Nota de Repúdio: Vídeo Infantil no YouTube retrata farmacêuticos de forma pejorativa 

A Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), entidade que representa os sindicatos dos farmacêuticos do Brasil, expressa seu profundo repúdio ao vídeo infantil publicado no YouTube, que retrata os farmacêuticos de maneira negativa e ofensiva.  

No vídeo, um farmacêutico é representado como um “lobo mau” que distribui medicamentos falsificados e é preso pela polícia. Além disso, o vídeo sugere que a única solução para dores é procurar um médico, desvalorizando o papel essencial do farmacêutico. 

Esse tipo de conteúdo é inaceitável, pois desrespeita a imagem dos profissionais dedicados à promoção da saúde e ao bem-estar da população. A disseminação de informações falsas e prejudiciais contribui para a desinformação e a desvalorização da profissão farmacêutica, influenciando negativamente tanto crianças quanto pais que consomem esse tipo de conteúdo. 

A situação é ainda mais inadmissível diante da proximidade das comemorações, no dia 8 de agosto, dos 10 anos da aprovação da Lei 13.021/2014, um marco que redefiniu a farmácia como estabelecimento de saúde e não apenas um comércio.  

Essa conquista é fruto de uma intensa luta dos farmacêuticos em defesa de seu papel como agentes de saúde essenciais para garantir a saúde e o bem-estar da população. A lei reconhece a farmácia e seus profissionais como integrante do Sistema Único de Saúde (SUS) e exalta a profissão. O vídeo em questão, vai na direção contaria.  

Portanto, não é tolerável que uma produtora de vídeos infantis, sem conhecimento, retrate farmacêuticos de forma tão negativa. A Fenafar, aliada as demais entidades estuda medidas jurídicas cabíveis para que o vídeo seja retirado da plataforma, garantindo o devido respeito e valorização da profissão farmacêutica. 

Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) 

Fenafar e sindicatos filiados divulgam Carta Aberta para Candidatos(as) nas eleições municipais 2024

A Carta Aberta aos candidatos(as) nas eleições municipais de 2024 foi discutida e aprovada durante a reunião do Conselho de Representantes da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) realizada no Rio de Janeiro, nos dias 4 e 5 de julho de 2024.
 
É resultado de um esforço coletivo dos sindicatos filiadas à Fenafar, que buscaram consolidar suas demandas e proposições em favor de uma Política de Assistência Farmacêutica mais eficaz e inclusiva. O documento foi elaborado em um contexto de profunda reflexão sobre as necessidades e desafios enfrentados pela categoria farmacêutica e pela população em geral.
 
A Carta Aberta reflete a importância da participação cidadã e do voto consciente, destacando a necessidade de eleger candidatos comprometidos com os princípios constitucionais, com o SUS e com a melhoria das condições de vida da população.

O documento completo está disponível aqui.

Principais bandeiras destacadas:

  1. Valorização e dignidade do trabalho farmacêutico: Fortalecimento do atendimento público e criação de condições de trabalho dignas para os profissionais da saúde, destacando a importância do cuidado a quem cuida.
  2. Implementação da Política de Assistência Farmacêutica Municipal: Garantia dos direitos e princípios fundamentais para o acesso à saúde, conforme estabelecido na Constituição Federal e na Lei nº 8.080/90.
  3. Revisão periódica da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME): Atendimento às necessidades epidemiológicas e promoção do uso racional de medicamentos.
  4. Ampliação do acesso a medicamentos essenciais: Garantia de produtos seguros, eficazes e de qualidade, promovendo o uso racional e resguardando os princípios de equidade e justiça social.
  5. Cumprimento das normas sanitárias e éticas: Respeito às pessoas e profissionais, assegurando a cidadania.
  6. Plano Municipal de Saúde e Assistência Farmacêutica: Fortalecimento da distribuição de medicamentos nas unidades de saúde, programas de farmácia popular e plantas medicinais, e cumprimento das boas práticas farmacêuticas.
  7. Fomento à vigilância sanitária: Melhoria da fiscalização e combate às infrações sanitárias no setor público e privado.
  8. Consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS): Articulação dos entes federados e construção participativa do Plano Municipal de Saúde.
  9. Adequado financiamento da saúde: Transparência na gestão e fiscalização dos recursos destinados à saúde.
  10. Fortalecimento da democracia e controle social: Restabelecimento da gestão participativa e respeito às deliberações das conferências e conselhos de saúde.
  11. Promoção e prevenção em saúde: Acesso à alimentação adequada, atividades físicas, lazer, transporte público e cuidado variado.
  12. Reorganização da atenção básica: Fortalecimento da estratégia de saúde da família e imunizações.
  13. Vigilância em Saúde: Garantia de concursos públicos e participação dos farmacêuticos na equipe de saúde.
  14. Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS): Ampliação da oferta de terapias no SUS e promoção da autonomia e autocuidado.
  15. Saúde mental: Fortalecimento da rede de atenção psicossocial e educação permanente dos profissionais.
  16. Regionalização das especialidades: Facilitação do acesso às especialidades para comunidades distantes.
  17. Desprecarização das condições de trabalho: Melhoria das condições de trabalho e realização de concursos públicos.
  18. Mesas de negociação do SUS: Definição de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários.
  19. Estruturas físicas e equipamentos adequados: Melhoria das unidades de trabalho farmacêuticas.
  20. Capacitação técnica dos farmacêuticos: Incentivo à atualização dos conhecimentos.
  21. Dotação orçamentária específica: Gestão para alocação de recursos nas ações de Assistência Farmacêutica.
  22. Desenvolvimento regional: Apoio à produção local e competitividade tributária.
  23. Combate às fake news: Valorização da ciência e fortalecimento das instituições de ensino e comunicação comunitária.

Fenafar e seus sindicatos filiados reafirmam seu compromisso com a democracia, a saúde pública e a valorização dos profissionais farmacêuticos, defendendo uma política de saúde que priorize a vida e os direitos dos cidadãos. #EmNossasMãosEstáODestinoDaDemocracia

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS FARMACÊUTICOS E SINDICATOS FILIADOS

Fenafar em defesa dos Farmacêuticos que atuam na Ebserh

Na quarta-feira, 17, a diretora da Fenafar, Maria Cristina Ramirez, participou de uma importante reunião em Brasília, realizada no Ministério do Trabalho. O encontro teve como objetivo tratar da situação de diversos profissionais, entre os quais os técnicos em laboratório e técnicos em farmácia, que atuam na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e estão sendo impedidos de acumular dois cargos públicos.

Durante a reunião foi solicitada a prorrogação da data limite para a opção dos cargos, que atualmente está prevista para encerrar em 1º de agosto. Essa prorrogação é necessária para permitir que os trabalhadores afetados tenham mais tempo para ajustar suas situações sem prejuízos.

Também foi solicitada uma reunião de mediação conjunta entre os ministérios do Trabalho, da Educação e da Saúde. Esta reunião também deverá envolver o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), buscando uma solução integrada e coordenada para a questão.

Maria Cristina Ramires garantiu que a Fenafar, segue firme na defesa dos direitos dos técnicos em laboratório e técnicos em farmácia da Ebserh. “Continuaremos trabalhando na busca das garantias de que esses profissionais possam exercer suas funções de maneira justa e digna, sem serem prejudicados por impedimentos burocráticos.”

Além da Fenafar, a reunião contou com a presença de representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde (CNTS) e da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE).

O Presidente da CNTS, Valdinei Castagna, se comprometeu a entrar em contato com o Ministério da Educação (MEC) para confirmar uma reunião que estava pré-agendada para o mesmo dia, mas que não foi confirmada.

Além disso, foi sugerido estabelecer contato com o Ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, para auxiliar nas próximas ações e garantir o apoio necessário.

Assalto em farmácia e violência sexual à farmacêutica gera mobilização por mais segurança

Na madrugada da última quarta-feira (10), uma farmacêutica foi vítima de um assalto seguido de abuso sexual em seu local de trabalho, a DROGARIA SÃO PAULO em Jacareí, interior de São Paulo. O caso, que tem gerado grande repercussão na imprensa, está sendo investigado pela Polícia Civil. Até o momento, ninguém foi preso.

De acordo com notícias veiculadas, o criminoso entrou na farmácia armado por volta de 0h40 e anunciou o assalto. O atendente foi levado até a sala da gerência e obrigado a permanecer lá, enquanto a farmacêutica foi levada para outra sala, onde o criminoso cometeu a violência sexual. Após o crime, o homem roubou cerca de R$ 1,4 mil em dinheiro e dois celulares.

O Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (SINFAR-SP) emitiu uma nota de solidariedade à vítima, e já teve uma reunião com a empresa. A presidenta do SINFAR-SP, Renata Gonçalves, destacou a gravidade do ocorrido e a necessidade de medidas urgentes para garantir a segurança das(o)s profissionais. “Infelizmente, o caso não é isolado e tem trazido muita preocupação. O tema será pautado na próxima reunião de negociação com o SINCOFARMA-SP.”

Renata salienta que o SINFAR-SP tem solicitado, ao longo dos anos, que o sindicato que representa os patrões inclua na Convenção Coletiva de Trabalho cláusula com procedimento em caso de roubo, sequestro ou cárcere privado, em defesa da(o) profissional farmacêutica(o). “O que queremos é segurança para os farmacêuticos já! É preciso tratar do tema com a seriedade que ele se impõe”, afirmou a presidenta.

A Federação Nacional dos Farmacêuticos (FENAFAR) também se posicionou sobre o caso, expressando seu apoio à farmacêutica e ao SINFAR-SP. O presidente da FENAFAR, Fábio Basílio, ressaltou a importância de ações concretas para proteger as(os) profissionais da categoria. “É inaceitável que os farmacêuticos, que desempenham um papel crucial na saúde pública, sejam submetidos a situações de risco extremo como essa.”

A FENAFAR apoia integralmente as ações e reivindicações do SINFAR-SP e cobra respostas imediatas da DROGARIA SÃO PAULO do SINCOFARMA-SP e da ABRAFARMA para garantir a segurança nas farmácias. “Não podemos permitir que episódios como este se repitam. Exigimos que as empresas garantam condições dignas e seguras de trabalho para todos os farmacêuticos do país”, declarou Fábio.

A FENAFAR alerta todas(os) os (as) profissionais farmacêuticas(os) do Brasil para a gravidade deste fato e ressalta a necessidade de exigir das empresas medidas efetivas de segurança. É essencial que as(os) farmacêuticas(os), em todo o país, fiquem atentos e mobilizados para garantir ambientes de trabalho seguros.

A FENAFAR e o SINFAR-SP reafirmam seu compromisso de continuar lutando por melhores condições de trabalho e segurança para as(os) farmacêuticas(os), e se colocam à disposição da profissional vítima da violência, oferecendo todo o suporte necessário neste momento.
Ascom Fenafar

Acordos Coletivos de Trabalho

Nesta seção, serão registradas e atualizadas todas os últimos Acordos Coletivos de Trabalho celebradas por estado e por empresa. É essencial que todos os sindicatos façam o upload de suas convenções mais recentes para que os demais possam acompanhar e, ao realizarem negociações em seus respectivos estados e empresas, possam negociar com uma padronização nas cláusulas econômicas e sociais.

Farmácia Popular: programa, passa a oferecer 95% dos medicamentos e insumos de forma gratuita 

Em solenidade realizada na quarta, 10, o Ministério da Saúde anunciou a ampliação do Programa Farmácia Popular (PFP), que este ano completa 20 anos. A Ministra da Saúde, Nísia Trindade anunciou que partir de agora, 95% dos medicamentos e insumos passam a ser oferecidos gratuitamente, consolidando o compromisso do governo com a saúde e o cuidado dos brasileiros.  

A Fenafar, participou da solenidade em Brasília, representada pela vice-presidenta, Débora Melecchi e pelo secretário Dalmare de Oliveira Falcão e Sá. O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto e o diretor do Departamento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde e de Inovação para o SUS, Leandro Safatle, também estiveram presentes para celebrar essa importante novidade. 

Iniciativa proposta pelo Controle Social, aprovada no CNS, juntamente com a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, o Programa Farmácia Popular foi criado em 2004, durante o primeiro mandato do presidente Lula e se destaca por sua abrangência e impacto social. 

Em 20 anos, mais de 70 milhões de pessoas foram atendidas, acessando medicamentos para diabetes, hipertensão, asma, osteoporose e contraceptivos. Agora, a lista inclui também remédios para colesterol alto, doença de Parkinson, glaucoma e rinite, beneficiando diretamente cerca de 3 milhões de usuários. 

O PFP também contribui para a economia brasileira, permitindo que os usuários economizem até R$ 400 por ano em medicamentos. Com o aumento do orçamento para R$ 5,1 bilhões em 2024, o PFP continua a crescer e a fornecer suporte para a população. 

O evento destacou o importante papel desenvolvido pelo Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde (DAF/MS) na implantação e expansão do programa, assim como no desenvolvimento da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, que há 20 anos é responsável pelos avanços na saúde pública e melhoria da qualidade de vida de milhões de brasileiros. 

Em 2022, o programa enfrentou o risco de corte de 60% no orçamento, uma ameaça revertida pelo governo atual, que aumentou significativamente os recursos destinados ao PFP, assegurando sua continuidade e expansão. Esse reforço orçamentário reflete o compromisso do governo em manter e ampliar o acesso a medicamentos essenciais, especialmente para os mais vulneráveis. 

Conselho de Representantes define ações para o segundo semestre

O segundo dia do Conselho de Representantes da Fenafar, realizado no dia 5 de julho, no Rio de Janeiro, deu continuidade aos debates iniciados no dia anterior. A manhã começou com a realização de debates dos seis Grupos de Trabalho (GTs) para estabelecer as ações prioritárias de cada segmento para o segundo semestre de 2024.

O GT de Mulheres apontou a necessidade de intensificar a enquete sobre o perfil da categoria e a violência no mercado de trabalho, além de divulgar os resultados e promover ações educativas e preventivas. Também foi proposta a criação de uma cartilha sobre assédio e violência contra a farmacêutica e a orientação das profissionais sobre onde procurar ajuda. Diversos eventos foram programados em datas significativas, como o Agosto Lilás e o Dia Nacional da Consciência Negra, para aumentar a conscientização sobre esses temas.

Os GTs Negociação e Organização abordaram a importância de disponibilizar as Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) e Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) dos estados no site da Fenafar, buscando uniformizar cláusulas de avanços conquistados. Os GTs propuseram a realização de um encontro das assessorias jurídicas para a discussões de ações conjuntas. O grupo também enfatizou a necessidade do fortalecimento de parcerias com entidades trabalhistas e profissionais para o cumprimento de CCT´s e ACT´s e firmar contratos de risco para cobranças judiciais das contribuições.

Os GTs de Formação e Educação trabalharam de forma conjunta e propuseram a realização de um debate sobre a relação entre educação e trabalho com a produção de um documento base e buscando aglutinação outras entidades ao movimento. Além disso, destacou-se a necessidade de resgatar o protagonismo das entidades estudantis e realizar uma atividade da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) no Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas (ABCF) em novembro.

O GT de Comunicação propôs a realização de uma campanha lembrando os 10 anos da Lei 13.021/14 e um encontro das equipes de comunicação dos sindicatos para discutir ações de mídias. Também foram propostas campanhas de divulgação das cláusulas econômicas e sociais estabelecidas em ACTs e CCTs, a realização de lives mensais sobre temas das relações de trabalho e a padronização da comunicação dos sindicatos.

Congresso da Fenafar

O Conselho de Representantes da Fenafar debateu e aprovou a realização do 11º Congresso da Fenafar, em Minas Gerais, na cidade de Ouro Preto entre 21 e 24 de agosto de 2025. Houve um relato, sobre a visita técnica na Universidade de Ouro Preto e a reunião com a reitora para viabilizar a estrutura do evento, considerando aspectos como hospedagem, transporte e alimentação.

O último ponto de pauta do Conselho de Representantes abordou a participação social e as conferências nacionais agendadas para 2024. Ronald Ferreira dos Santos, Coordenador-Geral de Articulação na Secretaria Nacional de Participação Social, destacou a capacidade de intervenção dos farmacêuticos em diversos espaços, mencionando conferências nacionais sobre gestão do trabalho e educação na saúde, meio ambiente, direitos humanos, igualdade racial, LGBTQIA+ e agroalimentar.

Conselho de Representantes da Fenafar: Confira como foi o primeiro dia 

Nos dias 4 e 5 de julho de 2024, o Conselho de Representantes (CR) da Fenafar se reúne no Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro para discutir importantes temas relacionados à categoria farmacêutica e à saúde pública no Brasil.

O primeiro dia de debates foi marcado por discussões profundas e decisões estratégicas, buscando fortalecer os sindicatos em todo o Brasil e promover avanços importantes para a classe farmacêutica.

Veja como foi o segundo dia do CR

Após a saudação inicial de boas-vindas do presidente, Fábio Basílio e do primeiro vice-presidente Fenafar, André Nunes Cavalcante, iniciou-se uma mesa-redonda que teve como tema a “Política, Economia e Saúde no Brasil: Desafios e Perspectivas para os Profissionais da Saúde”.

Os debatedores, Paulo Sérgio Farias – Presidente da CTB/RJ e Eliane Cruz – Doutora em Bioética e Coordenadora Setorial Nacional de Saúde do PT destacaram a necessidade de revitalizar o movimento sindical, explicando que a falta de recursos tem enfraquecido as organizações. A importância de esclarecer a população sobre o papel dos sindicatos e de desenvolver ações que fortaleçam a mobilização social e política também ficou evidente. 

Também foram feitas algumas considerações sobre a baixa taxa de sindicalização. Após as falas dos palestrantes, os participantes discutiram estratégias para reverter essa tendência, indo além do diagnóstico e explorando outras causas adicionais.

A necessidade de construir uma força social e política robusta foi destacada, com ênfase em usar o patrimônio político dos sindicatos para dialogar com outras instituições e mobilizar a categoria para influenciar processos políticos, como eleições municipais e conferências.

Como encaminhamento foi sugerida a elaboração de uma carta dirigida aos candidatos nas Eleições 2024 contendo pautas sindicais e de saúde e as reivindicações dos farmacêuticos  

No segundo debate do dia, o foco foi em Projetos de Lei de interesse da categoria e da saúde. Os participantes discutiram uma série de PLs que impactam diretamente os farmacêuticos e a saúde pública. Entre os projetos discutidos, destacaram-se: 

  • PL 1559/2021: Estabelece o piso salarial dos farmacêuticos. 
  • PL 5414/2016: Proíbe cursos de EAD na área de Saúde. 
  • PL 4381/2021: Obriga a inclusão do farmacêutico na Estratégia de Saúde da Família. 
  • PL 5363/2020: Propõe a figura do farmacêutico remoto, retirando-os das farmácias. 
  • PL 4135/2012: Regulamenta a assistência técnica farmacêutica no SUS. 

Os debates enfatizaram a necessidade de maior protagonismo e mobilização em torno dessas questões legislativas. Os participantes acordaram que é importante ampliar o trabalho dos sindicatos junto ao Congresso Nacional 

Durante a tarde, os debates continuaram com foco nos Acordos e Convenções Coletivas. Foram discutidos os desafios enfrentados pelos sindicatos em diversas regiões do país. Houve destaque para a necessidade de comunicação eficaz entre os sindicatos e os farmacêuticos e a importância de compartilhar informações coletivas de cada estado. A defesa dos direitos dos farmacêuticos foi reafirmada como função principal dos sindicatos. 

O último debate do dia abordou a situação financeira dos sindicatos e da Fenafar após as contribuições assistenciais. Foram apresentadas planilhas e discutidas estratégias para melhorar a gestão financeira. A importância da solidariedade entre os sindicatos foi destacada, com sugestões para partilhar experiências positivas e apoiar as ações necessárias para facilitar os processos nos sindicatos. 

30 anos do 1º Congresso da Fenafar

Em julho de 1994, há exatos 30 anos, a cidade de Praia Grande, litoral sul de São Paulo, sediou o 1° Congresso da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar). Com o tema “A saúde do Brasil tem remédio?”, o congresso foi um marco histórico na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e na valorização do farmacêutico como profissional essencial no desenvolvimento, fabricação e dispensação de medicamentos.

Gilda Almeida, foi reeleita presidente da entidade durante o 1º Congresso marcado pelo avanço na democracia interna da entidade e na construção de uma representação mais inclusiva e abrangente. O congresso abordou questões cruciais da saúde, política sindical e conjuntura política, estabelecendo um modelo participativo que envolvia delegados de diversos estados.

Aa participação de delegados de base trouxeram novas perspectivas e enriqueceram os debates. O 1° Congresso da Fenafar não apenas uniu sindicatos de todo o país, mas também gerou um debate que orientou a atuação sindical nos anos seguintes, elevando a qualidade e a eficácia das ações da Fenafar.

O primeiro Congresso da Fenafar, foi fruto de um amadurecimento político contínuo, iniciado com a luta contra a ditadura e pela redemocratização do Brasil. Na virada das décadas de 80 e 90, a Fenafar se reestruturou, redefinindo seu papel e consolidando-se como representante sindical dos farmacêuticos, especialmente em um período de intensas discussões políticas e econômicas.

1994 também foi um ano de grandes desafios, marcado pelo impacto do Plano Real e pelas tentativas de desregulamentação na venda de medicamentos. A Fenafar enfrentou com firmeza essas adversidades, impedindo a venda de medicamentos em supermercados e protagonizando os debates em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre medicamentos no Senado Federal, demonstrando seu compromisso inabalável com a saúde pública.

Hoje, celebramos três décadas desde esse evento histórico, reconhecendo os avanços conquistados e renovando nosso compromisso com a saúde pública e a valorização dos farmacêuticos. A luta continua, e a Fenafar segue firme na defesa dos direitos dos trabalhadores e da saúde do Brasil.

Fenafar lança enquete sobre violência e desigualdade de gênero na profissão farmacêutica

Nesta quarta (26), durante a live “O protagonismo das mulheres à frente da Fenafar,” transmitida pelo YouTube, foi lançada uma enquete, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), para identificar o perfil e as situações de violência enfrentadas pelas farmacêuticas, abordando questões como disparidade salarial, assédio moral e sexual.

José Ribeiro Guimarães, Oficial de Projetos da OIT, apresentou os detalhes da enquete, destacando que o que a Fenafar busca é ampliar a base de conhecimento para obter informações mais precisas sobre a categoria. “Essa é a primeira enquete feita especificamente para uma categoria, e será muito importante também para a OIT,” afirmou Guimarães.

Responda a Enquete

A pesquisa está dividida em vários blocos, incluindo:

Participação das Mulheres no Mercado de Trabalho: Coleta de informações básicas de perfil, como sexo, idade, raça, tempo de trabalho, tipo de vínculo empregatício e área de atuação.

Disparidade Salarial: Avaliação da diferença de remuneração entre homens e mulheres na mesma função, alinhada à discussão sobre a Lei da Igualdade Salarial.

Assédio e Discriminação: Questões específicas para identificar a incidência de assédio moral e sexual, além de outras formas de discriminação e violência no ambiente de trabalho.

Guimarães enfatizou que a enquete respeita a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo que nenhuma informação será divulgada de forma individualizada. “Os participantes terão a liberdade de responder apenas para efeitos estatísticos,” explicou.

O principal objetivo da enquete é mapear detalhadamente o perfil das farmacêuticas e as violências enfrentadas por elas, a fim de desenvolver ações de prevenção e mitigação. “Essa experiência é um trabalho de vanguarda da Fenafar, servindo de referência para outras categorias e para o movimento sindical em geral,” afirmou Guimarães.

A OIT colaborará no processamento dos dados e na elaboração de um relatório que será divulgado pela Fenafar. Esse relatório servirá como um instrumento para nortear ações e promover o diálogo social com empregadores e governos, visando mitigar as situações de violência e discriminação no ambiente de trabalho.

Guimarães reforçou a importância da participação de toda a categoria na enquete, fornecendo informações valiosas para a pesquisa. “A contribuição dos farmacêuticos é fundamental não apenas para a categoria, mas também para o sindicalismo e a sociedade em geral,” disse.

A enquete lançada pela Fenafar e pela OIT representa mais um passo importante na luta pela igualdade e dignidade no trabalho, reafirmando o papel crucial da Fenafar na defesa dos direitos dos farmacêuticos e na construção de uma sociedade mais justa e democrática.