1º de Maio se transforma em grito de luta pela democracia, contra o golpe

A tradicional festa do trabalhador comemorada em todo o mundo no 1º de maio este ano foi um ato de luta e resistência democrática no Brasil. A manifestação organizada pelas centrais sindicais e movimentos sociais no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, reuniu 100 mil pessoas determinadas a resistir ao golpe político e institucional que vem avançando no Congresso Nacional e pode ter seu desfecho decisivo no próximo dia 12, no Senado Federal.

Entre os presentes, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a vice-prefeita, Nádia Campeão, parlamentares de diferentes partidos, entre eles a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e líderes sindicais e dos movimentos sociais. A presidenta da República, Dilma Rousseff, chegou ao vale às 13h30 e discursou por 40 minutos. Reafirmou sua decisão de resistir até o fim à ofensiva golpista, acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de liderar um processo do “quanto pior, melhor” contra seu governo.

“Esse senhor foi o principal agente na história de desestabilizar o meu governo. Ele levou à frente uma política chamada de ‘quanto pior, melhor’. Quanto melhor para ele, pior para o governo e para o povo brasileiro. Se praticam isso contram mim, o que vão praticar contra os trabalhadores, contra as pessoas anônimas deste pais?”.

Como estava previsto, ela anunciou aumento de 5% no imposto de pessoa física para 2017 e reajuste de 9% no programa Bolsa Família – e fez questão de informar que esta medida não “foi inventada agora”, mas está no orçamento da União e foi aprovada pelo Congresso em agosto passado. Dilma também deu um dado importante: a ideia lançada por artífices do golpe de reduzir o alcance do Bolsa Família aos 5% mais pobres da população brasileira representará uma drástica redução de acesso ao benefício.

“Eles falam que vão dar só para os 5% mais pobres. E estes 5% são 10 milhões de pessoas – sabe quantos milhões de pessoas recebem hoje o bolsa família? 47 milhões. São 37 milhões de pessoas que ficarão sem assistência”, afirmou.

Prometeu resistência. “O meu mandato me foi dato por 54 milhões de pessoas que acreditam em um projeto – este que eles querem impor ao Brasil não é o projeto vitorioso nas urnas em 2014. Se querem este projeto, devem ir às urnas em 2018, e se submeter ao crivo dos brasileiros. Se forem eleitos, o conseguiram legitimamente. Da forma como eles querem, sem votos, não passarão”, concluiu.

“Este primeiro de maio é um marco na história do povo brasileiro”, diz Araújo

O presidente da CTB, Adilson Araújo, afirmou que defender a democracia e se contrapor ao golpe, denunciando os reais interesses desta onda conservadora, são os caminhos que dão sentido ao 1º de maio e à causa de todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.

“Ganha força a necessidade de tomar as ruas para impedir o retrocesso e fazer valer a imediata retomada do crescimento econômico e destinar centralidade ao processo de valorização do trabalho”, diz Araújo. Em seu discurso ele lembrou que no governo de Getúlio Vargas foi criada a CLT, que se tornou o mais importante instrumento da classe trabalhadora, e citou as conquistas da última década, todas ameaçadas pelas forças conservadoras. O secretário geral da CTB, Wagner Gomes, destaca que mais uma vez os trabalhadores e trabalhadoras das centrais sindicais e os trabalhadores rurais vão às ruas para dizer que não vão aceitar o golpe que está sendo tramado contra a presidenta Dilma. “Este primeiro de maio é dedicado ao direito democrático dos 54 milhões votos que ela teve. Vamos continuar brigando até o último minuto para que este golpe não se concretize”.

Para o presidente da CTB-SP, Onofre Gonçalves, este 1º de maio vai entrar para a história como a grande “festa da resistência”. “Resistência ao golpe que estão dando neste país e que todo trabalhador e trabalhadora sabe que são eles que vão pagar o preço se isto se concretizar”, afirmou Onofre, pouco antes de começarem os discursos no palco do Vale do Anhangabaú, na manhã deste domingo.

Joílson Cardoso, vice-presidente da CTB, diz que o 1º de maio é um momento muito difícil no Brasil, de ataque à democracia, à Constituição e ao voto popular. “Esse primeiro de maio enfrenta uma ameaça muito grande aos direitos dos trabalhadores, com a implantação do retrocesso e o fim das conquistas alcançadas até aqui pela classe trabalhadora”.

“Vamos resistir com as ferramentas históricas de luta da classe trabalhadora e do povo pobre deste país”, diz Boulos

Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), também reforçou a importância da união e da mobilização popular neste momento dramático da história do país. “Nós não temos nenhuma expectativa de que saia deste Congresso outra alternativa que não o golpe. Ali nos carpetes eles já consturaram e articularam uma vitória. A nossa chance de resistir, de barrar esse projeto desastroso de regressão social é nas ruas. É mobilizando, é com ocupação, é com bloqueio, greves, com as ferramentas históricas de luta e organização da classe trabalhadora e do povo pobre deste país.”

O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz, destacou que se este conjunto de medidas conservadoras que começa a ser debatido na sociedade se materializar, muitos direitos estarão em risco. “A crise econômica e dificuldade fiscal pode levar o governo, especialmente se Temer assumir, a desfazer políticas importantes, para as quais o movimento sindical lutou e construiu conjuntamente, como a valorização do mínimo, a proteção da previdência, as políticas relacionado ao direto do trabalho. Isto levaria à precarização do movimento sindical e das condições de trabalho”.

E como diz a vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão, se o golpe à soberania do voto se consumar, os agentes da arbitrariedade “não irão parar por aí e se seguirão outros golpes: o golpe contra os direitos dos trabalhadores, entre eles o salário mínimos e os direitos previdenciários e muitos direitos e garantias sociais. 

Em plenária, Frente Brasil Popular reafirma luta contra golpe e conclama participação no 1º de Maio

Nesta quarta-feira (27), a Frente Brasil Popular, que reúne movimentos sindicais e sociais, realizou nova plenária para deliberar sobre o próximos passos da luta contra o golpe. O evento aconteceu na cidade de São Paulo na quadra dos Sindicato dos Bancários de São Paulo, e teve na mesa a presidenta da UEE-SP, Flavia Stefanny; Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares; Orlando Silva, deputado federal pelo PCdoB; uma integrante da Marcha Mundial das Mulheres, e Emídio de Souza, do PT-SP.

 

O primeiro discurso foi de Orlando Silva, que falou sobre a posição central do grupo na resistência ao impeachment. “O que nós construímos nesta semana é um indicativo forte de que nós não vamos desistir, da mesma forma como não desistimos na luta pelas escolas. Não é a primeira vez na história do Brasil que as elites afastam a Constituição para que a elite cumpra com seus interesses. Em um dos casos, levaram o Getúlio Vargas, no outro, afastaram pelas armas um presidente democraticamente eleito. Não é um golpe contra o PT, é um golpe contra todo o nosso projeto, e eles se utilizam de uma enorme máquina midiática, que tenta iludir o povo contra aqueles que o querem defender. Nesta fase, é fundamental que a gente aprofunde a denúncia contra o golpe e o que virá se o Michel Temer assumir a presidência. Eles escreveram o que querem implementar no Brasil, é a Ponte Para o Futuro! É aquele projeto dos anos 90, cujo Estado tem pouquíssimas funções e privatiza tudo o que existe de estrutura pública”, disse. Fez uma breve análise, também, sobre os eventos semelhantes que ocorrem fora do Brasil: “Quero lembrar a todos aqui que o que acontece no Brasil é algo exclusivo do nosso país, mas de toda a América Latina. Essa luta não é apenas brasileira, mas dos os trabalhadores e trabalhadoras de todo o mundo”.

Por fim, falou das batalhas a serem travadas num possível governo Temer: “Muitos deputados já estão, desde o ano passado, tentando reduzir os programas de proteção social como o Bolsa Família, que é uma conquista e uma proteção fundamental para o desenvolvimento do Brasil. Eles querem universalizar também a terceirização e a flexibilização dos direitos trabalhistas, que será um imenso ataque aos trabalhadores. Mas esses aí que abraçaram o capeta conhecem agora o inferno da resistência popular, porque aqui no Brasil existem os movimentos organizados dos trabalhadores, dos estudantes, dos aposentados, das mulheres. Vamos lutar, e com muita energia, porque o que eles querem é criminalizar também os movimentos populares – no dia seguinte da votação do impeachment, já pediram uma CPI da Une e uma nova lei que flexibilize a contribuição sindical”.

O presidente do PT-SP falou sobre a estratégia de corpo-a-corpo que adotarão nas próximas semanas: “Nós precisamos cercar os golpistas até a votação no Senado, cobrar de cada um deles a postura de defesa da democracia. O Temer não aguentou um único dia de pressão, botou aqueles seguranças. Nós temos que cobrar especialmente a senadora Marta Suplicy, porque ela foi eleita por muitos dos que estão aqui, com o devido compromisso com a democracia. A nossa ação nas ruas, nos aeroportos, nas redes sociais tem que ser ainda mais intensa. A nossa unidade é o que tem encorajado as pessoas a irem às ruas e enfrentar a discussão. Nós temos que valorizar o papel dos artistas, dos intelectuais. Temos que reconhecer o público que se levantou durante a homenagem feita a Chico Buarque para dizer que não vai ter golpe, reconhecer o que o Zé de Abreu fez no Faustão. Porque o que vem depois disso, companheiros, é o ataque aos direitos individuais e civis e um ataque direto aos direitos dos trabalhadores”. Fez também o devido reconhecimento do papel da Frente no combate pela democracia: “Estou satisfeito em dizer que o PT reconhece o papel da Frente Brasil Popular. Foram vocês que nos deram fôlego e capacidade de reação. Não tem preço o que está acontecendo aqui, e nós vamos enfrentar essa luta!”.

A Frente reafirmou que não aceitará o golpe tramado por forças antidemocráticas, antipopulares e antinacionais e conclamou os movimentos civis organizados a integrararem o tradicional 1º de Maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, no Vale do Anhangabaú, centro da capital paulista, a partir das 10h. A atividade deste ano terá um caráter de assembleia popular da classe trabalhadora, que tem se mobilizado contra o golpe em curso. Para isso, o ato será composto por um momento inter-religioso, seguido pelo político, com a presença de lideranças partidárias e dos movimentos sociais e sindical, e um outro momento com shows e atrações culturais.

Estão confirmadas as participações de Beth Carvalho, Martinho da Vila, Detonautas, Chico César e Luana Hansen. Também haverá feira gastronômica, unidades móveis de atendimento, atrações para as crianças e outros serviços à população.

Serviço

1º de Maio – Assembleia Popular da Classe Trabalhadora contra o Golpe, na Defesa da Democracia e Por Nossos Direitos

Quando: Domingo (1º de Maio), a partir das 10h

Onde: Vale do Anhangabaú, em São Paulo (metrô Anhangabaú ou São Bento)

Fonte: CTB

“Vamos derrotar o golpe nas ruas”, diz manifesto da Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo

Manifesto da Frente Brasil Popular (da qual a Fenafar faz parte) e da Frente Povo Sem Medo conclama a sociedade a sair às ruas para defender os direitos dos trabalhadores, as conquistas sociais e barrar o golpe. Leia abaixo.

 

Não aceitamos o golpe contra a democracia e nossos direitos!

Vamos derrotar o golpe nas ruas!

Este 17 de abril, data que lembramos o massacre de Eldorado dos Carajás, entrará mais uma vez para a história da nação brasileira como o

dia da vergonha. Isso porque uma maioria circunstancial de uma Câmara de Deputados manchada pela corrupção ousou autorizar o impeachment fraudulento de uma presidente da República contra a qual não pesa qualquer crime de responsabilidade.

As forças econômicas, políticas conservadoras e reacionárias que alimentaram essa farsa têm o objetivo de liquidar direitos trabalhistas e sociais do povo brasileiro. São as entidades empresariais, políticos como Eduardo Cunha, réu no STF por crime de corrupção, partidos derrotados nas urnas como o PSDB, forças exteriores ao Brasil interessadas em pilhar nossas riquezas e

privatizar empresas estatais como a Petrobras e entregar o Pré-sal às multinacionais. E fazem isso com a ajuda de uma mídia golpista, que tem como o centro de propaganda ideológica golpista a Rede Globo, e com a cobertura de uma operação jurídico-policial voltada para atacar determinados partidos e lideranças e não outros,

Por isso, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo conclamam os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, e as forças democráticas e progressistas, juristas, advogados, artistas, religiosos a não saírem das ruas e continuar o combate contra o golpe através de todas as formas de mobilização dentro e fora do País.

Faremos pressão agora sobre o Senado, instância que julgará o impeachment da presidente Dilma sob a condução do ministro Lewandowski do STF. A luta continua contra o golpe em defesa da democracia e nossos direitos arrancados na luta, em nome de um falso combate à corrupção e de um impeachment sem crime de responsabilidade.

A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo desde já afirmam que não reconhecerá legitimidade de um pretenso governo Temer, fruto de um golpe institucional, como pretende a maioria da Câmara ao aprovar a admissibilidade do impeachment golpista.

Não reconhecerão e lutarão contra tal governo ilegítimo, combaterá cada uma das medidas que dele vier a adotar contra nossos empregos e

salários, programas sociais, direitos trabalhistas duramente conquistados e em defesa da democracia, da soberania nacional.

Não nos deixaremos intimidar pelo voto majoritário de uma Câmara recheada de corruptos comprovados, cujo chefe, Eduardo Cunha, é réu no

STF e ainda assim comandou a farsa do impeachment de Dilma.

Continuaremos na luta para reverter o golpe, agora em curso no Senado Federal e avançar à plena democracia em nosso País, o que passa por uma profunda reforma do sistema político atual, verdadeira forma de combater efetivamente a corrupção.

Na história na República, em vários confrontos as forças do povo e da democracia sofreram revezes, mas logo em seguida, alcançaram a vitória. O mesmo se dará agora: venceremos o golpismo nas ruas!

Portanto, a nossa luta continuará com paralisações, atos, ocupações já nas próximas semanas e a realização de uma grande Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, no próximo 1º de maio.

A luta continua! Não ao retrocesso! Viva a democracia!

Frente Brasil Popular

Frente Povo Sem Medo

Trabalhadores públicos divulgam nota contra PLP 257; CTB mobiliza categoria para barrar projeto

O Secretário do Serviço Público e dos Trabalhadores Públicos da CTB, João Paulo Ribeiro, JP, participou na última quinta-feira (7), em Brasília, da reunião do Movimento Nacional Permanente Contra o PLP 257/2016 para definir estratégias de mobilizações pela rejeição e retirada da pauta a proposição que põe em risco os direitos dos trabalhadores no serviço público. Na ocasião foi redigido um documento reafirmando a posição contrária da categoria ao projeto.

 

A CTB integra o Movimento, composto pela Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) e pelas centrais sindicais – CTB, CUT, UGT, NCST, CSB, CGTB e Central do Servidor – Pública. A central foi uma das entidades precursoras da luta contra o projeto de lei que, se aprovado, pode trazer consequências como a suspensão de concursos públicos, o congelamento de salários, não pagamento de progressões e outras vantagens (como gratificações), destruição da previdência social, revisão dos Regimes Jurídicos dos Servidores, entre outros. (saiba mais)

De acordo o dirigente da CTB, desde os governos Collor e FHC, que massacraram o funcionalismo público retirando direitos, os servidores não sofriam tamanha ameaça.

“O movimento sindical dos trabalhadores públicos voltou a protagonizar a sua luta no Brasil. Só organizamos uma mobilização como esta na época de Collor e FHC, que tiraram os nossos direitos. Agora enfrentamos nova ameaça – o governo apresentou este PLP para salvar os estados endividados, mas a medida penaliza os funcionários públicos com austeridades. Caso os governos estaduais não cumpram as metas estabelecidas, serão obrigados a realizar ações totalmente danosas à classe. A CTB defende que o Governo Federal e os estaduais chamem os trabalhadores e dialoguem, apresentando uma alternativa. Vamos pressionar os governos municipais, estaduais, os parlamentares e o Poder Executivo, que foi quem apresentou a proposta, para que retirem o PLP 257 da pauta. Os servidores não devem pagar as contas das más administrações. A CTB exige respeito para com os trabalhadores do serviço público. Não aceitaremos o PLP 257 e vamos percorrer o País com atos de protestos contra a aprovação dessa lei”, declarou JP.

No último dia 5, as centrais organizaram um grande ato contra o projeto em questão, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, com a presença de mais de 200 sindicatos representantes de servidores das esferas estaduais, municipais e federais.

Para o relator do movimento, Sebastião Soares, “o PLP 257/2016 não é solução para o equacionamento da dívida pública dos estados e municípios, ao contrário, apenas protela e agrava o problema com o alongamento do perfil da dívida, inserindo condicionantes que penalizam os serviços e os servidores públicos, as quais são inaceitáveis”.

João Paulo informou que a CTB participará de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado para debater o texto, no próximo dia 11. “Estamos totalmente mobilizados. Vamos fazer ações, inclusive de paralisação, nos dias 13 (com assembleia e atos em todos os estados) e no dia 14, em Brasília, a programação começa na Câmara, com o relançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público, organizada a pedido da CSPB. O ato tem o apoio de dois parlamentares grandiosos – uma, inclusive, militante histórica da CTB, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA). Alice está propondo a Frente junto ao senador Paulo Paim (PT-RS)”, afirmou.

O dirigente da central informou ainda que, após a reativação do comitê, a categoria permanecerá concentrada durante todo o dia no auditório Nereu Ramos, pressionando os deputados para que assumam compromisso com as reivindicações dos servidores – a principal delas, barrar a proposta que segue tramitando em regime de urgência na Casa.

Abaixo, a íntegra do documento 

Em defesa dos serviços públicos e contra o PLP 257
Mobilizações e paralisação nacional dos servidores civis e militares nos dias 13 e 14

Uma paralisação geral em todos os serviços públicos brasileiros, nos dias 13 e 14 de abril, contra a tramitação do PLP 257/2016, foi a principal deliberação da plenária nacional realizada em Brasília, dia 05 de abril, com participação de representantes de dezenas de entidade dos servidores públicos, organizada pelas centrais sindicais CUT, CTB, Nova Central, Força Sindical, UGT, CSP/Conlutas, CGTB e Pública.

Durante o ato houve várias intervenções condenando o PLP 257/2016, de autoria da presidência da República, que, a pretexto de resolver os problemas das dívidas públicas dos estados e municípios, desmonta o serviços públicos em geral, inclusive da União, com prejuízos graves para toda a população, especialmente para as camadas mais necessitadas.

Entre outros absurdos, o PLP 257 acaba com concursos públicos, escancara a terceirização generalizada e desmonta serviços públicos, congela salários e altera a Lei de Responsabilidade Fiscal em prejuízo dos entes federativos, mediante a redução do limite prudencial. É, claramente, uma proposta nefasta de privatização do Estado brasileiro, em favor dos grupos financeiros especuladores e de empresas interessadas nas terceirizações decorrentes.

Também dispõe sobre a reforma da Previdência Social com a retirada de direitos, a demissão voluntária de servidores e o fim da regra de valorização do salário mínimo. Trata-se, na verdade, de instrumento criado pelo governo federal para buscar sustentação política junto aos governadores e apoio do mercado financeiro.

Por deliberação unânime, a plenária considerou inaceitáveis os condicionamentos do projeto para a renegociação das dívidas com os estados e aprovou a imediata efetivação do Movimento Nacional Permanente Contra o PLP 257, coordenado pelas centrais sindicais que assinam o presente documento, com um conjunto de várias manifestações. Aprovou-se que a luta será pela retirada do PLP 257 da pauta do Congresso. Para isso serão feitas mobilizações e pressão contínuas junto aos parlamentares.

Também foi criada a Coordenação Nacional de Mobilizações, integrada por representantes das centrais sindicais para encaminhar e acompanhar às deliberações aprovadas, a saber:

1 – Mobilização Permanente contra o PLP 257/2016 a partir de 05/04;

2 – Integrar e apoiar a manifestação dos trabalhadores e trabalhadoras na saúde do Distrito Federal, no dia 07/04;

4 – Mobilizar nos dias 11 e 12 no Congresso Nacional, com visitas aos gabinetes dos deputados;

5 – Participar da audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, no dia 11 de abril, às 15 horas, que vai debater o PLP 257, por propositura do senador Paulo Paim (PT-RS);

6 – Dias nacionais de lutas e mobilizações nos dias 13 e 14.

6.1- Mobilizações unificadas nos estados, no dia 13, com uma concentração e marcha de servidores públicos no Distrito Federal, com marcha até o Congresso Nacional a partir das 17 horas;

6.2 – Mobilização nacional e paralisações no dia 14, com concentração, o dia todo, no auditório Nereu Ramos (Câmara dos Deputados), em Brasília, a partir das 9 horas, seguindo-se lançamento da FRENTE PARLAMENTAR EM DEFESA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS, às 10 horas.

A plenária aprovou, ainda, atividades permanentes no Congresso Nacional, inicialmente junto aos deputados, para forçar a retirada do PLP 257; atuação das entidades sindicais em seus estados para pressionar e monitorar os deputados federais e os senadores nas suas bases, além dos respectivos governadores e os prefeitos; intensa campanha nacional de divulgação, inclusive com o recurso das mídias sociais para mobilizar os servidores públicos e esclarecer a sociedade.

As entidades sindicais em luta contra o PLP 257 compreendem que a dívida pública é um grave problema e requer soluções que não sejam tão somente a penalização dos trabalhadores e da sociedade em geral, com a precarização e sucateamento dos serviços públicos. Trata-se de um tema que afeta profundamente o país e necessita ser amplamente debatido, inclusive, incorporando as representações da sociedade civil neste debate.

Por isso, as entidades representativas dos servidores e servidoras públicas, civis e militares, expressam a sua rejeição e denunciam o PLP 257, buscando apoio da sociedade contra mais este atentado que fere direitos do povo brasileiro e, ao mesmo tempo, convocam amplo movimento nacional para que os governos, federal e estaduais, retirem esse projeto da pauta do Congresso Nacional. Lembrando que, em outras épocas, a implementação de políticas neoliberais, em governos anteriores, foi rejeitada e derrotada pela unidade dos servidores públicos que, mais uma vez, não deverão permitir este retrocesso.

Brasília, 07 abril de 2016

Central Única dos Trabalhadores – CUT

União Geral dos Trabalhadores – UGT

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB

Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST

Força Sindical

Central Geral dos Trabalhadores do Brasil – CGTB

Central Sindical e Popular – CSP/Conlutas

Central do Servidor – Pública

Fonte: CTB

Ato nacional em Brasília marcha do estádio Mané Garrincha ao Congresso Nacional nesta quinta (31)

Lideranças da Frente Brasil Popular se reuniram em São Paulo para articular a Marcha para Brasília contra o golpe, que acontecerá nesta quinta-feira 31. A avaliação da Frente é que as mobilizações adquiriram papel central na resistência em defesa da democracia, contra o golpe de Estado em curso no Brasil. Em Brasília, o ato começa às 14 horas no estádio Mané Garrincha e segue em marcha até o Congresso Nacional.

O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, foi um dos participantes do diálogo. Avaliou a gravidade crescente da situação e frisou a necessidade de levar adiante os esforços pela democracia. “A rua passou a ser uma importante trincheira. O elemento que está posto é ter muita tranquilidade, pé no chão e sensibilidade. Mesmo aqueles que discordam de parte do que a gente fala precisam ser convocados. Precisamos ter atuação ampla, porque o que se ensaia por parte da elite conservadora é um agravamento ainda maior do quadro politico, apostando na instabilidade”, disse.

Como estratégia de reação, sugeriu “alcançar os setores da população que não se identificam com uma organização, mas que estão se unindo aos esforços para preservar a democracia”, como o coletivo de artistas no Rio de Janeiro ou o encontro acadêmico na PUC-SP e outras manifestações de artistas, juristas, intelectuais e movimentos populares que ocorreram espontaneamente em diversos estados do país.

A Frente acertou, como principal encaminhamento, a realização simultânea de atos em todos os estados no dia 31, não apenas em Brasília. A “Jornada Nacional Pela Democracia” terá como lema “Golpe Nunca Mais”, e deverá carregar em seu manifesto a defesa dos direitos sociais e a busca por uma nova política econômica. E divulgou um conjunto de ações para orientar os trabalhos nos estados.

Fonte: CTB

Milhões se mobilizam em defesa da democracia em todo o Brasil; ato é o maior já realizado

Em todo o Brasil, o Ato em Defesa da Democracia e Contra o Golpe levou nesta sexta-feira (18) milhões de trabalhadores e trabalhadoras para as ruas, pedindo em uníssono a manutenção do mandato da presidenta Dilma Rousseff e da posse como ministro da Casa Civil do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Organizada pela Frente Brasil Popular, a comoção atingiu ao menos 45 cidades em todo o país, incluindo todas as capitais estaduais e Brasília.

 

A maior concentração foi em São Paulo, fechando completamente a Avenida Paulista, onde por volta de 500 mil pessoas participaram do maior ato em defesa do governo até agora. Lula participou ele mesmo desse ato, assim como o prefeito da metrópole Fernando Haddad, eletrizando os militantes partidários, sindicalistas e integrantes de movimentos sociais presentes. Muitos simpatizantes dos governos petistas compareceram de forma espontânea, seguindo as muitas convocações feitas por artistas e intelectuais pela Internet. Outras capitais também registraram cifras impressionantes: Recife reuniu 200 mil pessoas, e Belo Horizonte, Fortaleza e Salvador reuniram 100 mil cada.

Ao lado de Lula, o presidente da CTB, Adilson Araújo, falou aos manifestantes sobre a história particular de sua família, que migrou da Paraíba e da Bahia para São Paulo para escapar da pobreza que assolava o Nordeste. “A história da minha vida é a história da maioria do povo brasileiro, como é a história do presidente Lula. Nós viemos para São Paulo no pau-de-arara e sofremos muito, mas conseguimos avançar porque o povo brasileiro aprendeu a votar. E aí percebemos que foi muito bom vencer essa batalha, porque a minha famíla começou a ir nos rolezinhos, a ter acesso à universidade… Mas agora, estão assustados, porque a Lava Jato está fechando milhões de empregos! É necessário que a gente possa contribuir com esse debate – querem rasgar a Constituição, querem sepultar o Estado Democrático de Direito, e quando eles conseguirem fazer isso, aí vão poder botar fim na Petrobras, botar fim no pré-sal, acabar com o salário minimo e iniciar uma onda de desemprego”, denunciou. “Vai ser muito bom tomar as ruas do Brasil para garantir a legitimidade do mandato, e fazer valer aquilo que é mais sagrado, que diz respeito a nossas vidas: a democracia, que é a nossa arma!”, concluiu.

Entre as falas de dezenas de lideranças, um tema recorrente foi a manifestação de solidariedade ao ex-presidente e sua família, alvos de ações abusivas por integrantes do Judiciário e de uma agressiva campanha de difamação. Emocionado com o tamanho do protesto, Lula pregou o entendimento entre as pessoas de pensamentos diferentes, mas alertou para a necessidade de se respeitar as regras do jogo democrático. “Esse país tem que voltar a crescer, tem que ter convívio civilizado e democrático. Perdi eleição em 1989, em 1994 e em 1998, e em nenhum momento vocês me viram ir para a rua protestar porque outro ganhou”, lembrou. “Eu não quero que o eleitor do Aécio vote em mim. Eu quero que todos compreendam que democracia é conviver com a diversidade. A maioria do povo brasileiro quer que deixem a presidenta Dilma governar, pois foi para isso que ela foi eleita”, disse, com reações muito animadas do público. Ele disse que está entrando no governo para ajudar na estabilização da política e da economia, e encerrou sua fala com a palavra de ordem “Não vai ter golpe!”, ecoada fortemente por toda a avenida.

Fonte: CTB

Atos nesta sexta (18) reunirá setores progressistas em defesa da democracia em todo o país

A Frente Brasil Popular convocou suas entidades participantes a convocar a militância para as ruas. Durante a reunião, que aconteceu na sede da Apeoesp, em São Paulo, a lideranças estimam que mais de 100 mil pessoas ocuparão a Avenida Paulista nesta sexta-feira. Em todas as capitais, também acontecerão atos. Veja abaixo calendário.

 

No espaço da metrópole paulistana, ficou acordado que a manifestação será restrita ao corredor da Avenida Paulista, tendo concentração sob o vão do MASP a partir das 17h e início das atividades às 19h. O evento contará com a presença de artistas e lideranças historicamente ligados às lutas sociais, que darão ao ato um caráter cultural. Outras grandes manifestações estão planejadas para o Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília – este último como preparação para a Marcha Unitária a Brasília, a ser realizada no dia 31.

A preocupação da Frente é fazer uma demonstração que se posicione contra a última manifestação conservadora, do dia 13. O aumento da popularidade das ideias de extrema direita nas ruas revelou a necessidade de uma contraposição efetiva por parte dos setores populares. O discurso das entidades que compõem a Frente se unifica neste sentido: contra o ultraconservadorismo crescente na discussão da política e pela manutenção da normalidade democrática.

Confira o manifesto orientador das atividades do dia 18 abaixo:

DEFENDER A DEMOCRACIA CONTRA O GOLPE

São Paulo, 11 de Março de 2016

Os movimentos sociais organizados na FRENTE BRASIL POPULAR irão mais uma vez às ruas no dia 18 de março (sexta-feira), em centenas de cidades brasileiras manifestar-se pela mudança na política econômica, em defesa da democracia e contra o golpe.

Os acontecimentos dos últimos dias são preocupantes e devem mobilizar todos e todas que valorizam a conquista da democracia como um patrimônio do país. O conservadorismo da direita, aliado ao uso político de instituições de Estado tem produzido uma profunda instabilidade econômica, social e política, além de fomentar o ódio e a intolerância, a exemplos das iniciativas desnecessárias e ilegais contra o ex-Presidente Lula.

Não admitiremos o retrocesso nos direitos do povo brasileiro. Iremos às ruas em defesa das conquistas políticas e sociais, da democracia, da liberdade e contra a tentativa de golpe em curso.

* EM DEFESA DA DEMOCRACIA, CONTRA O IMPEACHMENT

* EM DEFESA DOS DIREITOS SOCIAIS, PELA MUDANÇA DA POLÍTICA ECONÔMICA

* NÃO VAI TER GOLPE

Confira abaixo o calendário das manifestações por Estado

RJ – Rio de Janeiro

Local: Praça XV

Horário: 16h

SP – São Paulo

Local: MASP

Horário: 16h

GO – Goiânia

Faculdade de Direito da UFG

Horário: 16h

RO – Porto Velho

Local: SEEB – Bancarios

Rua Gonçalves Dias 110 Centro.

Horário: 15 horas

RO – Ji-Parana

Local: Praça Matriz

Horário: 15h

RN – Natal

Local: Midway

Às 15 horas

PR – Curitiba

Local: Praça Santos Andrade

Horário: 18h

PR -Foz do Iguaçu

Local: Praça da Bíblia

Horário: 17h

AC – Rio Branco

Local: Praça da Revolução

Horário: às 17h

PB – João Pessoa

Parque Solon de Lucena

Horário: 14h

BA – Salvador

Local: Campo Grande

Horário: 15h

CE – Fortaleza

Local: Praça da Bandeira

Horário: 14h

CE – Sobral

Praça de Cuba

Horário: 8h

ES – Vitória

Local: Em frente à Rede Gazeta/Globo

Horário: 18h

SC – Florianópolis

Local: Ticen

Horário: 16h

PA – Belém

Local: Praça da República

Horário: 17h

Distrito Federal

Local: Museu da República

Horário: 18h

MT – Cuiabá

Local: Praça Alencastro

Horário: 10h

SE – Aracajú

Local: Praça General Valadão

Horário: 15h

MG – Belo Horizonte

Local: Praça Afonso Arinos

Horário: 16h

MG – Juiz de Fora

Local: Praça da Estação

Horário: 16h

MS – Campo Grande

Local: TV Morena (afiliada da Rede Globo) – Av. Eduardo Elias Zahran 1.600

Horário: 15h

AM – Manaus

Local: Praça São Sebastião (Teatro Amazonas)

Horário: Às 16h

MA – São Luís

Local: Praça Deodoro

Horário: às 15h

AP – Macapá

16h

Em frente ao Teatro das Bacabeiras. Na Cândido Mendes.

AL – Maceió

Concentração 8h na Praça Centenário.

PI – Teresina

16h, Praça Pedro II

TO – Palmas

16h, na Avenida JK (108 norte), ao lado do colégio São Francisco.


Da redação com agências

CTB conclama entidades estaduais para grande mobilização no dia 18

Os movimentos sociais liderados pela Frente Brasil Popular, da qual a CTB faz parte da coordenação, estão mobilizando suas forças em todo o país para a realização de manifestações descentralizadas no dia 18 de março (sexta-feira). O ato servirá de intermediário para a Marcha Nacional Unficada, que levará centenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras a Brasília no dia 31.

 

“A CTB está ativa na organização do grande ato do dia 18. Realizaremos protestos nas principais capitais e cidades do Brasil, com um caráter bastante definido: pela democracia, contra qualquer tentativa golpista, pela retomada do crescimento econômico e pela defesa dos direitos dos trabalhadores e do direito previdenciário”, explicou o vice-presidente da Central, Nivaldo Santana. “Por isso achamos importante que as CTBs estaduais, as entidades sindicais filiadas e o conjunto dos trabalhadores contribuam com essa grande mobilização. O povo mobilizado, organizado e consciente será capaz de deter e superar a atual onda conservadora no nosso país”, conclamou.

A manifestação dará continuidade às várias ações promovidas em defesa da democracia desde 2013, e terá importância central na resistência contra o ato conservador do próximo domingo (13). “Temos que lutar para convencer a sociedade de que é preciso avançar, e não retroceder. Quem viveu no Brasil na época da ditadura militar, na época do projeto neoliberal, tem obrigação de participar no dia 18 para garantir nossos direitos e um Brasil democrático”, disse Celina Areas, secretária nacional de Formação e Cultura da CTB.

Para o presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Adilson Araújo, as manifestações conservadoras colocam um desafio de resposta aos movimentos sociais e sindicais brasileiros. “É evidente que se manifestar é um direito do Estado democrático, mas a incitação ao ódio, agressões, preconceito contra pobres e negros, sobretudo aos nordestinos e imigrantes, presentes naquelas organizadas pelas lideranças conservadoras, trazem de volta o racismo e a xenofobia, coisas que se enfraqueciam neste país. Penso que isso tem que ser combatido veementemente”, analisou. Para ele, trata-se sobretudo de uma tentativa de reconquista do poder por vias autoritárias, distantes do voto popular. “A direita perdeu as eleições, seria sensato esperar 2018 para disputar novamente. Nesse quadro de instabilidade, com um Congresso desmoralizado e paralisado, perdemos todos, o Brasil e o povo brasileiro”, concluiu.

Os detalhes da mobilização serão providos nos próximos dias pela Frente Brasil Popular.

Fonte: CTB

Mais direitos e mais democracia foi a reivindicação das mulheres pelo Brasil

Neste Dia Internacional da Mulher, milhares de pessoas ocuparam às ruas em todo o Brasil para exigir mais direitos, defender a democracia e denunciar o golpe. As farmacêuticas se somaram à esta luta em todo o Brasil. A Frente Brasil Popular engrossou o ato para realizar um

 esquenta para as manifestações da sexta-feira (18) novamente em todo o Brasil.

A Diretora de Mulheres da Fenafar, Soraya Pinheiro, disse que “lutamos pela democracia e pela solidificação dos direitos da mulher. Não dá mais para sermos subjugadas por uma sociedade patriarcal. Juntas somos mais fortes”. Soraya participou da manifestação em Salvador.

Houve atos no Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belém, Belo Horizonte, Fortaleza e outras cidade. Em São Paulo, mais de 10 mil pessoas se concentraram no Vão Livre do Masp, e marcharam pela avenida Paulista, destacando a luta das mulheres por igualdade no mercado de trabalho, pelo fim da violência contra as mulheres, pelo direito ao aborto legal e seguro. A pauta da Democracia e do repúdio às ações golpistas da direta em aliança com um setor do Judiciário e da mídia também esteve presente nos atos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi alvo da crítica das manifestantes, que cantavam “se a mulher se unir o Eduardo cunha vai cair”. Isso porque Cunha simboliza o ataque aos direitos sociais.

“Hoje é um dia de Luta das Mulheres por Igualdade. Um dia de lutar contra o golpe que está em curso. Esse golpe significa uma avalanche de


Para Gicélia Bitencourt, secretária da Mulher da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil de São Paulo. este ato é diferente dos outros anos justamente por causa do acirramento dos ânimos quando “sequestraram o ex-presidente Lula. As mulheres não vão aceitar que nos imponham uma ditadura novamente. Nenhum direito a menos é a nossa mensagem”. retrocessos para todas as pessoas, mas principalmente para as mulheres”, afirmou Carina Vitral, presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE).

A diretora de Relações Internacionais da Fenafar as mulheres têm dado um exemplo de luta e resistência. “Desde o ano passado temos sido protagonistas de muitas mobilizações contra a pauta conservadora que está em curso na Câmara dos Deputados. Em momentos de crise, de avanço da direita e de ataques à democracia, são as mulheres, trabalhadores, as que mais sofrem os impactos do retrocesso. Seja no campo do trabalho, porque o desemprego atinge em cheio as mulheres, seja pela redução dos direitos sociais no campo da educação, saúde, moradia, assistência social, seja nas conquistas específicas que obtivemos para avançar no direitos das mulheres, como a luta contra a violência doméstica. Por isso, nossa luta neste 8 de março não se resume às pautas históricas do movimento feministas. Estamos nas ruas para defender a democracia, a soberania nacional e nossos direitos sociais”, disse.

Da redação com agências

Nota: 8 de março: Defender a democracia, direitos sociais e mais poder para as mulheres

Veja nota da União Brasileira de Mulheres ressaltando os principais desafios deste 8 de março de 2016, momento em que o Brasil vive um ataque à democracia e ano de eleições municipais, quando é preciso aprofundar o empoderamento das mulheres.

 

Mais uma vez, ao comemorar o 8 de Março – Dia Internacional da Mulher, a União Brasileira de Mulheres convoca a sociedade às ruas em defesa da democracia, dos direitos conquistados e da construção de uma nação socialmente justa, que promova a igualdade nas condições de vida entre homens e mulheres. Defendemos o aprofundamento da democracia em nosso país!

Hoje, um Congresso de maioria conservadora e machista, presidido pelo chantagista Eduardo Cunha, quer acabar com os direitos sociais e trabalhistas do povo e das mulheres. Não admitiremos nenhum retrocesso nos direitos conquistados, seja através de alterações nas legislações ou através do corte de investimentos sociais promovidos pelo Executivo Federal. Ocuparemos as ruas para impedir qualquer retrocesso: nenhum direito a menos! Só direitos a mais!

