Nota da Fenafar: Defesa da Prescrição Farmacêutica e do Direito à Saúde

A Fenafar, que representa 21 sindicatos da categoria no Brasil, manifesta seu profundo descontentamento com a decisão judicial que declarou a inconstitucionalidade da Resolução nº 586/2013, do Conselho Federal de Farmácia (CFF).

Essa medida proíbe farmacêuticos(as) de exercerem a prescrição de medicamentos isentos de prescrição médica, um retrocesso que prejudica a saúde pública e limita o acesso da população ao cuidado de saúde qualificado.

A prescrição farmacêutica, regulamentada pelo CFF, é uma prática embasada em critérios técnicos, éticos e científicos, alinhada às necessidades de saúde dos pacientes e às políticas de saúde do país, como os protocolos clínicos do SUS.

A decisão prejudica diretamente milhares de profissionais que já atuam com a prescrição de fitoterápicos e medicamentos isentos de prescrição, atendendo a população em situações específicas, como controle de obesidade, diabetes e hipertensão.

A restrição compromete o acesso da população a esse cuidado de saúde acessível e qualificado, gerando significativo desemprego entre os profissionais farmacêuticos, o que impacta negativamente o setor de saúde e a economia do país.

Ao retirar do farmacêutico(a) a autonomia de prescrever medicamentos isentos de prescrição médica, a decisão reforça barreiras que distanciam a população do cuidado primário e essencial, sobrecarregando outros níveis do sistema de saúde.

Além disso, essa decisão reflete um corporativismo ultrapassado, restringindo práticas que são reconhecidas mundialmente e que ampliam o acesso da população a cuidados de saúde.

Repudiamos veementemente as ações do Conselho Federal de Medicina, que se aproveita do cenário para disseminar desinformação e discursos depreciativos contra os farmacêuticos(as).

Essa postura enfraquece a colaboração necessária entre os profissionais de saúde para fortalecer o sistema de saúde e desvaloriza o papel de uma categoria que diariamente trabalha em prol do bem-estar da população.

A Fenafar entende ser fundamental que a Justiça reveja essa decisão, reconhecendo a importância da atuação clínica do farmacêutico. Nos colocamos ao lado do CFF no recurso dessa sentença e em defesa da saúde pública e da valorização do trabalho farmacêutico.

Fenafar

20 de novembro: Dia da Consciência Negra

Em 2024, o Brasil dá um passo histórico na valorização da luta contra o racismo e na celebração da cultura afro-brasileira: pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra é comemorado no dia 20 de novembro, em todo o território nacional. A data, sancionada como feriado pelo presidente Lula em 2023, marca um momento de reflexão, celebração e mobilização por igualdade racial e justiça social.

O 20 de novembro foi instituído como Dia Nacional da Consciência Negra em homenagem a Zumbi dos Palmares, um dos maiores símbolos da resistência negra no Brasil colonial. A data foi escolhida não apenas para homenagear sua memória, mas também para promover debates sobre a igualdade racial, a valorização da cultura afro-brasileira e a resistência ao racismo.

Por Que o Feriado Nacional é Importante?

O reconhecimento do 20 de novembro como feriado nacional vai além de uma homenagem. Ele simboliza a valorização da resistência de Zumbi dos Palmares e da contribuição afrodescendente para a construção da identidade brasileira e um incentivo à criação de políticas públicas voltadas para a inclusão e valorização da população negra.

O feriado oferece uma oportunidade para aprofundar debates sobre a diversidade cultural e os impactos do racismo estrutural na sociedade brasileira e é um momento propício para ações educativas, culturais e sociais que promovam discussões sobre racismo, igualdade e justiça.

Antes de 2023, o Dia da Consciência Negra era considerado feriado em seis estados brasileiros e em cerca de 1.200 municípios, dependendo de legislações estaduais e municipais. Em novembro do mesmo ano, o Congresso Nacional aprovou um projeto apresentado pela bancada negra da Câmara dos Deputados, transformando a data em feriado nacional.

A sanção presidencial foi considerada um marco não apenas pelo feriado, mas pela abertura de espaço para uma reflexão nacional uniforme.

Essa conquista reflete uma longa caminhada de movimentos sociais, lideranças negras e ativistas que lutam por reconhecimento e por políticas públicas efetivas para combater o racismo estrutural no Brasil.

Abrafarma quer manter a escala 6×1

A postura da Abrafarma de ser contra o fim da escala 6×1 é, no mínimo, uma prova gritante de como as redes de farmácias enxergam seus trabalhadores: números, não pessoas.

