Rede Poupafarma fecha lojas sem pagar o salário de janeiro aos trabalhadores

Lojas da rede Poupafarma que atua na Baixada Santista, Vale do Paraíba e na cidade de São Paulo amanheceram fechadas na segunda-feira (06/02). Em comunicado afixado nas fachadas, a rede informa “a loja está fechada temporariamente para reorganização de sistemas, operações e padrões de abastecimento e que retornará a operar em breve”. No entanto, o comunicado não traz detalhes sobre prazos.

Até o momento, a rede não realizou o pagamento integral dos salários e benefícios do mês de janeiro aos profissionais farmacêuticos. O Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sinfar/SP) convocou uma assembleia geral extraordinária, que ocorrerá de forma remota nesta quarta-feira, dia 8, às 11h e às 19h, para debater a questão.

Na última sexta-feira, dia 3, os funcionários da rede foram avisados sobre uma antecipação do horário do fechamento das unidades e no domingo, novo aviso indicava o fechamento das lojas por uma semana, até o próximo domingo, dia 12, sem desconto em folha de pagamento aos colaboradores.

Informações, dão conta de que um grupo do segmento farmacêutico teria visitado algumas unidades da Poupafarma para conhecer as lojas e ver a possibilidade de compra.

E este seria o motivo do fechamento, a fim de agilizar as negociações e evitar o desgaste existente entre clientes e funcionários em decorrência da falta de mercadorias nas gôndolas. Há meses, os clientes reclamam da falta de produtos e medicamentos.

Com informações do Panorama Farmacêutico

17ª Conferência Nacional de Saúde – Participe! 

Por Debora Melecchi – 2ª Vice-presidente da Fenafar 

Resultado da luta democrática, os novos arranjos participativos e democráticos, mobilizam a força e o pensamento da sociedade brasileira para participarem da formulação de políticas públicas com bases redistributivas e universais, com ampliação de direitos. 

A lei confere aos Conselhos de Saúde as atribuições de atuar na formulação de estratégias e no controle da execução das políticas de saúde, atribuições estas que são também do próprio Poder Executivo e do Poder Legislativo. 

Controle social deve ser compreendido como o controle sobre o Estado pelo conjunto da Sociedade Organizada em todos os segmentos sociais, visando o benefício do conjunto da sociedade, e deve ser permanente. Por isso, quanto mais os segmentos da sociedade se mobilizarem e se organizarem, maior será a pressão e o resultado, para que seja efetivado o Estado Democrático. 

As conferências de saúde ocorrem a cada quatro anos e são um dos mais importantes espaços de diálogo entre governo e sociedade, para a construção de políticas públicas voltadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). 

Para o ano de 2023, com o tema “Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia – amanhã vai ser outro dia”, teremos a realização da 17ª Conferência Nacional de Saúde marcada de 2 a 5 de julho, em Brasília. 

Observa-se que a conferência nacional é precedida de etapas municipais e estaduais, num processo de construção coletiva, que resulta em deliberações para os municípios, os estados, culminando no amplo debate e votação das diretrizes e propostas de âmbito nacional. Ou seja, vai sendo identificado às prioridades locais e estimulando a diretriz de participação da comunidade na saúde, nas três instâncias de governo. 

As deliberações aprovadas na 17ª Conferência Nacional de Saúde (17ª CNS) devem ser contempladas no próximo ciclo de planejamento da União e servir de subsídio para a elaboração do Plano Nacional de Saúde e Plano Plurianual de 2024- 2027. Na mesma lógica, as definições específicas para os municípios e os estados. 

Mas além da importância na realização de conferências de saúde, vale destacar que esta ocorre num momento muito importante para o nosso país: vem reafirmar princípios e defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) a maior política inclusiva conquistada no Brasil e indicar as definições de cumprimento por parte dos gestores, que neste ano, após um processo legítimo e democrático eleitoral, tem nova gestão aberta e comprometida em reconstruir nosso país. E as deliberações das etapas municipais e estaduais também cumprem o objetivo de indicar aos gestores locais o que se faz necessário para garantir a saúde como um direito constitucional. 

Nos estados, as conferências locais já estão ocorrendo e são organizadas pelos Conselhos de Saúde, junto às respectivas Secretarias de Saúde, estadual ou municipal. Para participar, é necessário acompanhar a realização das etapas no seu município e estado. Também são consideradas atividades preparatórias as Conferências livres que podem ser realizadas em âmbito Municipal, Intermunicipal, Regional, Macrorregional, Estadual, Distrital e Nacional. 

As conferências municipais são o espaço que podemos sugerir propostas que serão votadas, e se eleitas, irão compor os relatórios das etapas correspondentes, sendo um instrumento de cobrança do controle social aos responsáveis pela execução das deliberações. 

E desta vez, a Resolução CNS nº 680/2022 traz a possibilidade na realização de conferências livres, a serem organizadas pelos movimentos sociais, de modo ampliar a participação, acumular os debates do dia na saúde e contribuirmos com todas as etapas da 17ª CNS. 

Destaca-se que a Fenafar participa efetivamente no controle social do SUS, ocupando as vagas dos trabalhadores nos conselhos de saúde. Que se soma nossa contribuição na construção de propostas para a saúde, mas que passam pela ciência, tecnologia, assistência farmacêutica e a valorização do trabalho farmacêutico. 

Ao defendermos uma saúde de qualidade perpassa, obrigatoriamente, o respeito aos trabalhadores, como os farmacêuticos, que tem o seu fazer para salvar vidas. 

Colega farmacêutico participe das instâncias do controle social e da etapa municipal da 17ª CNS. Seu conhecimento, vivência são fundamentais para o respeito a saúde das pessoas, construção de condições saudáveis e visibilidade ao nosso trabalho. Busque por informações junto ao sindicato dos farmacêuticos do seu estado. 

Saiba Mais: 

Lei nº 8080/1990 

Lei nº 8142/1990 

17ª Conferência Nacional de Saúde 

Cartilha 17ª CNS 

Conferências Livres 

Carta e Propostas do 9º Simpósio de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica 

Carta Conclat 2022 

Carta 10º Congresso da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Agosto/2022) 

Propostas Gerais para 17ª CNS 

Conferências de Saúde 

Linha do Tempo: Conferências Nacionais de Saúde 

Empresário é preso ao ser flagrado vendendo medicamentos controlados sem nota fiscal.

Farmacêutica pode responder solidariamente.

Um proprietário de farmácia foi preso, durante uma fiscalização, na quarta-feira (01/02) em Jataí, interior de Goiás depois de ser flagrado vendendo medicamentos controlados que não possuíam nota fiscal. Seguindo a equipe da vigilância Sanitária, a farmacêutica responsável tentou distrair os fiscais enquanto o proprietário e a esposa jogavam os medicamentos no quintal do vizinho.

Quando os fiscais perceberem a movimentação suspeita do proprietário, ele foi preso em Flagrante pelo crime semelhante ao tráfico de drogas. Todos os envolvidos foram conduzidos à delegacia. O empresário continua preso. A farmacêutica foi ouvida e liberada, mas segue sendo investigada.

O Presidente da Fenafar, Fábio Basílio, que também preside o Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás, alerta para esta situação que pode levar o profissional farmacêutico a também responder solidariamente pelo ilícito.

“Muitas vezes o profissional farmacêutico, tem conhecimento dos fatos, não concorda, mas se omite, e de acordo com a Lei 13.021/14 o farmacêutico pode responder juntamente com o proprietário.”

A Fenafar e os sindicatos observam com muita preocupação o aumento de profissionais indiciados por crimes que se assemelham ao tráfico de drogas, como é a venda de medicamentos controlados sem receita.

“Fábio Basílio orienta que, nessas situações, os profissionais busquem maneiras de denunciar o caso e não se tornarem cumplices de qualquer atitude ilícita, seja contra a ética profissional ou contra as leis do país.”

Redação com informações de: O Popular e Bom Dia Goiás

Farmacêuticos da EBSERH discutem propostas para a Convenção Coletiva de Trabalho 2023/2024 

Reunidos a convite da Fenafar, profissionais farmacêuticos que atuam na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH, participaram na noite da última quarta-feira (01/02) de uma reunião com o objetivo de discutir o Acordo Coletivo de Trabalho, ACT 2023/2024 dos farmacêuticos e farmacêuticas que atuam na empresa.  

Ao final do debate, muito representativo, com participação de diversas profissionais de todos o Brasil, formou-se um grupo que ficou com a responsabilidade de formatar uma proposta, baseada nas propostas apresentada durante a reunião, que servirá de base para a negociação com a Empresa. 

Criado o Conselho de Participação Social que reúne movimentos populares e organizações da sociedade civil

O presidente da Fenafar, Fábio Basílio, o presidente do Sindfar/SC, Luiz Henrique Costa, e o diretor do Sindfar/SC Ronald Ferreira dos Santos, participaram nesta segunda (31/01) em Brasília, da assinatura dos decretos que criam o Conselho de Participação Social e o Sistema de Participação Social Interministerial, que integrarão as ações dos ministérios com os movimentos e entidades representativas da sociedade civil.

Em evento no Palácio do Planalto, que contou com a participação do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, representando o Fórum das Centrais Sindicais, ele assinou o decreto que cria não só o grupo, mas também o Sistema de Participação Social Interministerial. O objetivo é reabrir o diálogo do governo federal com os movimentos populares.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse durante o evento que o Conselho de Participação Social será fundamental na reconstrução das políticas públicas do país.

“Quero que vocês saibam que estão participando e que esse conselho vai servir para ajudar a gente a reconstruir ou construir coisa nova, uma participação popular efetiva e que vocês sejam tratados em igualdade de condições, que vocês possam dizer sim da mesma forma que dizer não”, disse Lula.

O conselho reunirá representantes de 68 movimentos e entidades da sociedade civil, a exemplo da CTB, e terá encontros a cada três meses. Ele será presidido por Lula e coordenado pelo ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência. As novas funções da pasta estão centradas na coordenação do diálogo com as entidades da sociedade civil, para garantir a participação social na formulação e execução das políticas públicas.

Agora, cada ministério terá uma Assessoria de Participação Social e Diversidade que será responsável pelas demandas temáticas e será referência para que a Secretaria-Geral atue de forma transversal na politica de participação social.

Em seu discurso, o ministro Macêdo destacou o desmonte da participação social no último governo, a exemplo da extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), criado em 1993, e o esvaziamento do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), criado em 1981. O contraponto, segundo ele, foi o papel relevante do Conselho Nacional de Saúde ao “defender a vida contra o negacionismo” durante a pandemia de covid-19 e do Conselho Nacional de Direitos Humanos ao “resistir a um governo autoritário”.

“Precisamos discutir as políticas públicas de inclusão, de distribuição de renda e diminuição da desigualdade no curso da implementação. Para isso, precisamos integrar educação popular como instrumento de formação de consciência e organização da participação social e multiplicar conselhos populares em torno de todas as políticas públicas”, disse.

Segundo o ministro, já foi iniciado o diálogo como Ministério do Planejamento para a construção de um orçamento participativo, com a convocação do Plano Plurianual (PPA) Participativo. O PPA é o instrumento de planejamento dos órgãos de governo.

Além disso, devem ser retomados os canais digitais de participação social do governo federal, como foi o Participa PR, do primeiro governo Lula, e do Dialoga Brasil, do governo de Dilma Rousseff.

Um conselho popular foi instituído ainda durante a transição de governo e reuniu, na época, 57 movimentos, entidades, fóruns e espaços de articulação política e social representativos de todo o país. A coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado e integrante da coordenação executiva do Conselho de Participação Social do Gabinete da Transição, Simone Nascimento, espera que os instrumentos criados hoje sejam um espaço de diálogo efetivo e constante e um canal de escuta permanente.

“Esperamos ver ainda outras reivindicações do relatório de transição serem concretizadas. Queremos muito realizar os mutirões nacionais para enfrentamento das questões sociais urgentes, como a fome, a vacinação, a evasão escolar, o combate ao genocídio do povo negro e do feminicídio. A inovação do processo de participação social, comunicação, cultura e educação popular existente para aprimorar mecanismos de participação direta, federativa e territorial na cidade e no campo. E um orçamento efetivamente participativo que coloque o povo dentro das prioridades”, disse Simone.

Em seu discurso, Lula reafirmou ainda que é um defensor da estabilidade fiscal, mas que o povo não deve ser deixado de lado em detrimento de outros compromissos econômicos.

“O povo votou porque espera que a gente cuide dele, que a gente faça alguma coisa por ele. Eu sou uma pessoa que defende muito a estabilidade econômica, eu quero seriedade fiscal, mas eu quero seriedade política, quero seriedade social, porque é verdade que temos muitas dívidas para pagar”, salientou. O presidente acrescentou que a dívida que não é paga há cinco séculos é a “dívida social contraída com o povo brasileiro”.

Lula falou também sobre outro temas, como a crise do povo Yanomami, a proteção da Amazônia e o combate à violência contra mulher. Para ele, é preciso uma mudança cultural, com educação, e criar leis mais duras para acabar com “esse tipo de violência”. Com informações da Agência Brasil.

Fonte: CTB

Fenafar realiza reunião com farmacêuticos da Ebserh para discutir ACT 2023/2024

Para participar, inscreva-se preenchendo o formulário disponível no link Reunião Farmacêuticos(as) da EBSERH (google.com)

A Fenafar convida os farmacêuticos e as farmacêuticas de todo o Brasil que atuam na Empresa Brasileira de serviços hospitalares, (Ebserh) para participar de uma reunião virtual na quarta-feira 1º de fevereiro às 19h com o objetivo de discutir o Acordo Coletivo de Trabalho, ACT 2023/2024 dos profissionais farmacêuticos que atuam na empresa.

 

Covid: aplicação da vacina bivalente deve começar em 27 de fevereiro

O Ministério da Saúde pretende começar a aplicar as doses de reforço com a vacina bivalente para imunização contra a Covid-19 a partir do dia 27 de fevereiro. Os novos produtos aumentam a imunidade contra o vírus da cepa original, bem como da variante Ômicron. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (26) durante a primeira reunião ordinária da Comissão Intergestores Tripartite, na Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

Na primeira fase, a campanha terá foco em pessoas com idade acima de 70 anos, imunocomprometidos e moradores de comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Na sequência (Fase 2, com data ainda a ser definida), a campanha será voltada a pessoas com idade entre 60 e 69 anos. Gestantes e puérperas serão o foco da Fase 3; e profissionais de saúde serão o foco da quarta fase da campanha.

Durante a reunião com os integrantes da comissão, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que a nova gestão da pasta adotará uma política de “cuidado e construção coletiva” e que, nesse sentido, será fundamental o diálogo entre União, estados e municípios. “Hoje, temos alguns desafios muito específicos que representam o retorno de uma pactuação em alto nível, como devem ser as nossas relações”, disse.

“Destaco entre as medidas iniciais, a Política Nacional de Imunização, a ser apresentada; um plano nacional para redução de filas na atenção especializada; a recuperação da Farmácia Popular; a valorização da atenção básica; o provimento, qualificação e formação profissional; e a retomada em novas bases do Programa Mais Médicos”, disse a ministra.

Dirigindo-se aos secretários de Saúde estaduais e municipais presentes, o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis, Éder Gatti, descreveu a situação dos estoques de vacinas do ministério, tanto para o tratamento da Covid-19 quanto de outras doenças. Segundo ele, a situação deixada pelo governo anterior representa “risco real” de desabastecimento de alguns imunizantes.

“Por estarem vencidas, mais de 370 mil doses da vacina AstraZeneca foram incineradas em dezembro passado. Encontramos estoque zerado de vacinas Pfizer Baby pediátrica e CoronaVac, o que impede a vacinação de nossas crianças. E o estoque de vacinas bivalente, para iniciar a estratégia de vacina de reforço, estava muito baixo, impedindo articulação e estruturação de uma política publica para a vacinação de nossa população”, descreveu o diretor.

Ele acrescentou que há “risco real de desabastecimento de vacinas importantes de nosso calendário, porque os estoques estão baixos também para vacinas BCG, hepatite B, vacina oral contra poliomielite e a triviral”.

Segundo Gatti, o cenário atual de baixas coberturas vacinais “deve-se aos discursos negacionistas feitos nos últimos quatro anos por nossas autoridades, o que resultou na queda de confiança nas vacinas”. “Temos risco de epidemias de poliomielite e sarampo”, complementou.

A ministra Nísia Trindade afirmou, em uma das pausas da reunião, que a “primeira providência” da pasta é a de recompor estoques “para podermos planejar as ações”. Ela acrescentou que o calendário de multivacinação infantil está sendo trabalhado e em breve será divulgado.

“Faremos ações de vacinação nas escolas, como uma das estratégias, e combinaremos múltiplas estratégias para que possamos dar esta proteção, pois a baixa cobertura vacinal das crianças não diz respeito apenas à covid-19. Infelizmente ela está em cerca de 40%, por exemplo, para sarampo e poliomielite, um dos índices mais baixos da nossa história, desde o início do Programa Nacional de Imunização”, completou. Informações da Agência Brasil.

Fonte: CTB

Carta Aberta – Solidariedade e reconhecimento a luta do povo Yanomami

Dirigida: Presidência da República; Ministério Saúde; Secretaria Especial de Saúde Indígena – Sesai; Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos – Sctie.

Carta Aberta – Solidariedade e reconhecimento a luta do povo Yanomami.

A Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) vem manifestar a nossa solidariedade e reconhecimento a luta do povo Yanomami.

As vidas ceifadas pela irresponsabilidade do Estado brasileiro, no período de 2018/2022, que tornou-se cúmplice e promotor de projetos predatórios, como o garimpo e o desmatamento.

As doenças graves e a desnutrição do povo Yanomami são um sinal da perversidade provocada pela ausência de políticas públicas e pela negligência planejada com os modos de vida e com a cultura dos povos indígenas.

Nossa indignação, por essa tragédia humanitária no território Yanomami, se amplia ao termos conhecimento pelas mídias sociais que:

– em 17 de julho de 2020, o então governo federal, recebeu um alerta internacional, pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, de que o povo yanomami vivia uma situação “grave e urgente” e ações teriam de ser tomadas diante do risco de “danos irreparáveis” para os indígenas. (Fonte)

– segundo o Intercept Brasil, nos últimos dois anos o povo Yanomami fez cerca de 21 pedidos à Funai, Polícia Federal, Exército e Ministério Público, denunciando o avanço do garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Yanomami.(Fonte)

Diante destes crimes, e tantos outros, defendemos que os responsáveis por esse desrespeito as vidas, a cultura nacional, ataques a terra respondam criminalmente, diante a lei.

Destacamos e saudamos a imediata ação humanitária do governo Lula para acompanhar e promover ações emergenciais de enfrentamento à situação do Povo Yanonami. Mas defendemos que seja concretizado um plano de ação, a médio e longo prazo, para a tomada de providências cabíveis para salvar vidas e o meio ambiente.

Dentre as medidas urgentes citamos a implementação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) com o olhar às necessidades e respeito a cultura do povo Yanomami, assegurando a autonomia ao Distrito Sanitário Especial Indígena para implantar sua própria Relação de Medicamentos Essenciais, baseando-se nas especificidades regionais e perfil epidemiológico, garantindo assim uma lista de medicamentos apropriada para atender de forma adequada a população indígena. Bem como regulamentar a utilização de medicamentos tradicionais dos povos indígenas, reconhecendo e garantindo o devido crédito para as comunidades que detém os conhecimentos tradicionais.

Mas também programar o chamamento de concurso público para farmacêuticos e demais trabalhadores, enquanto está aberta inscrição para novos voluntários para apoiar a Força Nacional do SUS, focado, em especial, para serviços em território Yanomami.(Inscreva-se)

A Fenafar, na sua trajetória em prol saúde, do trabalho e pelo Brasil, e os seus sindicatos filiados, se colocam à disposição do Governo Federal e o povo Yanomami para contribuir com nossa expertise e compromisso com a vida, a promoção da segurança sanitária, justiça social, dignidade aos indígenas e ao Brasil.

Fenafar e Sindicatos filiados

Foto: Igor Evangelista/MS

No dia do Farmacêutico, live aponta desafios e possibilidades da profissão 

Uma LIVE nacional em comemoração ao Dia do Farmacêutico e da Farmacêutica que aconteceu na sexta-feira, 20 de janeiro, reuniu oito diretores da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) para um bate papo sobre os desafios e possibilidades do trabalho farmacêutico a partir do novo período inaugurado no Brasil em 1º de janeiro de 2023. 

Para a atividade a Fenafar convidou também o Coordenador da Área de Geração de Conhecimento para a Promoção do Trabalho Decente do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, José Ribeiro, que possui acúmulo de informações e dados sobre o trabalho da categoria farmacêutica no Brasil, tais como, salários por região, jornada de trabalho, assédio moral e adoecimento pelo trabalho.  

No seu relato, José Ribeiro trouxe uma série de dados sobre a categoria: 

  • Os farmacêuticos são mais de 200 mil trabalhadores em atuação no brasil dos quais 68% são mulheres,  
  • 68% da categoria trabalha entre 40 e 44 horas semanais, 20% trabalha mais de 44 horas e 10% chega a trabalhar 50 horas semanais, o salário não acompanha a jornada maior.  
  • No Brasil, entre os profissionais de saúde, a media de horas trabalhadas por semana é de 38 horas semanais. Profissionais médicos e da enfermagem trabalham 39,5 horas, dentistas e nutricionistas trabalham 37 horas, fisioterapeutas 36 horas e farmacêuticos possuem, em média a maior carga horária, com 42 horas semanais. 
  • Os farmacêuticos são a única categoria da área da saúde que ultrapassa a média de 40h semanais, uma sobrecarga extenuante que dificulta a conciliação entre trabalho e Família 
  • Além das jornadas exaustiva, os dados apresentam uma pressão muito grande em ralação a saúde mental dos profissionais farmacêuticos. 

No passado, a Fenafar já desenvolveu uma parceria com a OIT, e agora, a expectativa é pela assinatura de um novo termo de parceria técnica entre as duas entidades visando a busca de informações relacionadas ao trabalho farmacêutico. O termo de parceria está em processo de elaboração e a assinatura deve ocorrer em breve. 

Durante a sua fala, o presidente da Fenafar, Fábio Basílio, cumprimentou os farmacêuticos e farmacêuticas destacando a “importância desse profissional tão fundamental e que a cada dia ganha mais importância na vida dos brasileiros, esse profissional que está na linha do cuidado farmacêutico, desde a pesquisa de novos medicamentos, passando pela produção desses medicamentos, até o diagnóstico de patologias e doença, além da dispensação e do auxílio ao paciente após a aquisição do medicamento.” 

O presidente também destacou que os farmacêuticos são profissionais que atuam em diversas áreas de um dos setores da economia que é responsável pela movimentação, apenas em 2022, de mais de 150 bilhões de reais. “Apesar desses números vultuosos, somos os profissionais da área da saúde com a maior carga horária de trabalho e um dos menores salários. 

“Nosso objetivo nesse momento é buscar identificar quais são os fatores que levam a essa situação, tentar descobrir porque isso está acontecendo e tentar transformar essa situação, buscando a mudança de paradigma diante desse novo período iniciado em 1º de janeiro.” apontou. 

Além do presidente, mais sete diretores da Fenafar participaram do LIVE e todos apontaram os baixos salários, a carga horária extenuante e a insalubridade como questões importantes a serem discutidos imediatamente. Durante as falas foi unânime também a observação de que somente com a união da categoria em torno das entidades sindicais será possível avançar na luta por melhores condições de trabalho e remuneração.  

André Cavalcante (CE) – Primeiro Vice-Presidente 

“Nós, como entidades sindicais temos que quebrar uma logica perversa, a logica do ‘estude e trabalhe enquanto os outros dormem’. Como se fosse errado o farmacêutico ter direito ao lazer e a curtir a família. Temos que mostrar para os colegas que o trabalho é importante, mas também é importante ter tempo para a família e não apenas trabalhar até morrer. Não podemos virar escravos do trabalho. Não podemos deixar essa logica dominar as relações de trabalho.” 

Debora Melecchi (RS) – Segundo Vice-Presidente 

“Precisamos fortalecer os sindicatos nos estados, porque o sindicato não é apenas uma diretoria eleita, o sindicato somos todas e todos nós. Só dessa forma, organizados é que vamos conquistar o que desejamos. Precisamos estar unidos e muito atentos a chamada modernização da legislação trabalhista que nos vendeu mentiras. Nós precisamos reverter esse quadro e lutar pelos nossos direitos trabalhistas.” 

Holdack Velloso (PE) – Diretor Regional Nordeste 

“A balança de negociação entre patrões e empregados é muito desequilibrada. Eles são os donos, possuem o dinheiro. Nós, os trabalhadores, não somos sócios, mas somos quem produz e temos a necessidade do emprego e do salário para sustenta a família. Desta situação desequilibrada surge o adoecimento. Eu sou fruto dessa situação desigual, adoeci e vejo diversos colegas na mesma situação, resultado de tanta exploração.” 

Lituânia de Almeida (AM) – Diretor Regional Norte 

“Durante a pandemia a atuação dos farmacêuticos foi muito exigida, mas também enaltecida. O farmacêutico hoje não é apenas o profissional que se encontra atras do balcão, estamos na UBS na farmácia hospitalar, na comunitária, tá na estética, no ensino na pesquisa e em diversas outras áreas. No cenário de futuro, nós precisamos lutar pelos colegas para conseguir uma carga horária melhor, salários melhores e descanso. Os farmacêuticos precisam estar junto com o seu sindicato. Nós precisamos andar juntos para termos uma condição melhor para todos.” 

Fábio Augusto do Carmo (PR) – Diretor Regional Sul 

“Durante a pandemia o profissional farmacêutico começou a demostrar para a sociedade que ele efetivamente é um profissional da saúde fazendo os testes de Covid-19 e orientando a população. Foi nesse momento da pandemia que os farmacêuticos começaram a ser reconhecidos como profissional de saúde entrando nas equipes multidisciplinares em meio a pandemia. Houve uma evolução. No entanto em meio a essa evolução nós não tivemos a efetiva valorização. Por isso como desafio do futuro a luta pelo piso salarial nacional é fundamental assim como a insalubridade para que ocorra uma mudança no senário.” 

Wille Marcio Calazans (MT) – Diretor Regional Centro-Oeste 

“Durante a pandemia nós fomos muito requisitados, fomos a linha de frente e os primeiros a dar o suporte para a população fazendo todo o atendimento daqueles que chegavam com potencial de covid-19. Ninguém arredou o pé, todos fizeram a sua função. A insalubridade é ainda um grande problema. Ela precisa ser reconhecia aos profissionais que estão em contato com diversos agente que podem causar alterações na saúde do profissional. Sindicalize-se, retome as ações, junte com os sindicatos.” 

 Catarine Cavalcanti (RJ) – Diretor Regional Sudeste 

“Eu que trabalhei na linha de frente no auge da covid-19 e não tive preparo psicológico pra atuar com os pacientes, que por conta da situação haviam perdido pessoas próximas. Nossa atuação destacada em todas as áreas foi muito importante.” 

“No nosso dia a dia, não é possível que o farmacêutico tenha que parar um atendimento ou a aplicação de injetável, para atender o caixa ou executar questões administrativas, e essa é uma realidade dentro das drogarias, é uma realidade nacional.” 

“Não é possível que uma farmácia tenha lucros de mais de 70%, e os farmacêuticos continuem ganhando 3 mil reais.” 

Comunicação Fenafar

 

Atividade autogestionada durante o Fórum Social Mundial, discute acesso a medicamentos

Uma atividade autogestionada durante o Fórum Social Mundial, vai discutir o “Acesso a medicamentos: tarefas do presente e desafios do Brasil do futuro”.

O evento, na próxima terça-feira, (24/01) às 14h, acontece na Câmara Municipal de Porto Alegre – sala 01 – 2º andar e terá transmissão ao vivo pelo Youtube da Fenafar.

A atividade é promovida pela Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) pelo Instituto Escola Nacional dos Farmacêuticos (Enfar) e projeto Integra .

Com mediação da presidenta do Sindicato dos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul (Sindifars), e vice-presidenta da Fenafar, Debora Melecchi, o debate vai contar com a presença dos seguinte convidados(as):
Deputada Alice Portugal – Coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa da Assistência Farmacêutica;
Fábio Basílio – Presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos – (Fenafar) e do Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfargo);
Silvana Nair Leite – Coordenadora do Instituto Escola nacional dos Farmacêuticos – Enfar;
Jorge Bermudez – pesquisador Escola Nacional de Saúde Pública, ENSP/Fiocruz;
Marco Aurélio Pereira – Diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde;
Valdeci Oliveira – Deputado Estadual do Rio Grande do Sul.

O Fórum Social Mundial, ocorre em Porto Alegre, entre os dias 23 e 28 de janeiro de 2023, com uma variada programação em diversos espaços públicos da Capital gaúcha. Os eventos do FSM são espaços privilegiados para debates e para a articulação de bandeiras comuns e de lutas conjuntas dos movimentos sociais. Confira no site: