Raia Drogasil responde com descaso à proposta de negociação coletiva revelando desrespeito com a categoria.

A Raia Drogasil recusou integralmente a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho apresentada pelo Sindicato dos Farmacêuticos do Rio de Janeiro (Sinfaerj), construída de forma democrática com a participação de quase duzentas farmacêuticas e farmacêuticos.

A resposta do sindicato patronal, por meio de seu advogado, foi curta, ofensiva e discriminatória, revelando o desprezo com que a empresa trata suas trabalhadoras:

“Após analisar a proposta do Sindicato Laboral, informo que a proposta foi recusada. Sendo assim reitero que a proposta patronal é pagar a insalubridade em troca do domingo da mulher.”

O comunicado patronal revoltou a categoria, especialmente por tentar trocar um direito social histórico, o descanso aos domingos, pelo adicional de insalubridade, o que o sindicato considera uma manobra inaceitável.

A proposta rejeitada pelos patrões havia sido elaborada após uma assembleia de quatro horas, em que cada cláusula foi discutida, debatida e votada pelos profissionais. O texto refletia as principais reivindicações da categoria, incluindo reajuste salarial digno, valorização profissional, respeito às mulheres e melhoria das condições de trabalho.

Para o Sinfaerj, a resposta da empresa expõe a contradição entre o discurso público da Raia Drogasil, que se apresenta como uma empresa que “cuida de pessoas”, e sua prática real, marcada pela falta de diálogo e pela desvalorização das trabalhadoras.

“A categoria demonstrou união e disposição para negociar. O que falta agora é respeito do outro lado da mesa”, afirma a direção do Sinfaerj.

A Fenafar manifesta apoio total ao Sinfaerj e destaca que não há negociação legítima sem respeito, valorização e dignidade no trabalho. Estamos mobilizados, defendendo os direitos das farmacêuticas e farmacêuticos e denunciando práticas patronais abusivas.