Para os farmacêuticos e farmacêuticas, que vivem na pele o que é suportar jornadas extenuantes, sem condições adequadas de descanso, essa resistência dos empresários não é nenhuma surpresa.

Afinal, é do nosso suor que eles tiram o lucro – e não do discurso de “preocupação com o atendimento ao público” – como querem fazer parecer.

Quem realmente conhece o “chão da farmácia” sabe que essa “preocupação” é uma desculpa esfarrapada para não perder dinheiro.

Ano após ano, os lucros do setor farmacêutico batem recordes, movimentando bilhões de reais. As redes têm caixa para melhorar as condições de trabalho, mas resistem, pois, isso significaria uma redução nos lucros dos acionistas.

Essa é a realidade nua e crua: quanto menos folga do trabalhador, mais ganhos para os patrões.

No entanto, o impacto dessa exploração afeta a saúde dos farmacêuticos, que enfrentam desgaste físico e mental, tornando o ambiente de trabalho insustentável e prejudicando até a qualidade do atendimento.

A escala 6×1, tira dos trabalhadores o tempo para viver fora do trabalho – sobra cansaço, falta convivência com a família, lazer e momentos de diversão que são essenciais para a saúde e o bem-estar.

É hora de deixar claro: quem cuida da saúde da população também merece condições dignas de trabalho.

A Fenafar, repudia essa visão desumana que coloca o lucro acima da qualidade de vida dos profissionais.

O fim da escala 6×1 é mais que uma questão de folga – é sobre respeito e dignidade para quem está na linha de frente.

Fim da escala 6×1: a saúde dos farmacêuticos deve vir antes dos lucros

A Fenafar considera inaceitável que, em pleno século 21, farmacêuticos brasileiros ainda sejam submetidos a uma escala de trabalho que privilegia os lucros das grandes redes de farmácias à custa do bem-estar e da saúde desses profissionais.

Recentemente, o CEO da Abrafarma, Sérgio Mena, argumentou que a proposta de reduzir a jornada de trabalho, com o fim da escala 6×1, prejudicaria o setor, chamando a medida de “populista”. Essa postura escancara uma visão ultrapassada e desumana, que precisa ser revista.

Se a Abrafarma realmente se preocupa com a qualidade no atendimento, como dito, deveria se comprometer com a contratação de mais profissionais para garantir que os farmacêuticos possam ter uma rotina de trabalho mais justa, digna e saudável. Dinheiro para isso não falta. Somente em 2023, as redes de farmácias faturaram cerca de R$ 91,3 bilhões, alcançando margens de lucro extraordinárias.

Em vez de reconhecer a exaustiva carga de trabalho dos farmacêuticos e a urgente necessidade de mais contratações, o setor insiste em manter um modelo que coloca uma pressão desmedida sobre esses profissionais.

Mena também declarou que “não estava no radar” uma mudança na escala de trabalho. Essa fala desconsidera anos de reivindicações da categoria por escalas mais equilibradas em todas as negociações coletivas de trabalho realizada anualmente.

A luta por um novo modelo de jornada, é legítima e necessária para a saúde mental e física dos farmacêuticos. O que realmente preocupa os empresários do setor é a possibilidade de reduzir suas margens de lucro com o aumento no número de contratações, não com a qualidade do atendimento ao público.

A escala 6×1 é um modelo desgastante, que mina a saúde dos farmacêuticos e compromete sua qualidade de vida. Para a Fenafar, o bem-estar desses profissionais deve ser uma prioridade, e o direito a uma jornada de trabalho mais justa não é algo “populista” — é uma medida essencial e humana. A sociedade e o próprio setor de saúde só têm a ganhar com a valorização dos farmacêuticos, que merecem condições dignas para exercerem seu papel com excelência.

Homenagem especial à Farmacêutica Clair Castilhos

A farmacêutica Clair Castilhos Coelho foi homenageada pela Fenafar nesta segunda-feira, (11) durante evento realizado na UFSC e Florianópolis. A homenagem, em comemoração aos 50 anos da Fenafar, reconhece a contribuição de Clair Castilhos para a saúde pública e a assistência farmacêutica no Brasil, destacando seu papel de liderança e pioneirismo.

