Pactuação da Política Nacional de Assistência Toxicológica na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) do SUS

Nota de Celebração pela Pactuação da Política Nacional de Assistência Toxicológica na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) do SUS

É com grande satisfação que celebramos a pactuação, na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) do SUS, da Política Nacional de Assistência Toxicológica (PNAT). Este marco histórico é resultado de décadas de luta e articulação de entidades da saúde, e consolida o compromisso do Sistema Único de Saúde com a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das intoxicações no Brasil.

Um caminho de lutas e conquistas

A demanda por uma política nacional específica para a área toxicológica tem raízes profundas. A 1ª Conferência Nacional de Saúde Ambiental, realizada em 2009, já colocava a questão das intoxicações como pauta urgente, destacando a necessidade de ações integradas para proteger a população dos riscos de agrotóxicos, produtos químicos e outras substâncias tóxicas.

Ao longo dos anos, entidades como a Associação Brasileira de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (ABRACIT), Sociedade Brasileira de Toxicologia (SBTox), a Federação Nacional dos Farmacêuticos (FENAFAR) e o Conselho Nacional de Saúde (CNS) mantiveram a bandeira erguida, pressionando por uma regulamentação que garantisse recursos, estrutura e diretrizes claras para a assistência toxicológica em todo o país.

Um passo decisivo foi dado com a Lei 14.715/2023, que alterou a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/1990) e explicitamente incluiu a competência do SUS para formular e executar políticas de informação e assistência toxicológicas, além de gerenciar a logística de antídotos. Esse arcabouço legal abriu o caminho para a construção da política que agora é pactuada.

O papel estratégico dos CIATox no centro da política

A Política Nacional de Assistência Toxicológica reconhece, em sua essência, o papel estratégico dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox). Esses centros são a linha de frente no atendimento a emergências toxicológicas, oferecendo orientação especializada 24 horas por dia, apoio ao diagnóstico e manejo clínico de intoxicações.

A recente crise envolvendo a contaminação por metanol em bebidas alcoólicas, por exemplo, evidenciou a importância da atuação rápida e especializada desses centros. A pactuação da PNAT na CIT visa justamente fortalecer e integrar a rede de CIATox, assegurando financiamento, capacitação e suporte tecnológico para que possam cumprir sua missão de salvar vidas em todos os territórios.

Uma conquista coletiva para o SUS

A pactuação desta política na CIT – fórum máximo de pactuação federativa do SUS – simboliza um acordo tripartite (União, estados e municípios) em torno de uma saúde pública mais segura e resiliente. Ela materializa o esforço conjunto de gestores, profissionais de saúde, pesquisadores e movimentos sociais.

Agora, com as diretrizes nacionais pactuadas, espera-se a publicação da portaria ministerial que formalizará a PNAT, definindo os mecanismos de financiamento, a organização da rede de atenção e as estratégias de vigilância toxicológica.

Conclusão

Celebramos, portanto, não apenas a assinatura de um documento, mas a concretização de um sonho coletivo. A Política Nacional de Assistência Toxicológica fortalece o SUS como sistema universal e integral, capacitando-o para responder com agilidade e qualidade às emergências toxicológicas, cada vez mais presentes em nosso cotidiano.

Que este seja um passo decisivo para reduzir a morbimortalidade por intoxicações no Brasil e para consolidar a toxicologia como área essencial da saúde pública.

Saudações sanitárias,

ABRACIT, SBTox, FENAFAR, CNS e todos os parceiros que construíram esta vitória.

Data: 19 de dezembro de 2025