindical. Há ainda, algumas leis ou interpretações jurídicas que são vistas como obstáculos à atuação sindical. Restrições à liberdade de associação e à capacidade de negociação coletiva podem dificultar a atuação eficaz dos sindicatos.

As práticas anti-sindicais são ilegais, pois violam o direito fundamental à liberdade sindical. A legislação trabalhista brasileira prevê penalidades que podem incluir multas e outras sanções, dependendo da gravidade das ações.

As penalidades específicas são determinadas pelo juiz do trabalho, que tem o poder de qualificar a conduta como prática anti-sindical e impor multas de acordo com o Código do Trabalho (CLT) e os Tratados Internacionais e Convenções da OIT.

Práticas Anti-Sindicais

Os exemplos de práticas anti-sindicais no Brasil são diversos e revelam uma gama de estratégias adotadas pelos patrões seus prepostos e organizações para inibir a atuação dos trabalhadores, sindicalistas e seus sindicatos:

Restrição à liberdade sindical: Empregadores que impedem ou limitam a participação dos funcionários em atividades sindicais, assembleias e reuniões, ou seu direito à livre associação.

Discriminação na contratação e manutenção do emprego: Impor condições para admissão ou permanência no emprego, vinculadas à não filiação a sindicatos ou ao desligamento de entidades sindicais.

Retaliação e demissões: Dispensa de trabalhadores devido à sua afiliação sindical, participação em greves ou envolvimento em atividades sindicais.

Tratamento discriminatório: Concessão de benefícios econômicos de maneira discriminatória com base na filiação ou atividade sindical.

Intervenção nas organizações sindicais: Tentativas de influenciar ou controlar o funcionamento interno dos sindicatos, afetando sua autonomia.

Pressão e constrangimento: Situações em que empregadores pressionam os trabalhadores a se desligarem de processos liderados por sindicatos ou comparecerem ao trabalho para impedir o exercício do direito de greve.

Contratação de mão de obra externa durante greves: Contratação de novos funcionários para substituir os trabalhadores em greve, indo contra as restrições legais estabelecidas nesses casos.

Essas práticas impactam profundamente as relações de trabalho, enfraquecendo a capacidade de negociação coletiva e criando um ambiente de insegurança para os trabalhadores. A intimidação, discriminação e retaliação tornam-se estratégias dos patrões para enfraquecer a representação sindical, contribuindo para condições de trabalho precárias e desigualdades entre os trabalhadores.

Combate às práticas anti-sindicais

Diante de situações é muito importante que os profissionais farmacêuticos, se sintam encorajados a agirem diante de práticas anti-sindicais. Caso vivenciem ou identifiquem situações que violem seus direitos sindicais, é fundamental que busquem apoio junto ao sindicato dos farmacêuticos nos seus estados.

É importante ressaltar que a identidade da pessoa não será exposta, mas essa ação permitirá ao sindicato buscar as devidas providências. Ao tomar essa atitude, o farmacêutico contribui não apenas para sua própria proteção, mas também fortalece o sindicato, beneficiando toda a categoria. Juntos, o profissional e o seu sindicato trabalham para assegurar um ambiente de trabalho mais justo e equitativo para todos os farmacêuticos, promovendo o respeito aos direitos trabalhistas e sindicais.

Enfrentar esses desafios requer não apenas mudanças legais, mas também uma mudança cultural e de mentalidade. A proteção dos direitos sindicais e a garantia da liberdade dos trabalhadores devem ser objetivos prioritários. Isso envolve o fortalecimento da legislação, educação sobre direitos trabalhistas e sindicais, além de pressão por mudanças e denuncia de violações.

A luta contra as práticas anti-sindicais é fundamental para estabelecer um ambiente de trabalho justo e digno, onde os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e protegidos.

MEC suspende autorizações para novos cursos EaD em 17 Áreas 

O Ministério da Educação (MEC) anunciou a suspensão de processos para autorização de novos cursos a distância em 17 áreas distintas, incluindo diversas graduações na área da saúde, entre as quais, Farmácia.  

A medida, divulgada por meio de portaria, visa aprimorar a regulamentação da oferta de cursos de graduação na modalidade EaD. Após uma consulta pública realizada este mês, a decisão foi publicada na última quarta-feira, 29, e não afeta as graduações já em funcionamento. 

Esta suspensão abrange uma gama de áreas sensíveis, como Farmácia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Medicina, licenciaturas e outras. Além disso, o MEC também interrompeu os pedidos de credenciamento de instituições que buscam oferecer cursos a distância sem obterem um conceito mínimo de 4 na avaliação governamental. 

O texto da portaria estabelece um prazo de 90 dias para a conclusão da elaboração de propostas regulatórias para a oferta de cursos de graduação a distância. Essa medida busca uma revisão estruturada e aprimoramento das diretrizes que regulam essa modalidade de ensino. 

O crescimento do ensino superior não presencial no Brasil, foi acelerado a partir de 2018, após uma flexibilização para abertura de polos de educação a distância, impulsionada por um decreto do presidente Michel Temer. Desde então, houve um aumento de 189,1% na oferta de cursos nessa modalidade. 

Durante a divulgação do último Censo da Educação Superior, o ministro da Educação, Camilo Santana, expressou preocupações com essa expansão acelerada. Ele ressaltou a importância de preservar a qualidade dos cursos oferecidos, buscando um equilíbrio entre a praticidade oferecida pelo ensino a distância e a formação sólida dos profissionais. 

“Nossa preocupação principal é a qualidade desses cursos. O ensino a distância é uma ferramenta valiosa para facilitar a vida dos estudantes, mas precisamos garantir que ofereçam uma formação robusta e de alta qualidade”, destacou o ministro. 

Essa tendência ascendente preocupa entidades das categorias da área da saúde, entre as quais a Fenafar e o Instituto ENFar. Uma das alegações é que a formação de profissionais de saúde requer um componente prático substancial, e a EaD, não contempla o contato presencial na formação desses profissionais.  

De acordo com essas entidades o contato presencial é fundamental para a formação de profissionais de saúde qualificados, como é o caso dos farmacêuticos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros. Essas profissões precisam de treinamento prático e vivencial entre profissionais e pacientes.  

A suspensão temporária destaca o esforço do governo em assegurar a excelência educacional em cursos EaD, especialmente em áreas cruciais como a saúde, reconhecendo a necessidade de aprimoramento contínuo e uma regulamentação mais criteriosa. 

Fenafar repudia atitude antiética de médico e defende a orientação farmacêutica 

Em um flagrante desrespeito aos princípios éticos da saúde, um médico em São Paulo desencorajou pacientes a buscarem orientações com farmacêuticos, incentivando-os a não solicitar o apoio profissional essencial.  

A Federação Nacional dos Farmacêuticos – Fenafar, expressa sua veemente discordância e total repúdio a postura que desconsidera o direito do paciente à orientação farmacêutica. 

É inaceitável e perigoso negar aos pacientes acesso à orientação farmacêutica, um serviço essencial para a segurança e eficácia do tratamento com medicamentos. O farmacêutico, com sua expertise e conhecimento, tem importante papel na avaliação de interações medicamentosas, na identificação de possíveis erros de prescrição e no fornecimento de informações sobre efeitos colaterais dos medicamentos. 

Ao tentar impedir essa interação paciente-farmacêutico, o médico que escreveu em uma receita a frase: “Não autorizo troca desta medicação, em caso de não haver na farmácia, retornar ao médico, nunca se oriente com Farmacêuticos, eles não são médicos”, está desviando sua responsabilidade profissional, expondo os pacientes a riscos sérios, incluindo intoxicações e reações adversas. 

A Fenafar destaca que a orientação farmacêutica é uma aliada crucial na jornada de cuidados de saúde, e que o profissional farmacêutico está capacitado para garantir que os medicamentos sejam utilizados de maneira segura e eficaz. 

A Fenafar permanece firme em sua defesa dos farmacêuticos e farmacêuticas, dos direitos dos pacientes e da ética na prática da saúde. Repudiamos com veemência qualquer atitude que possa comprometer a segurança e o bem-estar dos indivíduos. 

Fenafar 

Ministério da Saúde atualiza lista de doenças relacionadas ao trabalho após 24 anos 

Uma atualização importante foi realizada na lista de doenças relacionadas ao trabalho pelo Ministério da Saúde, após longos 24 anos desde sua última revisão. Esse ajuste reflete um compromisso prioritário da gestão atual em atender às necessidades dos trabalhadores, colocando-os no centro das discussões sobre saúde pública, algo que ficou em segundo plano nos últimos anos. 

Essa atualização, resultando na inclusão de 165 novas patologias que afetam tanto a integridade física quanto mental, é um marco. Doenças como a Covid-19, problemas de saúde mental, distúrbios musculoesqueléticos e diversos tipos de câncer foram acrescentados, ampliando consideravelmente o escopo de diagnósticos. 

Esses novos acréscimos abrangem uma variedade de problemas enfrentados no ambiente de trabalho, desde o Burnout, um distúrbio ligado à exaustão física e emocional provocada por condições estressantes e metas inalcançáveis, até transtornos relacionados ao uso excessivo de álcool, drogas e café.  

Essa atualização reforça a importância de reconhecer e lidar com essas questões de saúde mental que são desencadeadas ou agravadas pelo ambiente de trabalho. É fundamental estar ciente desses problemas para que se tome medidas de prevenção. 

O documento tem duas partes fundamentais: a primeira descreve os riscos associados ao desenvolvimento dessas doenças, enquanto a segunda estabelece as condições para identificação, diagnóstico e tratamento. Isso resulta em um aumento significativo nos códigos de diagnóstico, indo de 182 para 347. 

Estas mudanças têm um propósito claro: estruturar medidas de assistência e vigilância que garantam ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis para todos. E aqui está o ponto crucial: essa nova lista beneficiará toda a população trabalhadora, independentemente do tipo de trabalho ou de sua formalidade no mercado. 

É essencial ressaltar que esses ajustes receberam aprovação dos ministérios do Trabalho e Emprego, bem como da Previdência Social. O texto entrará em vigor 30 dias após a publicação da portaria. 

Mas por que isso importa tanto para vocês, trabalhadores(as)? 

Os números falam por si: o SUS registrou quase 3 milhões de casos de doenças ocupacionais entre 2007 e 2022. Mais da metade dessas notificações, cerca de 52,9%, referem-se a acidentes de trabalho graves. 

Dados alarmantes mostram que 26,8% das notificações surgiram devido à exposição a materiais biológicos, 12,2% por acidentes envolvendo animais peçonhentos e 3,7% por lesões relacionadas a esforços repetitivos ou distúrbios osteomusculares ligados ao trabalho. E, apenas neste ano, já foram notificados mais de 390 mil casos de doenças relacionadas ao trabalho. 

Cuide-se, esteja informado e protegido! 

Relançada Frente em Defesa da Assistência Farmacêutica

Frente Parlamentar em Defesa da Assistência Farmacêutica é relançada com envolvimento expressivo de entidades e parlamentares.

Na manhã desta segunda-feira, 28 de novembro, foi relançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Assistência Farmacêutica, evento que contou com a participação ativa de diversas entidades, representantes sindicais de farmacêuticos de todo o Brasil e uma expressiva presença de parlamentares comprometidos com a causa. 

Um café da manhã reuniu no restaurante do Anexo IV da Câmara dos Deputados os representantes de 17 Sindicatos de Farmacêuticos do Brasil, além de vários Conselheiros Regionais e Federais de Farmácia. O Conselho Federal de Farmácia foi representado pela sua vice-presidente, Lenira da Silva Costa. 

O evento contou também com participação da Secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, que ressaltou o comprometimento do órgão com a qualidade e acessibilidade na assistência farmacêutica.  

Fernanda Magano, representando o Conselho Nacional de Saúde, (CNS) reforçou a importância do controle social na formulação de políticas voltadas para a saúde. A participação de Helena Cristina Frans, representante da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, (SBAC) agregou uma perspectiva técnica valiosa. 

Marco Aurélio Pereira, Diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, (DAF/MS) trouxe uma visão estratégica sobre os desafios e avanços na área. Além disso, a presença de Ronald Ferreira dos Santos, da Coordenação de Articulação da Presidência da República, demonstrou o interesse e o apoio governamental na busca por soluções eficazes na área da assistência farmacêutica.  

A diversidade das autoridades presentes enriqueceu o debate e evidenciou o compromisso conjunto na busca por uma assistência farmacêutica mais inclusiva e eficiente para todos os brasileiros. 

A Deputada Alice Portugal, uma das principais articuladoras dessa iniciativa, destacou a importância central da frente ao promover discussões sobre o estabelecimento de um piso salarial digno para os farmacêuticos. Ela é autora do PL que busca essa regulamentação, além de defender a inclusão desses profissionais na equipe de estratégia da saúde da família pelo SUS. Entre os temas abordados, estão também questões como cursos de Farmácia a distância e o acesso a medicamentos. 

“Continuaremos unidos à Fenafar, ao Conselho Federal de Farmácia, aos sindicatos, federações, secretarias e a todos os farmacêuticos na luta e na mobilização pela profissão farmacêutica!”, afirmou a Deputada Alice Portugal, ressaltando a importância da atuação da Frente Parlamentar nesse contexto. 

O presidente da Fenafar, Fábio Basílio, também enfatizou o papel relevante da Frente, especialmente na batalha pela criação e implantação do Piso Nacional dos Farmacêuticos, atualmente em tramitação Na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados.

A Coordenadora do Instituto Escola Nacional dos Farmacêuticos, Silvana Nair Leite destacou que a grande bandeira da Frente é a defesa da assistência farmacêutica com um direito fundamental das pessoas. 

“O relançamento desse instrumento é um marco significativo para assegurar que a saúde seja um direito das pessoas com acesso integral aos medicamentos e aos serviços farmacêuticos, não apenas fornecendo tratamentos, mas também promovendo dignidade e qualidade de vida de forma integral e equitativa.” 

Durante o relançamento da Frente, foi apresentado o Manifesto da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Assistência Farmacêutica, documento que contextualiza a evolução da Assistência Farmacêutica no Brasil e apresenta seus objetivos. 

O Manifesto enfatiza os avanços alcançados a partir da inclusão dos princípios da Reforma Sanitária na Constituição e destaca marcos legislativos como a criação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), um passo crucial para a garantia do acesso e do uso racional de medicamentos como direito fundamental.

O texto também contextualiza a importância da PNAF na capilarização do Sistema Único de Saúde (SUS) e sua interseção com outras políticas públicas de saúde. 

O manifesto destaca os objetivos da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Assistência Farmacêutica, que busca interferir e contribuir na formulação de políticas públicas de saúde, zelando pelo cumprimento das legislações que regem a produção, o comércio, a dispensação e o uso de medicamentos, garantindo à sociedade brasileira o direito à Assistência Farmacêutica como parte inalienável do direito à saúde. 

O relançamento dessa Frente Parlamentar representa um passo essencial na construção e fortalecimento de políticas que assegurem uma Assistência Farmacêutica de qualidade para todos os cidadãos brasileiros. Este evento marca o comprometimento conjunto de entidades, parlamentares e profissionais da saúde na busca por um sistema de saúde mais justo e eficiente para todos. 

 Abaixo o Manifesto da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Assistência Farmacêutica.

Os avanços no campo da saúde somente foram possíveis a partir da inclusão dos princípios defendidos pelo Movimento da Reforma Sanitária na atual Constituição Brasileira, os quais estão traduzidos nas definições da Lei Orgânica da Saúde de 1.990 e garantem como direito de todos e dever do Estado o acesso universal igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde, inclusive no que diz respeito à Assistência Farmacêutica.  

Todavia, a realidade brasileira da mesma década de 1990 também foi marcada pela disputa de projetos antagônicos de desenvolvimento nacional. Enquanto na metade da década de 1990 o Congresso Nacional da época aprovava antinacional Lei de Patentes (Lei no 9.279/1996), que passou a regular os direitos de propriedade industrial e cujos impactos nefastos estão presentes no atual atraso tecnológico do setor farmacêutico brasileiro, a realidade nacional impulsionou as forças políticas integrantes da Câmara dos Deputados a concluir aquela década com a instalação da CPI dos Medicamentos, destinada a investigar os aumentos constantes e excessivos de preços de medicamentos, os acordos realizados por laboratórios para impor preços e a falsificação de medicamentos e seus impactos no agravamento das doenças e na morte de muitas pessoas usuárias de tais medicamentos no Brasil. As investigações dessa CPI produziram material robusto sobre os problemas identificados e indicaram a necessidade da assistência farmacêutica aos usuários de medicamentos. 

Ao mesmo tempo, os movimentos sociais atuaram decisivamente para a ampliação do financiamento do SUS e para a garantia de acesso e resolubilidade das ações de atenção à saúde, incluindo acesso a medicamentos e à assistência farmacêutica, o que se traduziu na aprovação da Emenda Constitucional no 29/2000, a qual assegurou os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde.  

Com a redefinição dos caminhos políticos do Brasil em 2003, o direito à saúde foi destacado na agenda institucional e na construção de políticas públicas nesse campo. Exemplo original desse processo foi a realização da 1ª Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica (1ª CNMAF/2003), a qual resultou na formulação e aprovação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Nascia a PNAF. É importante ressaltar que tais conquistas somente foram possíveis pela mobilização social e pelo suporte institucional da recém criada Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos e do seu Departamento de Assistência Farmacêutica no Ministério da Saúde. Esse desenho institucional foi essencial para a formulação e internalização da PNAF como parte estratégica da Política Nacional de Saúde.  

Passamos do patamar do dever do usuário em buscar as tecnologias necessárias para sua vida para o patamar da assistência e o medicamento como direito não apenas constitucional mas como direito humano.  

Ao conceber a PNAF, o controle social do SUS também apontou a necessidade de sua capilarização no SUS, com destaque para essencialidade do trabalho farmacêutico, para a identificação da farmácia como espaço da produção de serviços de saúde, para o medicamento como insumo de saúde e para a assistência farmacêutica como parte indissociável da atenção à saúde das pessoas. 

Com identificado caráter intersetorial, os princípios da PNAF as ações voltadas à “promoção, à proteção e à recuperação da saúde, sustentadas nos princípios da universalidade, integralidade e equidade”1 . Tais ações mantêm inegável vinculação com a garantia dos direitos de acesso e uso racional de medicamentos como parte dos direitos fundamentais da pessoa humana, tendo permeado as decisões emanadas do Congresso Nacional em 2014 e que estão expressas na Lei no 13.021, de 8 de agosto de 2014, com particular destaque ao disposto nos seus artigos 3º e 4º, a saber:  

  • “Art. 3º. Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva, na qual se processe a manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos.”
  • “Art. 4º. É responsabilidade do poder público assegurar a assistência farmacêutica, segundo os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, de universalidade, equidade e integralidade.”

A intersetorialidade da PNAF também deve estar expressa na sua capacidade orientativa para outras políticas públicas com impactos no campo da saúde, com destaque para as “políticas de medicamentos, de ciência e tecnologia, de desenvolvimento industrial e de formação de recursos humanos, dentre outras, garantindo a intersetorialidade inerente ao sistema de saúde do país (SUS) e cuja implantação envolve tanto o setor público como privado de atenção à saúde1 ”.  

Na atual quadra da retomada da construção da Democracia em nosso país, a garantia da Assistência Farmacêutica como direito da cidadania exige a luta permanente pelo estabelecimento de um projeto nacional de desenvolvimento sustentável e socialmente justo. Nesse sentido, é importante destacar a iniciativa do governo federal ao instituir, por meio do Decreto no 11.715/2023, a “Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde” (CEIS), cuja finalidade é “orientar os investimentos, públicos e privados, nos segmentos produtivos da saúde e em inovação, na busca de soluções produtivas e tecnológicas para enfrentar os desafios em saúde, com vistas à redução da vulnerabilidade do Sistema Único de Saúde – SUS e à ampliação do acesso à saúde”. 

O entendimento da saúde como vetor de desenvolvimento exige a compreensão de que o CEIS, enquanto ação pública, não constitui finalidade em si próprio, mas assume o papel de “instrumento” estratégico para o atendimento das prioridades identificadas como vulnerabilidades reais ou potenciais do SUS, a partir da análise e da tomada de decisões institucionais participativas, transparentes e democráticas.  

Portanto, o estímulo ao CEIS exige a ampliação da visibilidade e do protagonismo das políticas setoriais responsáveis por identificar as prioridades no campo da saúde, entre as quais destaca-se a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PANF). Tal protagonismo está expresso nas recomendações da 17ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em julho de 2023 e que contou com 5.816 participantes de todos os 26 estados brasileiros e Distrito Federal:  

  • Fortalecer a Política Nacional de Assistência Farmacêutica como uma política pública oriunda do Controle Social do SUS e norteadora de políticas setoriais a favor das vidas (EIXO 2, DIRETRIZ 47).
  • Assegurar o financiamento público para a implementação da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, com respeito às condições de trabalho digna e a concretização da saúde como direito constitucional (EIXO 3, DIRETRIZ 34).
  • Fortalecer a Política Nacional de Assistência Farmacêutica e a Política Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação em Saúde, para garantir o direito da população ao acesso a medicamentos, vacinas, equipamentos e produtos para a saúde, desenvolvendo políticas públicas voltadas à pesquisa, ao desenvolvimento e à produção atendendo as necessidades do SUS, estabelecendo a cooperação técnica com universidades e centros de pesquisa, ampliando os laboratórios oficiais, promovendo educação continuada, pesquisa, produção e divulgação científica, desenvolvendo a competência tecnológica nacional (EIXO 4, DIRETRIZ 14 e PROPOSTA 105).

Assim, por compreender a importância da Assistência Farmacêutica para a saúde do cidadão e por entende-la como imprescindível em todos os programas de saúde pública em execução no Brasil é que os parlamentares signatários desse manifesto criam, no âmbito do Congresso Nacional, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Assistência Farmacêutica com a missão de interferir e contribuir na formulação de políticas públicas de saúde, de zelar pelo cumprimento das legislações que regulam a produção, o comércio, a dispensação e o uso de medicamentos, bem como assegurar à sociedade brasileira seu direito à Assistência Farmacêutica enquanto parte do direito à saúde.  

Brasília, 28 de novembro de 2023 

 

Conselho de Representantes da Fenafar discute desafios e perspectivas para a categoria 

A FENAFAR convocou uma reunião do Conselho de Representantes para os dias 28 e 29 de novembro de 2023, em Brasília, para discutir diversas questões importantes para a categoria farmacêutica. 

A reunião composta por membros dos sindicatos filiados à FENAFAR, acontece para debater temas relacionados ao contexto atual da saúde e do trabalho farmacêutico, considerando a situação econômica, política e social no Brasil. 

Essa convocação demonstra a importância da união e do debate de questões centrais, demonstrando a preocupação da FENAFAR em promover melhorias e avanços nas condições de trabalho dos colegas farmacêuticos. 

Ente os pontos da pauta estão, análise do cenário conjuntura atual, finanças e previsão orçamentária, desafios e perspectivas com temas com a pejotização, terceirização, contratos autônomos e outros assuntos ligados ao trabalho farmacêutico. 

Além disso, serão divulgados e discutidos os resultados e encaminhamentos dos Grupos de Trabalho em áreas como negociação, organização, comunicação, questões das mulheres, educação, entre outros.  

Haverá também, um momento para que as representações sindicais de cada estado compartilhem demandas específicas das regiões e para a organização dos 50 Anos da FENAFAR que serão comemorados em 2024.  

A reunião é um espaço fundamental para o compartilhamento de ideias, propostas e encaminhamentos que buscam o fortalecimento da categoria em todos os Brasil. 

Confira o edital:

DITAL DE CONVOCAÇÃO DO CONSELHO DE REPRESENTANTES DA FENAFAR.
A Federação Nacional dos Farmacêuticos – FENAFAR, entidade de representação sindical de 2º grau da categoria profissional dos farmacêuticos, com fundamento no artigo 21, inciso VI e artigo 17 do Estatuto Social, CONVOCA os representantes das entidades sindicais filiadas para participarem da reunião do Conselho de Representantes a realizar-se nos dias 28 e 29 de novembro de 2023, a partir das 14h horas em primeira convocação ou às 14 horas e 30 minutos em segunda e última convocação, no Brasília Imperial Hotel, SHS Quadra 03, bloco H, Brasília, DF. CEP 70.313-000, para análise e deliberação da seguinte pauta: a) Atualização da Conjuntura; b) Discussão e deliberação da Suplementação de verbas de 2023 e previsão orçamentária de 2024; c) Discussão e Deliberação sobre o financiamento dos sindicatos e anuidade à Fenafar; d) Informes e encaminhamentos dos grupos de trabalho da Fenafar; e) Outros assuntos.

São Paulo, 21 de novembro de 2023.

Fábio José Basílio
Presidente da Fenafar

 

“Farmácia: estabelecimento de saúde ou comércio? A conveniência dos patrões é que decide

A recente portaria do Ministério do Trabalho estabelecendo que os trabalhadores do comércio só poderão trabalhar em feriados e domingos com autorização da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) negociada com os sindicatos gerou enorme gritaria dos patrões. A decisão afeta também trabalhadores/as farmacêuticos/as e as grandes redes de farmácias são as que mais estão reclamando.

A medida do Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que reinstaurou a necessidade de negociação coletiva para estabelecer as condições de trabalho nos domingos e feriados, buscou proteger os direitos dos trabalhadores e garantir relações de trabalho mais equilibradas.

A Fenafar se posiciona firmemente em defesa dos direitos dos trabalhadores farmacêuticos. O presidente da Fenafar, Fábio Basílio, enfatizou que a portaria não proíbe o funcionamento dos estabelecimentos nos feriados, e sim, estipula que o trabalho aos finais de semana deve ser acordado com os sindicatos das categorias tendo como base os ACTs ou as CCTs.

De acordo com Basílio, “A decisão é uma vitória para todos que defendem a proteção dos direitos dos trabalhadores, evitando abusos por parte dos empregadores e destaca a importância da negociação coletiva para regular as condições de trabalho nos feriados, promovendo uma condição mais justa nas relações de trabalho”.

A portaria, gerou reações variadas entre os empregadores. O que se observa, é que as empresas patronais estão usando, um entendimento flexível sobre o que são as farmácias, alternando entre considerá-las como estabelecimentos de saúde ou simples comércios, conforme suas conveniências.

“Os patrões estão usando um jogo de interpretação sobre as farmácias. Quando se trata de pagar insalubridade e outros direitos dos trabalhadores, a farmácia é só um comércio simples, mas quando querem abrir nos feriados, aí milagrosamente, as lojas viram ‘estabelecimentos de saúde’”, comentou Basílio.

Enquanto alguns patrões resistem em cumprir as leis e negociar com os sindicatos, a Fenafar enfatiza que essa postura patronal se revela uma tentativa de contornar as leis e manter altos lucros, negligenciando os direitos fundamentais dos trabalhadores.

“Apoiamos a medida que coloca um ponto final na prática de compensar o trabalho em domingos e feriados com folgas durante a semana, protegendo os trabalhadores de situações vulneráveis. Trabalhar aos domingos deve significar receber remuneração dobrada. É hora de fortalecer os direitos trabalhistas e garantir um ambiente de trabalho mais justo para todos!”, destacou Basílio.