Em outubro, durante uma Sessão Solene em comemoração aos 50 anos, realizada na Câmara dos Deputados em Brasília, a Fenafar prestou homenagem a 20 personalidades que contribuíram para o desenvolvimento da profissão farmacêutica, para a assistência farmacêutica no Brasil e para a história da Federação.

Devido à impossibilidade de participar naquela oportunidade, Clair recebeu o troféu e diploma das mãos da Diretora de Educação da Fenafar, Silvana Nair Leite, e da Coordenadora de Projetos do Instituto Enfar, Fernanda Manzini, durante Sessão Especial do Projeto Integra no VII Congresso da ABCF.

A entrega da homenagem foi um momento emocionante de reconhecimento e gratidão onde a trajetória da farmacêutica Clair Castilhos foi celebrada como inspiração para toda a categoria.

Clair Castilhos, além de farmacêutica-bioquímica e sanitarista, é professora aposentada da UFSC e foi a primeira mulher vereadora em Florianópolis. Ela também coordenou a 1ª Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica em 2003, um marco nas políticas de saúde do país.

Pelo fim da Escala 6×1 e a valorização dos trabalhadores 

A proposta pelo fim da escala 6×1 está mobilizando milhares de pessoas contra uma prática de jornada de trabalho exaustiva, que limita o tempo livre dos trabalhadores e gera impactos negativos na saúde física, mental e nas relações familiares das pessoas. 

Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria da deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP), tramita na Câmara Federal, e tem apoio de quase 100 deputados federais. A PEC visa não apenas pôr fim ao extenuante modelo de escala 6×1, mas também estabelecer uma semana de trabalho de 4 dias com a carga horária semanal limitada a 36 horas.  

Com a parceria do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), a proposta ganhou ampla adesão nas redes sociais, com mais de um milhão de apoiadores, e promove uma mudança significativa para a qualidade de vida e saúde dos trabalhadores brasileiros. 

A proposta busca atualizar o artigo 7º da Constituição Federal, que atualmente prevê jornadas de até 44 horas semanais, reduzindo-a para 36 horas, sem mudanças na carga diária de até 8 horas. A redução também preserva integralmente os salários dos trabalhadores, para garantir a estabilidade econômica e o poder de compra da classe trabalhadora, fundamentais para o sustento familiar e a economia do país. 

A PEC propõe o modelo de quatro dias de trabalho seguidos por três dias de folga, o que atende à necessidade de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, tendência já adotada em diversos países. No Reino Unido, por exemplo, experiências piloto demonstraram que a jornada 4×3 reduziu sintomas de burnout em 71% dos trabalhadores e melhorou a produtividade, além de gerar uma pequena elevação na receita das empresas. Além disso, estima-se que essa medida, ao redistribuir a carga de trabalho, poderia gerar aproximadamente 6 milhões de novos empregos no Brasil. 

A PEC precisa de 171 assinaturas para ser discutida no Congresso. A Fenafar incentiva a participação de todos nessa iniciativa; 
– Pressione os deputados do seu estado a assinar a PEC.
– Assine a petição pública. AQUI
– Compartilhe informações sobre a campanha.

Apoie esta campanha e ajude a colocar o Brasil na vanguarda da humanização das relações trabalhistas. Para assinar e conhecer mais sobre a campanha, acesse o site disponível na BIO e compartilhe essa iniciativa nas suas redes sociais. 

Como é hoje a Escala 6×1 
O trabalhador cumpre seis dias consecutivos de trabalho com apenas um dia de folga, o que agrava significativamente o cansaço e o desgaste dos trabalhadores. O objetivo do debate em torno do tema é a readequação dessa jornada e a criação de políticas que promovam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a exemplo do direito a férias regulares, limitação de horas extras e condições de trabalho saudáveis. 

Setor de farmácias de manipulação cresce 17,1% em cinco anos 

Estudo da Anfarmag mostra que setor emprega majoritariamente mulheres e faturamento anual chega a R$ 11,3 bilhões 

O segmento de farmácias de manipulação apresentou resultados positivos em todos os índices medidos pelo Panorama Setorial da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) para os últimos cinco anos.  

Entre 2019 e 2023, as farmácias que preparam medicamentos e produtos sob medida tiveram um aumento de faturamento de 17,1%, somando R$ 11,3 bilhões. O índice é superior ao crescimento do PIB do Brasil. Além disso, houve resultados importantes nos índices relativos à empregabilidade (+15,4%), massa salarial (+23,1%), salário médio (+10,7%), quantidade de estabelecimentos em atividade no país (+8,9%) e arrecadação tributária (+92,7%), recolhendo R$ 1,596 bilhão aos cofres públicos.  

De acordo com o diretor executivo da Anfarmag, Marco Fiaschetti, esses números são reflexo de um setor sólido e da sua importância social. “As farmácias de manipulação são empresas essenciais para a saúde do país, atendendo a população em todos os seus perfis e necessidades. Além disso, a população tem buscado mais informação, aumentado o foco em saúde preventiva e bem-estar e, consequentemente, a demanda por produtos individualizados aumenta”, afirma.   

Distribuição e novos negócios 

O Brasil conta hoje com cerca de 8.700 farmácias de manipulação. Elas estão distribuídas de forma heterogênea pelo Brasil. O maior volume de empresas está concentrado no Sudeste, onde também está a maior parte da população. No entanto, ano após ano o levantamento da Anfarmag aponta crescimento acelerado nas demais regiões. 

Das novas farmácias de manipulação abertas entre 2019 e 2023, quase metade (47%) estavam no Nordeste; 26,9% no Norte; 10,1% no Sul; 8,5% no Centro-oeste; e 7,4% no Sudeste. “Um detalhe interessante é que, nessas regiões de maior crescimento, a quase totalidade dos investimentos veio da própria região. Ou seja, não se trata de redes ou de empresários de outras áreas do país que decidiram montar farmácias no Norte e no Nordeste, mas de crescimento local”, afirma Fiaschetti. 

Outro dado relevante a se considerar é que o setor é formado principalmente por empresas de pequeno porte: cerca de 80% das farmácias de manipulação apresentam faturamento anual de até R$ 1,5 milhão.  

Portanto, os novos negócios enfrentam os desafios naturais do pequeno empreendedor. No entanto, a abertura de uma farmácia de manipulação tende a significar a criação de um negócio mais resistente se comparado a outros setores da economia. Isso porque a média de idade das farmácias em atividade no país é superior a 17 anos, enquanto a vida útil média das empresas brasileiras é inferior a 10 anos. 

Geração de empregos femininos 

O bom desempenho das farmácias de manipulação favorece particularmente a geração de emprego e renda para mulheres. O Panorama Setorial Anfarmag mostra que as farmácias de manipulação empregam 65,4 mil colaboradores com carteira assinada. Desse total, 78,7% são mulheres e metade delas tem entre 30 e 49 anos. 

“Essa proporção majoritária de mulheres se mantém constante ao longo dos anos, o que permite afirmar que o crescimento da empregabilidade das farmácias garante que mais mulheres estão sendo acolhidas pelo segmento”, diz Fiaschetti.  

No período avaliado, o setor demonstrou um crescimento tanto das equipes contratadas, quanto do salário pago a elas, com crescimento acima da inflação. Em 2023, a massa salarial do setor foi de R$ 2,08 bilhões, sendo 58,7% do total registrado em empresas com até 19 funcionários. Entre diretos e indiretos, a estimativa é de que o setor gere por volta de 325 mil postos de trabalho. 

Sobre a pesquisa 

O Panorama Setorial Anfarmag 2024 é a sexta edição do levantamento periódico publicado pela Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais. A organização realiza uma ampla pesquisa junto ao setor de farmácias de manipulação em parceria com o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação). O estudo traz informações socioeconômicas traduzidas em índices e gráficos sobre a abrangência nacional do segmento de farmácias de manipulação, subdivididas nas cinco regiões do país e seus estados. 

Fonte: Anfarmag

Fenafar e Sindfal repudiam Ação Judicial injustificada contra presidente do Sindfal

A Fenafar e o Sindicato dos Farmacêuticos de Alagoas (Sindfal) expressam indignação diante da recente ação judicial promovida pelo conselheiro federal suplente João Batista dos Santos Neto, buscando afastar Alexandre Correia dos Santos de seu cargo como conselheiro regional do CRF-AL.

A ação, apresentada à Justiça Federal, é baseada na alegação de um suposto conflito de interesses devido à atuação de Alexandre como presidente do Sindfal e conselheiro do CRF-AL.

Essa tentativa de destituição do conselheiro, baseada em alegações infundadas de conflito de interesses, representa um ataque aos princípios democráticos, uma vez que Alexandre foi eleito de forma legítima pela categoria farmacêutica.

Desde maio de 2024, quando João Batista protocolou um requerimento administrativo de afastamento junto ao CRF-AL, a Fenafar e o Sindfal têm se manifestado contrários a essa visão improcedente e juridicamente infundada.

Na ação, o conselheiro suplente argumenta que a atuação de Alexandre Correia no CRF-AL e no Sindfal representaria um “conflito de interesses” devido ao “antagonismo de propósitos” entre as duas entidades.

A legislação não impede que um farmacêutico exerça simultaneamente cargos em conselhos e sindicatos, e, portanto, a intenção de afastamento não passa de uma tentativa de interferência arbitrária e desproporcional na representatividade da categoria farmacêutica.

É preocupante que um conselheiro suplente do CFF desconheça a importância e a atuação sindical, mencione seletivamente a Constituição Federal, dando-lhe uma interpretação errônea, para requerer ato ilícito.

Entendemos que o papel do sindicato é defender o trabalhador farmacêutico, função semelhante à do conselho, que também deve proteger o profissional. Longe de representar um antagonismo, as funções se complementam e buscam fortalecer toda a categoria, garantindo uma representação robusta tanto na defesa de seus direitos laborais quanto na valorização e ética da profissão.

A Fenafar e o Sindfal reiteram seu apoio incondicional a Alexandre Correia dos Santos, reafirmando a legitimidade de sua atuação e o compromisso com a defesa da categoria farmacêutica.

Federação Nacional dos Farmacêuticos – Fenafar
Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de Alagoas – Sindfal

Nota de Repúdio ao Secretário da Saúde do Piauí pelo ataque à Profissão Farmacêutica

A Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) manifesta seu repúdio à infeliz e desrespeitosa declaração do secretário de Estado da Saúde do Piauí, Antônio Luiz Santos, durante entrevista à Rádio Teresina FM que apresentava o aplicativo “Piauí Saúde Digital”.

A frase proferida pelo secretário – “se você tem algum problema, em vez de sair procurando um farmacêutico para fazer uma consulta, ou um vizinho, ou o pai, ou um amigo, entra no aplicativo, que o médico vai atender…” – é um ataque inaceitável à profissão farmacêutica e demonstra um profundo desconhecimento sobre a relevância dos farmacêuticos no sistema de saúde brasileiro.

A fala em questão, rebaixa o trabalho dos farmacêuticos ao comparar o conhecimento desses profissionais às “dicas” de amigos, vizinhos ou parentes na prestação de cuidados em saúde, desconsidera o papel essencial desses profissionais e sua importância no cuidado integral à população.

Durante a pandemia de COVID-19, os farmacêuticos desempenharam um papel fundamental na orientação, na prestação de cuidados essenciais e na garantia de acesso seguro a medicamentos, sendo a primeira referência para muitas pessoas que buscavam atendimento e informações confiáveis.

Os farmacêuticos são profissionais de saúde, legalmente habilitados e com conhecimento técnico-científico para prestar assistência, orientar sobre o uso correto de medicamentos e promover a saúde pública. Desmerecer essa atuação é desinformar a população e desrespeitar um trabalho que salva vidas diariamente.

A Fenafar, o Sindicato dos Farmacêuticos do Piauí (SinfarPI) e toda a categoria farmacêutica brasileira exigem uma retratação imediata do secretário. Reiteramos a necessidade de valorização e reconhecimento dos farmacêuticos, que trabalham em sinergia com outros profissionais de saúde para garantir o melhor atendimento à população.

Seguiremos firmes na defesa do respeito, do reconhecimento profissional e do direito da população a um atendimento de saúde qualificado e digno. Juntos em defesa da saúde pública e da valorização da profissão farmacêutica.

Federação Nacional dos Farmacêuticos
Sindicato dos Farmacêuticos do Piauí

Nota da Fenafar sobre a situação dos Hospitais Federais no Rio de Janeiro  

Os Hospitais Federais do Rio de Janeiro, estruturados em grandes estabelecimentos de saúde de alta complexidade, historicamente enfrentam uma série de desafios, incluindo acirradas disputas motivadas por interesses de mercado e forças que buscam desestruturar o projeto político que venceu as eleições de 2022.  

Esses aspectos, dentre outros, precisam ser amplamente compreendidos para que nossa atuação política possa ser construída rumo a uma solução sustentável e integrada na rede do Sistema Único de Saúde.  

O SUS é uma política pública que representa o maior sistema público de saúde, conquistado pelo povo brasileiro no processo de redemocratização, após a 8ª Conferência Nacional de Saúde e a Constituição Federal de 1988. Como uma das principais conquistas do povo brasileiro, que estabeleceu saúde como direito do povo e responsabilidade do Estado, com seu caráter universal, integral, público que atua na promoção, proteção e recuperação da saúde, a fim de superar os desafios a ele impostos e garantir sua gestão pública, democrática e participativa, focada nas necessidades de saúde do povo. 

E apenas o Estado tem capacidade de antecipar as necessidades sociais e do SUS para formular uma política que busque concretizar os direitos das cidadãs e cidadãos brasileiros. 

O controle social é um pilar essencial para garantir a participação da sociedade nas decisões que afetam a saúde pública. É por meio desse mecanismo que a população exerce seu papel de fiscalização e de proposição de políticas, assegurando que os interesses coletivos estejam no centro das decisões.   

 A Federação Nacional dos Farmacêuticos – Fenafar, defende a importância do controle social no SUS como ferramenta indispensável para manter a transparência, a legitimidade e o compromisso com a gestão pública, democrática e participativa dos serviços de saúde.  

Ressaltamos, com ênfase, a necessidade de diálogo real e concreto de escuta geral do governo federal da sociedade brasileira. Não admitimos o uso de violência física como material. Não será desta forma que conseguiremos avançar democraticamente! 

Deste modo defendemos:  

Que seja suspenso o processo de transferência de gestão de quaisquer equipamentos de saúde federais, incluindo os localizados no Rio de Janeiro, e que esteja em andamento, até a finalização das negociações junto às representações das trabalhadoras e dos trabalhadores e da sociedade civil, sendo considerada a participação efetiva dos Conselhos de Saúde nas etapas deliberativas, de acordo com a Lei nº 8142/199 e LC nº 141/2012. 

A implementação da Mesa de Negociação Permanente da Rede Federal de Hospitais, bem como realização de audiências públicas e demais atividades, com participação do controle social do SUS, bancada sindical e bancada da gestão para pactuação em torno das pautas que garantam o atendimento da população e que perpassa pela valorização das trabalhadoras e dos trabalhadores. 

A manutenção dos serviços ou áreas de atendimentos a usuários e usuárias do SUS, atendidas por estes equipamentos públicos de saúde, enquanto os modelos de gestão são discutidos e resolvidos nas instâncias competentes. 

A aplicação do orçamento dos hospitais federais do Rio de Janeiro para contratações emergenciais de trabalhadoras e trabalhadores, e compras de insumos, medicamentos e equipamentos para o atendimento imediato da população. 

Ampliação do investimento público no SUS com mobilização por um novo modelo de financiamento de saúde que eleve o piso mínimo constitucional para Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) progressivamente até 2027 para R$ 1.000,00 per capita (a preço de 2021) e que em perspectiva, somando aos investimentos dos estados e municípios, alcance 6% do PIB.  

A garantia ao acesso universal e integral às ações e aos serviços de saúde do SUS perpassa pelo fortalecimento e profissionalização da gestão pública, comprometida com relação ética com os recursos públicos, e os instrumentos de gestão do SUS, o que exige uma articulação colegiada, compartilhada, estratégica e participativa do planejamento (como os consórcios públicos) e monitoramento dos recursos físicos e orçamentários, entre os entes que compõem o sistema. 

A garantia de uma gestão pública democrática e eficiente, em sintonia com a relevância pública desta atividade econômica definida na constituição, estabelecendo normas e limites para a saúde gerida por grupos privados, regulada, controlada e fiscalizada pelo poder público. 

A valorização das(os) trabalhadoras(os) da saúde do quadro funcional fortalecendo o atendimento público, criando condições de trabalho dignas e defendendo a carreira no SUS. Cuidar de quem cuida é essencial para reafirmar a saúde como um direito, não como mercadoria.  

A promoção a realização de concursos públicos e a criação de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários para os servidores da saúde, garantindo condições dignas de trabalho, salários justos e ambientes saudáveis.  

Aprofundar, com a participação do controle social do SUS e respeito às suas deliberações, pelos conselhos, mas também das conferências de saúde, os modelos de gestão. 

Fomentar a instalação de Conselhos Locais de Saúde nas unidades, com participação paritária, para incidir diretamente nas decisões. 

A Fenafar e seus sindicatos filiados permanecerão acompanhando a situação dos hospitais federais no Rio de Janeiro, atuando e ajustando suas ações conforme a evolução desse debate. Unidos podemos fortalecer o SUS e garantir que ele continue sendo um patrimônio do povo brasileiro.

FENAFAR