Pesquisa analisa gastos com medicamentos no Brasil

Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que a compra de medicamentos representa uma das principais fontes de despesa para os sistemas públicos de saúde. Para compreender os gastos voltados para a assistência farmacêutica no Brasil, pesquisadores de três instituições, entre elas a Fiocruz, fizeram uma análise das compras realizadas pelo governo federal no período compreendido entre janeiro de 2006 e dezembro de 2013.

 

 

O estudo, publicado recentemente na revista Plos One, se baseou no Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (SIASG), um banco de dados geral de compras, que inclui aquisições de medicamentos realizadas por todos os ministérios e outros entes da federação.

De acordo com a pesquisa, foram gastos, entre 2006 e 2013, cerca de 34 bilhões de reais. Quase 50% desse valor foram destinados a três classes de medicamentos: os imunossupressores – que são os usados no tratamento de doenças autoimunes e na preparação e manutenção de transplantes de órgãos-; os antivirais de uso sistêmico – voltados para o tratamento de Aids, herpes, influenza-; e os agentes antineoplásicos – que são os medicamentos usados no tratamento de câncer. O estudo também observou que, embora liderem o ranking das despesas, essas três categorias começaram a ser adquiridas principalmente a partir de 2009, apontando uma mudança no perfil de aquisições.

“ A análise dos dados mostra que, nos últimos anos, houve incorporação de novos fármacos à lista de medicamentos oferecidos. A mudança é positiva, pois significa que o sistema público de saúde passou a oferecer tratamentos que, até pouco tempo atrás, não estavam acessíveis para a maior parte da população”, explica Tatiana Luz, pesquisadora do Grupo de Estudos Transdisciplinares de Educação em Saúde e Ambiente da Fiocruz Minas.

O estudo também constatou que houve um aumento de 271% dos gastos, comparando o primeiro e o último ano analisados. Foram R$ 2,63 bilhões em 2006 e R$ 7,15 bilhões, em 2013. Os imunossupressores encabeçam a lista dos medicamentos que mais tiveram aumento na despesa, correspondendo a uma elevação de 25 mil por cento entre 2006 e 2013.

“ As novas drogas que entraram no mercado têm custo elevado. Isso significa que, se por um lado é possível oferecer tratamento para mais doenças, por outro, há um aumento substancial dos gastos com medicamentos Nesse sentido, é fundamental conhecer bem a demanda para que, ao comprar, os governos consigam aumentar a capacidade de negociação”, afirma a pesquisadora.

Outras categorias de fármacos também contribuíram para a elevação dos gastos gerais, como os medicamentos usados para o tratamento de diabetes, cuja despesa subiu quase 190%, e os anestésicos, que tiveram um aumento no valor total de cerca de 175%, comparando os anos de 2006 e 2013. Porém, em relação a esses dois exemplos o crescimento da despesa foi provocado pelo aumento da quantidade de itens comprados.

“ Isso reforça a importância de compreender o impacto que cada produto tem no orçamento. A ideia não é deixar de oferecer, mas conhecer bem as necessidades da população para que seja possível comprar com preço melhor”, destaca Tatiana.

O estudo envolveu pesquisadores da Fiocruz (IRR e Ensp), da Universidade Federal Fluminense e do Karolinska Institutet, na Suécia.

Leia o artigo na íntegra

Fonte: Fiocruz
Publicado em 21/06/2017

PE: Conferência de Saúde das Mulheres reivindica nenhum direito a menos

Movimentos sociais, gestores e trabalhadores da saúde de Pernambuco realizaram entre os dias 14 a 16 de junho a etapa preparatória para a 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres. Em pauta a a aprovação das propostas paa a etapa nacional e para a construção da Política de Atenção a Saúde das Mulheres de Pernambuco.

 

 

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) esteve representado na abertura da 2ª Conferência Estadual de Saúde das Mulheres de Pernambuco por Eliane Neves, integrante da comissão nacional da 2ª CNSMu. De acordo com ela, é preciso somar esforços de toda a sociedade para a realização da conferência.

“Temos que pensar em ações que fortaleçam e ampliem o direito a saúde de nós, mulheres. A conferência ocorre em um importante momento de nossa história, onde os direitos sociais estão cada vez maios ameaçados, devemos fortalecer cada vez mais o papel do controle social para a participação da sociedade nesses espaços de decisão”,disse.

A secretária da Mulheres do Estado, Sílvia Cordeiro, ressaltou que a Conferência é um instrumento não só para propor diretrizes para a política nacional de saúde das mulheres, mas também para apresentar o contexto atual da saúde das mulheres. “É preciso firmar o compromisso do controle social com o direto à saúde e ampliá-lo para as gestoras de saúde pública”, afirmou.

Para a secretária, as mulheres organizadas devem propor, por exemplo, a desvinculação da saúde da mulher com a maternidade. “Não se pode admitir que a mulher só exista na unidade de saúde se for mãe. Antes disso, há uma trajetória que também requer cuidado e atenção, como a prevenção à gravidez”, defendeu.

A Conferência teve como tema “A implementação da política estadual de saúde integral das mulheres pernambucanas: nenhum direito a menos”. O evento conta com cerca de 200 delegadas, eleitas nos processos das quatro Conferências Macrorregionais, que ocorreram no mês de maio.

Duas mulheres pernambucanas que, de acordo com o Conselho Estadual de Saúde, fazem a diferença na saúde pública foram homenageadas durante a abertura: Benita Spinelli, enfermeira que atua a mais de 30 anos na saúde pública local, e Paulette Albuquerque, médica sanitarista e ativista da educação popular na saúde.

Propostas aprovadas

Após três dias de debates, Pernambuco apresentou as doze propostas que irão integrar, junto com as dos demais estados, a Conferência Nacional de Saúde das Mulheres, que será realizada em Brasília, nos dias 17 a 20 de agosto.

Para Josilene de Menezes, integrante da comissão organizadora estadual e representante da sociedade civil, a Conferência Estadual de Saúde das Mulheres representou um momento de grande reflexão e debate sobre a política estadual de saúde das mulheres.

“Vivemos um momento muito delicado em nossa democracia. Espaços como este representam espaços de encontro com outros segmentos da sociedade, gestores, trabalhadores da saúde, para pautar as necessidades de atualização, implementação e inovação neste campo”, disse.

De acordo com Lidiane Gonzaga, da Secretaria de Saúde de PE, dialogar com os movimentos sociais é uma experiência única para o fortalecimento da política de saúde das mulheres.

“A Conferência Estadual trará, sem dúvidas, um norte para a política estadual de saúde das mulheres. É preciso que a população, representada por meio do Conselho Estadual de Saúde, possa acompanhar e fiscalizar a implementação dessas políticas. Levar adiante todo esse processo riquíssimo de discussão é fundamental para o aprimoramento da saúde no Estado”, afirma.

Das propostas elaboradas pelos quatro grupos de discussão da Conferência Estadual, 12 foram priorizadas para a etapa nacional da 2ª CNSMu. Destacam-se a ampliação dos instrumentos legais que garantam o abortamento seguro e o acompanhamento psicossocial às mulheres vítimas de violência e exploração sexual, advinda pela especulação dos grandes empreendimentos e a criação de um centro de referência em sofrimento mental desencadeado pelo trabalho. Para as participantes da Conferência, é preciso ampliar e fortalecer serviços de saúde como os Centros de Assistência Pissicossocial (CAPs), os Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e a Atenção Básica, além de atividades voltadas à saúde mental das mulheres, decorrente dos agravos relacionados ao mundo do trabalho (formal e informal), especialmente aqueles ocasionados pelo assédio econômico, moral e sexual.

Outra proposta visa garantir a capacitação periódica sobre violência à população LBT para os profissionais que trabalham na rede de atenção à violência contra as mulheres, respeitando a política nacional da população LGBTT. Uma outra propõe a promoção da a igualdade de gênero dentro dos segmentos de composição dos espaços de controle social na construção de política de saúde das mulheres.

Da redação com informação do SUSConecta
Publicado em 19/06/2017

CNS aprova documento orientador da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde

O plenário do Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou nesta sexta-feira (9) o documento orientador para a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde. O documento foi elaborado com um eixo principal e quatro subeixos temáticos, considerando as deliberações da 15ª Conferência Nacional de Saúde e do Plano Nacional de Saúde.

 

 

Ele traz um panorama sobre a vigilância em saúde nos últimos anos e apresenta uma análise da atual conjuntura brasileira e como isso pode impactar na saúde da população. Após diagramado, o documento estará disponível no site do CNS.

Ele tem como eixo principal A Política Nacional de Vigilância em Saúde e o Fortalecimento do SUS como Direito à Proteção e Promoção da Saúde do Povo Brasileiro. Os subeixos são: O Lugar da Vigilância em Saúde no SUS; Responsabilidades do Estado e dos Governos com a Vigilância em Saúde; Saberes, Práticas, Processos de Trabalhos e Tecnologias na Vigilância em Saúde; Vigilância em Saúde Participativa e Democrática para Enfrentamento das Iniquidades em Saúde.

“Esse documento é absolutamente genuíno, não temos nem na academia uma análise feita com esse escopo de preocupação. Sem dúvida vai trazer uma contribuição para o SUS muito grande”, avalia o conselheiro nacional e integrante da Comissão de Formulação e Relatoria da 1ª CNVS, Guilherme Franco Netto.

A 1ª CNVS será realizada pelo Conselho Nacional de Saúde de 21 a 24 de novembro, em Brasília. As etapas municipais e macrorregionais serão de 22 de junho a 31 de agosto e as etapas estaduais de 1º de setembro a 21 de outubro. Ela está sendo conduzida pelas comissões Organizadora e Comitê Executivo, Formulação e Relatoria, Mobilização e Comunicação.

“Estamos muito otimistas quanto à realização dessa conferência, estamos fazendo um amplo processo de mobilização e debate com a sociedade. Todos tem um papel muito importante nesta construção coletiva”, afirma o coordenador adjunto da 1ªCNVS Fernando Pigatto.

Fonte: SUSConecta
Publicado em 12/06/2017

Governo Temer anuncia fim de todas as Farmácias Populares até agosto

Ministério da Saúde alega economia e que variante do programa em convênio com redes privadas será mantida. Entidades dizem que medida dificulta acesso da população mais pobre a medicamentos

 

 

O ministério da Saúde anunciou que pretende fechar todas as unidades próprias do programa Farmácia Popular em até dois meses. Segundo cronograma divulgado nesta terça-feira (6), 95% das unidades deverão ser fechadas até julho, e o restante, em agosto. A decisão de pôr fim ao programa já havia sido tomada em março.

Leia mais: Propaganda enganosa: governo diz que vai quadruplicar acesso acabando com o Farmácia Popular

Lançado em 2004, durante o primeiro governo Lula, o programa garantia a distribuição gratuita ou com até 90% de desconto de 112 medicamentos de uso contínuo para doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e anemia. Até 2014, quando o programa completou 10 anos, mais de 38 milhões de brasileiros haviam sido beneficiados, segundo dados do próprio ministério. A rede própria, que já vinha sendo reduzida, conta hoje com 393 unidade em todo o país.

A justificativa do governo é que poderá destinar o valor “economizado” com a administração das unidades próprias – cerca de R$ 100 milhões por ano – aos estados e municípios para a aquisição de medicamentos, sem prejuízos para a população, na medida em que também seria mantida a variante do programa Aqui Tem Farmácia Popular, que oferece medicamentos gratuitamente, ou com descontos, em redes de farmácias privadas conveniadas.

O ministério da Saúde também afirma que as unidades do programa Farmácia Popular poderão ser mantidas, desde que as prefeituras arquem com os custos administrativos.

Contudo, a decisão pelo fechamento é alvo de críticas de órgãos e entidades de saúde. Ainda em maio, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendou ao ministério que interrompesse “qualquer processo de desestruturação do Programa Farmácia Popular, em especial da modalidade rede própria”.

O CNS apontou que desativação das unidades próprias visa a reduzir a participação do sistema público de saúde de modo a privilegiar os interesses do setor privado. A decisão afetaria “duramente” populações em situação de vulnerabilidade social e àquelas que vivem em áreas afastadas das periferias das grandes cidades, que não contam com unidades privadas nessas localidades.

Para Hugo Fanton, integrante da União dos Movimentos Populares de Saúde (UMPS), a medida é mais um retrocesso do governo Temer na área da saúde e vai restringir o acesso da população de baixa renda a assistência farmacêutica na rede pública. “A tendência é piorar ainda mais o acesso aos medicamentos”, afirmou.

Fonte: Rede Brasil Atual
Publicado em 09/06/2017

CNS discute Direito à Saúde em encontro do Ministério Público com movimentos sociais

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) participou, nesta quinta-feira (8), da elaboração de propostas que deverão compor um relatório em defesa da saúde pública, a ser entregue ao Ministério Público Brasileiro. O documento será formulado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), e está previsto para ser consolidado até o dia 30 de junho.

 

 

As discussões e a apresentação de propostas ocorreram durante o 4° Encontro Ministério Público e Movimentos Sociais, promovido pelo CNMP, em Brasília. O evento reuniu organizações da sociedade civil, lideranças de diferentes movimentos sociais e membros dos ministérios públicos de todos os estados brasileiros.

Com a iniciativa pretende-se fomentar o debate aberto, transparente e colaborativo entre o Ministério Público e os movimentos sociais sobre a missão constitucional do MP na efetivação dos direitos fundamentais. “Os desafios que temos que enfrentar são muito complexos e sem uma rede de parceria, diálogo e apoio de todos fica compreensível que não consigamos cumprir nossa missão. A ideia é acolher de forma mais plural possível, democrática e aberta, sugestões e críticas que possam otimizar nossa atuação”, afirma o conselheiro nacional do Ministério Público e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Fundamentais, Fábio George Cruz da Nóbrega.

O relatório pelo Direito à Saúde será composto por oito temas, entre eles o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), com destaque para a criação de mecanismos de preservação da Política Nacional da Atenção Básica (PNAB), diante do anunciado fim dos blocos de financiamento, e promoção de uma audiência pública, pelo Conselho Nacional do Ministério Público, para ampliar o debate. Ainda sobre o financiamento, o documento incluirá ações para a garantia da aplicação do mínimo constitucional.

Os outros tópicos do relatório trarão ações para Planejamento Nacional, Estadual, Municipal e Regional – com elaboração de material de apoio para o Ministério Público, com as diretrizes e instrumentos de planejamento do controle social – fiscalização e cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e incentivo à criação do Plano Nacional de Carreiras, Cargos e Salários. O documento também incluirá solicitação de mapeamento junto aos gestores de processos judiciais que demandam dispensação de medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (TOPME), entre outros.

“Acreditamos que o evento atendeu plenamente ao objetivo. Esperamos que o Ministério Público tenha cada vez mais proximidade com o CNS, com os conselhos estaduais e municipais, na garantia do direito do acesso universal, integral e igualitário da população brasileira ao SUS. É importante perceber que não estamos sozinhos”, avalia a conselheira nacional Denise Torreão Corrêa da Silva.

“O Conselho Nacional de Saúde é um órgão constitucional muito importante no processo de fortalecimento e implementação de politicas publicas de saúde. As contribuições dadas vão nos permitir fomentar uma atuação mais qualificada e fortalecida do Ministério Público Brasileiro nos seus diversos ramos”, avalia o coordenador do Fórum Nacional de Saúde (FNS) e membro da Comissão de Defesa dos Direitos Fundamentais do CNMP, Gilmar de Assis.

No encontro nacional, o CNS foi representado pelas conselheiras Priscilla Viégas, Caroline Abad e Shirley Marshal, além da conselheira Denise.

O evento se encerrará na sexta-feira (9) com o tema Combate à Corrupção. Durante uma semana as discussões temáticas abordaram os Direitos da Pessoa com Deficiência e Idosos; Combate ao Racismo, Igualdade de Gênero e LGBT; Direito à Educação. Para cada temática será produzido um relatório específico que será encaminhado ao MP. O documento também ficará disponível no site do CNMP.

Confira o vídeo produzido pelo CNMP.

Fonte: SUSConecta
Publicado em 09/06/2017

Representante do CNE apoia posição do CNS sobre ensino à distância em cursos de saúde

O conselheiro do Conselho Nacional de Educação (CNE) Yugo Okida manifestou, nesta sexta- feira (2/6), apoio à Resolução n. 515/2016 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que proíbe a aplicação do Ensino à Distância (EaD) na totalidade da carga horária dos cursos de graduação da área da saúde. Segundo a resolução, na graduação em saúde essa metodologia não deve ultrapassar os 20% já autorizados pelo Ministério da Educação (MEC).

 

 

Esse posicionamento do CNS se deu a partir do entendimento de que a graduação profissional para o SUS deve pautar-se na necessidade de saúde das pessoas e, dessa forma, requer uma formação interprofissional, humanista, técnica e de ordem prática presencial. Conforme o texto da Resolução do Conselho, essa formação deve ser “permeada pela integração ensino/serviço/comunidade, experienciando a diversidade de cenários/espaços de vivências e práticas que será impedida e comprometida na EaD”.

 

Yugo Okiba, membro da Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), foi um dos participantes da Reunião Ampliada do Grupo de Trabalho das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação da Área da Saúde. O GT foi criado pela Comissão Intersetorial de Recursos Humanos e Relações de Trabalho (CIRHRT), do Conselho Nacional de Saúde, para discutir a adequação da formação profissional às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Na reunião, realizada na sede do CNS, em Brasília, Yugo Okiba destacou que o limite de 20% para a aplicação da EaD nos cursos de saúde, previsto em portaria do MEC, contemplam adequadamente “as disciplinas teóricas que não necessitem de prática”. Conforme a Resolução n. 515/2016 do CNS, esse percentual é suficiente para o graduando experimentar a metodologia do Ensino à Distância, “tornando desnecessária uma formação em EaD para além dessa realidade”.

 

Para o presidente do CNS, Ronald Santos, “é extremamente positivo que o Conselho Nacional de Educação manifeste esse posicionamento em relação ao entendimento do Conselho Nacional de Saúde” sobre as especificidades dos cursos da área da saúde.

 

Ronald também comemorou a participação, na reunião, “de representantes de importantes entidades em uma discussão que tem como objetivo favorecer o exercício pleno, pelos cidadãos, do direito à saúde, contratado na Constituição Federal”. Participaram, por exemplo, representantes do Ministério da Educação, do Ministério da Saúde, de associações de ensino, de conselhos profissionais e de entidades representativas de trabalhadores e de estudantes.

 

Ele destacou ainda que o CNS participa das discussões sobre as diretrizes curriculares nacionais da área da saúde com base na própria Resolução n. 515/2016 do CNS. Segundo a norma, essa discussão deve ser feita com a participação das “organizações de todas as profissões regulamentadas e das entidades e movimentos sociais que atuam no controle social, para que o Pleno do Conselho cumpra suas prerrogativas e atribuições de deliberar sobre o SUS, sistema este que tem a responsabilidade constitucional de regular os recursos humanos da saúde”.

 

Fonte: SUSConectas
Publicado em 05/06/2016

Artigo: Desmonte do SUS e o fechamento de farmácias populares

O presidente ilegítimo Michel Temer oficializou através da Circular no 7/2017/DAF/SCTIE/MS de 28 de Abril de 2017 protocolada em 05/05/17, o fechamento de 393 farmácias Populares distribuídas pelo Brasil, que disponibilizam medicamentos gratuitamente ou com até 90% de desconto para a população, avançando na retirada de direitos conquistados, numa afronta a constituição federal que garante o acesso universal e integral a saúde. “Saúde, Direito de todos e Dever do Estado”.

por Madalena Margarida da Silva*

 

O Programa Farmácia Popular foi criado em 2004, através da Lei nº 10.858/2004, e autoriza a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a disponibilizar medicamentos à população, mediante ressarcimento por parte do governo. Funciona com unidades próprias, denominadas “Rede Própria (RP) e através da parceria com o setor privado varejista de medicamentos, rede Aqui Tem Farmácia Popular” (ATFP).

O Fechamento das farmácias populares faz parte das medidas de ajuste fiscal, onde o governo alega que irá economizar aproximadamente R$ 80 milhões por ano para os cofres públicos. Essa medida levará as famílias a risco maiores de agravamento de sua saúde, insegurança alimentar e acentuado empobrecimento das famílias.

A desativação das Farmácias Populares deixará de disponibilizar a população 112 tipos de medicamentos para tratamento de diabetes, hipertensão, anemia, asma, além de fraldas geriátricas e uma série de outros medicamentos, enquanto que, na rede Aqui Tem Farmácia Popular que esta sendo mantida pelo governo são 25 tipos de medicamentos. Além da menor quantidade de medicamentos disponíveis nas redes conveniadas do Aqui Tem Farmácia Popular, o/a trabalhador, aposentado/a e a população em geral terá que arcar com uma porcentagem ainda maior na compra.

Considerando que a cobertura das unidades da Farmácia Popular está voltada para os territórios e comunidades de menor renda média domiciliar, seu fechamento vai afetar principalmente as pessoas que procuram por medicamentos específicos e que não são encontrados facilmente nas farmácias conveniadas, além de tornar o acesso ao medicamento mais dispendioso para a população que terá que andar a procura de unidade em unidade de saúde tentando achar o remédio que precisa e, mesmo assim, correndo o risco de não encontrar, e ter que pagar o valor cheio em uma farmácia particular.

Essa medida é um retrocesso enorme na saúde púbica. A população de baixa renda que até então recebia medicamentos gratuitamente para hipertensão, diabetes, asma, doenças nefróticas, distúrbios de natureza psiquiátrica, e outras patologias, será penalizada com a redução de recursos, aumento nas filas no SUS, fechamento das farmácias populares, cortes de direitos e serviços de saúde e o congelamento dos recursos para saúde com a Emenda Constitucional EC95/16.

Mais uma vez fica demonstrado a ação de desmonte dos serviços públicos no Sistema Único de Saúde ao impedir o acesso aos medicamentos disponibilizados e fechar as farmácias populares, precarizando ainda mais as condições de vida da população, que não encontra no Estado, o devido amparo para o tratamento de diversas doenças e agravos. Nesse sentido a Central Única dos Trabalhadores repudia veementemente mais essa ação do atual governo golpista de Michel Temer contra os interesses da classe trabalhadora e conclama a população resistir e lutar por um Sistema Único de Saúde, Público, Universal, Integral, Digno e de Qualidade

FORTALECER O SUS É DEFENDER O DIREITO A VIDA!

NENHUM DIREITOS A MENOS!

*Madalena Margarida da Silva é Secretária Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores – CUT

Fonte: CUT
Publicado em 17/05/2017

CNS recomenda ao MS que interrompa desestruturação do Farmácia Popular

O Pleno do Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendou, em sua última Reunião Ordinária, que o Ministério da Saúde interrompa qualquer processo de desestruturação do Programa Farmácia Popular, em especial da modalidade rede própria. A recomendação sugere também que o ministério amplie o debate com o controle social no sentido de assegurar a manutenção do Programa e garantir o amplo acesso à integralidade da assistência.

Durante a reunião do Pleno, a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), que integra o CNS, entregou uma carta aberta contra o fim da modalidade Rede Própria do Programa Farmácia Popular do Brasil e um abaixo assinado com mais de 100 mil assinaturas coletadas nas unidades próprias de farmácias populares em todo o país. A decisão do colegiado amplia a discussão sobre o Programa, além de enfatizar a necessidade do debate sobre a política farmacêutica no país.

Leia a recomendação abaixo ou clique aqui para acessar.

RECOMENDAÇÃO No 013, 12 DE MAIO DE 2017

O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Nonagésima Terceira Reunião Ordinária, realizada nos dias 11 e 12 de maio de 2017, no uso de suas atribuições conferidas pela Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, pela no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, pelo Decreto no 5.839, de 11 de julho de 2006, cumprindo as disposições da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, da legislação brasileira correlata; e

considerando a Lei n.o 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e estabelece a saúde como um direito fundamental do ser humano, que apresenta como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, o trabalho, a renda, a educação e o acesso aos bens e serviços essenciais, e que é dever do Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício sob as diretrizes: universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência, integralidade e igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;

considerando a Lei no 10.858, de 13 de abril de 2004, que autoriza a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz a disponibilizar medicamentos, mediante ressarcimento, e dá outras providências; considerando o Decreto no 5.090, de 20 de maio de 2004, que regulamenta a Lei n.o 10.858, de 13 de abril de 2004, e institui o Programa “Farmácia Popular do Brasil”, que visa à disponibilização de medicamentos, em municípios e regiões do território nacional;

considerando que o Governo Federal não financiará as unidades próprias do Programa Farmácia Popular e que as unidades não mais receberão verbas da União a partir de maio e que caso os municípios optem pela manutenção das unidades, deverão arcar com os custos;

considerando que o Programa “Farmácia Popular do Brasil” garantia a distribuição gratuita ou com até 90% de desconto de 112 medicamentos para doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e anemia;

considerando que o fechamento das unidades próprias visa restringir os recursos e reduzir a participação do sistema público de saúde de modo a privilegiar os interesses do setor privado; considerando que a desativação das unidades próprias da Farmácia Popular afetará duramente a população em situação de vulnerabilidade social;

considerando que as unidades próprias da Farmácia Popular estão localizadas distantes dos bairros mais pobres, com isso, os moradores serão prejudicados, pois as unidades privadas não estão nessas localidades;

considerando que as pequenas farmácias de bairro, não dispõe da melhor estrutura para atender os usuários, e que o Governo Federal não apresenta estudo que justifique seu projeto e que demonstre os benefícios à população; e

considerando que compete ao Conselho Nacional de Saúde “atuar na formulação de estratégias e no controle da execução da Política Nacional de Saúde, na esfera do Governo Federal, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros” (Art. 10, I da Resolução n.o 407, de 12 de setembro de 2008).

Recomenda

Ao Ministério da Saúde que interrompa qualquer processo de desestruturação do Programa Farmácia Popular, em especial da modalidade rede própria, e amplie o debate com o controle social no sentido de assegurar a manutenção do Programa e a garantia de amplo acesso à integralidade da assistência.

Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Nonagésima Terceira Reunião Ordinária, realizada nos dias 11 e 12 de maio de 2017.

Fonte: CNS
Publicado em 17/05/2017

Comissões da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde reúnem-se em Natal

As comissões criadas para discutir e organizar as etapas preparatórias da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (CNVS) reuniram-se nos dias 30 de abril e 1º de maio, em Natal. A conferência é conduzida pelas comissões Organizadora e Comitê Executivo, Formulação e Relatoria, Mobilização e Comunicação. Elas são compostas por representantes de diferentes entidades que compõem o Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Os presentes discutiram estratégias de trabalho, comunicação e mobilização para a 1ª CNVS e também fizeram o debate sobre a construção do documento orientador, que tem como eixo as deliberações do Conselho Nacional de Saúde (CNS). “Vamos discutir a vigilância em saúde no contexto do fortalecimento do SUS e do acesso aos direitos à saúde, visando fazer com que vigilância tenha papel mais destacado no contexto das práticas de saúde pública”, afirma o conselheiro nacional e integrante da Comissão de Formulação e Relatoria da 1ª CNVS, Guilherme Franco Netto.

O documento orientador será estruturado em cinco partes, sendo um eixo transversal, que discute desenvolvimento da vigilância no âmbito da saúde, mas também a conjuntura atual e os desafios que estão colocados para fazer com que ações de vigilância tenham mais impacto em beneficio da saúde da população. O documento será submetido à aprovação do pleno do CNS nos dias 11 e 12 de maio.

As reuniões ocorreram durante as atividades do 3º Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão em Saúde, organizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO). “Ter realizado estas reuniões durante o 3º Congresso da Abrasco possibilitou o próprio processo de mobilização para a conferência nacional. Vários atores que debatem esta questão estão presentes aqui e serão multiplicadores da nossa conferência”, avalia o conselheiro nacional, integrante da Comissão de Mobilização e Comunicação e coordenador adjunto da 1ª CNVS, Fernando Pigatto.

1ª CNVS

A conferência nacional será realizada entre os dias 21 e 24 de novembro, em Brasília. O tema central da 1ª CNVS é “Vigilância em Saúde: Direito, Conquistas e Defesa de um SUS Público de Qualidade”. O objetivo é estender as discussões em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e desenvolver ações para a construção de uma Política Nacional de Vigilância em Saúde.

Oficinas, seminários e conferências livres já estão ocorrendo, em diferentes locais, para fortalecer o debate. A conferência será precedida por etapas municipais e macrorregionais, de 22 de junho a 31 de agosto, e etapas estaduais, de 1º de setembro a 21 de outubro.

Atos contra a PEC 55 foram reprimidos com truculência

Foram milhares de pessoas em todo o país que saíram às ruas nesta terça-feira, 13, para dizer NÃO ao congelamento dos investimentos públicos em Saúde e Educação por 20 anos.

 

A manifestação — assim como a Saúde e a Educação — são direitos conquistados e inscritos na Constituição Federal de 1988. E assim como a aprovação da PEC 55 é inconstitucional porque viola o direito à Saúde e à Educação e o papel do Estado como garantidor destes direitos, também a truculência da Polícia Militar aos manifestantes viola o direito à liberdade de expressão prevista no artigo 5º da nossa Constituição.

Nos últimos 6 meses a escalada de ataques aos direitos constitucionais, às leis trabalhistas, à liberdade de expressão e as ações midiáticas/policialescas do Judiciário que ignoram a presunção da inocência, o devido processo legal, o direito à defesa e tantos outros, desfiguraram o caráter democrático do estado e instauraram no país um Estado de Exceção.

A Frente Brasil Popular do Distrito Federal divulgou nota pública para condenar a “operação de guerra” contra os manifestantes.

 

A Frente Brasil Popular também informou que “por força da mobilização as denúncias baseadas na ditatorial Lei de Segurança Nacional não foram implicadas a nenhum(a) detido/a. Não há nenhum processo penal em curso contra estas pessoas, até o momento”, anunciou, denunciando a tentativa dos agentes policiais de aplicar a lei aos manifestantes. Às 5h30 da manhã desta quarta-feira (14) foi liberada a última pessoa encarcerada no Departamento de Polícia Especializada (DPE) em função do protesto contra a PEC do fim do mundo ocorrida em Brasília. Leia abaixo a íntegra da nota.

Calar Jamais

No esforço de denunciar as violações contra a liberdade de expressão, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – entidade da qual a Fenafar é filiada — lançou em 18 de outubro a campanha Calar Jamais. Nesta semana, para lembrar o Dia Internacional de Direitos Humanos, comemorado em 10 de dezembro, o FNDC lançou o segundo vídeo da campanha de denúncias.

Leia a íntegra da nota:

A FRENTE BRASIL POPULAR DF condena a operação de guerra dos governos de Michel Temer e Rodrigo Rollemberg, por meio da PMDF, da Polícia Legislativa, do Gabinete de Segurança Institucional e do Ministério da Justiça, contra a manifestação de repúdio à retirada de direitos.

Cerca de três mil manifestantes foram reprimidos pelo aparato militar, que colocou 2 mil soldados, com tropa de choque, cavalaria e armamento pesado, contra movimentos populares da cidade e do campo, sindicalistas e estudantes.

A repressão colocou uma barreira na altura da Catedral para constranger os manifestantes e impedir que chegassem mais próximos do Congresso. E se aproveitou de uma confusão isolada para atacar, reprimir e dispersar o ato.

Diante da violência do aparato militar, a maioria dos manifestantes recuou,

minoria resistiu. A polícia avançou, jogando bombas, balas de borrachas e ocupando espaços com cavalaria, carros e batalhões. Na confusão, jovens black blocs cometeram excessos, o que cria um círculo vicioso de violência. Estamos levantando o número de manifestantes presos e acompanhando por meio da rede de advogados populares.

Um governo ilegítimo e constituído por meio de um golpe não tem como conviver com manifestações democráticas. O direito de manifestação está em suspensão em Brasília.

O plano do governo Temer é fechar a Esplanada e impedir protestos para impor o programa neoliberal, independente do clamor das ruas. O governador Rollemberg é conivente com as aspirações autoritárias do governo golpista e atua na linha de frente da repressão.

Precisamos resistir ao avanço do Estado de Exceção. Vamos intensificar a resistência ao programa de retirada de direitos, destruição do Estado social, privatizações e desnacionalização dos nossos recursos naturais.

FRENTE BRASIL POPULAR DF

Da redação