Manteremos firme nossa defesa do projeto de país que começamos a implantar no Brasil a partir de 2003, queremos outra política econômica, que possibilite ao Governo da Presidenta Dilma voltar a investir largamente nos programas sociais e áreas estratégicas como Educação, Moradia, Saúde e Políticas para as Mulheres.

2016 será ano de eleições municipais. Eleger mulheres comprometidas com os avanços sociais e a agenda feminista é um imperativo, sobretudo no momento em que os setores conservadores e fundamentalistas religiosos sequestram os Parlamentos para destruir os direitos que nós, mulheres, conquistamos ao longo de décadas, como o aborto em casos de estupro e anencefalia, a Lei Maria da Penha e a Secretaria de Políticas para as Mulheres, criada exatamente para promover a igualdade de gênero.

Neste momento, estaremos nas ruas, nas praças, nas assembleias legislativas e câmaras municipais, empunhando as bandeiras:

1- Defesa da democracia contra o impeachment: a presidenta Dilma foi eleita com a maioria dos votos do povo brasileiro e tem direito de cumprir integralmente seu mandato. Não admitiremos que aqueles que perderam nas urnas desestabilizem a democracia brasileira com um golpe de Estado. Impeachment da presidenta não é solução para governo impopular e não há nada que pese contra a presidenta que justifique seu impedimento! O nome disso é golpe! Estamos nas ruas em defesa do Estado democrático de Direito e do mandato constitucional da presidenta Dilma.

2- Não ao ajuste fiscal e aos cortes nos gastos sociais: esta política econômica só interessa aos banqueiros! Defendemos que o Estado volte a ser o indutor do desenvolvimento, com redução dos juros, investimento em políticas sociais e transferência de renda para o Brasil voltar a crescer!

3- Fora Cunha! Exigimos a mudança na presidência na Câmara dos/as Deputados/as com a saída de Cunha: a Câmara Federal não pode ser presidida por um bandido machista, mentiroso e chantagista!

4- Reforma da mídia: o poder da mídia no Brasil está gerando distorções e graves ameaças à nossa democracia. Atacam apenas pessoas ligadas ao Governo Federal e ao PT, tentam assassinar reputações, mesmo sem provas, como é o caso do Presidente Lula, ao passo que protegem pessoas como Cunha e Aécio Neves, estes, sim, já comprovadamente corruptos. O Brasil precisa de pluralidade de opiniões e uma mídia que informe, e não uma que manipule os fatos e as opiniões de milhões de brasileiros/as. Além disso, a mídia ainda reproduz estereótipos machistas e desrespeitosos com as mulheres, por isso, defendemos a democratização dos meios de comunicação!

5- Defendendo o emprego e os direitos dos trabalhadores e das mulheres especificamente:

– Não à terceirização! A terceirização significa precarização e o fim dos direitos trabalhistas em larga escala, as maiores afetadas serão as mulheres, sobretudo as mulheres negras, que já são as mais atingidas pelo subemprego e desemprego.

– Mais emprego decente e mais equidade: redução de jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário e retirada do Banco de Horas. Aprovação do Projeto de Lei 6653/2009, o chamado PL da Igualdade, que institui salário igual para trabalho igual entre homens e mulheres.

6- Contra a Reforma da Previdência: o Governo Federal sinaliza uma Reforma da Previdência que equipara a idade de aposentadoria de homens e mulheres. Somos absolutamente contra! A razão das mulheres se aposentarem mais cedo é que ao longo de toda a vida temos dupla, às vezes tripla, jornada de trabalho. Cuidamos da casa, dos filhos, da alimentação, trabalho essencial para a sociedade, que não é pago e sequer reconhecido. Enquanto houver este brutal desnível da jornada de trabalho de homens e mulheres não há porquê a idade da aposentadoria ser igual. Comecem igualando-nos em direitos, não em obrigações! Não às mudanças na aposentadoria das mulheres!

7- Fim das violências contra as mulheres: Ampliação da rede das Casas da Mulher Brasileira e criação de mais Delegacias de Defesa da Mulher e ampliação de seu horário de funcionamento para 24h; Juizados de Violência Doméstica, Equipamento de atendimento e abrigo às mulheres, com formação dos profissionais multidisciplinares (educação, saúde, segurança, etc.), possibilitando a aplicação integral da Lei Maria da Penha!

8- Defesa da laicidade: somos um povo de muitas religiões e não é justo um grupo de deputados cristãos fundamentalistas submeterem todo o povo ao conjunto de suas convicções. Lutaremos pela reinserção do debate de gênero nas escolas e pelos direitos das mulheres decidirem se, quantos e quando terão filhos.

9- Saúde da Mulher: implementação e financiamento do Programa Nacional Integral de Saúde da Mulher e do Programa Nacional Integral de Saúde da Mulher Negra e reedição da Portaria 415 do Ministério da Saúde, que regulamenta os serviços de aborto legal e de assistência à mulher vítima de violência sexual; fim das OSs e organizações privadas na gestão da saúde e da educação. Legalização do aborto, enfrentando o aborto clandestino como um grave problema de saúde pública que adoece e/ou mata milhares de mulheres todos os anos.

10- Mais mulheres no poder e mais respeito em seu exercício: lutar para que mais mulheres se candidatem nas eleições de 2016 e que o Congresso restabeleça a cota mínima de 30% de mulheres nas chapas eleitorais!

Continuaremos mobilizadas em defesa de mais direitos, por um mundo de igualdade, contra toda opressão!

UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES